Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa


Embaixada
Figurantes passam por baixo do tori (portal xintoísta) que abençoa os visitantes do santuário Futarasan e do mausoléu de Ieyasu Tokugawa.
Último olhar
Criança figurante contempla o cortejo majestoso que o segue.
Coração de Dragão
Figurantes do cortejo Shunki Reitaisai ajeitam um traje de dragão dourado.
Samurai de óculos
Rapaz encarna um dos muitos samurais a tomar parte na celebração.
Fim do Cortejo
Participante do festival Shunki Reitaisai carregam o caixão dourado, centro da simulação da transladação do xogum Ieyasu Tokugawa.
Benção dos falcoeiros
Sacerdote xintoísta abençoa um conjunto de falcoeiros prestes a exibirem a sua arte durante o festival Shunki Reitaisai de Nikko.
Hobby da Era Edo
Falcoeiro em trajes medievais segura o seu falcão durante uma exibição, trajado a rigor.
Ponte Shinkyo
Segundo a lenda, Shodo Shonin, um sacerdote budista, atravessou este rio sobre duas serpentes gigantes.
Espectadores pacientes
Público nipónico retido atrás de cordas aguardam a passagem da procissão do festival Shunki Reitaisai.
Procissão sem fim
O longo cortejo que re-encena a transladação do Xogum Ieyasu Tokugawa, o mais importante da história nipónica.
Em trajes medievais
Figurantes do festival Shunki Reitaisai, numa das secções mais coloridas do cortejo.
Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.

A velocidade parcimoniosa, o número de paragens demoradas, a instabilidade na carruagem e a paisagem campestre atravessada pela linha JR Nikko não deixavam grande margem para dúvidas.

A grande e sofisticada Tóquio tinha ficado para trás.

Mais duas ou três estações e apeadeiros anunciados com som estridente e confirma-se a gare terminal de Nikko. Os passageiros confluem para o final da plataforma e afunilam-se na porta de saída. Pouco depois, disputam também um lugar nos autocarros que os irão poupar à ladeira que conduz ao complexo dos templos.

Continuamos sem pressas e desperta-nos curiosidade a vida local. Subimos, assim, ao ritmo marcado pelas pernas carregadas e vamos examinando a panóplia de estabelecimentos térreos, do restaurante que sugere o bife irrepreensível de Ishigaki a antiquários recatados e excêntricos.

Torna-se óbvio que, quanto mais nos afastamos da estação, mais dificuldade têm os negócios de prosperar, mesmo sendo Nikko um dos lugares predilectos entre os viajantes tanto os nipónicos como os forasteiros que se aventuram por estas terras sagradas do imperador.

Ponte Shinkyo e a Travessia para o Japão Medieval e UNESCO de Nikko

A estrada urbana 119 desemboca no rio Daiya. Submete-se a uma espécie de recuo forçado no tempo quando introduz a passagem pela ponte Shinkyo, laqueada a vermelhão.

Ponte Shinkyo

Segundo a lenda, Shodo Shonin, um sacerdote budista, atravessou este rio sobre duas serpentes gigantes.

O caudal desce de uma encosta verdejante e frondosa. Flui apressado e forma águas brancas que se debatem com rochas polidas e determinadas.

De acordo com a lenda, Shodo Shonin, um sacerdote budista que estabeleceu um retiro na zona no século VIII, atravessou este rio sobre duas serpentes gigantes.

Durante a época medieval, a ponte serviu apenas os membros da corte imperial e os generais. Já nos dias que correm, a pequena ponte faz parte do santuário Futarasan e podemos considerar que é para todos mesmo se cobra a cada transeunte uma portagem turística inflacionada de 500 ienes (quase 4 euros).

Do lado de lá do Daiya, impõe-se a sombra da encosta florestada que abriga o reduto histórico de Nikko. Vencemos as escadarias na companhia de alguns outros visitantes nipónicos idosos de perna curta mas vigor preservado. A meio do trilho, confrontamo-nos com um grupo de campesinos fora de tempo e contexto.

Percorremos toda uma rua ajardinada que esconde templos e estalagens e deparamo-nos com uma alameda de terra batida que serve o complexo dos principais monumentos.

Espectadores pacientes

Público nipónico retido atrás de cordas aguardam a passagem da procissão do festival Shunki Reitaisai.

Não somos propriamente os primeiros a chegar. Há uma multidão organizada e tranquila de ambos os lados, contida por linhas duplas de cordas esticadas e pela presença de agentes de autoridade austeros.

O Cortejo Grandioso Toshogu Nikko Festival

A espera prolonga-se. Intensifica a ansiedade e dá origem a pequenas contendas de cada vez que espectadores soberbos em lugares com visibilidade reduzida tentam instalar-se sobre os pequenos escadotes ou bancos trazidos de casa. Entretanto, é inaugurado o espectáculo e estas diferenças são debeladas.

