Morgan City, Luisiana, E.U.A.

A Cidade Cajun Movida a Petróleo e Camarão


Virgil no cimo da Mr. Charlie
Virgil Allen, sobre a plataforma de extracção petrolífera off-shore "Mr. Charlie"
Virgil Allen
Virgil Allen, anfitrião do Petroleum Museum de Morgan City.
Homenagem a Charles Morgan
Homenagem a Charles Morgan, o propulsionador de Morgan City.
The Municipality
A edilidade de Morgan City, estado de Luisiana, EUA
Barcaças
Barcaças encostadas à margem do rio Atchafalaya em que se situa Morgan City
Sala da “Mr. Charlie”
Recanto da sala de convívio e briefings da plataforma "Mr. Charlie"
estatua-jared-young-sanders-morgan-city-luisiana-estados-unidos
Ciprestes e barbas-de-velho
Ciprestes no lago Palourde, Brownell Carillion Park, Morgan City
O Campanário
Campanário do Brownell Carillon Park, Morgan City
Estátua no Brownell Memorial Park
Estátua no Brownell Memorial Park, lago Palourde, Morgan City
A grande Igreja de Morgan
A maior igreja de Morgan City, Luisiana, Estados Unidos
Rita Mae’s
O restaurante Rita Mae's, humilde, mas incontornável, em Morgan City
Mr. Charlie II
A plataforma de extracção petrolífera off-shore Mr. Charlie
Mansão de Morgan City
Mansão de Morgan City, Luisiana
Rio Atchafalaya
O rio Atchafalaya na sua passagem por Morgan City, a caminho do Golfo do México
Motor de Submergível
Motor de um submergível de apoio à plataforma de extracção petrolífera Mr. Charlie
A “Mr. Charlie”
A plataforma de extracção petrolífera off-shore Mr. Charlie
Farol de Southwest Reef
O Farol de Southwest Reef, margem do rio Atchafalaya oposta à de Morgan City.
Margem & Ponte
Margem do rio Atchafalaya, com uma das suas três pontes em vista.
Mural Atchafalaya
Mural decora a marginal de Morgan City, Luisiana.
Situada no final do caminho do rio Atchafalaya para o Golfo do México, Morgan City foi prendada com marisco e ouro negro em fartura. Acolhe, inclusive, um festival que os celebra em simultâneo. Apesar de protagonizar a série paranormal “Ghosts of Morgan City”, esta cidade de cultura Cajun é sobretudo terra-a-terra e prolífica.

Em termos turísticos, Morgan não chega sequer aos calcanhares da fama universal da New Orleans de que provínhamos.

Tem os seus atributos. No fim do dia anterior, tínhamos explorado o grande pantanal do rio Atchafalaya. Começávamos o corrente com uma visita ao Museu Internacional do Petróleo local, erguido em função do pioneirismo de Morgan no ramo petrolífero.

Vanessa, a anfitriã da cidade, apresenta-nos Virgil Allen, ex-trabalhador, hoje, guia da plataforma de extracção off-shore em que se concentra o museu.

O Petroleum Museum de Morgan City e a Plataforma Petrolífera “Mr. Charlie”

Virgil traja um fato-de-macaco azul-escuro. Devido ao calor estival, mantém-no aberto em forma de decote em V, com as mangas arregaçadas bem acima dos cotovelos.

Virgil Allen, anfitrião do Petroleum Museum de Morgan City.

Virgil Allen, anfitrião do Petroleum Museum de Morgan City.

Seguimos-lhes os passos pesados das suas botas de trabalho reforçadas até às alturas da “Mr. Charlie”. Por escadas de ferro envelhecidas, atingimos uma lisura enferrujada antes usada como heliporto.

Amplia-se a vista a toda a volta. Sobretudo, a do rio Atchafalaya e do trio de pontes que ligam a margem em que se situa Morgan City à oposta, a da vizinha Berwick:

identificamos a mais emblemática ponte Long Allen, a gémea não idêntica de EJ “Lionel” Grizaffi e a de Berwick Bay.

O rio Atchafalaya na sua passagem por Morgan City, a caminho do Golfo do México

O rio Atchafalaya na sua passagem por Morgan City, a caminho do Golfo do México

Percorrem o panorama enormes barcaças provindas da capital Baton Rouge, que curvam no meandro em que o Atchafalaya ramifica para um tal de Bayou Schaffer, uma das centenas de bayous que sulcam o sul inundado do 18º estado dos E.U.A, o do Luisiana.

Do topo da plataforma, projecta-se para o céu azulão uma torre vermelha e branca.

A plataforma de extracção petrolífera off-shore Mr. Charlie

A plataforma de extracção petrolífera off-shore Mr. Charlie

Um Périplo Informativo pela “Mr. Charlie”

É a estrutura fulcral da plataforma, em que são colocadas e atarraxadas as brocas diamantíferas que perfuram o leito marinho.

