Hampi, India

À Descoberta do Antigo Reino de Bisnaga


Pequena súbdita
Menina de Hampi percorre a alameda em frente de um dos templos hindus mais elevados da velha Vijayanagar.
Vista de outros tempos
Fachada amarelada pelo sol poente de um dos muitos edifícios disseminados pelos arredores de Hampi.
À margem do Tungabhadra
Barqueiros conversam enquanto não chegam mais clientes à sua pequena doca improvisada.
De saída
Visitantes indianos de Hampi deixam um dos templos em ruínas do velho reino de Vijayanagar.
Com Hampi no coração
Jovem vendedor exibe livros forográficos de Hampi, em frente a um dos principais - e mais elevados - templos hindus do velho reino de Vijayanagar.
Relevo à Arte
Relevo esculpido numa parede de um templo secundário do antigo reino de Vijayanagar, nos arredores de Hampi.
À espera de passageiros
Barqueiro muçulmano de uma coracle (barcaça redonda) contempla o cenário do rio Tungabhadra, a principal artéria fluvial de Hampi.
Sortido Garrido
Banca com colorantes em pó de cores fortes no centro de Hampi Bazaar.
De molho
Búfalos protegem-se do calor intenso que se faz sentir em Hampi, nas águas escuras do Tunghabadra.
Lavandeiras hindus
Mulheres nativas de sari lavam roupa num braço do rio Tunghabadra, também usado por búfalos, pescadores e pela população de Hampi em geral.
Vislumbre Dourado
Ruína de um edifício secular do império de Vijayanagar, escondida por detrás de uma floresta de coqueiros.
SiS Security
Segurança indiano protege um templo de Hampi em restauração, com entrada entre duas estátuas danificadas de elefantes.
Hora de embarque
Passageiros preparam-se para embarcar numa grande barçaca coracle que os levará a atravessar o rio Tungabhadra.
Torre do Tempo
Um torreão amarelado pelo sol e pelos séculos, destaca-se contra o céu azul sobre o território rochoso de Hampi.
Paciência de Indiano
Casal tentar desenrodilhar redes de pesca junto a um braço do rio Tungabhadra.
Diversão Fluvial
Miúdo banha-se no rio Tungabhadra, junto a uma barcaça coracle que usa como plataforma de mergulhos.
Coke, Sprite ou Mirinda ?
Vendedor de refrescos exibe boa disposição animado pelo bom negócio trazido por temperaturas escaldantes, em Hampi.
Um ocaso indiano
Dia termina sobre o cenário tropical mas rochoso do estado de Karnataka, em redor de Hampi.

Em 1565, o império hindu de Vijayanagar sucumbiu a ataques inimigos. 45 anos antes, já tinha sido vítima da aportuguesação do seu nome por dois aventureiros portugueses que o revelaram ao Ocidente.

Nunca nos chega a parecer menos vasta a extremidade afunilada do subcontinente. Nem as terras interiores do estado de Karnataka porque nos aventuramos, depois de termos já tocado o limiar meridional em bico da Índia.

As viagens, intermináveis e desconfortáveis, continuavam a desgastar-nos a condizer. Quase seis horas de Ooty para Mysore. Três horas de Mysore para Bangalore. Nove horas e meia, mais uma vez ferroviárias de Bangalore para Hozeit. Meia-hora de rickshaw daqui para Hampi, o destino que perseguíamos e a que chegamos em óbvio sofrimento gástrico, depois de uma refeição descuidada de tempuras numa das estações de comboio caóticas por que tínhamos transitado.

Nos 30 minutos derradeiros do percurso, o cenário foi-se tornando mágico à medida que o triciclo mal motorizado agonizava pelas terras rochosas de Vijayanagar. Estamos no pino do Verão indiano, se assim lhe podemos chamar. O céu sempre azul nada atenuava o calor abrasivo reflectido de volta para cima pelo solo de pedra.

Mowgli, o rapaz feral do Livro da Selva pouco tinha que ver com estas paragens inóspitas. Mesmo assim, a pousada barata que tínhamos escolhido para nos hospedarmos fora baptizada em sua honra.  Ansiávamos o aconchego do duche e da cama como a criança de Rudyard Kipling desejava o ventre felpudo da mãe-loba Racsha.

O rickshaw passa por entre os templos altivos do centro real de Hampi e só se detém perante o caudal lodacento do rio Tungabhadra. “Bom, eu tenho que ficar por aqui” atalha o condutor munido da força das evidências. “Agora, vocês têm que atravessar naqueles barcos”.

Indagamo-nos se devido ao cansaço, se ao mal-estar, por mais que examinássemos a zona ribeirinha, falhávamos em avistar qualquer embarcação. O motorista não desistiu. “Estão, ali, mais abaixo. Avancem um pouco e já vêem”.

Mesmo algo desconfiados, assim fazemos. Só na iminência da beira-rio inferior encontramos, por fim, uma frota de cascas de nozes gigantes, coracles, assim lhe chamavam os barqueiros ávidos por facturarem com os recém-chegados passageiros.