A procissão tinha partido das imediações da ponte Shinkyo às dez da manhã em ponto. Vencida a primeira curva, surgem na dianteira religiosos que carregam três relicários com os espíritos dos três principais xoguns da era Tokugawa.

É, assim, reproduzida a cerimónia original em que, de acordo com a sua vontade em vida, a sepultura do fundador da dinastia Ieyasu Tokugawa (1543-1616) foi movida do monte Kuno para Nikko.

Dão seguimento ao séquito mais de mil outros participantes divididos por categorias. Vemos sacerdotes xintoístas a cavalo, centenas de samurais sob capacetes dourados e armaduras garridas e listadas, em tons combinados de amarelo e negro, também de azul e branco.

Samurai de óculos

Rapaz encarna um dos muitos samurais a tomar parte na celebração.

Integram ainda a parada figuras reais e imaginárias da época, membros das classes e posições mais humildes: simples soldados, arqueiros, falcoeiros, cortesãos, porta-estandartes, músicos

E … Tengu, um cão celestial semi-deus xintoísta, representado com a sua habitual face vermelha e nariz exagerado.

Coração de Dragão

Figurantes do cortejo Shunki Reitaisai ajeitam um traje de dragão dourado.

O cortejo prova-se tão pomposo quanto colorido. Move-se em jeito de câmara lenta até que passa sob o torii (portal) imponente de granito, ao lado de um pagode de cinco andares com 35 metros.

Entra, por fim, no santuário-mausoléu Tosho Gu com a bênção dos dois reis Deva escarlates que examinam cada um dos visitantes dos pés à cabeça.

Fim do Cortejo

Participante do festival Shunki Reitaisai carregam o caixão dourado, centro da simulação da transladação do xogum Ieyasu Tokugawa.

O Estatuto Quase Divino do Imperador Ieyasu Tokugawa

À sua maneira, Ieyasu Tokugawa fez por merecer toda esta reverência. Nascido em 1541, tornou-se num xógun temido e conquistador.

Os portugueses chegaram ao Japão em 1543. Relataram um arquipélago em que o Imperador tinha um poder quase simbólico, semelhante ao do Papa na Europa e em que a autoridade sobre território era disputada por vários clãs liderados por senhores da guerra.

Um conjunto de circunstâncias e ironias do destino fizeram com que, em 1600, o domínio do Japão fosse disputado na Batalha de Sekigahara, por dois exércitos desses clãs.

Ieyasu liderava o vitorioso.

Embaixada,

Figurantes passam por baixo do tori (portal xintoísta) que abençoa os visitantes do santuário Futarasan e do mausoléu de Ieyasu Tokugawa.

Apesar de terem passado mais três anos até que consolidasse o seu poder sobre o clã rival Toytomi e os restantes senhores feudais do Japão (os daimyo), esta batalha é reconhecida como o início oficioso do último xogunato supremo e indisputado.

Depois dela, até à restauração Meiji que, em 1868, pôs cobro ao período feudal Edo (ou Tokugawa) o Japão viveu em paz e viu reforçada a sua nacionalidade.

Ieyasu, o fundador da dinastia e principal responsável por esta mudança granjeou inúmeros tributos póstumos dos descendentes e súbditos, incluindo a dedicação de 15.000 artesãos vindos de todo o Japão para trabalhar durante dois anos na reconstrução do seu mausoléu.

Procissão sem fim

O longo cortejo que re-encena a transladação do Xogum Ieyasu Tokugawa, o mais importante da história nipónica.

O Reconhecimento e a Vassalagem do Povo Nipónico

Popularizou-se a noção de que tinha as qualidades ideais para ascender ao poder. Era corajoso mas, quando necessário, cuidadoso. Estabeleceu alianças calculistas sempre que sentiu que com elas poderia beneficiar.

Viveu numa era de brutalidade, violência e morte súbita mas foi fiel a quem o apoiou e recompensou, sem reservas, os vassalos que o seguiram.

Figurantes, Spring Festival Shunki-Reitaisai, Cortejo Toshogu Tokugawa, Japão

Figurantes do festival Shunki Reitaisai, numa das secções mais coloridas do cortejo.

Ieyasu teve dezanove esposas e concubinas que lhe concederam onze filhos e cinco filhas. Sabe-se que tinha sentimentos fortes pelos descendentes mas também podia ser cruel com quem o atraiçoava ou se lhe opunha.

Ordenou a execução da sua primeira mulher e do filho mais velho, alegadamente por motivos políticos.

Último olhar

Criança figurante contempla o cortejo majestoso que o segue.

O grande xógun também nadava com frequência. Sabe-se que, num período mais avançado da sua vida, o fazia no fosso no castelo de Edo (actual Tóquio).

A Falcoaria Real que o Festival de Nikko continua a Homenagear

Mas o seu passatempo favorito sempre foi a falcoaria que considerava um treino perfeito para a guerra. Ieyasu defendia que “quando se vai para o campo falcoar, aprende-se a compreender o espírito militar e também a vida dura das classes mais baixas.

