Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso


Vista do cimo
Tamara Giorgadze fotografa o casario de Kazbegi e de Gergeti na garganta ampla de Dariali, de ambos os lados do rio Terek.
Amizade vencida
Dois homens apreciam a paisagem de uma das varandas do monumento de amizade entre a Geórgia e a Rússia, cada vez menos justificado pela História.
Uma Face de Kazbegi
Moradora de Kazbegi a apanhar ar.
Foto com névoa
Visitante fotografa a igreja do Monte Kazbegi.
Águas sombrias
As águas frias e escuras do reservatório Zhinvali.
kazbegi-georgia-caucaso
O casario de Kazbegi, abaixo do monte do Cáucaso com o mesmo nome.
Engarrafamento
Engarrafamento de camiões junto à fronteira com a Rússia.
Estrada Escorregadia
Carro sobre a estrada para Kazbegi, muito devagar devido ao gelo.
Caminho para o panorama
Visitantes detêm-se no cimo de uma colina a algumas centenas de metros da igreja de Santa Trindade para a admirarem contra as encostas nevadas acima de Kazbegi e Gergeti.
Santas alturas
A igreja Ortodoxa da Santa Trindade de Gergeti bem acima desta povoação e de Kazbegi mas muito abaixo do cume do monte Kazbegi.
O Mosteiro do Frio
A torre dos sinos da igreja de Santa Trindade, tão granítica e espartana quanto o edifício principal.
Cristianismo de granito
O edifício principal da Igreja de Santa Trindade lado a lado com a sua torre de sinos nas alturas enregeladas do Cáucaso.
O grande Cáucaso
Neve e névoa tornam difuso o cume do monte Kazbegi, o terceiro mais elevado da Geórgia e o sétimo da cordilheira do Cáucaso.
Uma fortaleza dourada
O castelo medieval de Ananuri, assento fortificado da dinastia Araqvi que dominou a região do século XIII ao XVIII.
Montes de Kazbegi
Panorama das encostas íngremes em redor do Monte Kazbegi.
No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.

É Domingo de manhã cedo. Tbilissi está deserta.

Viajamos nos bancos de trás de um Lada Niva que flui pelas suas avenidas largas, interrompido apenas por um ou dois semáforos inconvenientes. À frente, seguem Apo, ao volante, e Tamara Giorgadze, com quem falamos em castelhano.

Chegamos num ápice à entrada Mtskheta, uma das cidades mais antigas da Geórgia, situada na confluência de dois dos grandes rios da nação, o Mtkvari e o afluente Aragvi. Ignoramo-la por uns dias mais. Prosseguimos até às imediações do campo de refugiados Tserovani.

Foi neste campo que o governo de Tbilissi instalou os habitantes georgianos que abandonaram os seus lares na Ossétia do Sul quando se acendeu o conflito militar que opôs a Geórgia, nação natal de Josef Stalin e os separatistas ossetas eslavos, apoiados pela Rússia.

A E-60 corta a 90 graus para oeste.

Transforma-se numa auto-estrada sofisticada e cruza a maior parte do país até ao Mar Negro. Nós, trocamo-la pela bem mais antiga e verdejante E-117, conhecida como a Estrada Militar da Geórgia. Esta via avança contra o fluxo do rio Aragvi pela rota histórica de retorno de comerciantes e invasores oriundos do lado de lá do Cáucaso.

É de tal forma antiga que Strabo a mencionou na sua Geographica.

Progredimos para norte, em direcção às montanhas do Cáucaso e à Rússia.

Sucedem-se bancas e pequenos negócios de berma repletos de fruta outonal e outros víveres. Até que nos internamos num desfiladeiro que estreita o acesso à grande cordilheira que se diz separar a Europa da Ásia.

O cenário torna-se inóspito, ressequido pelo vento e pelo frio. Alguns quilómetros para diante, encharcam-no as águas frígidas do reservatório de Zhinvali, sobrevoadas por uma névoa que filtra a luz solar ansiosa por aquecer a terra e sublima a atmosfera.