Virgil revela-nos ainda a bóia usada para translado de trabalhadores em condições meteorológicas que inviabilizavam a aterragem dos helicópteros.

Mostra-nos os quartos e beliches, a sala de refeições, a de convívio e briefings, esta última, decorada com maquetes de petroleiros e de plataformas petrolíferas.

Recanto da sala de convívio e briefings da plataforma "Mr. Charlie"

Recanto da sala de convívio e briefings da plataforma “Mr. Charlie”

Se tínhamos iniciado o dia algo de pé atrás por se tratar de um museu, quanto mais apreendíamos da estrutura e da sua história, mais nos motivávamos.

“Bom, pode não parecer agora, mas esta torre abriu o caminho para um tipo de exploração petrolífera que se banalizou e que agora gera biliões de dólares.

Hoje, faz de museu, mas também cá se realizam sessões de treino de empresas que têm outras plataformas offshore”.

A Construção e Operação Pioneira da Primeira Plataforma Off-Shore

A Mr. Charlie foi construída entre 1952 e 1954, nos estaleiros Alexander de New Orleans, como uma teimosia de um jovem engenheiro de apelido Laborde.

Contra a rejeição das principais empresas de prospecção de petróleo e gás, insistiu que uma torre de extracção podia ser colocada numa espécie de barcaça fixa sobre postes e flutuadores massivos.

Laborde encontrou um investidor em Charles Murphy, o proprietário de uma empresa de prospecção independente de El Dorado, Arkansas. A empresa deste percebeu que a plataforma não só funcionaria como augurava um jackpot.

De facto, a Mr. Charlie provou-se a primeira plataforma transportável na íntegra, submersível e auto-suficiente do Mundo.

Entre 1952 e 1986, gerou centenas de poços no Golfo do México e a sul de Morgan City, num total superior a 700km perfurados, ao serviço de diversas outras petroleiras, entre as quais, a famosa Shell Oil.

Neste hiato, a Mr. Charlie operou com uma equipa de até 58 funcionários em águas com um máximo de 7 metros de profundidade,

Em 1986, a evolução tecnológica gerou plataformas instaláveis em águas com profundidades muito maiores. A Mr. Charlie deixou de fazer sentido e foi desactivada.

Mural decora a marginal de Morgan City, Luisiana.

Mural decora a marginal de Morgan City, Luisiana.

Morgan City e a Importância da Extração Petrolífera

Morgan City e as suas gentes beneficiaram dela, em termos de postos de trabalho directos e indirectos, durante 34 anos.

De acordo, determinados empresários petrolíferos locais, garantiram-lhe uma devida homenagem histórica, nas margens do Atchafalaya que nos entretínhamos a explorar.

A evolução tecnológica que se deu após 1986, causou um aumento exponencial e mundial de extracção petrolífera.

A que, devido ao fenómeno do aquecimento global, se seguiu uma determinação política norte-americana, quase sempre provinda do espectro Democrata (de esquerda), de limitar a extracção de petróleo e gás natural e investir noutras formas ditas ecológicas de produção energética.

Virgil não disfarça o desdém por estas políticas que colocaram um fim aos postos de trabalho com que ele e o filho contavam. Vemos, assim, em Virgil, à imagem da maior parte dos moradores do Luisiana profundo, um inequívoco apoiante de Donald Trump e do Partido Republicano.

Evitamos, todavia, metermo-nos nessa discussão que, além de o frustrar, tinha tudo para sobreaquecer. Mesmo se petroleira, Morgan tinha outros atributos. Estava na hora de os desvendarmos.

O restaurante Rita Mae's, humilde, mas incontornável, em Morgan City

O restaurante “Rita Mae’s”, humilde, mas incontornável, em Morgan City

O Gumbo do Restaurante “Rita Mae” e o Marisco Abundante em Redor de Morgan

Almoçamos no “Rita Mae’s”, um restaurante famoso pela genuinidade da velha vivendinha de madeira colorida em que funciona.

Pelo gumbo da casa, acompanhado de bolas de batata e pela espontaneidade irascível da empregada de serviço que quando lhe perguntamos como era a Chef Salad.

nos responde, indignada, “Sou só a empregada, como é que querem que saiba isso!”

Morgan City e a sua região são óbvias terras de gumbo e de marisco. O marisco integra, aliás, inúmeras receitas de gumbo destas partes do Luisiana, nem poderia ser de outra forma.

A indústria marisqueira local vem da ressaca financeira da Grande Depressão. Por essa altura, um jovem empresário da Flórida apostou em encontrar novas águas lucrativas.

Enviou um barco da sua frota de 24 navios, a testar as águas salobras e o mar a sul de Morgan City.

Ora, diz-se que o barco quase afundava com a quantidade surreal de marisco, predominantemente camarão que capturou.

