Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim


Pedra vs Planta
Colónia de aloés excelsa altivos na encosta do Grande Cercado.
Aperto histórico
Anfitrião Philip sobe para o cimo do Complexo da Colina, a mais antiga das secções de Grande Zimbabwe.
No sopé da fortaleza
Muro de pedra do Grande Cercado, com a copa de árvores Mimusops zeyheri ancestrais acima dos onze metros da estrutura.
Coração Zimbabweano
O grande cercado do Grande Zimbawe, um das estruturas que compõem as maiores de uma cidade medieval da África sub-sahariana.
ff4b109a-a79f-4b70-9268-87d8901e0a31
Colónia de aloés excelsa altivos na encosta do Grande Cercado.
85794f60-e694-4bc3-910e-592109986546
Colónia de aloés e das suas rivais eufórbias (muhondes, em dialecto xona), precede o Grande Cercado.
Abrigo
Dani contempla o Grande Cercado da entrada de uma pequena gruta abaixo do Complexo da Colina.
Deco-Dzimbabwe
Pormenor arquitectónico do Grande Cercado.
Descanso providencial
Após a exibição de dança com que prendam os visitantes de Grande Zimbabwe.
As Pedras do Zimbabwe
Identificação do Complexo da Colina do em Dzimbabwe.
Traços Xona
Morador e músico da aldeia xona réplica instalada abaixo do Grande Cercado.
Danças Xona
Grupo de dança dos moradores da aldeia xona réplica instalada abaixo do Grande Cercado.
Na expectativa
Mulheres xona da aldeia xona réplica do Grande Cercado, após a exibição de dança com que prendam os visitantes de Grande Zimbabwe.
Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  

Cada civilização dá no que dá. Há muito que a do Zimbabué já teve melhores dias.

Despertamos em Masvingo entusiasmados por cumprirmos um sonho de há vários anos. O motorista do Stalion Hotel diz-nos que é suposto irmos buscar uma guia da ZTA, a autoridade de turismo nacional. À hora a que saímos, não havia pequeno-almoço no hotel.

As Atribulações Civilizacionais do Zimbabué

Aproveitamos o facto de os escritórios locais da ZTA serem ao lado de um supermercado para superarmos o caos absoluto em que a economia do país andava, fazermos umas compras e quebrarmos o jejum. Chegamos à caixa. Uma vez mais, não nos aceitam as notas de dólares americanos com que queremos pagar.

São anteriores a 2009 e há uma epidemia desse numerário falsificado. As notas mais antigas são as mais copiadas.

Pagamos com euros e recebemos parte do troco em dólares, outra parte em bonds, uma artimanha financeira com que o governo de Harare procurava conter a inflação cada vez mais atroz. Tão complicadas se revelaram as compras que, quando saímos para o parque de estacionamento, já o motorista e Dani nos esperavam há dez minutos.

Apresentamo-nos à jovem anfitriã, instalamo-nos no banco de trás. Seguimos, na galhofa, para sul, na direcção do lago Mutirikwi e do Great Zimbabué National Monument, um dos monumentos mais considerados no Zimbabué.

O lugar mágico e enigmático inspirador do nome da nação independente, há demasiado tempo problemática, que emergiu após a sangrenta Bush War, a guerra civil que, de 1964 a 1979, opôs dois movimentos de libertação (mais tarde também eles rivais) ao governo branco opressor da Rodésia.

Regresso ao Zimbabué Grandioso de outros tempos

Desviamos da estrada principal para uma viela cercada de árvores bem mais amplas e verdejantes que a vegetação da savana de encosta em redor. Dani, conduz-nos ao edifício de acolhimento. Lá nos espera Philip o jovem guia residente do complexo. Philip e Dani já se conheciam havia algum tempo.

À boa maneira da etnia xona e do sul de África em geral, Philip inaugura de imediato uma intensa sessão de piropo e galanteio a Dani que só terminaria com o fim da visita.

Passagem apertada em Great Zimbabwe, Zimbabwe

Anfitrião Philip sobe para o cimo do Complexo da Colina, a mais antiga das secções de Grande Zimbabwe.

O anfitrião lidera o caminho. Conduz-nos por um trilho íngreme que, por vezes enfiado entre enormes rochedos granitícos polidos, conduzia ao cimo do complexo da colina, um dos conjuntos arquitectónicos do monumento. Pouco habituada a caminhadas, Nadia arfa e reclama da aspereza do percurso. Quando é altura de subirmos ao topo vertiginoso da fortaleza, teima em ficar à espera na sua base.

