Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades


Dª Louise
Dª Louise da fazenda de baunilha La Vanille Jouese.
Praia
Litoral tropical de Lifou.
Mme Moline popinée
Moline num vestido popinée, junto à gite em que serve as suas apreciadas bougnas.
Secagem ao ar livre
Moradora estende roupa sob a copa de coqueiros altivos, no litoral de Lifou.
Um mar translúcido
O mar sedutor do Pacífico do Sul ao largo do Cabo Escarpé, no extremo norte de Lifou.
Sabor a baunilha
Lues Rokuad na sua plantação de baunilha biológica do sul da ilha.
Tons de Lealdade
O litoral recortado e verde-azul de Lifou.
A Chefferie
Nativo carrega um caixote para fora da chefferie de Mucaweng.
Bougna
O famoso cozido tradicional da Nova Caledónia, como confeccionado por Madame Moline.
lifou-ilhas-lealdade-nova-caledonia-petiscos
Família partilha um snack nocturno à luz de lanternas.
Artesanato Kanak
Bolsa vegetal florida, exemplo do artesanato simples mas exuberante das Ilhas Lealdade.
Recorte de Costa
Água cristalina do Pacífico do Sul em volta de uma costa erodida.
Gabriele na Cheferie
Guia Gabriele posa em frente à Cheferie.
Coqueiros enredados
Sebe de coqueiros à beira-mar de Lifou.
Notre Dame de Lourdes
A parte de trás da igreja mais carismática de Lifou.
Corrida
Morador de Lifou corre sobre um rochedo abrasivo.
Dª Louise
Dª Louise da fazenda de baunilha La Vanille Jouese.
Praia
Litoral tropical de Lifou.
Mme Moline popinée
Moline num vestido popinée, junto à gite em que serve as suas apreciadas bougnas.
Secagem ao ar livre
Moradora estende roupa sob a copa de coqueiros altivos, no litoral de Lifou.
Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.

Pouco passa das dez da manhã quando deixamos o pequeno aeroporto de Ouanaham.

Uma funcionária passa-nos um carro francês para as mãos e apresenta-nos Gabriela, a guia bilingue que nos acompanharia.

Já tínhamos estranhado o pré-aviso de que teríamos que ser nós a conduzir. Pouco depois de nos instalarmos na viatura, a nativa reforça a ideia: “não tenho carta nem quero vir a ter. É demasiado stressante para mim!”

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, cheferie

Guia Gabriele posa em frente à Cheferie.

Seriamente volumosa, a senhora ajusta-se ao espaço do banco traseiro e transmite algumas indicações condizentes com a rede rodoviária elementar da ilha.

Em três tempos, atingimos o seu limite norte.

Gabriela indica-nos que chegámos à primeira das escalas, diz-nos para onde temos que nos dirigir e, como veio a fazer várias outras vezes, vítima da sua inércia e reduzida mobilidade, fica na viatura a aguardar pelo nosso regresso.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Cabo Escarpé

O mar sedutor do Pacífico do Sul ao largo do Cabo Escarpé, no extremo norte de Lifou.

Espreitamos as falésias de Jokine e o cabo Escarpé para diante.

Entre os grandes pinheiros-de-Cook que delas se elevam, também prolíficos na vizinha Île-des-Pins admiramos ainda a lagoa marinha verde, azul e forrada de um misto de rocha e coral naquele recanto exuberante do oceano Pacífico.

Abençoa-a e aos marinheiros melanésios e visitantes de todas as paragens uma Notre Dame de Lourdes destacada sobre o quase frontão da pequena igreja no limiar da grande falésia de Easo.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Notre Dame de Lourdes

A parte de trás da igreja mais carismática de Lifou.

A Virgem e toda a fé da ilha em si pouco pode contra a meteorologia. Descemos o trilho que havíamos percorrido em sua honra quando, num ápice, se forma um ajuntamento de nuvens tenebrosas sobre as nossas cabeças.

