Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia


Tempo de MassKara
Coreografia garrida de um dos grupos participantes na competição de rua do MassKara.
A caminho
Jovens concorrentes a bordo de um jeepney, o veículo nacional das Filipinas.
Andro MassKara
Dois dos muitos dançarinos transgénero que, ano após ano, animam os festivais MassKara de Bacolod.
Em estilo veneziano
Máscara de um grupo interveniente. Em tempos artesanais, as máscaras acolheram influências do Carnaval de Veneza e até do Rio de Janeiro.
Dança & cor
Traje e máscara exuberante durante uma exibição do MassKara de rua.
Só um teste
Menina experimenta uma de muitas máscaras à venda durante o festival.
Um sério desmaio
Jovem participante do desfile de rua é assistido após entrar em convulsões devido ao calor e a humidade, ambos ainda mais elevados no interior das máscaras e fatos.
À espera
Mascaras e trajes de um dos barangays participantes da competição.
Outras Caras
Polícias motorizados tentam conter o entusiasmo do público que já havia afunilado o cortejo em demasia.
Lá no fundo
MassKarado em destaque no meio de uma trupe colorida de dançarinos felpudos.
Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.

Chegam as duas e meia da tarde de um Domingo. Desde a aurora que o banho-turco usual da época das chuvas amornava e a atmosfera tropical se tornava mais opressiva. Não sabíamos porquê mas era àquela hora de estufa que o Festival MassKara, um dos mais recentes festivais das Filipinas estava para começar.

O MassKara tinha nascido do sofrimento. O sofrimento atravessava-o como em tantos outros rituais filipinos de purga espiritual. Bacolod, a capital secular de Negros permanecia no seu modo sedado. As ruas, por comparação com os dias de trabalho, quase desertas.Isto até que dobramos uma esquina e esbarramos com a bonança que antecedia a tempestade.

Um batalhão de MassKarados ocupa o asfalto. Cerca-o uma multidão de apoiantes familiares e amigos, de curiosos ávidos por se embrenharem nos bastidores expostos da parada. E por reforçarem a sua colecção de selfies.

Emulamos os movimentos errantes destes metediços. Avançamos rua fora, atentos às peculiaridades dos figurantes. Um elo comum, mais subtil do que poderíamos imaginar, chama-nos a atenção. Abundavam ali os ladyboys filipinos, os baklas como lhes chama a população, de forma algo pejorativa, participantes da comunidade transgénero local.

Dançarinos transgénero, festival Masskara, Bacolod, Filipinas

Dois dos muitos dançarinos transgénero que, ano após ano, animam os festivais MassKara de Bacolod.

A Bonança que Antecede a Tempestade

Enquanto caminhamos, perscrutamos os seus rostos andróginos e os corpos frágeis, moldados a preceitos femininos e o mais brancos que se conseguiam tornar. Em retorno, os visados contemplam as nossas objectivas com o olhar perdido entre a timidez e a sedução do protagonismo, beicinhos e sorrisos marotos, ajustes de ancas e outras poses de modelos de rua.

Durante todo este estranho preâmbulo, partilham uma óbvia boa-disposição conscientes de que, não tarda, se terão que submeter ao sufoco das suas máscaras e fatos.

O fim daquela rua passa-nos para uma bem mais larga, a Lizares. Bacolod encontrava-se ali em peso, dividida em duas frentes opostas por cordas esticadas que mantinham livre a passarela de asfalto.

Uma música com ritmo electrónico acelerado e convulso serve de separador a uma série de outras algo menos aflitas, cantadas em tagalog, o dialecto nacional filipino. Serve para compartimentar diferentes fases do desfile que, no entretanto, começara a umas dezenas de metros a montante de onde nos encontrávamos.

Festival MassKara, cidade de Bacolod, Filipinas

Coreografia garrida de um dos grupos participantes na competição de rua do MassKara.

Num ápice, sucessivas catadupas de dançarinos em distintos trajes excêntricos, garridos, felpudos ou de tantos outros tipos surgem a dançar estrada abaixo.

Orientam-nos um ou mais coreógrafos experientes de danças. Alguns, galardoados, são disputados. Ano após ano,  empenham-se em fazer os seus barangays (bairros), empresas ou escolas ganharem a competição de rua. De acordo, reagem furiosos, a cada interferência prejudicial do público ou dos fotógrafos.

Segundo Jesus Panoy Cabalcar: o Coreógrafo Rei do Festival MassKara

Segundo Jesus “Panoy” Cabalcar, um deles, mais conhecido como “Sir Panoy” detém o recorde de triunfos no Festival MassKara. São, nem mais nem menos que vinte e uma vitórias, repartidas entre distintos barangays e escolas: 29, Estefania, Pahanocoy, Villamonte, Alijis, Mandalagan, 17, 16. Esteve ainda por detrás do triunfo da escola elementar ETCS3.