Não tardamos a perceber que a vista privilegiada compensava todo e qualquer esforço da ascensão, não tarda, tornada escalada.

Abaixo, espraiava-se o sulco mais profundo de um vale. Para diante, uma encosta verdejante salpicada por grandes calhaus. No sopé já algo inclinado dessa encosta, destacava-se o fulcro de uma velha fortaleza arredondada, cercada por vestígios do que terão sido muros exteriores, em tempos mais elevados, agora adornados por acácias e por uma colónia de aloés excelsa altivos.

Ruínas de Great Zimbabwe, Zimbabwe

O grande cercado do Grande Zimbawe, um das estruturas que compõem as maiores de uma cidade medieval da África sub-sahariana

Estruturas Misteriosas e Excepcionais

Philip transmite-nos algumas das inúmeras explicações históricas de que carecíamos. Quando detecta a primeira das nossas sucessivas pausas para fotografia, intercala o seu discurso com novos cortejos a Dani que permanecia no sopé dos grandes rochedos que tínhamos conquistado, a dar ao dedo no seu smartphone.

Como o nome indicava, o Grande Zimbabué era o maior de vários zimbabués (complexos de ruínas) disseminados por aquela imensidão do planalto sul-africano.

Não só era o maior como continua a ser considerado a maior das cidades medievais de toda a África sub-saariana, com muralhas que chegavam aos 11 metros de altura, com 250 de extensão, compostas apenas por pedras trabalhadas e empilhadas, sem qualquer argamassa.

Pedras das ruínas de Great Zimbabwe

Identificação do Complexo da Colina do em Dzimbabwe.

Apesar da sua impressionante dimensão e do óbvio poder e influência da civilização que a construiu, a sua origem e autoria permanece objecto de acesa polémica.

O facto de o povo que a ergueu não usar comunicação escrita fez com que nunca tenham sido encontrados testemunhos ou registos gráficos.

Aqueles que existem, datam de a partir do século XV, como os deixados pelos exploradores portugueses que começaram a aventurar-se àquelas partes, oriundos da vizinha colónia lusa de Moçambique.

O Centro de uma Prolífica Fonte de Ouro

Crê-se que Grande Zimbabué foi erguido ao longo dos anos entre os séculos XI e XV pelos ascendentes Gokomere (bantus) da civilização xona (Zimbabwe: dzimba = casas e mabwe = pedras é, aliás, um termo xona), a etnia predominante na actual nação zimbabueana.

A determinada altura, a cidade ocupou uma área em redor de 80 hectares. Assumiu uma dimensão e importância de tal forma impressionantes que, durante a Idade Média, se tornou notória em África, em redor do Mar Vermelho – de onde chegavam mercadores árabes – e, mais, também entre os exploradores europeus.

Escavações arqueológicas lá revelaram ouro e moedas de Kilwa, um sultanato nas imediações de Zanzibar. Também contas e porcelanas da China.

A explicação mais propagada para a emergência de Grande Zimbabué centra-se na abundância de ouro e marfim na região, que terá justificado o engrandecimento do reino detentor daquelas paragens, a construção de um trono-fortaleza à altura da realeza e da protecção dos filões que a enriqueciam.

No seu zénite, habitaram-na quase 20.000 habitantes, os mais humildes alojados em palhotas cónicas com telhados de colmo. Depois de um bom tempo a vasculharmos os pormenores da acrópole do complexo da colina, o mais antigo, regressamos à sua base.

Grande Cercado, o âmago do “baixo” Grande Zimbabué

Logo, tomamos o trilho que conduzia ao complexo do vale que tínhamos apreciado à distância e, na sequência, ao elíptico Grande Cercado.

Aproximamo-nos da colónia de aloés e das suas rivais eufórbias (muhondes, em dialecto xona), ambas disseminadas numa área de muralhas preambulares arredondadas mas desgastadas pelo tempo e que agora mais parecem canteiros.

Aloés excelsa junto ao muro do Grande Cercado, Great Zimbabwe

Colónia de aloés excelsa altivos na encosta do Grande Cercado.

Alguns metros acima, deslumbramo-nos com a imponência sobranceira da grande muralha. As copas de algumas Mimusops zeyheri ancestrais parecem espreitar-nos do cimo da cerca de pedra que, em parte, foi tingida de amarelado por uma floresta densa de líquenes oportunistas. Philip aproxima-se de um muro externo quase raro.

A sua humana pequenez ajuda-nos a valorizar a herança civilizacional que tínhamos a fortuna de apreciar. Não tardamos a passar para o interior.

