Ilhéu das Rolas, São Tomé e Príncipe

Ilhéu das Rolas: São Tomé e Principe a Latitude Zero


Ponta da Baleia
Passageiros prestes a embarcarem no ancoradouro da Ponta da Baleia.
Canoas ex-troncos
Canoas artesanais a salvo das vagas junto ao ancoradouro da Ponta da Baleia.
Vista do Pico Cão Grande
Panorama do sul da ilha de São Tomé com o Pico Cão-Grande na distância.
A bordo da Balsa
Timoneiro e passageiros durante a viagem para o Ilhéu das Rolas.
Roça Porto Alegre
Palmeiras acima da roça de Porto Alegre, no sul da ilha de São Tomé.
Estranha navegação
Dois santomenses em barcos de diferentes "campeonatos".
Pelourinho II
Pelourinho em frente a principal fazenda colonial do Ilhéu das Rolas.
O Molhe
Barqueiro sobre o molhe do Ilhéu das Rolas.
capela de São Francisco de Xavier
Capela de São Francisco, um dos edifícios que os passageiros veem à chegada ao Ilhéu das Rolas.
O Barqueiro
Timoneiro da balsa que liga a Ponta da Baleia ao Ilhéu das Rolas.
O Trilho dos Coqueiros
Trilho do ilhéu das Rolas ladeado de grandes coqueiros.
Porcos porcos
Suínos deambulam na selva equatorial do Ilhéu das Rolas.
O Pelourinho
Pelourinho colonial português junto ao embarcadouro do Ilhéu das Rolas.
Duo à sombra
Casal passa sob uma árvore frondosa do Ilhéu das Rolas.
Coqueiro só
Palmeira acrobática numa enseada do Ilhéu das Rolas virada a leste.
Enseada Tropical
Enseada do sul do Ilhéu das Rolas abaixo de um floresta densa de coqueiros.
Pouso na Praia
Jovem moradora do Ilhéu das Rolas numa enseada rochosa.
Coqueiros Equilibristas
Coqueiros em equilíbrio a meio de uma vertente vulcânica.
A Ponta da Cabra
Coqueiros coroam a Ponta da Cabra, no sul do Ilhéu das Rolas.
Praia efémera
Litoral arenoso do sudeste do Ilhéu das Rolas.
Ponto mais austral de São Tomé e Príncipe, o Ilhéu das Rolas é luxuriante e vulcânico. A grande novidade e ponto de interesse desta extensão insular da segunda menor nação africana está na coincidência de a cruzar a Linha do Equador.

Um funcionário do Pestana Resort dá as boas-vindas aos passageiros.

Seguimos no seu encalço, por uma escadaria abaixo, debaixo de uma selva de encosta de que se destacavam um coqueiro já sem cocos, e uma vizinha palmeira, parecia-nos das que dão origem ao óleo de palma.

Rochedos escuros, de lava solidificada, serviam de base ao conjunto e de pouso a uma colónia prolífica de caranguejos demasiado curiosos para resistirem a espreitar.

 

Um mar tão verde como a vegetação afagava o magma. Subia e descia o cascalho que ali fazia de areal, até à popa de duas canoas tradicionais, cada qual escavada no seu próprio tronco.

No fundo da escadaria, subimos a bordo de um barco a remos desafogado e, com o céu a escurecer a olhos vistos, instantes depois, o anfitrião e barqueiro passa-nos para uma espécie de casca-de-noz metálica.

A balsa de destino destoava da embarcação em que pensávamos espairecer das duas horas que tínhamos passado no mini-bus, o tempo da viagem entre a capital São Tomé e a Ponta da Baleia.

Em vez, mal deixamos a baía profunda que também acolhe Vila Malanza e Porto Alegre, a balsa fica à mercê do Atlântico. Por umas meras centenas de metros, o do Norte.