O céu abre comportas e lança uma carga de água diluviana que nos submete ao refúgio do pequeno Clio. “Bom, isto não está com ar de vir a parar tão cedo, prevê Gabriela. Parece-me melhor irmos directos ao restaurante. Não é longe daqui.”

Pelo caminho, Gabriela elucida-nos sobre a sua perspectiva de quão especial iria ser a refeição. “Vamos ao Fene Paza. Guillaume Waminya, o dono, abriu este restaurante debaixo (fene em dialecto local drehu) de uma árvore de hibisco (paza).

Em Lifou, a flor de hibisco (bourao) só pode ser comida ou vendida para consumo no território da tribu de Mucaweng que continuávamos a explorar.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, estendal

Moradora estende roupa sob a copa de coqueiros altivos, no litoral de Lifou.

Cá na ilha, acreditamos que se a comermos de outras “tribus” podemos ficar surdos. Enquanto o nosso chefe não autorizar em contrário, eu só como neste restaurante.”

As flores de hibisco são consideradas das mais terapêuticas do universo tropical, altamente antioxidantes, excelentes para fazer baixar o mau colesterol e a pressão arterial.

Ainda assim, na travessa que, entretanto, nos trouxeram chamaram-nos bem mais a atenção as enormes lagostas escarlates recheadas que ocupavam o centro de um complexo acompanhamento tradicional.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia,

Bolsa vegetal florida, exemplo do artesanato simples mas exuberante das Ilhas Lealdade.

Mais que uma refeição luxuosa, estavam a servir-nos um prato o mais tradicional e representativo possível. Apreciamo-lo com prazer e a admiração gastronómica e étnica que nos merecia.

A chuva não dá sinais de misericórdia. Também para nos pouparmos da sua excessiva liquidez, mantemo-nos à mesa e à conversa com a cada vez menos reservada Gabriela.

A cicerone de etnia kanak tinha vivido dois anos e aprendido inglês nas imediações australianas de Brisbane, onde não se sentiu propriamente confortável: “na escola que frequentei ninguém fazia sequer a ideia de onde ficava a Nova Caledónia.

Toda a gente achava que eu era fijiana… Nunca me dei lá muito bem com os australianos. Tive foi amigos japoneses e de outras partes da Ásia.”

Gabriela fazia parte de uma associação feminina. Essa afiliação permitia-lhe viajar com frequência, ir a congressos internacionais e reuniões de outros grupos, ao Taiti e a Bora Bora, também a Vanuatu, entre outros lugares mágicos da Oceânia, da Melanésia e da Polinésia: “Sabem que os mahu (o chamado terceiro sexo da Polinésia; homens efeminados) têm uma forte participação na minha associação e noutras.

Querem ser reconhecidos e apoiados mas, após um longo debate, o papel deles ainda continua por definir. Eu acho que eles nos dão mau nome. Mas é só a minha opinião…”

Aproveitamos a sua embalagem e o facto de a chuva persistir para a sondar quanto ao estatuto político excêntrico da Nova Caledónia, uma Collectivité bem distinta de outras COM (Collectivités d’outre-Mer) como o são a Polinésia Francesa ou Saint Martin-Sint Maarten, ilha das Caraíbas, muito graças à resistência histórica do povo kanak em se submeter por completo ao jugo de Paris.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Chefferie

Nativo carrega um caixote para fora da chefferie de Mucaweng.

Repetiram-se referendos a esse mesmo estatuto, com escolha entre Estado associado da França, grande autonomia no seio da República Francesa ou a independência.

A indefinição do futuro do seu amado arquipélago deixava a receosa Gabriela e muitos outros nativos inquietos: “Eu acho que a independência pode vir a acontecer mas tenho muito receio do que a Nova Caledónia se possa vir a tornar sem a França por detrás.

As pessoas de cá já se habituaram a que tudo seja resolvido pela França. Tenho medo de virmos a perder num ápice o nível de vida e as facilidades que agora temos. Já viram se voltamos a ser uma espécie de Vanuatu?” questiona-nos, indignada, alheia a que se referia a uma das nações que mais admirávamos e estimávamos.

