Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais


Planície sagrada
Planície de Bagan repleta de templos e pagodes erguidos por crentes budistas ao longo dos séculos.
Terraço privilegiado
Visitantes de Bagan admiram a planície repleta de templos de Bagan, de cima de um deles.
Protecção Solar Natural
Jovem vendedora de Bagan mantém a face protegida com um protector solar natural feito da casca de uma árvore.
Templos sem conta
Silhuetas de templos e pagodas salpicam a planície de Bagan, ao pôr-do-sol.
Sem calçado
Sinal bilingue à porta de um templo pede a remoção do calçado dos fiéis.
Santuário Supremo
Templo de Thatbyinny Pahto, acima de outras estruturas religiosas secundárias.
Oração
Monge budista ora num templo de Bagan.
Pedra Testemunhal
Escritura em birmanês na base de um templo.
Nichos alinhados
Pequenos budas dourados do templo de Mahabohdi.
Monjes juvenis
Pequenos monges acabam de atravessar uma pequena pagoda de Bagan.
Sob um Céu Quebrado
Velhas pagodas partilham a planície com palmeiras-de-leque.
Pose budista
Detalhe de uma estátua de Buda no interior do templo de Ananda.
Carga de fiéis
Crentes budistas chegam às imediações de um templo de Bagan.
Cúpulas
Cúpulas de pagodes contra o pôr-do-sol sobre Bagan.
A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.

Exploramos a planície fluvial vasta porque se espraia Bagan, sobre pasteleiras velhas e rangedoras.

Pedalada após pedalada, deixamo-nos deslumbrar pelos templos grandiosos por lá erguidos, a começar pelo Ananda que foi construído pelo rei Kyazinttha em forma de crucifixo, baptizado com o nome de um dos primos veneráveis de Buda.

A beleza exótica de Ananda funde a arquitectura Mon com o estilo de construção hindu adaptado pelos birmaneses que contempla quatro Budas no seu âmago, virados para os diferentes pontos cardeais, com posições e expressões distintas granjeou-lhe o título colonial de Westminster Abbey de “Burma”.

Em frente do templo de Thatbyinnyu, o espanto renova-se. O mesmo volta a acontecer no sopé do impressionante Dhammayangyi que, de tão ambicioso, nunca chegou a ser terminado pelo rei Narathsu.

Narathsu procurava perdão divino por ter assassinado o pai e o irmão mais velho para ascender ao trono. A obra e o indulto ficaram a meio.

O templo continua a destacar-se como o maior de Bagan, com 61 metros de altura.

santuario, Templo de Thatbyinny Pahto, planicie, Bagan, Myanmar

Templo de Thatbyinny Pahto, acima de outras estruturas religiosas secundárias.

Quando a luz se começa a desvanecer, incontáveis ciclistas percorrem as estradas de terra batida que conduzem aos templos. Atrapalha-os o pó levantado pelos autocarros turísticos, pelos táxis e pela frota de carroças que circulam nas redondezas.

Ao chegarmos à base do pagode, damos com um exército de vendedores de recordações a acossar os estrangeiros armado de recordações e do mais genuíno charme birmanês.

Sem Rumo pela Planície dos Pagodes e Templos de Bagan

O sol cai sobre o horizonte. Os terraços mais elevados do templo ficam à pinha, preenchidos por dezenas de monges budistas e por uma multidão internacional que, a esforço, se coordena na partilha do monumento.

terracos, sagrados, visitantes, crentes, planicie, Bagan, Myanmar

Visitantes de Bagan admiram a planície repleta de templos de Bagan, de cima de um deles.

A iminência do ocaso, aumenta a urgência de subir a escadaria íngreme, de encontrar um espaço e apreciar a paisagem surreal. Coloca as compras em segundo plano até porque, no dia seguinte, os mesmos vendedores e produtos surgirão neste e noutros templos, tão disponíveis como sempre.

Do topo, as cores da planície de Bagan somem-se no crepúsculo e numa névoa difusa formado pela mescla da condensação tardia e do fumo libertado por fogueiras longínquas.

