Maui, Havai

Maui: o Havai Divino que Sucumbiu ao Fogo


O surf possível
Surfistas divertem-se com as ondas do Pacífico do Norte ao largo de Maui.
A reboque
Carrinho de golfe conduz cavalos a uma propriedade na estreita Hana Highway.
Espectador sobre rodas
Ciclista detém-se para apreciar a actuação de uma banda de rua em Lahaina.
Tatoo
Casa de tatuagens na marginal elegante de Lahaina, a capital real do Havai anterior a Honolulu.
Um litoral rude
Praia de pedras negras no litoral sul de Maui.
Erythrina Sandwicensis
As árvores wiliwili, douradas pela queda das folhas e pela exposição ao sol.
Vale de Iao
Camihantes percorrem um trilho do vale verdejante e chuvoso de Iao.
A Marina de Lahaina
Lanchas atracadas em Lahaina, Maui
Figueira-de-Bengala Idosa
Músicos tocam à sombra de uma enorme figueira-de-Bengala
Próxima estação: Lahaina
Velha locomotiva a vapor na antiga estação de comboio de Lahaina, em Maui
O atalho
Surfista salta para o oceano Pacífico ao largo da ilha de Maui.
Templo-budista
Entrada do templo budista do vale de Iao.
À volta de Maui
Catamarã repleto de passageiros ancorado ao largo de Maui.
Coqueiro Só
Recanto tropical e batido pelo vento do litoral de Maui.
Duche dos Deuses
Banhistas desfrutam da frescura das Hana Falls.
A Caminho do Luau
Dançarinos desembarcam prestes a inaugurarem um luau a ter lugar em Lahaina.
Lahaina Marginal
Casario da marginal de Lahaina, uma das cidades mais antigas de Maui e do Havai.
À Solta
Vacas pastam num prado verdejante no sopé do grande vulcão Haleakala.
Ares de Maui
A superfície elevada de Maui, dotada de turbinas de captação de energia eólica.
Maui é um antigo chefe e herói do imaginário religioso e tradicional havaiano. Na mitologia deste arquipélago, o semi-deus laça o sol, levanta o céu e leva a cabo uma série de outras proezas em favor dos humanos. A ilha sua homónima, que os nativos creem ter criado no Pacífico do Norte, é ela própria prodigiosa.

Ao terceiro voo após a aterragem inicial na ilha-mãe O’ahu, aproximávamo-nos do limiar sudeste do Havai e da sua dramática Big Island.

Maui, a segunda maior do arquipélago, era a alpondra oceânica que se seguia.

O avião pousa na pista do aeroporto de Kahului.

Maui, Havai, Polinésia, Vista aérea de Maui, Havai

A superfície elevada de Maui, dotada de turbinas de captação de energia eólica.

A Filiação Portuguesa de Imediato em Acção

Recuperamos as malas e saímos disparados para o balcão do rent-a-car Al West. Estávamos munidos de uma reserva. Mesmo assim, o empregado de serviço comunica-nos que não pode honrar o contrato.

Não queríamos desperdiçar tempo pelo que procurámos de imediato uma alternativa.

Do outro lado da rua, anunciava-se uma tal de Maui Rent-a-Car. Quando explicamos a situação, o funcionário lamenta mas responde-nos que não tem carros disponíveis. “Ah, esperem lá!”, detêm-nos quando repara num dos nossos passaportes. Temos ali uns que vão ser vendidos.

São melhores que os da categoria que vocês tinham alugado mas não faz mal.” Estranhamos a reviravolta. Quando olhamos com mais atenção para o “Oliveira” no crachá que o identificava, tudo faz sentido. Por uma gentil solidariedade de sangue, saímos do aeroporto com um bem mais espaçoso e dispendioso Chrysler 200.

Maui é oficialmente geminada com o Funchal. A intimidade histórica do arquipélago da Madeira com o havaiano justifica a nossa sorte, esse estatuto e muito mais.

Madeirenses e Açorianos: diáspora do Atlântico Norte para o Pacífico Norte

No final do século XVIII, precisamente quando o Havai precisava de aumentar o seu fornecimento de açúcar à Califórnia, demasiados trabalhadores nativos das plantações de cana-de-açúcar sucumbiam a doenças. Substituíram-nos milhares de chineses que, a determinada altura, perfaziam já 10% da população do arquipélago.

Mesmo se produtivos, a sua reputação depressa ficou manchada pelos cada vez mais problemáticos vício no jogo, consumo de ópio e exploração de prostituição.