A chuva tropical, densa e morna, não só persistia como se intensificava.

Encharcava aquela terra exígua perdida na vastidão do Pacífico e carregava o verde das árvores de hibisco e dos coqueiros em redor, sob nuvens baixas que, entretanto, haviam mudado de azulão para um estranho lilás.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, coqueiros

Sebe de coqueiros à beira-mar de Lifou.

Nessa tarde, pouco mais fizemos que comer, falar à mesa e apreciar a exuberância da tormenta a assentar arraiais.

Por volta das 17h 20, com a inesperada penumbra celeste a querer acolher a noite, recolhemos ao hotel à beira-mar plantado em que tínhamos antes dado entrada, junto à quase imperceptível capital de We, ainda assim, a maior povoação das três ilhas Lealdade.

Por essa altura, o cansaço acumulado durante a exploração prévia da ilha-mãe Grande Terre e da irmã de Lifou, Ouvéa, quase sempre debaixo de um sol inclemente, cobrou o seu preço.

Só voltámos a reencontrar-nos com Lifou e com Gabriela na manhã seguinte.

Passamos por praias imaculadas: Luengoni, Oulane e Baie de Mou. Mergulhamos e chapinhamos nos seus mares turquesa e completamos, assim, a recuperação das energias antes esgotadas.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Tons de Lealdade

O litoral recortado e verde-azul de Lifou.

Depois, apontamos para La Vanille Jouese, uma fazenda produtora da exportação mais emblemática do lugar, a baunilha, para lá levada de Madagáscar por um ministro britânico e, hoje, com cerca de cento e vinte produtores à moda orgânica.

Em Mu, no extremo sudeste da ilha, somos recebidos por dois deles.

Lues Rokuad e Louise explicam-nos tintim por tintim os procedimentos e prodígios da sua plantação repleta de pés de tal forma enrodilhados nas estacas e entre si que formavam uma verdadeira selva cheirosa.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Lues Rokuad

Lues Rokuad na sua plantação de baunilha biológica do sul da ilha.

Mas, ali, naquele recanto verdejante e improvável do outro lado do mundo, o que nos espanta é que não tardamos a detectar o nosso idioma materno. Donziela, a senhora que o empregava tinha emigrado para França nos anos 70.

De França, já casada com um gaulês, mudou-se para Nouméa, a capital cada vez mais francófona da Nova Caledónia, onde tantos franceses procuram o sonho de vidas tropicais abastadas, leves e solarengas.

Ela fazia-o já há dezasseis anos.

Como nos chamara a atenção, a senhora continuava a falar um bom português, mesmo se quase só o praticava com os pais quando estava na metrópole e, desde que tinha tido filhos, de quando em quando com eles, para que não se perdessem as suas origens lusas.

De Mu, viajamos até Tanukul.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, exercício

Morador de Lifou corre sobre um rochedo abrasivo.

Aproximava-se nova hora de almoço. Como nos tinha anunciado solenemente Gabriela, não podíamos deixar Lifou sem provarmos a versão local da grande especialidade gastronómica da Nova Caledónia: a bougna.

Uma das melhores e mais conceituadas era a de Madame Moline, uma jovem senhora kanak que se tinha mudado de Nouméa para Lifou para viver de vez na terra dos pais e da irmã. O seu plano foi simples.

Se tantos kanaks e forasteiros ansiavam pela bougna e ela tão bem as confecionava e ainda por cima as podia servir num cenário doméstico tradicional plantado à beira-mar e de uma piscina natural de tartarugas, porque não fazer disso o seu negócio e a vida da sua família?

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, cabo rochoso

Água cristalina do Pacífico do Sul em volta de uma costa erodida.