A visão revela-se quase extraterrestre. Em redor, para todas as direcções, centenas e centenas de templos vermelho-tijolo com pontas aguçadas, projectam-se do solo.

planicie sagrada, templos, santuarios, planicie, Bagan, Myanmar

Planície de Bagan repleta de templos e pagodes erguidos por crentes budistas ao longo dos séculos.

Geram uma atmosfera solene que cada uma das almas sobre os terraços e escadarias de Shwesandaw sorve no mais profundo espanto.

A Incompatibilidade de Bagan com os Preceitos da UNESCO

Até há algum tempo, esta reacção contrastava com a de qualquer interessado em história e arquitectura quando apurava que Bagan e esta sua esplendorosa herança não estavam sequer classificados pela UNESCO.

Tal como aconteceu em relação a tantos outros aspectos, o governo dictatorial do Myanmar isolou-se também quanto à recuperação do seu património. Em pouco tempo de sistemático desrespeito pelas regras vigentes no resto do Mundo, inviabilizou-a.

Em 1996, o governo do Myanmar chegou a apresentar uma candidatura de Bagan à UNESCO mas diversos danos já infligidos e a recusa em pactuar com as indicações dadas pela organização inviabilizaram o esforço.

Por essa altura, a junta militar tinha já restaurado o património de Bagan – stupas, pagodes, templos e outros edifícios seculares – sem qualquer critério e causando a profanação do estilo base dos monumentos com materiais modernos que destoavam dos originais.

sem calcado, proibido, planicie, Bagan, Myanmar

Sinal bilingue à porta de um templo pede a remoção do calçado dos fiéis.

Como se não bastasse, os governantes de Naypyidaw ergueram ainda na planície de Bagan um campo de golfe, uma via asfaltada e uma torre de vigia com 61 metros.

Malgrado este paradigma de sacrilégio, Bagan foi finalmente inscrita pela UNESCO como Património Mundial, em Julho de 2019. Vinte e quatro anos após a Junta Militar ter pedido a sua nominação.

E, no entanto, estas e outras atrocidades são insignificantes se comparadas com os crimes económicos e sociais cometidos para permitir a construção da nova capital do Myanmar, Naypyidaw.

Desde cedo, os birmaneses foram instruídos a confiar o seu destino a reis e divindades que reverenciavam com fervor. Algumas dessas personagens terrenas e celestiais destacaram das demais e fizeram história.

budas, nichos, templo mahabohdi, planicie, Bagan, Myanmar

Pequenos budas dourados do templo de Mahabohdi.

As Fundações Históricas da Planície dos Pagodes de Bagan

Em 1047, Anawratha, um rei precursor da nação birmanesa anexou Thaton, um domínio que lhe fazia sombra. A narrativa desta conquista explica, em parte, a espiritualidade e grandiosidade de Bagan.

Manuha, o todo-poderoso rei do povo rival de Mon tinha-lhe enviado um monge para o formar religiosamente. A determinada altura, Anawratha exigiu-lhe uma série de textos sagrados e de relíquias importantes, negadas por Manuha, que duvidava da seriedade da sua crença.

Anawratha enfureceu-se. Apoderou-se de Thaton e levou para Bagan tudo o que valia a pena pilhar, incluindo 32 exemplares das escrituras clássicas budistas, os monges e escolásticos de Thaton que as guardavam e estudavam e o próprio líder derrotado, Manuha.

Anawratha adoptou ainda o Budismo como religião única do reino.

monges, pagoda, planicie, Bagan, Myanmar

Pequenos monges acabam de atravessar uma pequena pagoda de Bagan.

Nos 230 anos seguintes, Anawratha e os reis bagari provaram-se devotos à religião que se havia alastrado ao Sudoeste Asiático a partir do território actual do Bangladesh.

Em nome daquela forma híbrida de Budismo Theravada – em parte Tântrica, em parte Mayahana – construíram uma média de 20 templos por ano, disseminados por uma área com 40 km².

A vitória militar estrondosa que lhes deu origem surpreendeu e inspirou a vida dos súbditos que se habituaram a mencionar Bagan como Arimaddanapura, A Cidade do Rei que Esmagou o Inimigo.

