Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente


Caminhantes-trilho-Zabriskie-Point-Vale-da-Morte-California-EUA
Casal percorre um trilho abrasivo, nas imediações do Zabriskie Point.
Água má
Planície de sal de Badwater Uma das vastidões de sal que cobrem o Vale da Morte.
Padrão da erosão
Encosta erodida junto ao Zabriskie Point.
Uma Vista Dantesca
Vista infernal do Vale da Morte do topo de uma elevação em redor.
Vastidão-Dunas-Eureka-Vale-da-Morte-California-EUA
A suavidade das dunas baixas de Eureka reforça a rudeza das montanhas por detrás.
Ainda mais DIP
Placa de trânsito assinala uma depressão suplementar no já profundo Vale da Morte (86 metros) abaixo do nível do mar.
Escultura de erosão
Cenário desgastado pelas chuvas raras mas abrasivas que se abatem uma vez por outra sobre o Vale da Morte.
Eureka
Pegadas nas dunas de Eureka.
Vastidão-Dunas-Eureka-Vale-da-Morte-California-EUA
A suavidade das dunas baixas de Eureka reforça a rudeza das montanhas por detrás.
Carro-percorre-Vale-da-Morte-California-Estados-Unidos-da-America
Carro percorre uma recta ao longo de uma planície colorida mas inóspita do Vale da Morte
117 F –
Termómetro de carro marca 117 graus Fahrenheit, ainda a umas dezenas de km do âmago do Vale da Morte.
Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.

Não era a primeira vez que partíamos de Seal Beach, nos arredores de Los Angeles, para longos périplos rodoviários pela Califórnia e outros estados do Oeste norte-americano.

Dessa vez, no entanto, Tia Lily e Uncle Guy – assim nos habituámos a tratar estes familiares do outro lado do Mundo – pareciam-nos mais inquietos que o normal e repetiam vezes sem conta um mesmo pedido: “Não se esqueçam de ligar, O.K.? Pelo menos quando chegarem aos hotéis. Vejam lá se não se esquecem!”

Resistimos à curiosidade por algum tempo. É precisamente quando estamos prestes a perguntar o porquê de tanta preocupação que Uncle Guy aparece com seis ou sete paletes de garrafas de água para colocarmos no porta-bagagens e resolvemos o mistério: o Vale da Morte!

Estavam com receio do Vale da Morte e que não lhe resistíssemos.

Fazemos os possíveis para sossegamos os anfitriões. Assim que a missão nos parece cumprida, saímos para o asfalto do Orange County, apontados para as profundezas da Califórnia.

Dante's View, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Vista infernal do Vale da Morte a partir do Dante’s Viewpoint.

Rumo às Profundezas Dantescas da Califórnia

Percorremos centenas de quilómetros da Highway 15, em grande parte, ao longo do deserto de Mojave. Passamos a cidade perdida no nada de Barstow. Pouco depois, cortamos para norte.

À medida que completamos os quilómetros finais do percurso na Highway 190, a temperatura sobe a olhos vistos. O termómetro digital verde-fósforo do carro só a informa em Fahrenheit e é com saltos surpreendentes nesta escala que constatamos como a fornalha se intensifica no exterior: 103F … 107F … 109F…

Termómetro de carro marca 117 graus Fahrenheit, ainda a umas dezenas de km do âmago do Vale da Morte.

Quando chegamos a Dante’s View, o calor já vai nos 47.2º (117F) e ainda estamos bem acima da depressão coberta de sal afundada por sismos pré-históricos consecutivos, no sopé da cordilheira de Panamint.

BadWater Basin faz parte daquela vista longínqua. Marca o ponto mais profundo da América do Norte.

Brota, ali, do subsolo alguma água para a superfície mas a salinização é tal que, por muito que ao longo da história do Oeste, as caravanas de mulas sedentas a quisessem beber, aquela nascente só serviu de salvação às algas, insectos e caracóis intrépidos que a continuam a colonizar.

Badwater Basin, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Planície de sal de Badwater Uma das vastidões de sal que cobrem o Vale da Morte.