Como qualquer estreante a bordo de tais barcaças, estranhamos o embarque bamboleante e ainda mais a navegação pouco ou nada hidrodinâmica que prolonga a travessia. Protegido do sol por uma jilaba e turbante, ambos brancos, que contrastavam com a pele da face torrada, o barqueiro rema de um lado ao outro sem dizer palavra e sempre com ar de poucos amigos. Não tardaríamos a descobrir que nos tinha cobrado o triplo da tarifa, sem dano digno de registo, já que o preço tabelado era de algumas dezenas irrelevantes de rupias.

Pouco depois, damos entrada na guest-house Mowgli que se desvenda dispersa por várias cabanas entre coqueiros frondosos, espécies de palhotas sobredimensionadas  e com a decoração e o apetrechamento esperado por qualquer viajante descontraído.

Descansamos e tentamos recuperar da catástrofe alimentar a que nos tínhamos sujeitado no dia anterior mas a indisposição só se agravava. Nessa noite que entretanto caiu, em vez de paz e descanso, somos prendados com a descoberta arrepiante de que a guest-house estava completamente lotada de mochileiros israelitas.

De diversas voltas pela Terra, conhecíamos bem a sua fama algo soberba e egoísta tanto para com nativos como para outros viajantes. Também o quanto a sua presença nos iria muito provavelmente afectar. A confirmá-lo, a rave não tardou a começar. Para nosso desespero, durou quase toda a madrugada.  

Por forma a compensarmos os prejuízos causados pelo ribombar psicadélico e pela gritaria, dormimos pela manhã fora. Ao deixarmos pela primeira vez o acolhimento agridoce da Mowgli, assola-nos a certeza que estão uns 45º. Nem esse forno nos demove de alugarmos bicicletas e nos fazermos à grande Hampi.

Voltamos a cruzar o rio, numa outra barcaça e já pela tabela. Do lado de lá, circulamos pelo centro sagrado de Hampi Bazaar, entre os enormes templos piramidais hindus e jainistas em que os sucessivos regentes do império Vijayanagar veneraram Shiva, Vishnu e outros deuses.

De 1343 a 1565, foi este um dos impérios mais poderosos do Mundo. Assim o testemunharam o aventureiro português Domingo Paes e o mercador de cavalos Fernão Nunes. É forte a probabilidade de que ambos se fartaram de tentar pronunciar correctamente a sua denominação, até que lhe passaram a chamar Bisnaga para contornar a chatice. Narraram em “Chronica dos Reis de Bisnaga” o fulgor civilizacional e o poderio do estado que, por essa altura, dominava grande parte do tráfico de especiarias do subcontinente e do oceano Índico ao largo e que se tornou o principal parceiro do Império Português no sul asiático.

Aos olhos de Domingos Paes, por volta de 1520, Vijayanagar prosperava a olhos vistos, financiada pela venda intensa das especiarias e pedras preciosas. Era comparável a Roma, rodeada de vegetação bem irrigada por aquedutos que traziam a água de lagos artificiais.

Hoje, pode faltar a Hampi Bazaar – o principal reduto comercial – a grandiosidade de outros tempos mas os vendedores envidam todos os esforços diplomáticos para se tornarem e à cidade mais prósperos.

A Sara aproveita. Consciente de que estamos a aproximar-nos do fim do périplo indiano, compra finalmente as calças garridas em tecido fino com que sonhava desde que as tinha visto em Goa. “Não tenho a sua medida em todas as cores.”, comunica a mercadora com desgosto. “Mas posso costurá-las e vêm buscar amanhã”. Assim fizemos e assim voltámos a renovar as relações comerciais indo-portuguesas tão prolíficas nos tempos áureos que antecederam Hampi. 

Logo após, circundamos os templos de Virupaksha e de de Vittala em que também entramos para admirar as incontáveis colunas trabalhadas, as pinturas e esculturas minuciosas e a gloriosa arquitectura hindu no seu todo.

Ainda e sempre em hiperventilação devido ao braseiro que se faz sentir em todo o estado de Karnataka, exploramos os velhos estábulos dos elefantes, os banhos da rainha e inúmeros outros edifícios e templos amarelados pelo passar dos séculos.

Ingressamos na estrada que atravessa o bairro islâmico de volta ao rio e em direcção à colina de Anjenadri de onde esperávamos obter uma vista bem panorâmica do conjunto. Mas, a determinada altura, nativos e visitantes indianos com que nos cruzamos acenam e gritam para não avançarmos mais, para regressarmos ao centro. “Há bandidos lá mais para cima!”, grita-nos uma senhora com postura brâmane. “Andam com espingardas e tudo!”

Estávamos conscientes de que até mesmo a pátria-mãe do misticismo e da espiritualidade tinha, de quando em quando, destas aberrações.