Dançarino do festival MassKara, Bacolod, Filipinas

Traje e máscara exuberante durante uma exibição do MassKara de rua.

Toda a ilha tem os seus dançarinos e coreógrafos em grande conta. Presta-lhes tributo ano após ano, pela entrega incondicional que demonstram – muitos desde a estreia – e pelo mérito de terem tornado o festival o grande momento icónico de Bacolod.

O cortejo que acompanhávamos é apenas um de um conjunto de acontecimentos do Festival MassKara. Conta também com a competição irmã de arena.

E com concursos de Rainhas de Beleza MassKara e de dança, de tambores e de gastronomia, concertos de música, eventos desportivos e até com uma feira agrícola.

Um bando de fotógrafos e videógrafos filipinos antecedem o cortejo. Juntamo-nos ao clã. Como eles, dedicamo-nos a registar a acção o melhor possível sem prejudicarmos o seu fluxo.

Coreografia do Festival MassKara, Bacolod, Negros, Filipinas

MassKarado em destaque no meio de uma trupe colorida de dançarinos felpudos.

Durante quase duas horas, fizemo-lo de marcha atrás. Apreciamos as coreografias por diante, a evitarmos tropeçar na multidão que cruzava o cortejo ou o antecipava.

A Comoção e o Inevitável Sufoco Tropical do MassKara

Toda esta agitação e fricção humana parecia esquentar mais e mais o ar já de si saturado. Quem sofria eram os desfilantes. Ao fim de algum tempo, alguns deles apareceram a queixar-se e até a cambalear. Certos coreógrafos e auxiliares mais precavidos borrifavam-lhes as faces através das máscaras e ajudavam-nos a ventilar.

Nem todos os dançarinos recebiam esse cuidado. Um deles, andrógino como tantos outros, entra em convulsões mesmo à nossa frente.

Desmaio de participante no Festival MassKara, Bacolod, Filipinas

Jovem participante do desfile de rua é assistido após entrar em convulsões devido ao calor e a humidade, ambos ainda mais elevados no interior das máscaras e fatos

Socorrem-no familiares e elementos do seu grupo. Primeiro, dentro de uma carrinha de apoio do evento. Até que os socorristas percebem que o interior abafado da van só agravava a sua aflição e o transferem para o assento de um tricycle designado para recolher fatiotas e máscaras.

Salvas as devidas proporções, a agrura e a cena vivida por aquele jovem rapaz efeminado fez-nos lembrar o passado por Cristo durante a Via Crucis. E esse é um outro evento que os Filipinos – a única grande nação católica da Ásia –  fazem questão de reencenar um pouco por todo o país, semana santa após semana santa. Mas estávamos em Outubro. Neste mês, Negros empregava toda a sua crença nos efeitos terapêuticos do Festival MassKara.

Do Naufrágio do MV Don Juan  ao Penoso Contra-Pico do Açúcar

Decorridos trinta e sete anos da noite em que o ferry MV Don Juan colidiu com o petroleiro MT Tacloban City em pleno estreito de Tablas e se afundou, uma boa parte dos familiares das vitimas terá recuperado do desgosto.

Já as questões relacionadas com a venda do açúcar produzido na ilha vêm à tona de quando em quando. Porque a cotação da matéria-prima desce a níveis sofríveis e porque a população de Negros a considera difícil de engolir.

Teste de máscara durante o Festival MassKara, Bacolod, Filipinas

Menina experimenta uma de muitas máscaras à venda durante o festival.

Desde o início de 2017 que os produtores e trabalhadores da cana-de-açúcar se insurgiam contra o facto de a Coca-Cola da ilha de Negros ter começado a usar, nas suas bebidas, xarope de milho de alta frutose em vez do açúcar local. Cindy Rojas, conselheira da municipalidade levou essa insatisfação mais longe.

Repetiu uma medida já antes tomada em anteriores eventos culturais de Negros: fez aprovar um boicote aos produtos da multinacional.

A Coca-Cola e afins pouca falta faziam. O Festival MassKara prosseguia, adocicado e cafeínado pela excitação que por si só gerava. À medida que aquela fornalha popular e o entusiasmo se intensificavam, a organização do evento tinha dificuldade em controlar a multidão que as cordas já mal seguravam. Entram em acção polícias sobre motas e alguns militares.

Controle policial do público do Festival Masskara, Bacolod, Filipinas

Polícias motorizados tentam conter o entusiasmo do público que já havia afunilado o cortejo em demasia.

Os Arrastões Necessários e as Máscaras Parada MassKara

Os reforços garantem o recuo das gentes em zonas da rua mais apertadas. Guardiães de cada troupe participante passam a empurrar as cordas longitudinais que abriam caminho aos MassKarados com determinação redobrada. Esse controle apertado acaba por levar de arrastão alguns espectadores, fotógrafos e até elementos da organização.