Anawratha, em particular, ergueu alguns dos mais grandiosos edifícios da planície, ainda hoje, destacados entre os milhares que sobreviveram às invasões tártaras de Kublai Khan – a quem os birmaneses recusaram pagar tributo – e ao longo abandono que se seguiu.

escritura, birmanesa, planicie, Bagan, Myanmar

Escritura em birmanês na base de um templo.

São os casos do Shwezigon, do Pitaka Taik (a biblioteca das escrituras) e da elegante Shwesandaw paya, construída após a conquista de Thaton.

Quase um milénio depois, a religiosidade dos birmaneses equipara-se a do resto do Mundo:  vai da mais pura fé à crendice superficial e interesseira.

Planície dos Templos. A Procura de Redenção dos Birmaneses

Um bom exemplo da última das modalidades foi narrado por George Orwell em “Dias na Birmânia”.

Surge na personagem de U Po Kyin, um magistrado nativo corrupto e ambicioso que conjura todas as intrigas possíveis para desgraçar a vida do Dr. Veraswami, este, um médico indiano que U Po Kyin abomina e a quem quer conquistar a única vaga não “british” no European Club de Kyauktada, o districto fictício da Birmânia Imperial em que a acção se desenrola.

Como descreveu Orwell, a determinada altura, “U Po Kin tinha feito tudo o que um homem mortal podia fazer. Era tempo de se preparar para o próximo mundo – em resumo, de começar a construir pagodas…”.

No seu caso particular, esse provou-se dos poucos planos que lhe correram mal. U Po Kyin sofreu um ataque cardíaco e morreu antes que mandasse assentar o primeiro tijolo.

palmeiras de leque, nuvens, pagoda, planicie, Bagan, Myanmar

Velhas pagodas partilham a planície com palmeiras-de-leque.

Não terá sido caso único mas, ao longo da história, milhares de birmaneses precaveram-se a tempo. As suas obras foram erguidas para a eternidade um pouco por toda a nação. Bagan – mais ou menos a meio do território actual do Myanmar, nas margens do grande rio Irrawaddy a norte das de Amarapura e da famosa ponte u-Bein – acolhe uma concentração única.

Verdade seja dita que ninguém sabe ao certo quantos edifícios religiosos abriga Bagan.

No final do século XIII, a contagem oficial indicava 4446. Por volta de 1901, estudos britânicos contabilizaram 2157 monumentos ainda de pé e identificáveis.

Mas, em 1978, apenas alguns anos depois do forte tremor de terra que abalou a região, um novo cálculo estimou que existiam mais que na contagem anterior: 2230.

A conclusão a que se chegou só espantou quem não conhecia o modo de vida birmanês: os templos de Bagan simplesmente não paravam de aumentar.

templo ananda, estatua, Buda, planicie, Bagan, Myanmar

Detalhe de uma estátua de Buda no interior do templo de Ananda.

Com tantos budistas ávidos por salvaguardar a sua próxima vida, os residentes mais ricos de Yangon, entre outros, (incluindo muitos oficiais do governo militar) continuam a acreditar que obra feita em Bagan, lhes garantirá a redenção.

Reconstroem e erguem novos pagodes ao seu critério e a um ritmo inesperado (cerca de trezentos só no princípio do século XX) demasiadas vezes indiferentes à arquitectura do património original.

Mesmo se indigna os técnicos da UNESCO, esta dinâmica faz parte da forma de vida birmanesa.

É vista, no país, como natural.

A Azáfama Também Espiritual de Nyang U, a Porta de Entrada em Bagan

Alvorada atrás de alvorada, novos dias abafados despertam em Nyang U.

O mercado da povoação entra em frenesim. Mulheres de rostos pintados de thanaka dourado – uma protecção natural contra o sol – gerem as suas bancas de fruta e vegetais coloridos.

crentes, budistas, planicie, Bagan, Myanmar

Crentes budistas chegam às imediações de um templo de Bagan.