Muitas mais embarcações zarparam da Flórida. Outras, foram construídas ou adaptadas para a nova, lucrativa actividade.

Centenas de madeireiros, caçadores, traficantes de peles e gente de outros ofícios em declínio afluíram de outras partes do Luisiana, da Flórida, do Texas, do Arkansas e até de Oklahoma.

Passaram a trabalhar na pesca marisqueira e afins, com rendimentos que eram o dobro, o triplo, e bem mais regulares e garantidos que os anteriores.

Barcaças encostadas à margem do rio Atchafalaya em que se situa Morgan City

Barcaças encostadas à margem do rio Atchafalaya em que se situa Morgan City

Eram pagos pelos donos das frotas, por novos estaleiros, por dezenas de armazéns frigoríficos, de bares, restaurantes e de negócios derivados, que se multiplicaram como os artrópodes avermelhados no Golfo do México.

Quando percorremos a marginal de Morgan City, lá encontrámos uns cinco ou seis barcos, os seus donos refastelados em cadeiras, confiantes que venderão o seu shrimp dê por onde der, como sempre fazem, sem intermediários.

A Génese Açucarada de Brashear City

Malgrado a relevância do petróleo e do marisco na vida de Morgan – que merece inclusive, um festival bi-temático realizado no Labour Day do 1º de Maio – foi o açúcar, em concreto a produção de cana-de-açúcar que esteve na génese de Morgan.

A meio do século XIX, Walter Brashear, um físico e fazendeiro do Kentucky adquiriu terras vastas da então conhecida por Tiger Island, assim tratada por agrimensores apontados pelo governo lá terem encontrado um tipo distinto de gato selvagem.

A produção de cana de Brashear correu de vento em popa. O fazendeiro mandou instalar vários moinhos para a processar. Ora, esta sua empreitada levou a muitas outras estruturas e à formação de uma população residente.

O lugar baptizado de Brashear City recebeu ainda um depósito militar das forças federadas e um forte protector da cidade. Ainda assim, em território sulista profundo, em Junho de 1863, as forças Confederadas capturaram-na.

Dois anos depois, os Confederados renderam-se. A cidade foi integrada nos Estados Unidos reunificados.

Homenagem a Charles Morgan, o propulsionador de Morgan City.

Homenagem a Charles Morgan, o propulsionador de Morgan City.

De Brashear a Morgan City ainda mais Prolífica

Em 1876, passou de chamar-se Brashear a Morgan City, em homenagem a Charles Morgan (1795-1878) um magnata e filantropo que investiu mundos e fundos na dragagem de um canal na Baía do Atchafalaya.

O novo canal viabilizou a passagem de navios para o Golfo do México e o oceano Atlântico.

Como esperado, depressa se provou providencial e altamente lucrativo.

Mansão de Morgan City, Luisiana

Mansão de Morgan City, Luisiana

Deu azo a muitas das mansões históricas, umas poucas supostamente assombradas porque passamos quando exploramos a cidade.

Ao longo da Brashear St, em redor do Lawrence Park e noutras partes.

Como não pode deixar de ser no sempre paranormal Luisiana, proliferam em Morgan e no imenso Atchafalaya circundante, histórias de espíritos e assombros, em casas, nem todas desabitadas.

Estátua no Brownell Memorial Park, lago Palourde, Morgan City

Estátua no Brownell Memorial Park, lago Palourde, Morgan City

Na senda dos mistérios dos pântanos e bayous, Morgan rendeu-se ao lucro provindo da mediatização dos seus fantasmas. Em 2019, uma série em particular, “Ghosts of Morgan City”, granjeou à cidade um inesperado acréscimo de notoriedade.

Vanessa reaparece, sem sobressaltos. Tinha terminado uma reunião na edilidade. Regressava ao nosso dispor.

A edilidade de Morgan City, estado de Luisiana, EUA

A edilidade de Morgan City, estado de Luisiana, EUA

O Lago Palourde, o Brownell Memorial Park e a Sua Carillon Tower.

Sobre a hora do calor e de uma já problemática fome, prenda-nos com um piquenique no Lake End Park, à beira do lago Palourde, um de vários que cercam a cidade e que, à imagem de New Orleans, a tornam vulnerável a passagem de furações.

Ciprestes no lago Palourde, Brownell Carillion Park, Morgan City

Ciprestes no lago Palourde, Brownell Carillion Park, Morgan City

Devoramos po’boys, sandes típicas de New Orleans, de camarão e peixe. Em seguida, contornamos o lago até ao Brownell Memorial Park & Carillon Tower.

Lá nos surpreende uma torre mandada erguer, em honra dos seus pais, por Claire Horatio Brownell, descendente das famílias pioneiras do Luisiana e aficionada inveterada de sinos e campanários.

