Praslin, Seychelles

 

O Éden dos Enigmáticos Cocos-do-Mar


Enseada do Éden
Banhista explora o litoral translúcido do oceano Índico, ao largo de Anse Lazio.
Cocos-do-mar juvenis
Cocos-do-mar juvenis. Na plenitude do seu crescimento, podem atingir o triplo do tamanho.
Índico de mar e granito
Duas crianças perdidas na vastidão de granito e água turquesa da praia de Anse Lazio.
Os cocos “afrodisíacos”
Exemplares de cocos-do-mar expostos na reserva natural Vallée de Mai, onde as palmeiras que os geram continuam a crescer.
Vallée de Mai
Grupo de visitantes explora a reserva natural de Vallée de Mai, ainda repleta de palmeiras de cocos-do-mar, no coração de Praslin.
Fiel de passagem
Transeunte passa em frente à igreja protestante de Sainte-Anne.
Uma reunião fúnebre
Grupo de senhoras no interior da igreja de Sainte Anne, por ocasião da morte de uma amiga.
Anse Georgette
Banhistas divertem-se noutra das praias perfeitas de Praslin, a de Anse Georgette.
À esquina
Habitantes de Sainte Anne descansam encostados à fachada de uma loja da povoação.
À porta de Deus
Homem na fachada frontal da igreja de madeira de Sainte Anne.
Água doce e velho granito
Água de um rio que desagua na praia de Anse Lazio.
Riachinho
Riacho curvo leva água doce das terras mais altas ao oceano Índico.
Grande Folhas
Folhas das palmeiras que preenchem a reserva de Valée de Mai.
Lagarto, Lagarto
Lagarto num caule de uma das plantas que fazem o Vallee de Mai verdejante.
Passeio a 2
Banhistas divertem-se noutra das praias perfeitas de Praslin, a de Anse Georgette.
Luz à Vista
Vallée de Mai, a reserva classificada pela UNESCO e protegida por estar repleta de palmeiras de cocos-do-mar,
Papagaio Negro das Seychelles
Espécime do raro papagaio negro, ave nacional das Seychelles.
Cocos-do-Mar em Terra
Cocos-do-Mar em distintas fases de maturação expostos sobre um banco da Reserva Vallée de Mai.
Durante séculos, os marinheiros árabes e europeus acreditaram que a maior semente do mundo, que encontravam nos litorais do Índico com forma de quadris voluptuosos de mulher, provinha de uma árvore mítica no fundo dos oceanos.  A ilha sensual que sempre os gerou deixou-nos extasiados.

Mal nos apareceu à frente, percebemos que a noite de Dave fora mais longa que o aconselhado. Que se levantara contrariado e a esforço.

O rapaz era de Mahé, a ilha-mãe das Seychelles. Tinha-se mudado para Praslin fazia já alguns anos alegadamente porque a vida era mais tranquila. A justificação pouco condizia com a sua condução de rali, que não tardou, tivemos que refrear.

Em vez de acatarmos o que nos sugeria e atravessarmos de imediato o parque nacional e o interior luxuriante da ilha para a costa norte, convencemo-lo a contornar toda a sul e a recortada, a leste, sem grandes pressas.

Queríamos, com aquele itinerário bem mais amplo, ficar com uma ideia abrangente do que podíamos esperar de Praslin. Depressa percebemos que tínhamos aterrado noutro dos paraísos perdidos pouco abaixo do equador, na vastidão do grande oceano Índico.

De Anse em Anse pelo Éden Tropical da Ilha de Praslin

Quase sempre entre um mar cor de esmeralda e uma floresta tropical densa, percorremos a baía Grande Anse e chegamos à confluência com a vizinha Anse Citron. Entre os dois areais, a estrada bifurca. Segue para o troço que Dave antes sugerira.

A outra ramificação transforma-se numa via litorânea de sopé de encosta, também sinuosa e ondulante, a partir de então tão estreita, que em certos trechos impede a passagem de dois veículos em simultâneo e ameaça seguir mar ou selva adentro.

As enseadas apelativas repetiam-se uma atrás da outra banhadas por águas circunscritas por uma barreira de recife ao largo. Sucederam-se uma série de outras “anses” (enseadas) sugestivas.

Enseada do Éden

Banhista explora o litoral translúcido do oceano Índico, ao largo de Anse Lazio.

A St. Sauveur, a Takamaka, esta baptizada de acordo com a colónia destas árvores quase rastejantes que lhe emprestam muito mais verde e sombra que apenas os meros coqueiros.