A nós, acontece-nos e mais do que uma vez ficarmos a ver as máscaras de baixo para cima. E que mágicas e impressionantes assim se revelavam.

De início, as faces sorridentes que hoje continuam a ilustrar e a animar o festival tinham visuais filipinos nativos, pintados à mão e decorados com contas e penas típicas da região. Com o passar dos anos, sobrepuseram-se à tradição influências do Carnaval de Veneza e até do do Rio de Janeiro.

Máscara do Festival Masskara, Bacolod, Negros, Filipinas

Máscara de um grupo interveniente. Em tempos artesanais, as máscaras acolheram influências do Carnaval de Veneza e até do Rio de Janeiro.

Foram aceites máscaras modernas de plástico, contas brilhantes, com as penas maiores e mais exuberantes que os responsáveis pelo design e pelas coreografias podiam arranjar.

Sorrisos Rasgados na Cidade dos Sorrisos

O elemento fulcral do festival, o sorriso aberto, manteve-se o mesmo ao longo do tempo nas muitas faces que formam o Festival MassKara. O festival é feito de uma multidão de caras risonhas. O fio conceptual do evento condiz, aliás, com o mote anglófono de Bacolod: “The City of Smiles”.

Mais para o fim da artéria e da longa parada, reparamos em como diversas empresas emblemáticas das Filipinas aproveitavam o magote de gente e participavam na festa para se promover. A Jollybee – uma espécie de MacDonalds pinoy (equivalente filipino de Tuga) – fazia-se representar pela sua abelhinha amarela e vermelha.

A mascote começa por acenar aos fãs na beira da estrada com a promessa de alguns doces mas a coisa pouco dura. Quando damos por ela, uma turba de miúdos em êxtase corre para o boneco felpudo e disputa-os de forma selvática. Esta derradeira fase mais comercial e interesseira do cortejo não marcou, todavia, o encerrar da festa.

Dobramos a Lizares Street para a Avenida Araneta. Ali, na ausência de dançarinos oficiais e dos carros alegóricos ou corporativos que lhes sucedem e dos refrigerantes da Coca Cola, o povo diverte-se à sua maneira. Alguns músicos dotados de tambores e outros instrumentos básicos marcam o ritmo.

Participantes de Festival MassKara em jeepney, Bacolod, Filipinas

Jovens concorrentes a bordo de um jeepney, o veículo nacional das Filipinas.

Alguns espectadores entregam-se a um delicioso estímulo criativo alcoólico. Dançam sem cerimónias ou constrangimentos, para gáudio de outros que não resistem a juntar-se-lhes. O Festival MassKara estava longe do fim. Por essa altura e como sempre acontecia, já tinha mais que cumprida a promessa de devolver a felicidade a Negros.

Artigo criado com o apoio do Turismo das Filipinas e da Embaixada das Filipinas em Portugal.

Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Grande ZimbabuéZimbabué

Grande Zimbabwe, Pequena Dança Bira

Nativos de etnia Karanga da aldeia KwaNemamwa exibem as danças tradicionais Bira aos visitantes privilegiados das ruínas do Grande Zimbabwe. o lugar mais emblemático do Zimbabwe, aquele que, decretada a independência da Rodésia colonial, inspirou o nome da nova e problemática nação.  
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Pueblos del Sur, Venezuela

Por uns Trás-os-Montes da Venezuela em Fiesta

Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
El Nido, Filipinas

El Nido, Palawan: A Última Fronteira Filipina

Um dos cenários marítimos mais fascinantes do Mundo, a vastidão de ilhéus escarpados de Bacuit esconde recifes de coral garridos, pequenas praias e lagoas idílicas. Para a descobrir, basta uma bangka.
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
Filipinas

Os Donos da Estrada Filipina

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os filipinos transformaram milhares de jipes norte-americanos abandonados e criaram o sistema de transporte nacional. Hoje, os exuberantes jeepneys estão para as curvas.
Vigan, Filipinas

Vigan, a Mais Hispânica das Ásias

Os colonos espanhóis partiram mas as suas mansões estão intactas e as kalesas circulam. Quando Oliver Stone buscava cenários mexicanos para "Nascido a 4 de Julho" encontrou-os nesta ciudad fernandina
Camiguin, Filipinas

Uma Ilha de Fogo Rendida à Água

Com mais de vinte cones acima dos 100 metros, a abrupta e luxuriante, Camiguin tem a maior concentração de vulcões que qualquer outra das 7641 ilhas filipinas ou do planeta. Mas, nos últimos tempos, nem o facto de um destes vulcões estar activo tem perturbado a paz da sua vida rural, piscatória e, para gáudio dos forasteiros, fortemente balnear.
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Mactan, Cebu, Filipinas