Reservatório Zhinvali, Geórgia, Cáucaso

As águas frias e escuras do reservatório Zhinvali.

Uma descida íngreme conduz-nos ao lugar em que o Araqvi se ramifica e se entrega ao lago. Em simultâneo, desvenda um castelo que nos parece saído de um conto de encantar.

Tínhamos chegado a Ananuri. “A ideia era pararmos aqui no regresso.” adianta-se Tamara – ou Tamo, como preferia que a tratássemos – ao perceber a nossa inquietação.

E, rende-se, de imediato, quando a lembramos que só por milagre encontraríamos um ambiente tão mágico como aquele, isto, se ainda voltássemos de dia. Aproveitamos o acordo.

Exploramos e fotografamos o castelo, as margens do reservatório e a estranha ponte negra que se estendia de um lado ao outro de um braço de rio lamacento.

Castelo de Ananuri, Geórgia, Cáucaso

O castelo medieval de Ananuri, assento fortificado da dinastia Araqvi que dominou a região do século XIII ao XVIII.

Do século XIII ao XVIII, foi aquele o assento fortificado da dinastia feudal Araqvi de que o rio tomou nome. Nesse período, a fortaleza foi palco de inúmeras batalhas. Por fim, em 1739, os seus senhores foram massacrados por um clã rival. Apesar de incendiada, a fortaleza manteve-se de pé.

A UNESCO tarda em lhe atribuir o estatuto de Património Mundial, devido a alterações na estrutura causadas pela formação do reservatório. Assim como a conhecêramos, resistiria para sempre nas nossas mentes uma Ananuri resplandecente que suplantava o que alguma vez tínhamos esperado. Satisfeitos, retomámos a viagem.

A altitude aumentou e a neve não tardou a tomar conta da paisagem e da estrada. Fazia um frio de rachar. Uma temperatura semelhante à das relações entre a Geórgia e a Rússia após a guerra que travaram de 7 a 12 de Agosto de 2008 e que, nos dias que correm, continua a causar danos.

Apo ainda sente a comoção do conflito e faz questão de nos explicar: ”durante anos a fio, as autoridades russas baniram por completo a entrada de cidadãos e produtos georgianos, principalmente a nossa água mineral e o vinho”.

Até à guerra, exportávamos quase 80% para a Rússia.

Hoje, nunca sabemos o que vai ou não passar e os produtos que passam fluem para norte da fronteira a conta-gotas, de acordo com a predisposição dos guardas que se habituaram a lucrar com a aflição dos camionistas.”

O que admirávamos, incrédulos, era uma fila interminável de camiões, sobretudo arménios e russos estacionados na berma da estrada; os seus condutores entregues a conversas repetidas ou a tarefas que se esforçavam por diversificar.

Engarrafamento, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso

Engarrafamento de camiões junto à fronteira com a Rússia.

A sequência de TIRs era tão longa que desistimos de lhe tentar prever o fim. “Têm ideia de por quantos camiões passámos”, pergunta-nos Apo que, até então, conduzia em silêncio. “Eu sei quantos. Quando vou a Kazbegi gosto de os contar.

Estavam ali 184 camiões. Mas, até à Rússia, ainda vão aparecer muitos mais.”

Detemo-nos numa estação de serviço à entrada de Gudauri, a estância de neve por excelência da região. Tamo fala ao telemóvel por algum tempo. Transmite-nos complicações de última hora.

Nevara imenso na noite anterior. As autoridades cortaram, por estar gelada, a secção Gudauri-Gobi, uma das mais traiçoeiras da Estrada Militar da Geórgia, enfiada num grande vale em que, devido à sua configuração, grande parte do asfalto ficava à sombra.

Além deste vale, em particular, também um caminho às alturas de Deus e de Kazbegi teria ficado intransponível ou, pelo menos, para os pneus e condições oferecidas pelo Lada Niva em que seguíamos. Tamo conferencia com Apo e faz chamadas atrás de chamadas para Tbilissi e para Kazbegi.