Seguiram-se a Anse Cimitière e a Bois de Rose, logo a Consolation e a Marie-Louise, todas elas praias privilegiadas. Até que atingimos a zona urbanizada da Baie Sante Anne e, passado o porto e a povoação contígua, cortamos para norte.

Não tardámos a dar com Anse Volbert.

À esquina

Habitantes de Sainte Anne descansam encostados à fachada de uma loja da povoação.

É este o principal núcleo habitacional e balnear da ilha, virado para longos areais também eles afagados por um mar quase imóvel, semi-represado por barreiras de recife algo mais distantes da costa que as do sul.

Com a volta de Praslin já a passar de meio, estávamos convencidos da sua beleza preservada. Ao mesmo tempo, sabíamos que havia melhor. Ansiosos por nos voltarmos a banhar numa das praias deslumbrantes das Seychelles e do Índico, convencemos Dave a prosseguir para o extremo noroeste da ilha.

Anse Citron e o Granito Rosado que faz Sobressair o Turquesa do Oceano Índico

Vinte minutos numa estrada de terra batida depois, estávamos de frente para um mar tranquilo, festivamente translúcido e de diferentes tons de azul, ciano, turquesa e um quase lápis lazúli.

Nas imediações da costa frondosa, a maré mantinha-se cheia, salpicada por uma colónia de calhaus graníticos de um rosado polido.

Índico de mar e granito

Duas crianças perdidas na vastidão de granito e água turquesa da praia de Anse Lazio.

Perante tal vista, sob o sol abrasador das quase onze da manhã, disparámos para a areia coralífera, trepámos a dois ou três rochedos volumosos e, dali, fizemos algumas fotos. Pouco depois, enfiámo-nos na água e celebrámos o momento com natações e flutuações deliciosas.

Antes de regressarmos à companhia de Dave, ainda espreitámos duas ou três outras pequenas enseadas, cada vez mais sumidas na vegetação densa, de que se destacavam os coqueiros estendidos na horizontal sobre o oceano.

Cocos do Mar: um Mistério que Vem dos Confins da Navegação

Hoje, só se encontram em Anse Lazio e ao longo do litoral de Praslin coqueiros dos convencionais.

Nem sempre assim foi.

Em plena era dos descobrimentos, os povos asiáticos e, entretanto, os marinheiros e aventureiros europeus que com eles estabeleceram contacto, nunca tinham visto palmeiras que gerassem cocos da dimensão de alguns que encontravam no mar e praias do Índico, que chegavam a ter 60 cm de diâmetro e até 42kg.

Cocos-do-mar juvenis

Cocos-do-mar juvenis. Na plenitude do seu crescimento, podem atingir o triplo do tamanho.

Diz-se que certos marinheiros malaios os terão visto “cair para cima” do leito do mar.

Disseminou-se, então, a crença de que eram produzidos por árvores que cresciam nas profundezas do oceano.

Das Palmeiras do Fundo do Mar aos Quadris Sedutores de Mulheres

Nos seus “Colóquios”, Garcia de Orta foi mais longe. Afiançou que nasciam de palmeiras que haviam sido submergidas por uma grande inundação quando o arquipélago das Maldivas se separou da Ásia.

O povo malaio acreditava que essas árvores davam abrigo a Garuda, uma espécie de ave gigante que capturava elefantes e tigres. A Garuda é, ainda hoje, o nome da companhia aérea nacional da Indonésia.

Sacerdotes africanos também acreditavam que, por vezes, as árvores dos cocos-do-mar se erguiam acima do oceano, que as vagas que geravam impediam as embarcações de prosseguir e que os marinheiros impotentes eram devorados pela Garuda.

Mas não se ficou por aí a riqueza dos imaginários criados em redor dos cocos-do-mar.

As grandes nozes que eram encontradas no oceano e nas praias já tinham perdido a sua casca (só assim flutuam) e pareciam quadris de mulheres.

Estas ancas e rabos flutuantes foram sendo recolhidos em navios e vendidos por fortunas na Arábia, na Europa e noutras paragens.

Os cocos "afrodisíacos"

Exemplares de cocos-do-mar expostos na reserva natural Vallée de Mai, onde as palmeiras que os geram continuam a crescer.

Nas Maldivas, era suposto qualquer coco-do-mar encontrado ser entregue ao rei. Guardá-los acarretava a pena de morte.