O Atoleiro de Magalhães

Tinham decorrido quase 19 meses de navegação pioneira e atribulada em redor do mundo quando o explorador português cometeu o erro da sua vida. Nas Filipinas, o carrasco Datu Lapu Lapu preserva honras de herói. Em Mactan, uma sua estátua bronzeada com visual de super-herói tribal sobrepõe-se ao mangal da tragédia.
Boracay, Filipinas

A Praia Filipina de Todos os Sonhos

Foi revelada por mochileiros ocidentais e pela equipa de filmagem de “Assim Nascem os Heróis”. Seguiram-se centenas de resorts e milhares de veraneantes orientais mais alvos que o areal de giz.
Marinduque, Filipinas

Quando os Romanos Invadem as Filipinas

Nem o Império do Oriente chegou tão longe. Na Semana Santa, milhares de centuriões apoderam-se de Marinduque. Ali, se reencenam os últimos dias de Longinus, um legionário convertido ao Cristianismo.
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Coron, Busuanga, Filipinas

A Armada Japonesa Secreta mas Pouco

Na 2ª Guerra Mundial, uma frota nipónica falhou em ocultar-se ao largo de Busuanga e foi afundada pelos aviões norte-americanos. Hoje, os seus destroços subaquáticos atraem milhares de mergulhadores.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Pela sombra
Arquitectura & Design
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Queima de preces, Festival de Ohitaki, templo de fushimi, quioto, japao
Cerimónias e Festividades
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Verão Escarlate
Cidades

Valência a Xàtiva, Espanha

Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Desfile de nativos-mericanos, Pow Pow, Albuquerque, Novo México, Estados Unidos
Cultura
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
DMZ, Coreia do Sul, Linha sem retorno
Em Viagem
DMZ, Dora - Coreia do Sul

A Linha Sem Retorno

Uma nação e milhares de famílias foram divididas pelo armistício na Guerra da Coreia. Hoje, enquanto turistas curiosos visitam a DMZ, várias das fugas dos oprimidos norte-coreanos terminam em tragédia
Étnico
Nelson a Wharariki, PN Abel Tasman, Nova Zelândia

O Litoral Maori em que os Europeus Deram à Costa

Abel Janszoon Tasman explorava mais da recém-mapeada e mítica "Terra Australis" quando um equívoco azedou o contacto com nativos de uma ilha desconhecida. O episódio inaugurou a história colonial da Nova Zelândia. Hoje, tanto a costa divinal em que o episódio se sucedeu como os mares em redor evocam o navegador holandês.
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

Angra do Heroísmo, Terceira, Açores, de capital histórica a Património Mundial, arte urbana
História
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores

Heroína do Mar, de Nobre Povo, Cidade Valente e Imortal

Angra do Heroísmo é bem mais que a capital histórica dos Açores, da ilha Terceira e, em duas ocasiões, de Portugal. A 1500km do continente, conquistou um protagonismo na nacionalidade e independência portuguesa de que poucas outras cidades se podem vangloriar.
Porto Rico, San Juan, Cidade muralhada, panoramica
Ilhas
San Juan, Porto Rico

O Porto Rico e Muralhado de San Juan Bautista

San Juan é a segunda cidade colonial mais antiga das Américas, a seguir à vizinha dominicana de Santo Domingo. Entreposto pioneiro da rota que levava o ouro e a prata do Novo Mundo para Espanha, foi atacada vezes sem conta. As suas fortificações incríveis ainda protegem uma das capitais mais vivas e prodigiosas das Caraíbas.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Grand Canyon, Arizona, Viagem América do Norte, Abismal, Sombras Quentes
Natureza
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, Caldera del Corazoncillo
Parques Naturais
PN Timanfaya, Lanzarote, Canárias

PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
Nelson Dockyards, Docas de Antigua,
Património Mundial UNESCO
English Harbour, Antigua

Docas de Nelson: a Antiga Base Naval e Morada do Almirante

No século XVII, já os ingleses disputavam o controle das Caraíbas e do comércio do açúcar com os seus rivais coloniais, apoderaram-se da ilha de Antígua. Lá se depararam com uma enseada recortada a que chamaram English Harbour. Tornaram-na um porto estratégico que também abrigou o idolatrado oficial da marinha.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Praias
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Religião
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
cowboys oceania, Rodeo, El Caballo, Perth, Australia
Sociedade
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Tartaruga recém-nascida, PN Tortuguero, Costa Rica
Vida Selvagem
PN Tortuguero, Costa Rica

Uma Noite no Berçário de Tortuguero

O nome da região de Tortuguero tem uma óbvia e antiga razão. Há muito que as tartarugas do Atlântico e do Mar das Caraíbas se reunem nas praias de areia negro do seu estreito litoral para desovarem. Numa das noites que passamos em Tortuguero assistimos aos seus frenéticos nascimentos.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.