A determinada altura, alinhados com Porto Alegre, vemos destacarem-se contra o céu carregado de gravana, as palmeiras excêntricas que delimitam a alameda de entrada na roça homónima.

Quase podíamos jurar que essas eram arecas-bambu, de tão peculiar é o seu tronco longo e fino, coroado por uma copa diminuta em jeito de espanador.

Vence-se o quarto de hora habitual da travessia. Continuam a agitar-nos as vagas vigorosas do Atlântico quase sul, algumas, de tal maneira atrevidas que se desfazem para dentro da embarcação.

Distanciamo-nos de São Tomé, entre golfinhos saltitantes, entretanto, no enfiamento do Cais Ilhéu das Rolas.

Da roça Porto Alegre, já só vemos a copa das palmeiras de areca e o cimo da velha mansão que lhe servia de sede logística e operacional.

Acima, insinuava-se a ponta aguçada do Pico Cão Grande (663m de altitude, 300m a partir do solo), o guardião de fonólito de Ôbo, a selva que reveste o sudoeste de São Tomé de mistério tropical.

Por fim, sobre as onze da manhã, desembarcamos para o domínio exógeno do resort Pestana Equador.

Os passos inaugurais no Ilhéu das Rolas confrontam-nos com a capela amarela e azul de São Francisco de Xavier, um templo impreterível, como tantas outras do arquipélago.

São Tomé e Príncipe foi colonizado, durante o século XVI sobretudo de cristãos-novos que a Inquisição expulsou de Portugal mas também de esclavagistas e dos escravos que asseguraram os cultivos pioneiros de cana-de-açúcar do arquipélago.

Com o tempo, o açúcar brasileiro, muito mais abundante e de melhor qualidade, tornou dispensável o de São Tomé.

Em simultâneo, à imagem da Cidade Velha da ilha de Santiago de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe tornou-se uma plataforma de fornecimento de escravos para o Brasil.

Todas as tardes, dezenas de descendentes dos trabalhadores forçados trazidos das costas de África.

Ou, mais tarde, migrados de Cabo Verde, disputam partidas animadas de futebol em frente ao templo, nas imediações do pelourinho da ilha e da mansão colonial restaurada que o tem num pequeno jardim.

Mesmo murado, o átrio arenoso da capela falha em suster algumas bolas mal direccionadas ou ricocheteadas. Recuperá-las vem com a recompensa de um mergulho no mar esmeralda abaixo.

Também nos prendamos com alguns. Não tão breves, ainda assim, apressados pela ânsia de desvendarmos a ilha real para lá do hotel.

Em tempos, o Ilhéu das Rolas acolheu mais de 600 santomenses, sustidos pela escola local, por uma série de pequenos negócios, por alguma terra arável e pela pesca fácil e garantida.

A partir de 2004, no entanto, o Pestana Equador ocupou o norte do ilhéu.

É verdade que empregou uma parte dos moradores.

Mas também será que procurou cada vez mais a exclusividade insular, através de desalojamentos compensados por indemnizações que a comunidade local classificou de parcas e mal-intencionadas.

Hoje, de quase 700 santomenses, resta um décimo dos que continuam a resistir às ofertas do Grupo Pestana, o maior investidor de São Tomé e Príncipe, gerador de para cima de 600 empregos em todo o país.

Verdade seja dita que, empregados do resort à parte, durante a caminhada de descoberta do Ilhéu das Rolas, não encontramos um único morador.

A ajudar à festa, conseguimos a proeza de ler mal o mapa.

Em busca de umas alegadas ruínas do velho forte, perdermo-nos por trilhos desusados, com a vegetação em redor da cratera do vulcão mais próxima densa e alta.

Desorientamo-nos, aliás, por tanto tempo, que nos convencemos de que o termo ilhéu estaria desadequado. Cruzamo-nos com uma vara de porcos, enlameados e assustados pela nossa aparição numa terra por norma, só sua.