Moline recebe-nos com um grande sorriso na sua face acriançada, mostra-nos a sua pequena propriedade disposta sobre um relvado em redor de algumas gites (habitações) tradicionais e instala-nos à sombra de um grande chapéu de sol de palha, numa mesa com uma toalha plástica repleta de ilustrações de frutas.

A preparação da bougna já ia com algum tempo, razão porque pouco tivemos que esperar. Passados uns quinze minutos, Moline surge com um grande invólucro feito de folhas de palmeira entrançadas e enfeitado com cravos cor-de-laranja e amarelos.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Bougna

O famoso cozido tradicional da Nova Caledónia, como confeccionado por Madame Moline.

Abre esta bolsa que nos parecia quase cerimonial e, logo, as folhas de bananeira que faziam de embrulho interior. Revela-nos, por fim, o pitéu porque esperávamos: um exuberante cozido de mandioca, batata doce, bananas maduras, inhame e frango, temperado com ervas e especiarias.

Apresenta-o e explica-o com óbvia paixão pelo ofício mas não tarda a deixar-nos entregues à nobre refeição.

Na sequência, passeamos com Moline junto às pequenas ondas que afagavam Lifou. Tivemos a ideia de a fotografar e, ao contrário de Gabriele e de tantos nativos, a senhora abonecada prontificou-se de imediato, com óbvio orgulho: “Deixem-me só pôr o meu vestido kanak.

Eu, no dia-a-dia, costumo andar só com estes calções e t-shirt. O vestido não dá jeito para me sentar no chão ou para trabalhar a terra. Mas acho que fico muito melhor com o robe popinée tradicional.”

Regressou em três tempos, com um raminho formado pelos cravos que antes decoravam o invólucro da bougna na mão.

Já composta, subiu a uma rocha da extremidade da piscina natural de tartarugas e posou com a maior naturalidade e dignidade do mundo, com o céu azul, o oceano Pacífico, pinheiros-de-Cook e coqueiros em fundo a aconchegar a sua contagiante beleza.

Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Mme Moline popinée

Moline num vestido popinée, junto à gite em que serve as suas apreciadas bougnas.

Mandámos mais alguns mergulhos revigorantes. O sol não tardou a deixar aquelas paragens remotas mas paradisíacas.

Nessa tarde, regressámos a Nouméa onde fizemos nova escala nocturna antes de viajarmos para Maré, a derradeira Lealdade.

Ouvéa, Nova Caledónia

Entre a Lealdade e a Liberdade

A Nova Caledónia sempre questionou a integração na longínqua França. Na ilha de Ouvéa, arquipélago das Lealdade, encontramos uma história de resistência mas também nativos que preferem a cidadania e os privilégios francófonos.
Moorea, Polinésia Francesa

A Irmã Polinésia que Qualquer Ilha Gostaria de Ter

A meros 17km de Taiti, Moorea não conta com uma única cidade e abriga um décimo dos habitantes. Há muito que os taitianos veem o sol pôr-se e transformar a ilha ao lado numa silhueta enevoada para, horas depois, lhe devolver as cores e formas exuberantes. Para quem visita estas paragens longínquas do Pacífico, conhecer também Moorea é um privilégio a dobrar.
Bora-Bora, Raiatea, Huahine, Polinésia Francesa

Um Trio Intrigante de Sociedades

No coração idílico do vasto oceano Pacífico, o Arquipélago da Sociedade, parte da Polinésia Francesa, embeleza o planeta como uma criação quase perfeita da Natureza. Exploramo-lo durante um bom tempo a partir do Taiti. Os últimos dias, dedicamo-los a Bora Bora, Huahine e Raiatea.
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul

James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.
Maupiti, Polinésia Francesa

Uma Sociedade à Margem

À sombra da fama quase planetária da vizinha Bora Bora, Maupiti é remota, pouco habitada e ainda menos desenvolvida. Os seus habitantes sentem-se abandonados mas quem a visita agradece o abandono.
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Espiritu Santo, Vanuatu