De acordo, invertemos marcha para paragens mais seguras, nas imediações do Tungabhadra. Ali, damos com um braço de rio estendido entre encostas repletas de pedregulhos. Depressa percebemos a  multifuncionalidade do charco profundo. Enquanto por lá repousámos, vários búfalos refrescavam-se quase submersos, como um miúdo que mergulhava repetidamente a partir de uma sua mini-coracle. Ao mesmo tempo, um casal de nativos com idade avançada pescava à rede, e jovens mulheres enroladas em saris folclóricos lavavam outras peças de roupa tão ou mais exuberantes.

Continuámos a dar ao pedal pela tarde fora. E, quanto mais apreciávamos de Hampi mais nos encantava constatar que, quase meio século depois da capitulação de Vijayanagar, a vida proliferava entre as ruínas deslumbrantes de Bisnaga.

Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Guwahati a Sela Pass, Índia

Viagem Mundana ao Desfiladeiro Sagrado de Sela

Durante 25 horas, percorremos a NH13, uma das mais elevadas e perigosas estradas indianas. Viajamos da bacia do rio Bramaputra aos Himalaias disputados da província de Arunachal Pradesh. Neste artigo, descrevemos-lhe o trecho até aos 4170 m de altitude do Sela Pass que nos apontou à cidade budista-tibetana de Tawang.
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Chandor, Goa, Índia

Uma Casa Goesa-Portuguesa, Com Certeza

Um palacete com influência arquitectónica lusa, a Casa Menezes Bragança, destaca-se do casario de Chandor, em Goa. Forma um legado de uma das famílias mais poderosas da antiga província. Tanto da sua ascensão em aliança estratégica com a administração portuguesa como do posterior nacionalismo goês.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
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Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
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De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
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Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
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O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
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Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e daqui ao Havai, contam-se muitas variações de danças polinésias. As noites samoanas de Fia Fia, em particular, são animadas por um dos estilos mais acelerados.
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No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
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Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
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Um navegador espanhol baptizou-as, ansioso por riquezas como as do rei bíblico. Assoladas pela 2ª Guerra Mundial, por conflitos e catástrofes naturais, as Ilhas Salomão estão longe da prosperidade.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
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Viagem a Bago. E ao Reino Português de Pegu

Determinados e oportunistas, dois aventureiros portugueses tornaram-se reis do reino de Pegu. A sua dinastia só durou de 1600 a 1613. Ficou para a história.
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Uma Savona nas Antilhas

Durante a sua segunda viagem às Américas, Colombo desembarcou numa ilha exótica encantadora. Baptizou-a de Savona, em honra de Michele da Cuneo, marinheiro savonês que a percebeu destacada da grande Hispaniola. Hoje tratada por Saona, essa ilha é um dos édenes tropicais idolatrados da República Dominicana.

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Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
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A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Lago Sorvatsvagn, Vágar, Ilhas Faroé
Natureza
Vágar, Ilhas Faroé

O Lago que Paira sobre o Atlântico Norte

Por um capricho geológico, Sorvagsvatn é muito mais que o maior lago das ilhas Faroé. Falésias com entre trinta a cento e quarenta metros limitam o extremo sul do seu leito. De determinadas perspectivas, dá a ideia de estar suspenso sobre o oceano.
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Outono
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Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
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Parques Naturais
PN Bromo Tengger Semeru, Indonésia

O Mar Vulcânico de Java

A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.
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Património Mundial UNESCO
Batad, Filipinas

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Personagens
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O Berço de Zorro

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Tobago, Pigeon Point, Scarborough, pontão
Praias
Scarborough a Pigeon Point, Tobago

À Descoberta da Tobago Capital

Das alturas amuralhadas do Forte King George, ao limiar de Pigeon Point, o sudoeste de Tobago em redor da capital Scarborough, revela-nos uns trópicos controversos sem igual.
Santo Sepulcro, Jerusalém, igrejas cristãs, sacerdote com insensário
Religião
Basílica Santo Sepúlcro, Jerusalém, Israel

O Templo Supremo das Velhas Igrejas Cristãs

Foi mandada construir pelo imperador Constantino, no lugar da Crucificação e Ressurreição de Jesus e de um antigo templo de Vénus. Na génese, uma obra Bizantina, a Basílica do Santo Sepúlcro é, hoje, partilhada e disputada por várias denominações cristãs como o grande edifício unificador do Cristianismo.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
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Sociedade
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Rottnest Island, Wadjemup, Australia, Quokkas
Vida Selvagem
Wadjemup, Rottnest Island, Austrália

Entre Quokkas e outros Espíritos Aborígenes

No século XVII, um capitão holandês apelidou esta ilha envolta de um oceano Índico turquesa, de “Rottnest, um ninho de ratos”. Os quokkas que o iludiram sempre foram, todavia, marsupiais, considerados sagrados pelos aborígenes Whadjuk Noongar da Austrália Ocidental. Como a ilha edénica em que os colonos britânicos os martirizaram.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.