Perdemo-nos ainda mais, até que decidimos ligar os dados do telefone e pagar um balúrdio em roaming, o preço de sabermos onde nos tínhamos metido e como dali sairíamos.

No regresso ao ponto de partida, damos connosco num outro trilho, litorâneo e fácil de seguir. Acompanhava os recortes da costa leste da ilha, quando nele entramos, entre o Miradouro do Amor e o sul rugoso, dramático, da Ponta Cabra.

Por ali, sucediam-se enseadas profundas com grandes falésias de lava solidificada em tons de negro e de ocre que faziam realçar o verde da floresta tropical.

Diferentes padrões e orientações, revelavam distintas camadas lávicas. Da terra e poeira acumulada entre algumas, despontavam coqueiros acrobáticos, libertos da competição acérrima que os congéneres viviam no cimo das falésias.

O Atlântico invade estas enseadas com uma fúria concentrada.

Investe com vagas de um branco-azulado que fazem rolar e troar grandes pedras de basalto polidas por uma fricção milenar. Indiferentes e atarefados, espécimes de rabos-de-palha-de-bico-laranja sobrevoavam a brusquidão dos elementos, em incansáveis idas-e-voltas de pesca e regresso aos ninhos.

O embalo das vagas fez desaparecer, quase por completo, os areais das prainhas Escada e Joana que, sob uma meteorologia mais favorável, resplandecem, como que encaixadas na selva, e são das mais pitorescas e sedutoras de São Tomé e Príncipe.

De acordo, inauguramos o regresso à ponta norte, com passagem pelo farol da ilha, erigido em 1929.

Sem sequer nisso pensarmos, já tínhamos cruzado a linha do Equador, uma vez para cima, outra, para baixo.

Nesta terceira passagem, vamos directos ao marco que o assinala, o monumento supremo do Ilhéu das Rolas, também conhecido como Centro do Mundo.

Na viragem para a segunda década do século XX, eram precárias as noções geográficas e topográficas do arquipélago.

Resumiam-se a medições com o objectivo de estabelecer os limites das roças que, em ilhas diminutas, a determinada altura, entravam em conflito.

Essas medições e levantamentos careciam de uma rede geodésica e do respectivo rigor.

Ora, por essa data, além de oficial da marinha, Carlos Viegas Gago Coutinho, era já um aviador, geógrafo cartógrafo e um piloto com todas as qualificações e mais alguma para levar a bom porto a recém-delineada missão geodésica de São Tomé, a concretizar entre 1915 e 1918.

Em 1916, Gago Coutinho desembarcou incumbido de realizar a triangulação geodésica de São Tomé, de maneira a viabilizar uma carta topográfica do arquipélago na escala 1/25.000.

As suas medições e estabelecimento de vinte e duas marcas principais e dezanove marcos secundários prolongaram-se por 1917 adentro.

Malgrado a existência de referências inconfundíveis que serviam de pontos dos vértices, casos do Charuto, o Cão Grande e do Cão Pequeno, entre outros, a nebulosidade quase residente que os envolvia obrigou Gago Coutinho e à sua equipa a acamparem nesses lugares por vários dias.

Onze, doze e até quinze, sempre embebidos em humidade, ou encharcados pelas chuvas frequentes, como aconteceu em redor do Pico Cantagalo (848m).

As contas decorrentes, essas, deram que fazer até 1919. Dois anos decorridos da sua chegada, Gago Coutinho forneceu a carta final e o Relatório da Missão Geodésica, tido como o primeiro trabalho de geodesia completo de uma das colónias portuguesas.

Dos vértices a que chegou, destacava-se o do Ilhéu das Rolas, medido a partir do Equador.

Com este vértice primordial, Gago Coutinho provou que a latitude zero atravessava o norte do Ilhéu das Rolas em vez de passar entre o ilhéu e São Tomé como, até então, se supunha.