Esperamos quase uma hora naquela estação de serviço. Pelo meio, tentamos obter boas novas de polícias e autoridades do parque que por lá paravam.

Meia-hora depois dessa hora, é Tamo quem as transmite, mais animada:” OK, parece que já estão a abrir a estrada. Isso era o mais importante. Vamos até Kazbegi, depois lá vemos o resto.”

Kazbegi, Geórgia, Cáucaso, caminho para o cimo

Carro sobre a estrada para Kazbegi, muito devagar devido ao gelo.

Retomamos a viagem. Não tarda, voltamos ter a visão surreal de novas filas de camiões, tão ou mais extensas que as anteriores, provavelmente atrasados em simultâneo pelos procedimentos da aduana russa de Zemo-Larsi e pelo congelamento da estrada.

Ao chegarmos a Kazbegi – ou a Stepantsminda como pretendem as autoridades georgianas que seja conhecida – Tamo já tinha o imbróglio local resolvido. “Vamos passar para um outro veículo, OK?”

Apresenta-nos Xvicha, o novo condutor que, sem mais demoras, nos leva à sua carrinha estilo Hiace artilhada.

Acima de tudo, imperava que ascendêssemos dos 1740 metros da povoação aos 2170 da Igreja da Santa Trindade que dali vislumbrávamos como que suspensa.

Devíamos cumpri-lo e regressar a tempo de evitar a frigidez do fim da tarde que nos poderia bloquear tanto no cimo da igreja como em qualquer trecho montanhoso do regresso a Tbilissi. Mesmo assim, ainda nos detemos no Monumento Gudari, que celebra a amizade entre a Geórgia e a Rússia.

A essa data, seriamente desactualizado.

Monumento Gaudari, Geórgia, Cáucaso

Dois homens apreciam a paisagem de uma das varandas do monumento de amizade entre a Geórgia e a Rússia, cada vez menos justificado pela História.

Xvicha inaugura o caminho por ruelas apertadas de Gergeti, a aldeia a oeste do rio Terek. Fá-lo entre casas de campo com inspiração de isbas soviéticas e desgaste a condizer. Logo, livra-se do casario e mete-se por uma estrada de encosta, apertada, serpenteante e subsumida na floresta.

Seria provavelmente de terra batida mas nunca o poderíamos saber tal era a quantidade de neve acumulada nas suas bermas e sobre o solo da floresta e o gelo entretanto picotado que cobria a superfície da via e que transformava a ramagem marginal da vegetação em estranhos candelabros brancos.

Xvicha e a carrinha pareciam mover-se no seu ambiente predilecto. O condutor já levava vários anos a ganhar a vida com aquele percurso.

Igreja Sta Trindade, Alto nevado acima de Kazbegi, Geórgia, Cáucaso

Visitantes detêm-se no cimo de uma colina a algumas centenas de metros da igreja de Santa Trindade para a admirarem contra as encostas nevadas acima de Kazbegi e Gergeti.

Não só não receava os resvalares inesperados, como os usava para apressar a locomoção, seguro da tracção adicional conferida pelas correntes nas rodas traseiras.

Entretínhamo-nos com este rali de montanha quando um meandro da estrada nos desvendou o cume altivo do monte Kazbegi (o terceiro da Geórgia e sétimo da cordilheira do Cáucaso) a libertar laivos de névoa contra o azulão do céu.

Árvores e montes nevados, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso

Panorama das encostas íngremes em redor do Monte Kazbegi.

Daí, até atingirmos o planalto que acolheu a Igreja da Santa Trindade, decorreram apenas alguns minutos.

Detectámos a silhueta escura do templo ao longe, bem definida contra a vertente branca das montanhas opostas ao monte Kazbegi.

Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso

A igreja Ortodoxa da Santa Trindade de Gergeti bem acima desta povoação e de Kazbegi mas muito abaixo do cume do monte Kazbegi.