Vendedores de bilhetes de autocarro, gritam os seus destinos entre a multidão e redobram esforços para completar lotações sem fim.

Quando menos se espera, autocarros bem mais modernos estacionam nas imediações e despejam hordas de turistas curiosos, quase todos de máquinas fotográficas em punho e carteiras recheadas de kyats voláteis.

Em absoluto contraste, na rua em frente, freiras budistas passam em fila pelas portas de domicílios e pequenos negócios.

Portam recipientes que os crentes lhes enchem de arroz e um ou outro complemento mais rico, alimentos que aliviam a sua árdua privação monástica.

monge budista, oracao, planicie, Bagan, Myanmar

Monge budista ora num templo de Bagan.

Para diante, o mercado transforma-se numa feira ainda mais barulhenta e poeirenta, animado por passatempos e jogos básicos promovidos com a ajuda de altifalantes.

Transaccionam-se vacas e cabras e muita malagueta que os potenciais compradores apanham à mão cheia e deixam cair como que para comprovar o potencial explosivo.

Logo ao lado, a azáfama é espiritual. Uma alameda coberta, ocupada por vendedores de artigos religiosos, conduz à entrada da Shwezigon paya, um dos templos budistas mais antigos e mais frequentados de Bagan, considerado o protótipo das milhares de estupas disseminadas pelo Myanmar.

Erguido até 1102, Shwezigon paya foi uma das primeiras obras do rei Anawaratha.

A importância que encerra vai muito para lá da antiguidade.

Os fiéis crêem que um dos seus túmulos conserva um osso e um dente do Buda Gautama e que um dos seus pilares de pedra contém inscrições ditadas em dialecto Mon pelo rei Kyazinttha, que se encarregou de acabar a obra, após a morte de Anawaratha.

Estamos num suposto “Inverno” do sudoeste asiático. Ainda assim, mal o Sol sobe no horizonte, brilha inclemente e incide nos crentes que circulam em redor do núcleo dourado do templo.

templos, pagodas, por do sol, planicie, Bagan, Myanmar

Silhuetas de templos e pagodas salpicam a planície de Bagan, ao pôr-do-sol.

Os fiéis rezam compenetrados, indiferentes ao burburinho gerado pelas primeiras excursões estrangeiras do dia.

Bingling Si, China

O Desfiladeiro dos Mil Budas

Durante mais de um milénio e, pelo menos sete dinastias, devotos chineses exaltaram a sua crença religiosa com o legado de esculturas num estreito remoto do rio Amarelo. Quem desembarca no Desfiladeiro dos Mil Budas, pode não achar todas as esculturas mas encontra um santuário budista deslumbrante.
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Yangon, Myanmar

A Grande Capital da Birmânia (Delírios da Junta Militar à Parte)

Em 2005, o governo ditatorial do Myanmar inaugurou uma nova capital bizarra e quase deserta. A vida exótica e cosmopolita mantém-se intacta, em Yangon, a maior e mais fascinante cidade birmanesa.
Lago Inlé, Myanmar

Uma Agradável Paragem Forçada

No segundo dos furos que temos durante um passeio em redor do lago Inlé, esperamos que nos tragam a bicicleta com o pneu remendado. Na loja de estrada que nos acolhe e ajuda, o dia-a-dia não pára.
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Lhasa, Tibete

Sera, o Mosteiro do Sagrado Debate

Em poucos lugares do mundo se usa um dialecto com tanta veemência como no mosteiro de Sera. Ali, centenas de monges travam, em tibetano, debates intensos e estridentes sobre os ensinamentos de Buda.
Ponte u-BeinMyanmar

O Crepúsculo da Ponte da Vida

Com 1.2 km, a ponte de madeira mais antiga e mais longa do mundo permite aos birmaneses de Amarapura viver o lago Taungthaman. Mas 160 anos após a sua construção, U Bein está no seu crepúsculo.
Monte Koya, Japão