Campanário do Brownell Carillon Park, Morgan City

Campanário do Brownell Carillon Park, Morgan City

O monumento destoava da paisagem de ciprestes e barbas-de-velho pendentes, uma óbvia extensão da que tínhamos explorado no fim da tarde anterior na bacia do Atchafalaya.

Revelou-se mais um dos incontáveis deslumbres que fazem da Cajun Coast e do sul do Luisiana, lugares à margem dos Estados Unidos.

 

COMO IR

Reserve o voo Lisboa – Miami (Flórida), Estados Unidos, com a TAP: flytap.com por a partir de 820€. De Miami, poderá cumprir a ligação para Lafayette (2h) por, a partir de 150€, ida-e-volta.

Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Pearl Harbor, Havai

O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
The Haight, São Francisco, E.U.A.

Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Luderitz, Namibia
Arquitectura & Design
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Cerimónias e Festividades
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Tequila, cidade de Jalisco, México, jima
Cidades
Tequila, JaliscoMéxico

Tequila: a Destilação do Oeste Mexicano que Anima o Mundo

Desiludidos com a falta de vinho e de aguardente, os Conquistadores do México aprimoraram a aptidão indígena milenar de produzir álcool. No século XVII, os espanhóis estavam satisfeitos com a sua pinga e começaram a exportá-la. A partir de Tequila, o pueblo, hoje, centro de região demarcada. E nome por que se tornou famosa.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Cultura
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Passageira agasalhada-ferry M:S Viking Tor, Aurlandfjord, Noruega
Em Viagem
Flam a Balestrand, Noruega

Onde as Montanhas Cedem aos Fiordes

A estação final do Flam Railway, marca o término da descida ferroviária vertiginosa das terras altas de Hallingskarvet às planas de Flam. Nesta povoação demasiado pequena para a sua fama, deixamos o comboio e navegamos pelo fiorde de Aurland abaixo rumo à prodigiosa Balestrand.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Étnico
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

Entrada para a Cidade das Areias de Dunhuang, China
História
Dunhuang, China

Um Oásis na China das Areias

A milhares de quilómetros para oeste de Pequim, a Grande Muralha tem o seu extremo ocidental e a China é outra. Um inesperado salpicado de verde vegetal quebra a vastidão árida em redor. Anuncia Dunhuang, antigo entreposto crucial da Rota da Seda, hoje, uma cidade intrigante na base das maiores dunas da Ásia.
Viti Levu, Fiji Ilhas, Pacifico do Sul, recife coral
Ilhas
Viti Levu, Fiji

Ilhas à Beira de Ilhas Plantadas

Uma parte substancial de Fiji preserva as expansões agrícolas da era colonial britânica. No norte e ao largo da grande ilha de Viti Levu, também nos deparámos com plantações que há muito só o são de nome.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Casinhas miniatura, Chã das Caldeiras, Vulcão Fogo, Cabo Verde
Natureza
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Parques Naturais
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Robben Island Ilha, Apartheid, África do Sul, Pórtico
Património Mundial UNESCO
Robben Island, África do Sul

A Ilha ao Largo do Apartheid

Bartolomeu Dias foi o primeiro europeu a vislumbrar a Robben Island, aquando da sua travessia do Cabo das Tormentas. Com os séculos, os colonos transformaram-na em asilo e prisão. Nelson Mandela deixou-a em 1982, após dezoito anos de pena. Decorridos outros doze, tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Pescador manobra barco junto à Praia de Bonete, Ilhabela, Brasil
Praias
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Teleférico de Sanahin, Arménia
Religião
Alaverdi, Arménia

Um Teleférico Chamado Ensejo

O cimo da garganta do rio Debed esconde os mosteiros arménios de Sanahin e Haghpat e blocos de apartamentos soviéticos em socalcos. O seu fundo abriga a mina e fundição de cobre que sustenta a cidade. A ligar estes dois mundos, está uma cabine suspensa providencial em que as gentes de Alaverdi contam viajar na companhia de Deus.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Mahu, Terceiro Sexo da Polinesia, Papeete, Taiti
Sociedade
Papeete, Polinésia Francesa

O Terceiro Sexo do Taiti

Herdeiros da cultura ancestral da Polinésia, os mahu preservam um papel incomum na sociedade. Perdidos algures entre os dois géneros, estes homens-mulher continuam a lutar pelo sentido das suas vidas.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Transpantaneira pantanal do Mato Grosso, capivara
Vida Selvagem
Pantanal do Mato Grosso, Brasil

Transpantaneira, Pantanal e Confins do Mato Grosso

Partimos do coração sul-americano de Cuiabá para sudoeste e na direcção da Bolívia. A determinada altura, a asfaltada MT060 passa sob um portal pitoresco e a Transpantaneira. Num ápice, o estado brasileiro de Mato Grosso alaga-se. Torna-se um Pantanal descomunal.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.