Demasiado Quente para se Suportar

O dia avança e é cozinhado pela radiação solar. Para  evitarmos que nos aconteça o mesmo, regressamos ao interior de estufa do carro e, enquanto invertemos para o coração habitacional do vale, ligamos o ar condicionado na sua máxima força.

Pelo caminho, ainda desviamos para espreitar o Natural Bridge Canyon e o percurso íngreme mas insignificante até à primeira sombra concedida pelo desfiladeiro prova-se uma espécie de tortura infligida pelo ar ardente e seco nos pulmões.

Natural Bridge, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Visitante percorre a ladeira que conduz à Natural Bridge.

Conduzimos ao longo das encostas coloridas do Artist Drive quando reparamos que o sol já está a pique. Ocorre-nos que é melhor recuperarmos da exaustão num ambiente refrigerado de Furnace Creek, antes de nos metermos em novas incursões.

Um bar prenda-nos e a outros visitantes com sprinklers a todo o comprimento da sua arcada. No interior, encontramos limonada gelada e a bebida complementa aquele tratamento misericordioso.

Os Resilientes Nativos-Moradores Timbisha

Por outros motivos de que só eles e os seus deuses estarão a par, os índios Timbisha habitam o Vale da Morte e o oásis de Furnace Creek há séculos e a tribo tem inclusive uma reserva na zona.

São, hoje, apenas 15 ou 16 elementos mas formam a maior parte da população local que diminuiu para 24 pessoas. Em tempos, a comunidade foi bastante mais significativa e forneceu os artesãos e trabalhadores que ajudaram a erguer os edifícios do resort original da companhia Fred Harvey bem como as infraestruturas do parque.

Muito antes disso, outras sociedades tinham explorado as riquezas geológicas do vale, caso da Pacific Coast Borax Company que, com recurso a 20 parelhas de mulas, extraía o mineral e transportava-o através do deserto de Mojave para vender a empresas químicas e produzir o seu então famoso sabão Boraxo.

Na altura, o local que acolhia as instalações chamava-se Greenland Ranch, um nome que nunca iludiu os trabalhadores, massacrados pelo sol dia após dia.

Placa da estrada Artist Drive, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Placa identifica Artist Drive, uma zona assim chamada pela palete de cores das encostas em redor

58º: Demasiado Quente para Ser Verdade

1913 revelou-se um ano climático extraordinário, com calor bastante mais intenso que o habitual. Em 10 de Julho, a estação meteorológica da povoação registou 56.7º.

Nesse mesmo mês, tinha sido verificada uma sequência de 5 dias com máxima de 54º ou superior e, coincidência ou não, a 8 de Janeiro, o Vale da Morte vivera a sua temperatura invernal mais baixa: -10º. O record positivo não tardou ter competição.

Desde 1919 que os militares italianos estacionados numa base situada 55 km a sul de Tripoli, levavam a cabo medições de temperatura extremas. Três anos depois, as autoridades comunicaram ter obtido 58º em Al-Aziziyah, a 13 de Setembro de 1922.

Este valor conquistou a aceitação generalizada da temperatura mais elevada do Mundo, registada sob condições standard. O recorde consta ainda em incontáveis obras geográficas e manuais escolares mas encontrou diversos opositores ao longo do tempo.

Amilcare Fantoli e a Medição Errónea de Al-Azizyah

Um deles, o fisicista italiano Amilcare Fantoli analisou as condições em que havia sido realizada a medição. Questionou-as em diversos artigos dedicados e esclareceu no volume 18 da Rivista di Meteorologia Aeronautica, de 1958: “em 1922, não podíamos deixar de crer no número exibido, também explicitamente confirmado, via rádio, pelos militares situados em El-Aziz, (outro dos grafismos de Al-Azizyah) que permanecia isolada há algum tempo por razões estratégicas e, pouco depois, pela observação das folhas de registos… quando era possível ver esses dados… “.

Depois de descrever de forma exaustiva os instrumentos e procedimentos usados na medição, Fantoli opinou que “a temperatura máxima extrema terá sido de apenas 56º”.