A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
Monte Kyaiktiyo, Myanmar

A Rocha Dourada e em Equilíbrio de Buda

Andamos à descoberta de Rangum quando nos inteiramos do fenómeno da Rocha Dourada. Deslumbrados pelo seu equilíbrio dourado e sagrado, juntamo-nos à peregrinação já secular dos birmaneses ao Monte Kyaiktyo.
Bago, Myanmar

Viagem a Bago. E ao Reino Português de Pegu

Determinados e oportunistas, dois aventureiros portugueses tornaram-se reis do reino de Pegu. A sua dinastia só durou de 1600 a 1613. Ficou para a história.
Lago Inle, Myanmar

A Deslumbrante Birmânia Lacustre

Com uma área de 116km2, o Lago Inle é o segundo maior lago do Myanmar. É muito mais que isso. A diversidade étnica da sua população, a profusão de templos budistas e o exotismo da vida local, tornam-no um reduto incontornável do Sudeste Asiático.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Arquitectura & Design
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Corrida de camelos, Festival do Deserto, Sam Sam Dunes, Rajastão, Índia
Cerimónias e Festividades
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Colonia del Sacramento, Uruguai
Cidades
Colónia do Sacramento, Uruguai

Colónia do Sacramento: o Legado Uruguaio de um Vaivém Histórico

A fundação de Colónia do Sacramento pelos portugueses gerou conflitos recorrentes com os rivais hispânicos. Até 1828, esta praça fortificada, hoje sedativa, mudou de lado vezes sem conta.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Cultura
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Gyantse, templo Kumbum
Em Viagem
Lhasa a Gyantse, Tibete

Gyantse, pelas Alturas do Tibete

O objectivo final é o Everest Base Camp tibetano. Neste primeiro trajecto, a partir de Lhasa, passamos pelo lago sagrado de Yamdrok (4.441m) e pelo glaciar do desfiladeiro de Karo (5.020 m). Em Gyantse, rendemo-nos ao esplendor budista-tibetano da velha cidadela.
Cenário marciano do Deserto Branco, Egipto
Étnico
Deserto Branco, Egipto

O Atalho Egípcio para Marte

Numa altura em que a conquista do vizinho do sistema solar se tornou uma obsessão, uma secção do leste do Deserto do Sahara abriga um vasto cenário afim. Em vez dos 150 a 300 dias que se calculam necessários para atingir Marte, descolamos do Cairo e, em pouco mais de três horas, damos os primeiros passos no Oásis de Bahariya. Em redor, quase tudo nos faz sentir sobre o ansiado Planeta Vermelho.
luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Porvoo, Finlândia, armazéns
História
Porvoo, Finlândia

Uma Finlândia Medieval e Invernal

Uma das povoações anciãs da nação suómi, no início do século XIV, Porvoo era um entreposto ribeirinho atarefado e a sua terceira cidade. Com o tempo, Porvoo perdeu a importância comercial. Em troca, tornou-se um dos redutos históricos venerados da Finlândia.  
ilha de Alcatraz, Califórnia, Estados Unidos
Ilhas
Alcatraz, São Francisco, E.U.A.

De Volta ao Rochedo

Quarenta anos passados sobre o fim da sua pena, a ex-prisão de Alcatraz recebe mais visitas que nunca. Alguns minutos da sua reclusão explicam porque o imaginário do The Rock arrepiava os piores criminosos.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Las Cuevas, Mendoza, de um lado ao outro dos andes, argentina
Natureza
Mendoza, Argentina

De Um Lado ao Outro dos Andes

Saída da Mendoza cidade, a ruta N7 perde-se em vinhedos, eleva-se ao sopé do Monte Aconcágua e cruza os Andes até ao Chile. Poucos trechos transfronteiriços revelam a imponência desta ascensão forçada
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Vai-e-vem fluvial
Parques Naturais
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Kiomizudera, Quioto, um Japão Milenar quase perdido
Património Mundial UNESCO
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Cargueiro Cabo Santa Maria, Ilha da Boa Vista, Cabo Verde, Sal, a Evocar o Sara
Praias
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Creel, Chihuahua, Carlos Venzor, coleccionador, museu
Sociedade
Chihuahua a Creel, Chihuahua, México

A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
Vida Selvagem
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.