O governo procurou uma alternativa. Jason Perry (na origem, Jacinto Pereira), o Cônsul Português para o Havai, sugeriu a proprietários de fazendas que deveriam recrutar trabalhadores da Madeira e dos Açores, onde a paisagem e o clima se assemelhavam aos do Havai e a cana-de-açúcar era, há muito, uma matéria-prima fulcral.

Maui, Havai, Polinésia, Coqueiro isolado no litoral de Maui

Recanto tropical e batido pelo vento do litoral de Maui.

Os fazendeiros seguiram o conselho. Entre 1878 e 1887, diversas embarcações fizeram aportar no Havai para cima de 3.300 ilhéus portugueses.

Contabilizando as mulheres, filhos e outros parentes que se lhes juntaram, o número aumentou. Em 1911, os portugueses no Havai eram mais de quinze mil. Quase todos desembarcaram na ilha de O’ahu.

Muitos, mudaram-se para Kauai e outras.

Foram descritos como baixos, esguios e com peles escuras, devido às muitas horas que trabalhavam sob o sol.

Alguns pareciam tão escuros que, nos primeiros censos dos E.U.A., foram registados como negros.

Os Portugueses de Maui

Maui foi uma das ilhas que os acolheu e que, com o tempo, os aprendeu a respeitar e a valorizar. Assim se explica o orgulhoso Maui Portuguese Cultural Club, agora presidido por Sandy Furtado Guadagni, com sede na mesma povoação em que tínhamos aterrado e conhecido o benemérito Sr. Oliveira.

Na homepage do site, a presidente surge com Ramana Oliveira, identificada como uma fadista mundialmente famosa, que actuou em Maui com o seu “Guitarro” Brad Bivens e lá interpretou as canções cheias de alma de Portugal, chamadas de Fado.

As adulterações do nome da fadista e da definição do músico provam a inevitável americanização dos portugueses do Havai, similar às de outras paragens dos E.U.A., e tão óbvia como o seu esforço em preservarem as raízes.

O site promove ainda “Da Nossa Boa Casa a Sua Casa” um livro de receitas culinárias da Madeira e dos Açores.

Há algum tempo, vários membros do clube viajaram em excursão à descoberta de quatro das nove ilhas açorianas.

Nós, instalamo-nos numa pequena pousada de Pa’ia e de lá partimos nas manhãs seguintes entusiasmados pela exploração de Maui.

Praia vulcânica de Maui, Havai

Praia de pedras negras no litoral sul de Maui.

As Raízes Diversas de Pa’ia

Pa’ia é uma pequena povoação com menos de três mil habitantes que se estabeleceu em 1896 em redor de um moinho de açúcar providencial e se desenvolveu em função do lucro das plantações de cana.

O sucesso deste moinho atraiu um corrupio de colonos originários da China, das Filipinas, do Japão, da Coreia, de Porto Rico e de Portugal. Os moradores actuais, por sua vez, são um sortido multiétnico e multicultural dos seus descendentes. Mas não só.

Maui, Havai, Polinésia, Espectador sobre rodas

Ciclista detém-se para apreciar a actuação de uma banda de rua em Lahaina.

Em Abril de 1946, tinha a 2a Guerra Mundial terminado no seu palco do Pacífico apenas uns meses antes, a vila foi devastada por um tsunami gerado por um forte sismo nas ilhas Aleutas.

Provou-se o maior tsunami alguma vez registado no Havai. Cento e cinquenta e nove pessoas perderam a vida em todo o arquipélago.

Pa’ia só teve uma vítima mas sofreu uma destruição massiva de que demorou a recuperar, até porque boa parte dos seus habitantes se mudaram para Kahului, à época, conhecida como “Dream City”.

Hoje, a população de Pa’ia é ainda mais diversificada do que nesses tempos.

A Meca Havaiana do Windsurf

Grande número das suas casas de madeira térreas ou pouco mais que isso, foram transformadas em pousadas, em bares, restaurantes e afins. Também numa prolífica sucessão de lojas de artigos de desporto, sobretudo de surf e de windsurf.

Já com os anos 70 a perderem algum poder do seu Flower Power, um grupo de amantes do mar visitava a ilha quando descobriu que as condições ao largo de Pa’ia eram perfeitas para o windsurf.

A informação circulou. Nos anos 80 e 90, uma onda pujante de windsurfistas dos quatro cantos da Terra lá deu à costa. Pa’ia foi promovida a Meca mundial do windsurf.

O que não quer dizer que a ilha não tenha os seus spots de surf privilegiados.

Surfista em Maui, Havai

Surfista salta para o oceano Pacífico ao largo da ilha de Maui.

Passamos algum tempo na povoação, em especial em redor de pequenos-almoços, jantares e curtas deambulações.