O Grande Cercado terá sido erguido durante o século XIV em blocos de granito. Protegia uma série de alojamentos familiares de famílias mais próximas da realeza. As suas cabanas eram feitas de tijolos de areia granítica e argila.

Muro do Grande Cercado, Great Zimbabwe, Zimbabwe

Muro de pedra do Grande Cercado, com a copa de árvores Mimusops zeyheri ancestrais acima dos onze metros da estrutura.

Partilhavam uma área comunal e uma ligação para uma passagem exígua que conduzia a uma torre cónica de dez metros encostada à muralha, ainda hoje à sombra das enormes árvores que ali despontam.

Não se sabe ao certo, qual terá sido a sua função. As duas teorias mais populares são bastante discrepantes. Uma defende ter sido um reservatório de grãos. A outra, um símbolo fálico.

Nos tempos de glória da povoação, os restantes súbditos residiam no vale contíguo. Criavam gado, cultivavam cereais e tubérculos. Levavam a cabo o comércio do ouro com mercadores que chegavam sobretudo do litoral do oceano Índico.

Philip comunica-nos que, foram achadas em áreas próximas oito esculturas em pedra-sabão, assentes em colunas, que retratavam figuras que combinavam aves com feições humanas – lábios em vez de bicos e pés com cinco dedos. Seriam símbolos de poder real.

De acordo, após a independência de Abril de 1980, foram adoptadas como símbolo da nova nação zimbabueana.

Pormenor arquitectónico de Great Zimbabwé

Pormenor arquitectónico do Grande Cercado.

Do Zénite ao Abandono Testemunhado pelos Exploradores Portugueses

Mas, tal como emergiu, o Grande Zimbabué desvaneceu-se. No início do século XVI, os exploradores portugueses começaram a aventurar-se para o interior de Moçambique em busca de riquezas. As narrativas de abundância de ouro levaram-nos às paragens da velha cidade.

Em 1506, Diogo de Alcáçova chegou a descrever o lugar numa carta que enviou ao rei Dom Manuel como integrante de um tal reino de Ucalanga.

Em 1531, Vicente Pegado, capitão da guarnição de Sofala, já descreveu o lugar já como um legado ao tempo. Crê-se que, por volta de 1450, Grande Zimbabué estaria já abandonada. A falta de registos escritos do antecedentes do povo xona, faz com que não se saiba, com certeza, a razão.

Contam-se, entre as explicações mais fidedignas, o facto de o ouro das minas se ter esgotado e levado a um declínio acentuado na relevância do lugar em que, em simultâneo, a abundante população se terá visto também em sérias dificuldades para obter alimento na região em redor, cada vez mais deflorestada.

Sabe-se que quando a situação se tornou realmente grave, um emissário, Nyatsimba Mutota, foi enviado ao norte em busca de fontes de sal que preservasse a carne. O abandono urgente de Grande Zimbabué, terá favorecido Khami, um estado rival e concorrente, hoje ruínas do género de Grande Zimbabué ainda que sem a sua magnificência.

Mais tarde, o historiador português João de Barros, referiu-se a um tal de império Mutapa que sucedeu ao de Zimbabué, com capital num lugar distinto em que não existiam as pedras que viabilizaram a construção de Grande Zimbabué.

Gruta com vista para o Grande Cercado de Great Zimbabwe

Dani contempla o Grande Cercado da entrada de uma pequena gruta abaixo do Complexo da Colina.

Explicações que não Mitigam o Enigma

Como sempre acontece nestes casos, quantos mais cientistas, estudiosos e saqueadores de tesouros chegam, mais teorias e certezas vêm ao de cima. Em 1871, Karl Mauch, um explorador e cartógrafo alemão viu pela primeira vez as ruínas.

Não esperou muito para as associar ao Rei Salomão e à Rainha de Sabá, como haviam já feito outros estudiosos como o escritor português João dos Santos. Essa interpretação disseminou-se entre a comunidade branca de colonos em África. Inaugurou uma série de outras.

Patrocinado por Cecil Rhodes, o determinado e egocêntrico mentor da Rodésia, J. Theodore Bent passou uma temporada nas ruínas, após o que publicou  “The Ruined Cities of Mashonaland”.

Nesta sua obra, defendia que a cidade fora erguida ou pelos Fenícios ou pelos Árabes. Instigou o preconceito do governo (e da população) racista e pró-apartheid rodesiana de que nunca poderiam ter sido construídas por povos negros.