Em 1936, foi erguido o monumento que celebra a passagem da Linha do Equador e o trabalho de Gago Coutinho, com uma esfera armilar branca assente num mapa-mundo gráfico e garrido, como, entretanto, o encontramos, envolto de coqueiros, de bananeiras, com vista para o Atlântico Norte e um vislumbre de São Tomé.

Bem admirado o monumento e o panorama, sentamo-nos na pequena bancada, a recuperarmos das horas de caminhada que levávamos nas pernas.

De novo compostos, fazemos as nossas fotos. Algumas já esperadas, com um pé em cada um dos hemisférios da Terra. Outras, segundo outros vértices fotográficos que nos vêm à cabeça.

Sobre a Latitude Zero e o Ilhéu das Rolas, todos os dias duram o mesmo. Aquele ia longo, com o ocaso e a hora de todas as picadas iminente.

Abreviámos o regresso ao refúgio do resort, já em terras do Hemisfério Norte.

São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Príncipe, São Tomé e Príncipe

Viagem ao Retiro Nobre da Ilha do Príncipe

A 150 km de solidão para norte da matriarca São Tomé, a ilha do Príncipe eleva-se do Atlântico profundo num cenário abrupto e vulcânico de montanha coberta de selva. Há muito encerrada na sua natureza tropical arrebatadora e num passado luso-colonial contido mas comovente, esta pequena ilha africana ainda abriga mais estórias para contar que visitantes para as escutar.
São Tomé, São Tomé & Príncipe

Viagem até onde São Tomé Aponta o Equador

Fazemo-nos à estrada que liga a capital homónima ao fundo afiado da ilha. Quando chegamos à Roça Porto Alegre, com o ilhéu das Rolas e o Equador pela frente, tínhamo-nos perdido vezes sem conta no dramatismo histórico e tropical de São Tomé.
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
São Tomé, São Tomé e Príncipe

Pelo Cocuruto Tropical de São Tomé

Com a capital homónima para trás, rumamos à descoberta da realidade da roça Agostinho Neto. Daí, tomamos a estrada marginal da ilha. Quando o asfalto se rende, por fim, à selva, São Tomé tinha-se confirmado no top das mais deslumbrantes ilhas africanas.
São Tomé (cidade), São Tomé e Príncipe

A Capital dos Trópicos Santomenses

Fundada pelos portugueses, em 1485, São Tomé prosperou séculos a fio, como a cidade porque passavam as mercadorias de entrada e de saída na ilha homónima. A independência do arquipélago confirmou-a a capital atarefada que calcorreamos, sempre a suar.
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Centro de São Tomé, São Tomé e Príncipe

De Roça em Roça, Rumo ao Coração Tropical de São Tomé

No caminho entre Trindade e Santa Clara confrontamo-nos com o passado colonial terrífico de Batepá. À passagem pelas roças Bombaim e Monte Café, a história da ilha parece ter-se diluído no tempo e na atmosfera clorofilina da selva santomense.
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe

A Certeza da Teoria da Relatividade

Em 1919, Arthur Eddington, um astrofísico britânico, escolheu a roça Sundy para comprovar a famosa teoria de Albert Einstein. Decorrido mais de um século, o norte da ilha do Príncipe que o acolheu continua entre os lugares mais deslumbrantes do Universo.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
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A Cidade Maltesa com Mais Malta

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Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
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Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Cerimónias e Festividades
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O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Canal de Lazer
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De Canal em Canal, numa Holanda Surreal

Liberal no que a drogas e sexo diz respeito, Amesterdão acolhe uma multidão de forasteiros. Entre canais, bicicletas, coffee shops e montras de bordéis, procuramos, em vão, pelo seu lado mais pacato.
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Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
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Em poucos lugares do mundo se usa um dialecto com tanta veemência como no mosteiro de Sera. Ali, centenas de monges travam, em tibetano, debates intensos e estridentes sobre os ensinamentos de Buda.
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A Cidade Malgaxe da Boa Educação

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Uma Lança Bóer na África do Sul

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Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
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As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.