Os desportos marítimos não eram, todavia, a nossa praia e tínhamos o conveniente Chrysler 200 ao serviço.

Viagem à Volta de Maui

Atravessamos Kahului. Prosseguimos para a vertente do escudo vulcânico do noroeste da ilha.

Lá se situava o vale profundo, chuvoso e verdejante de Iao que acolhia um parque com um templo budista japonês que contribui para o actual espírito de acolhimento do Havai.

Mas nem sempre os alohas imperaram.

Templo budista no vale de Iao, Maui, Havai

Entrada do templo budista do vale de Iao.

O parque eterniza aquela que é considerada uma das batalhas mais sangrentas da história do arquipélago.

Em 1790, um exército de Maui viu-se a braços com um ataque da ilha rival de Hawaii (Big Island). As duas forças contavam com número idêntico de homens.

Ao fim de dois dias de confronto, nenhuma se havia rendido. Ao terceiro dia da Batalha de Kepaniwai (Batalha das Águas Malditas), o rio abaixo corria vermelho de tanto sangue mas Havaii só conseguiu o controlo de Maui, já quase no século XIX.

Quando por lá passamos, uma chuva intensa que fustigava o vale e toda a floresta de montanha em redor desaconselhava caminhadas pelos trilhos estreitos. Pouco interessados em acabarmos como os guerreiros, decidimos continuar.

Caminhantes no vale de Iao, Maui, Havai

Camihantes percorrem um trilho do vale verdejante e chuvoso de Iao.

Regressamos a Wailuki e à estrada 340 que contornava o litoral rugoso da metade superior do oito tosco da ilha.

Passamos por povoações e lugares com nomes dificilmente mais havaianos: Kahakuloa, Nakalele, Kapalua.

Mantemo-nos atentos à lagoa protegida por coral ao largo e que proporcionava aos nativos e a milhares de visitantes um magnífico recreio balnear.

Uns, banhavam-se nas praias selvagens, outros, surfavam as ondas vigorosas do Pacífico do Norte.

Outros ainda, divertiam-se a bordo de catamarãs e embarcações festivas do género.

Catamara ao largo de maui, Havai

Catamarã repleto de passageiros ancorado ao largo de Maui.

No extremo norte de Maui, a estrada 340 transforma-se em 30.

Dessa zona para baixo e por dezenas de quilómetros, o litoral ocidental fica a salvo do vento norte e torna-se mais solarengo.

Sem surpresa, surge repleto de resorts e campos de golfe que drenam a beleza e genuinidade natural da ilha.

Lahaina: a Velha Capital do Reino Havaiano

Aceleramos, assim, para sul. Só nos detemos em Lahaina (sol cruel, em havaiano) a antiga capital real do Havai até que, em 1845, passou para a actual, Honolulu.

Lahaina foi também um polo baleeiro da ilha, malgrado o permanente conflito com os missionários cristãos residentes que rejeitavam que as embarcações ali aportassem, que lá desembarcassem marinheiros e trabalhadores repletos de vícios e ansiosos por evasão.

Maui, Havai, Polinésia, Marginal de Lahaina, Maui, Havai

Casario da marginal de Lahaina, uma das cidades mais antigas de Maui e do Havai.

Hoje, a sua Front Street e o panorama da marginal contígua espelham a modernização e sofisticação da cidade, beneficiada pelo desafogo financeiro dos milionários dos Estados Unidos continentais que ali atracam iates luxuosos ao dispor dos seus caprichos veraneantes.

Lahaina também acolhe a maior figueira-de-Bengala dos E.U.A. que os registos indicam ter sido plantada em 1873 e que tem agora 18 metros de altura.

A árvore ramifica-se em 16 troncos que se alongam por uma área de 0.30 hectares.

Admiramo-la com o respeito vegetal que nos merece.

Figueira-de-Bengala em Lahaina, Maui, Havai

Músicos tocam à sombra de uma enorme figueira-de-Bengala

Mas não só. Uma banda de rua porque tínhamos passado no centro aprumado e pitoresco da povoação fora corrida pelas autoridades.

Os cinco elementos tocavam, então, o violino, o banjo, a guitarra e o violoncelo, à sombra dos ramos sem fim.

Entretanto, apuramos que, ao fim da tarde, um dos hotéis da marginal iria apresentar um luau polinésio.

Interessados em assistir mas também em percorrer o trecho da estrada mais panorâmica da ilha, a Hana, apressamo-nos a regressar ao ponto de partida.

Hana Highway Acima. Até Kaupo

De Pa’ia, continuamos para sudeste. Por alguma razão, as autoridades apelidaram a via em que nos metemos de Hana Highway.