O Valor Monetário, Terapêutico e Até Literário Surreal dos Cocos do Mar

Em 1602, o almirante holandês Wolfert Hermanssen recebeu um coco-do-mar do Sultão de Bantam (actual Indonésia), por ter ajudado a defender a capital do sultanato homónimo dos portugueses.

Sabe-se ainda que Rudolf II, um imperador do Sacro Império Romano-Germânico o tentou, em vão, adquirir por 4000 florins de ouro.

Também se cria, como o descreveu João de Barros – um dos primeiros historiadores portugueses – que as nozes tinham outros poderes extraordinários.

Serviriam de antídoto para peçonhas, venenos e enfermidades. Provavelmente devido à acção inibidora da Inquisição, Garcia de Orta nunca se atreveu a mencionar o seu badalado e alegado poder afrodisíaco.

Como, pelas mesmas razões, nunca o fez Camões nos Lusíadas em que o Canto X versa:

 

“Nas Ilhas de Maldiva nace a pranta

No profundo das agoas soberana

Cujo pomo contra o veneno urgente

He tido por Antidoto excelente”

Camões retrata esse poder na Lírica, a sua obra que mais aborda o tema do amor e da paixão. Aí, recorre a abundantes artifícios léxicos por forma a evitar dissabores vindos do Inquisidor Geral (Cardeal D. Henrique) e dos censores da Inquisição.

Passagem Por Anse Volbert e por uma Igreja em Pleno Serviço Fúnebre

Tínhamos a sensação de que também Dave nos censuraria se ficássemos muito mais tempo em Anse Lazio.

Assim sendo, voltámos à carrinha apontados para Anse Volbert, onde fizemos umas compras casuais numa mercearia de donos hindus, escura, abafada e a tresandar a especiarias.

Fiel de passagem

Transeunte passa em frente à igreja protestante de Sainte-Anne.

Em nova passagem pela Baie Sante Anne detemo-nos e examinamos a povoação e a sua vida. Entrámos numa pequena igreja protestante piramidal e de madeira vermelha gasta.

No interior, damos com várias senhoras nativas, descendentes dos escravos africanos trazidos pelos franceses para as Seychelles, no século XVIII.

Uma reunião fúnebre

Grupo de senhoras no interior da igreja de Sainte Anne, por ocasião da morte de uma amiga.

Encontramo-las em amena cavaqueira sentadas nos bancos corridos. A extremidade de todos os bancos junto ao corredor está decorada com laços de cetim brancos e cor-de-rosa pelo que nos convencemos que está prestes a ter lugar um baptizado.

Metemos conversa com as senhoras que se dispõem a corrigir. “Não, não é um baptizado. Antes fosse. É um funeral de uma nossa amiga. Os laços? Nós temos a tradição de as usar nos funerais. A cor deles depende do que motivou a morte. Estes que veem correspondem a doença cancerígena.”

A surpresa deixa-nos sem palavras mas lá nos recompomos, pedimos desculpa pelo equívoco e retiramo-nos com a melhor expressão anglófona de pesar de que nos lembrámos.

Incursão à Floresta Tropical Protegida dos Cocos do Mar

Deixada para trás a igreja, percorremos uns poucos quilómetros e embrenhámo-nos no coração florestado da ilha. Pouco depois, entrámos na área de acolhimento da reserva natural e Património Mundial da UNESCO Vallée de Mai.

O Vallée de Mai preserva uma floresta de palmeiras que chegou a cobrir grande parte de Praslin e de outras ilhas das Seychelles, caso da vizinha La Digue.

Vallée de Mai

Grupo de visitantes explora a reserva natural de Vallée de Mai, ainda repleta de palmeiras de cocos-do-mar, no coração de Praslin.

Aliás, em tempos do supercontinente Gondwana cobriu outras vastas áreas da Terra.

Praslin é, à imagem das Seychelles em geral, considerada um micro-continente, já que não tem origem vulcânica ou coralina como quase todas as restantes ilhas do Índico, mas sim granítica.

E pródigo em fauna endémica.

ilha de Praslin, cocos do mar, Seychelles, Vallée de Mai, Papagaio Negro

Espécime do raro papagaio negro, ave nacional das Seychelles.

Conseguirmos resgatar Dave à sua conversa de engate com uma moça nativa da recepção, percorremos os trilhos sombrios e húmidos do parque, fascinados pela beleza frondosa da vegetação, em particular, das Loidocea Maldivicas, as palmeiras endémicas que produzem os cocos-do-mar.