Divina Melanésia

Pedro Fernandes de Queirós pensava ter descoberto a Terra Australis. A colónia que propôs nunca se chegou a concretizar. Hoje, Espiritu Santo, a maior ilha de Vanuatu, é uma espécie de Éden.
Papeete, Polinésia Francesa

O Terceiro Sexo do Taiti

Herdeiros da cultura ancestral da Polinésia, os mahu preservam um papel incomum na sociedade. Perdidos algures entre os dois géneros, estes homens-mulher continuam a lutar pelo sentido das suas vidas.
Ouvéa, Nova Caledónia

Entre a Lealdade e a Liberdade

A Nova Caledónia sempre questionou a integração na longínqua França. Na ilha de Ouvéa, arquipélago das Lealdade, encontramos uma história de resistência mas também nativos que preferem a cidadania e os privilégios francófonos.
Moorea, Polinésia Francesa

A Irmã Polinésia que Qualquer Ilha Gostaria de Ter

A meros 17km de Taiti, Moorea não conta com uma única cidade e abriga um décimo dos habitantes. Há muito que os taitianos veem o sol pôr-se e transformar a ilha ao lado numa silhueta enevoada para, horas depois, lhe devolver as cores e formas exuberantes. Para quem visita estas paragens longínquas do Pacífico, conhecer também Moorea é um privilégio a dobrar.
Bora-Bora, Raiatea, Huahine, Polinésia Francesa

Um Trio Intrigante de Sociedades

No coração idílico do vasto oceano Pacífico, o Arquipélago da Sociedade, parte da Polinésia Francesa, embeleza o planeta como uma criação quase perfeita da Natureza. Exploramo-lo durante um bom tempo a partir do Taiti. Os últimos dias, dedicamo-los a Bora Bora, Huahine e Raiatea.
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul

James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Sirocco, Arabia, Helsinquia
Arquitectura & Design
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Aventura

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
Cortejo Ortodoxo
Cerimónias e Festividades
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
Um dos prédios mais altos de Valletta, Malta
Cidades
Valletta, Malta

As Capitais Não se Medem aos Palmos

Por altura da sua fundação, a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários apodou-a de "a mais humilde". Com o passar dos séculos, o título deixou de lhe servir. Em 2018, Valletta foi a Capital Europeia da Cultura mais exígua de sempre e uma das mais recheadas de história e deslumbrantes de que há memória.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Cultura
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Composição sobre Nine Arches Bridge, Ella, Sri Lanka
Em Viagem
PN Yala-Ella-Candia, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka

Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Étnico
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

História
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 – Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Autocarro garrido em Apia, Samoa Ocidental
Ilhas
Samoa  

Em Busca do Tempo Perdido

Durante 121 anos, foi a última nação na Terra a mudar de dia. Mas, Samoa percebeu que as suas finanças ficavam para trás e, no fim de 2012, decidiu voltar para oeste da LID - Linha Internacional de Data.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Madu River: dono de um Fish SPA, com os pés dentro do viveiro de peixes-doutores
Natureza
Rio e Lagoa Madu, Sri Lanka

No Curso do Budismo Cingalês

Por ter escondido e protegido um dente de Buda, uma ilha diminuta da lagoa da lagoa Madu recebeu um templo evocativo e é considerada sagrada. O Maduganga imenso em redor, por sua vez, tornou-se uma das zonas alagadas mais louvadas do Sri Lanka.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Parques Naturais
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Kiomizudera, Quioto, um Japão Milenar quase perdido
Património Mundial UNESCO
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Praias
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Um contra todos, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete
Religião
Lhasa, Tibete

Sera, o Mosteiro do Sagrado Debate

Em poucos lugares do mundo se usa um dialecto com tanta veemência como no mosteiro de Sera. Ali, centenas de monges travam, em tibetano, debates intensos e estridentes sobre os ensinamentos de Buda.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Dia da Austrália, Perth, bandeira australiana
Sociedade
Perth, Austrália

Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Crocodilos, Queensland Tropical Australia Selvagem
Vida Selvagem
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.