De estrada, pouco tinha. De autoestrada absolutamente nada.

Hana Falls, Maui, Havai

Banhistas desfrutam da frescura das Hana Falls.

A certo ponto da costa selvagem e apertada entre o oceano e as vertentes da Floresta Koolau, a Hana Hwy encolhe à largura de um só sentido mas continua a ser percorrida em ambos.

Avançamos, com escalas estratégicas em recantos idílicos da ilha, caso das Hana Falls em que nos banhamos e refrescamos.

Na volta ao asfalto, retém-nos um carrinho de golfe que conduzia cavalos a uma fazenda.

A estranha quadrícula atrasa-nos durante uns bons cinco quilómetros.

À laia de compensação, na iminência de Hana e do extremo leste da ilha, os grandes espaços de Maui voltam à cena.

Cavalos a reboque na Hana Highway, Maui, Havai

Carrinho de golfe conduz cavalos a uma propriedade na estreita Hana Highway

Pelo Sopé do Grande Haleakala

Praias de areia negra alternam com outras de calhaus. Uma península ventosa e rochosa marca a passagem do leste para o sul.

Por altura de Kaupo, a lava do vulcão supremo de Maui, o Haleakala, preenche vertentes gentis.

Maui, Havai, Polinésia, À solta

Vacas pastam num prado verdejante no sopé do grande vulcão Haleakala.

Em certas áreas, mantém-se demasiado áspera para admitir vegetação. Noutras, acolhe prados viçosos que se estendem até à beira do Pacífico azulão.

Um vento inclemente castiga esta costa.

Chicoteia as árvores douradas wiliwili (Erythrina Sandwicensis) e despe-as das poucas folhas que lhes restam.

Árvores wiliwili, Maui, Havai

As árvores wiliwili, douradas pela queda das folhas e pela exposição ao sol.

Ainda assim, os rancheiros locais entregam o seu gado resiliente a tais pastagens rudes, a ver pela dimensão e opulência das suas propriedades, com sucesso.

Arrepiamos caminho para a cratera de Haleakala, mas a nebulosidade mística que persistia nas alturas, oculta-nos o cimo olímpio da ilha.

Daí a uma hora, jovens dançarinos exibiriam, em Lahaina, as danças graciosas que o oceano, os vulcões e as paisagens luxuriantes do Havai há muito inspiravam.

Já que os deuses nos rejeitavam, que não desperdiçássemos o melhor profano que Maui nos podia oferecer.

Maui, Havai, Polinésia,

Dançarinos desembarcam prestes a inaugurarem um luau a ter lugar em Lahaina.

NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

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Waikiki, OahuHavai

A Invasão Nipónica do Havai

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Big Island, Havai

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Mauna Kea, Havai

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Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

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O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

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Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
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Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

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Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
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tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Em plena costa do Ouro
História
Elmina, Gana

O Primeiro Jackpot dos Descobrimentos Portugueses

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À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
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Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
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Uma Lança Bóer na África do Sul

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Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
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Outono no Cáucaso

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Walvis Bay, Namíbia, baía, dunas
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Walvis Bay, Namíbia

O Litoral Descomunal de Walvis Bay

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Robben Island Ilha, Apartheid, África do Sul, Pórtico
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A Ilha ao Largo do Apartheid

Bartolomeu Dias foi o primeiro europeu a vislumbrar a Robben Island, aquando da sua travessia do Cabo das Tormentas. Com os séculos, os colonos transformaram-na em asilo e prisão. Nelson Mandela deixou-a em 1982, após dezoito anos de pena. Decorridos outros doze, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul.
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Vista da Casa Iguana, Corn islands, puro caribe, nicaragua
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Puro Caribe

Cenários tropicais perfeitos e a vida genuína dos habitantes são os únicos luxos disponíveis nas também chamadas Corn Islands ou Ilhas do Milho, um arquipélago perdido nos confins centro-americanos do Mar das Caraíbas.
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Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
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Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
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Flash Mob à Moda Chinesa

A hora está marcada e o lugar é conhecido. Quando a música começa a tocar, uma multidão segue a coreografia de forma harmoniosa até que o tempo se esgota e todos regressam às suas vidas.
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Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
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Mykines, Ilhas Faroé

No Faroeste das Faroé

Mykines estabelece o limiar ocidental do arquipélago Faroé. Chegou a albergar 179 pessoas mas a dureza do retiro levou a melhor. Hoje, só lá resistem nove almas. Quando a visitamos, encontramos a ilha entregue aos seus mil ovinos e às colónias irrequietas de papagaios-do-mar.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.