Também nos encantaram, como aos marinheiros da era das descobertas, os espécimes secos que a administração do parque exibe junto aos trilhos.

ilha de Praslin, cocos do mar, Seychelles, Vallée de Mai,

Cocos-do-Mar em distintas fases de maturação expostos sobre um banco da Reserva Vallée de Mai.

Agora que pensamos no assunto, a corte feita pelo jovem Dave teve o seu quê de relação com um mito não menos cómico a que Charles George Gordon, um general britânico, chegou em 1881.

A Teoria do Jardim do Éden e os Cocos do Mar em Vez da Problemática Maçã

Tinham passado trezentos e setenta e oito anos de quando, já contornado o Cabo das Tormentas, Vasco da Gama se tornou o primeiro europeu a avistar e a navegar ao largo do arquipélago actual das Seychelles – no regresso da Índia – e o apelidou de Almirante em sua própria honra.

Decorreram sessenta e nove anos após a Grã-Bretanha o ter conquistado à França.

Segundo a teoria a que chegou através de uma análise cabalística do Livro de Genésis, o Vallée de Mai seria o Jardim do Éden e as suas palmeiras eram a árvore da sabedoria.

Representavam tanto o Bem como o Mal enquanto, devido às imaginadas propriedades afrodisíacas, o coco-do-mar corresponderia ao fruto proibido. Gordon chegou mesmo a assinalar a localização exacta do Paraíso no mapa da ilha como Vale do Coco-do-Mar.

ilha de Praslin, cocos do mar, Seychelles, Vallée de Mai

Vallée de Mai, a reserva classificada pela UNESCO e protegida por estar repleta de palmeiras de cocos-do-mar,

Esta sua postulação exótica foi contestada por um outro escritor, H. Watley Estridge que confrontou Gordon com a ínfima probabilidade de Eva ter conseguido morder um coco-do-mar através da sua casca de dez centímetros de espessura.

Gordon nunca respondeu.

Victoria, Mahé, Seychelles

De "Estabelecimento" Francófono à Capital Crioula das Seychelles

Os franceses povoaram o seu “L’Établissement” com colonos europeus, africanos e indianos. Dois séculos depois, os rivais britânicos tomaram-lhes o arquipélago e rebaptizaram a cidade em honra da sua rainha Victoria. Quando a visitamos, a capital das Seychelles mantém-se tão multiétnica como diminuta.
Mahé, Seychelles

A Ilha Grande das Pequenas Seychelles

Mahé é maior das ilhas do país mais diminuto de África. Alberga a capital da nação e quase todos os seichelenses. Mas não só. Na sua relativa pequenez, oculta um mundo tropical deslumbrante, feito de selva montanhosa que se funde com o Índico em enseadas de todos os tons de mar.
La Digue, Seicheles

Monumental Granito Tropical

Praias escondidas por selva luxuriante, feitas de areia coralífera banhada por um mar turquesa-esmeralda são tudo menos raras no oceano Índico. La Digue recriou-se. Em redor do seu litoral, brotam rochedos massivos que a erosão esculpiu como uma homenagem excêntrica e sólida do tempo à Natureza.
Maurícias

Uma Míni Índia nos Fundos do Índico

No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
Zanzibar, Tanzânia

As Ilhas Africanas das Especiarias

Vasco da Gama abriu o Índico ao império luso. No século XVIII, o arquipélago de Zanzibar tornou-se o maior produtor de cravinho e as especiarias disponíveis diversificaram-se, tal como os povos que as disputaram.
Malé, Maldivas

As Maldivas a Sério

Contemplada do ar, Malé, a capital das Maldivas, pouco mais parece que uma amostra de ilha atafulhada. Quem a visita, não encontra coqueiros deitados, praias de sonho, SPAs ou piscinas infinitas. Deslumbra-se com o dia-a-dia maldivano  genuíno que as brochuras turísticas omitem.
Maupiti, Polinésia Francesa

Uma Sociedade à Margem

À sombra da fama quase planetária da vizinha Bora Bora, Maupiti é remota, pouco habitada e ainda menos desenvolvida. Os seus habitantes sentem-se abandonados mas quem a visita agradece o abandono.
Maldivas

Cruzeiro pelas Maldivas, entre Ilhas e Atóis

Trazido de Fiji para navegar nas Maldivas, o Princess Yasawa adaptou-se bem aos novos mares. Por norma, bastam um ou dois dias de itinerário, para a genuinidade e o deleite da vida a bordo virem à tona.
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Île Felicité e Île Curieuse, Seychelles