Xvicha seguiu o trilho deixado pela anterior passagem de carrinhas e jipes, cavado numa altura impressionante de neve. Atingimos a base da igreja ao mesmo tempo que um outro Lada Niva, esse, ao contrário do de Apo, preparado e equipado para a rudeza da ascensão.

Vencemos uma derradeira escadaria, entramos no precinto e caminhamos em redor do edifício secular, espantados com o isolamento a que foi votado nas alturas.

Também com a negrura espartana da sua arquitectura, eventualmente mais apurada que a maior parte das muitas igrejas que tínhamos visitado no Cáucaso, admitimos que devido ao contraste com a alvura da neve.

Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso

O edifício principal da Igreja de Santa Trindade lado a lado com a sua torre de sinos nas alturas enregeladas do Cáucaso.

Tamo explica-nos que vivem 6 a 8 monges na igreja. No tempo que lá permanecemos, só vemos um deles passar, esquivo e de feições fechadas condizentes com o visual do seu lar espiritual.

As suspeições e intrigas anti-religiosas da era soviética terão contribuído para aquela postura comum entre os monges. Nessas décadas, os serviços religiosos estavam proibidos mas a Igreja da Santa Trindade não deixou de atrair visitantes.

Séculos antes, também servira para esconder relíquias preciosas trazidas de Mtskheta em tempos de perigo.

Arco da Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso

A torre dos sinos da igreja de Santa Trindade, tão granítica e espartana quanto o edifício principal.

A mais importante foi a Cruz de Santa Nino, uma mulher que, no século IV d.C. introduziu a Geórgia ao Cristianismo já prolífico na Arménia e é, hoje, a padroeira da nação.

O interior da igreja revela-se escuro quanto escuro podia ser. Ainda abrimos a porta pesada para melhor o apreciarmos, mas o vento que de imediato nos fustigava e a outros visitantes frustrou-nos.

Virámos a atenção para o exterior: para as montanhas caucasianas majestosas e enregeladas em redor, para a torre do sino independente do edifício principal e para o casario de Gergeti e Kazbegi.

Monte Kasbegi, Geórgia, Cáucaso

Neve e névoa tornam difuso o cume do monte Kazbegi, o terceiro mais elevado da Geórgia e o sétimo da cordilheira do Cáucaso.

Dali o contemplamos, disposto de forma geométrica e coberto de neve, no fundo da Garganta de Dariali que, dali se estendia por 18 km até à problemática fronteira Russo-Georgiana.

Kazbegi, Geórgia, Cáucaso

O casario de Kazbegi, abaixo do monte do Cáucaso com o mesmo nome.

A descida de volta à povoação evoluiu atribulada. Não pelo tarde que se fazia ou por qualquer desleixo de Xvicha.

Originaram a desventura uma série de turistas que estimaram que, por viajarem em modelos invejáveis, os seus veículos também eram invencíveis.

No tempo que passámos no cimo, o gelo em certos trechos da estrada tinha-se reconstituído. Foi preciso um desses jipes quase resvalar encosta abaixo e um sermão pragmático de Xvicha para aquela embaixada surreal da teimosia se render.

Acabámos por acolher o transbordo da esposa alemã e dos dois filhos desse condutor georgiano. A senhora pouco ou nada se atreveu a dizer enquanto o marido fazia regressar o jipe, a passo de caracol e a empatar a vida de alguns guias/condutores residentes.

Às três da tarde, despedimo-nos do guia de Kazbegi, sentámo-nos à mesa de um restaurante local e entregámo-nos a um dos banquetes com que os georgianos prendam os seus convidados.

O repasto incluiu mais algumas maravilhas da gastronomia da nação.

Só uma hora depois, e a grande esforço, conseguimos regressar à Estrada Militar da Geórgia e à sua capital.

Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Lago Sevan, Arménia

O Grande Lago Agridoce do Cáucaso

Fechado entre montanhas a 1900 metros de altitude, considerado um tesouro natural e histórico da Arménia, o Lago Sevan nunca foi tratado como tal. O nível e a qualidade da sua água deterioram-se décadas a fio e uma recente invasão de algas drena a vida que nele subsiste.
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Alaverdi, Arménia

Um Teleférico Chamado Ensejo

O cimo da garganta do rio Debed esconde os mosteiros arménios de Sanahin e Haghpat e blocos de apartamentos soviéticos em socalcos. O seu fundo abriga a mina e fundição de cobre que sustenta a cidade. A ligar estes dois mundos, está uma cabine suspensa providencial em que as gentes de Alaverdi contam viajar na companhia de Deus.
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
Uplistsikhe e Gori, Geórgia

Do Berço da Geórgia à Infância de Estaline

À descoberta do Cáucaso, exploramos Uplistsikhe, uma cidade troglodita antecessora da Geórgia. E a apenas 10km, em Gori, damos com o lugar da infância conturbada de Joseb Jughashvili, que se tornaria o mais famoso e tirano dos líderes soviéticos.
Mtskheta, Geórgia

A Cidade Santa da Geórgia

Se Tbilissi é a capital contemporânea, Mtskheta foi a cidade que oficializou o Cristianismo no reino da Ibéria predecessor da Geórgia, e uma das que difundiu a religião pelo Cáucaso. Quem a visita, constata como, decorridos quase dois milénios, é o Cristianismo que lá rege a vida.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Igreja colonial de São Francisco de Assis, Taos, Novo Mexico, E.U.A
Arquitectura & Design
Taos, E.U.A.

A América do Norte Ancestral de Taos

De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
A Crucificação em Helsínquia
Cerimónias e Festividades
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Cidades
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Cultura
Dali, China

Flash Mob à Moda Chinesa

A hora está marcada e o lugar é conhecido. Quando a música começa a tocar, uma multidão segue a coreografia de forma harmoniosa até que o tempo se esgota e todos regressam às suas vidas.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Composição sobre Nine Arches Bridge, Ella, Sri Lanka
Em Viagem
PN Yala-Ella-Candia, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka

Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.
Ilha do Norte, Nova Zelândia, Maori, Tempo de surf
Étnico
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Passagem, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives
História
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
Mahé Ilhas das Seychelles, amigos da praia
Ilhas
Mahé, Seychelles

A Ilha Grande das Pequenas Seychelles

Mahé é maior das ilhas do país mais diminuto de África. Alberga a capital da nação e quase todos os seichelenses. Mas não só. Na sua relativa pequenez, oculta um mundo tropical deslumbrante, feito de selva montanhosa que se funde com o Índico em enseadas de todos os tons de mar.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Inverno Branco
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile
Natureza
PN Torres del Paine, Chile

A Mais Dramática das Patagónias

Em nenhuma outra parte os confins austrais da América do Sul se revelam tão arrebatadores como na cordilheira de Paine. Ali, um castro natural de colossos de granito envolto de lagos e glaciares projecta-se da pampa e submete-se aos caprichos da meteorologia e da luz.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Parque Nacional Etosha Namíbia, chuva
Parques Naturais
PN Etosha, Namíbia

A Vida Exuberante da Namíbia Branca

Um salar vasto rasga o norte namibiano. O Parque Nacional Etosha que o envolve revela-se um habitat árido, mas providencial, de incontáveis espécies selvagens africanas.
Twyfelfontein, Ui Aes, Twyfelfontein, Adventure Camp
Património Mundial UNESCO
Twyfelfontein - Ui Aes, Namíbia

À Descoberta da Namíbia Rupestre

Durante a Idade da Pedra, o vale hoje coberto de feno do rio Aba-Huab, concentrava uma fauna diversificada que ali atraía caçadores. Em tempos mais recentes, peripécias da era colonial coloriram esta zona da Namíbia. Não tanto como os mais de 5000 petróglifos que subsistem em Ui Aes / Twyfelfontein.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Magníficos Dias Atlânticos
Praias
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Religião
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
religiosos militares, muro das lamentacoes, juramento bandeira IDF, Jerusalem, Israel
Sociedade
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Vida Selvagem
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.