Exercita-se os músculos e treina-se os membros. Caminha-se e corre-se. É-se indiferente ao calor e ao frio e é menos provável que se fique doente.” Também esta sua paixão é recuperada com frequência em Nikko.

Num dos dias em que exploramos a povoação, passamos por debaixo do torii e constatamos uma secção pré-delimitada para um outro qualquer evento.

Entramos na área do santuário Tosho Gu e vemos um grupo de falcoeiros trajados com elegância histórica e alinhados com as suas aves de rapina sobre os braços esquerdos.

Hobby da Era Edo

Falcoeiro em trajes medievais segura o seu falcão durante uma exibição, trajado a rigor.

Soa música xintoísta. A estranha melodia religiosa deixa pouco espaço para dúvidas sobre o cariz da cerimónia. Pouco depois, um sacerdote que empunha uma vara harai gushi purifica os falcoeiros brandindo as longas fitas shide em frente das suas cabeças e dos falcões.

Uma Vez Mais A Falcoaria Destaca-se

Findo o ritual, os falcoeiros descem as escadarias do recinto em fila, dirigem-se para a saída e ocupam os lugares respectivos. Já cercados por uma multidão entusiasta, dão início às suas exibições. Atam pedaços de carne a cordas e fazem-nas girar no ar em contínuo.

Então, soltam as aves que ganham altitude, preparam-se para a investida e, em quase todos os casos, capturam as presas a fingir em plena rotação, para sua recompensa imediata e sensação de dever cumprido dos mestres.

Benção dos falcoeiros, Spring Festival Shunki-Reitaisai, Cortejo Toshogu Tokugawa, Japão

Sacerdote xintoísta abençoa um conjunto de falcoeiros prestes a exibirem a sua arte durante o festival Shunki Reitaisai de Nikko.

O comboio JR Nikko para Tóquio partia dentro de três horas. Percorremos os derradeiros quilómetros no domínio póstumo de Tokugawa de regresso à estação da cidade.

Pouco depois, regressámos ao Japão futurista.

Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Ogimashi, Japão

Uma Aldeia Fiel ao A

Ogimashi revela uma herança fascinante da adaptabilidade nipónica. Situada num dos locais mais nevosos à face da Terra, esta povoação aperfeiçoou casas com verdadeiras estruturas anti-colapso.
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo - Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Tóquio, Japão

À Moda de Tóquio

No ultra-populoso e hiper-codificado Japão, há sempre espaço para mais sofisticação e criatividade. Sejam nacionais ou importados, é na capital que começam por desfilar os novos visuais nipónicos.
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Ogimashi, Japão

Um Japão Histórico-Virtual

Higurashi no Naku Koro ni” foi uma série de animação nipónica e jogo de computador com enorme sucesso. Em Ogimashi, aldeia de Shirakawa-Go, convivemos com um grupo de kigurumis das suas personagens.
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Arquitectura & Design
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Cerimónias e Festividades
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Presa por vários arames
Cidades
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Djerbahood, Erriadh, Djerba, Espelho
Cultura
Erriadh, Djerba, Tunísia

Uma Aldeia Feita Galeria de Arte Fugaz

Em 2014, uma povoação djerbiana milenar acolheu 250 pinturas murais realizadas por 150 artistas de 34 países. As paredes de cal, o sol intenso e os ventos carregados de areia do Saara erodem as obras de arte. A metamorfose de Erriadh em Djerbahood renova-se e continua a deslumbrar.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Assuão, Egipto, rio Nilo encontra a África negra, ilha Elefantina
Em Viagem
Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Étnico
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Jerusalém deus, Israel, cidade dourada
História
Jerusalém, Israel

Mais Perto de Deus

Três mil anos de uma história tão mística quanto atribulada ganham vida em Jerusalém. Venerada por cristãos, judeus e muçulmanos, esta cidade irradia controvérsias mas atrai crentes de todo o Mundo.
Castelo de Shuri em Naha, Okinawa o Império do Sol, Japão
Ilhas
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Inverno Branco
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Vulcão Teide, Tenerife, Canárias, Espanha
Natureza
Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Praia de El Cofete do cimo de El Islote, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha
Parques Naturais
Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura

Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
Palmeiras de San Cristobal de La Laguna, Tenerife, Canárias
Património Mundial UNESCO
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Praias
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Detalhe do templo de Kamakhya, em Guwahati, Assam, Índia
Religião
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Singapura, ilha Sucesso e Monotonia
Sociedade
Singapura

A Ilha do Sucesso e da Monotonia

Habituada a planear e a vencer, Singapura seduz e recruta gente ambiciosa de todo o mundo. Ao mesmo tempo, parece aborrecer de morte alguns dos seus habitantes mais criativos.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Vida Selvagem
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.