De Leprosaria a Lar de Tartarugas Gigantes

A meio do século XVIII, continuava inabitada e ignorada pelos europeus. A expedição francesa do navio “La Curieuse” revelou-a e inspirou-lhe o baptismo. Os britânicos mantiveram-na uma colónia de leprosos até 1968. Hoje, a Île Curieuse acolhe centenas de tartarugas de Aldabra, o mais longevo animal terrestre.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Sombra vs Luz
Arquitectura & Design
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Indígena Coroado
Cerimónias e Festividades
Pueblos del Sur, Venezuela

Por uns Trás-os-Montes da Venezuela em Fiesta

Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.
Moradoras conversam numa das entradas da grande mesquita de Zomba
Cidades
Zomba, Malawi

A Capital Colonial, Inaugural do Malawi

Os britânicos desenvolveram Zomba como capital dos seus territórios às margens do Lago Niassa. De 1964 a 1974, o Malawi independente estendeu-lhe o protagonismo. Com a despromoção para Lilongwe do ano seguinte, Zomba tornou-se uma cidade com arquitectura colonial prodigiosa e cenários deslumbrantes no sopé do planalto epónimo.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Buda Vairocana, templo Todai ji, Nara, Japão
Cultura
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
viagem austrália ocidental, Surfspotting
Em Viagem
Perth a Albany, Austrália

Pelos Confins do Faroeste Australiano

Poucos povos veneram a evasão como os aussies. Com o Verão meridional em pleno e o fim-de-semana à porta, os habitantes de Perth refugiam-se da rotina urbana no recanto sudoeste da nação. Pela nossa parte, sem compromissos, exploramos a infindável Austrália Ocidental até ao seu limite sul.
Étnico
Nelson a Wharariki, PN Abel Tasman, Nova Zelândia

O Litoral Maori em que os Europeus Deram à Costa

Abel Janszoon Tasman explorava mais da recém-mapeada e mítica "Terra Australis" quando um equívoco azedou o contacto com nativos de uma ilha desconhecida. O episódio inaugurou a história colonial da Nova Zelândia. Hoje, tanto a costa divinal em que o episódio se sucedeu como os mares em redor evocam o navegador holandês.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Guardiã, Museu Estaline, Gori, Georgia
História
Uplistsikhe e Gori, Geórgia

Do Berço da Geórgia à Infância de Estaline

À descoberta do Cáucaso, exploramos Uplistsikhe, uma cidade troglodita antecessora da Geórgia. E a apenas 10km, em Gori, damos com o lugar da infância conturbada de Joseb Jughashvili, que se tornaria o mais famoso e tirano dos líderes soviéticos.
Mahu, Terceiro Sexo da Polinesia, Papeete, Taiti
Ilhas
Papeete, Polinésia Francesa

O Terceiro Sexo do Taiti

Herdeiros da cultura ancestral da Polinésia, os mahu preservam um papel incomum na sociedade. Perdidos algures entre os dois géneros, estes homens-mulher continuam a lutar pelo sentido das suas vidas.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Natureza
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Rede em Palmeiras, Praia de Uricao-Mar das caraibas, Venezuela
Parques Naturais
PN Henri Pittier, Venezuela

PN Henri Pittier: entre o Mar das Caraíbas e a Cordilheira da Costa

Em 1917, o botânico Henri Pittier afeiçoou-se à selva das montanhas marítimas da Venezuela. Os visitantes do parque nacional que este suíço ali criou são, hoje, mais do que alguma vez desejou
Ilha de São Miguel, Acores Deslumbrantes por Natureza
Património Mundial UNESCO
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Vista da Casa Iguana, Corn islands, puro caribe, nicaragua
Praias
Corn Islands-Ilhas do Milho, Nicarágua

Puro Caribe

Cenários tropicais perfeitos e a vida genuína dos habitantes são os únicos luxos disponíveis nas também chamadas Corn Islands ou Ilhas do Milho, um arquipélago perdido nos confins centro-americanos do Mar das Caraíbas.
Jerusalém deus, Israel, cidade dourada
Religião
Jerusalém, Israel

Mais Perto de Deus

Três mil anos de uma história tão mística quanto atribulada ganham vida em Jerusalém. Venerada por cristãos, judeus e muçulmanos, esta cidade irradia controvérsias mas atrai crentes de todo o Mundo.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
cowboys oceania, Rodeo, El Caballo, Perth, Australia
Sociedade
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Crocodilos, Queensland Tropical Australia Selvagem
Vida Selvagem
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.