Moradoras da aldeia xona de Great Zimbabwe

Mulheres xona da aldeia xona réplica do Grande Cercado, após a exibição de dança com que prendam os visitantes de Grande Zimbabwe.

As autoridades do Zimbabué sempre rejeitaram estas postulações – e outras similares – que procuraram retirar o crédito de tão marcante civilização aos seus antecessores. Como forma de animar o lugar e de ilustrar o passado xona, mantêm uma réplica de aldeia xona que encontramos a pouca distância a norte do Grande Cercado.

Os seus habitantes mostram-nos o prolífico artesanato da comunidade. E exibem-nos danças tradicionais com o empenho possível, tendo em conta que o fazem de sol a sol, sempre que novos forasteiros por ali passam.

Assistimos ao espectáculo com o interesse que nos mereciam nem que fosse pela sua provável descendência dos autores do Grande Zimbabué.

Dança xona, Great Zimbabwe

Grupo de dança dos moradores da aldeia xona réplica instalada abaixo do Grande Cercado

Em seguida, despedimo-nos de Philip. Deixamo-lo entregue à rotina de aguardar por visitantes a quem oferecer os seus serviços. E, às ruínas, às muitas incertezas da história zimbabueana por esclarecer.

Mais informação sobre Grande Zimbabué na página correspondente da UNESCO.

Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Lijiang, China

Uma Cidade Cinzenta mas Pouco

Visto ao longe, o seu casario vasto é lúgubre mas as calçadas e canais seculares de Lijiang revelam-se mais folclóricos que nunca. Em tempos, esta cidade resplandeceu como a capital grandiosa do povo Naxi. Hoje, tomam-na de assalto enchentes de visitantes chineses que disputam o quase parque temático em que se tornou.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Grande ZimbabuéZimbabué

Grande Zimbabwe, Pequena Dança Bira

Nativos de etnia Karanga da aldeia KwaNemamwa exibem as danças tradicionais Bira aos visitantes privilegiados das ruínas do Grande Zimbabwe. o lugar mais emblemático do Zimbabwe, aquele que, decretada a independência da Rodésia colonial, inspirou o nome da nova e problemática nação.  

Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Victoria Falls, Zimbabwe

O Presente Trovejante de Livingstone

O explorador procurava uma rota para o Índico quando nativos o conduziram a um salto do rio Zambeze. As cataratas que encontrou eram tão majestosas que decidiu baptizá-las em honra da sua rainha
San Ignácio Mini, Argentina

As Missões Jesuíticas Impossíveis de San Ignácio Mini

No séc. XVIII, os jesuítas expandiam um domínio religioso no coração da América do Sul em que convertiam os indígenas guarani em missões jesuíticas. Mas as Coroas Ibéricas arruinaram a utopia tropical da Companhia de Jesus.
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Safari
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Arquitectura & Design
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
cowboys oceania, Rodeo, El Caballo, Perth, Australia
Cerimónias e Festividades
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Cidades
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Cabine lotada
Cultura
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
viagem austrália ocidental, Surfspotting
Em Viagem
Perth a Albany, Austrália

Pelos Confins do Faroeste Australiano

Poucos povos veneram a evasão como os aussies. Com o Verão meridional em pleno e o fim-de-semana à porta, os habitantes de Perth refugiam-se da rotina urbana no recanto sudoeste da nação. Pela nossa parte, sem compromissos, exploramos a infindável Austrália Ocidental até ao seu limite sul.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Étnico
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
História
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Gran Canária, ilha, Canárias, Espanha, La Tejeda
Ilhas
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Parque Nacional Cahuita, Costa Rica, Caribe, Punta Cahuita vista aérea
Natureza
Cahuita, Costa Rica

Uma Costa Rica de Rastas

Em viagem pela América Central, exploramos um litoral da Costa Rica tão afro quanto das Caraíbas. Em Cahuita, a Pura Vida inspira-se numa fé excêntrica em Jah e numa devoção alucinante pela cannabis.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
ilha de Alcatraz, Califórnia, Estados Unidos
Parques Naturais
Alcatraz, São Francisco, E.U.A.

De Volta ao Rochedo

Quarenta anos passados sobre o fim da sua pena, a ex-prisão de Alcatraz recebe mais visitas que nunca. Alguns minutos da sua reclusão explicam porque o imaginário do The Rock arrepiava os piores criminosos.
Castelo de Shuri em Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão
Património Mundial UNESCO
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Tambores e tatoos
Praias
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Buda Vairocana, templo Todai ji, Nara, Japão
Religião
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Sociedade
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Vida Selvagem
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.