Vale esculpido pela erosão, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da AméricaCenário desgastado pelas chuvas raras mas abrasivas que se abatem uma vez por outra sobre o Vale da Morte.

No passado dia 17 de Setembro, a OMM – a agência meteorológica das Nações Unidas –  comunicou o resultado de uma investigação levada a cabo em 2010 e 2011 por um painel de peritos líbios, italianos, espanhóis, egípcios, franceses, marroquinos, argentinos, norte-americanos e britânicos que concluiu existirem cinco problemas distintos com a medição de Al-Azizyah.

Falhas Diversas e as Improbabilidades Geográficas do Velho Record

O primeiro a considerar foi a instrumentação problemática: o termómetro habitual da estação tinha-se recentemente danificado e foi substituído por um outro convencional parecido com os usados nas estufas. Apontou-se, em seguida, um mais que provável observador inexperiente que a OMM concluiu ter feito a medição com base na extremidade oposta do cilindro no interior do termómetro.

Assinalou-se ainda o facto de “o ponto de medição estar colocado sobre um material de tipo asfalto não representativo do solo nativo do deserto e, por fim, “a pobre equivalência daquela temperatura extrema face às registadas em localidades próximas e má equivalência de temperaturas subsequentes registadas no mesmo local”.

Malgrado os ventos quentes Ghibli, que sopram do coração do Deserto do Saara sobre as montanhas Jabal Nafusah e são aquecidos à medida que descem das encostas viradas a norte, a distância de Al-Azizyah para o Mar Mediterrâneo não parecia permitir uma temperatura tão extrema.

Ao serem verificados os dados de lugares circundantes para essa data – Tripoli, Sidi Mesri, Homs, Zuara Marina, entre outros – todos ficavam demasiado abaixo do esperado, nalguns casos, tanto como 20º.

Encosta abaixo do Zabriskie Point, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Encosta erodida junto ao Zabriskie Point.

99 anos depois, um Vale da Morte mais quente que nunca

Em jeito de condenação final, os peritos concluíram que a medição de 1922 terá sido cerca de 7 graus centígrados mais elevada que o valor real. A agência comunicou recentemente a sua invalidação e a reabilitação do recorde de Greenland Ranch, de 1913.

A medida era há muito aguardada e comentada. Em Novembro de 2010, o Daily Telegraph, por exemplo, tinha já publicado um artigo irónico com o título “Broken Termometer led to a record breaker”.

Os poucos habitantes do Vale da Morte e os E.U.A., em geral, receberam a notícia com enorme agrado. O título do lugar mais quente tem o mesmo peso para os meteorologistas que o do Monte Evereste ostenta para os geógrafos.

A sua reconquista deverá trazer notoriedade acrescida e muitos mais forasteiros intrigados que, como nós, o visitam em plena época estival pelo privilégio de comprovar a sua agreste realidade climatérica. Mas, no passado, alguns visitantes não a compreenderam ou respeitaram como era devido. Saiu-lhes caro.

A Vista Marciana a Partir do Zabriskie Point

Falta-nos a paciência necessária para esperar que arrefeça. Furnace Creek e o Vale da Morte ainda escaldam quando deixamos o bar e voltamos ao volante.

Apontamos para o famoso Zabriskie Point, uma secção da cordilheira de Amargosa em tempos submersa pelo lago pré-histórico de Furnace Creek que recebeu o apelido de Christian Brevoort Zabriskie, vice-presidente e gerente da Pacific Coast Borax Company.

Do topo do miradouro, percebem-se os trilhos que atravessam a superfície extraterrestre de Badlands.  As linhas sinuosas do percurso convidam à aventura mas um aviso do Death Valley National Park alerta sobre os riscos envolvidos e não se coíbe de descrever uma das tragédias passadas para desmobilizar os mais incautos.

Caminhantes abaixo do Zabriskie Point, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Casal percorre um trilho abrasivo, nas imediações do Zabriskie Point.

Ingrid e Gerhard Jonas: Morte no Vale. A Dois.

Tinham decorrido apenas alguns dias das férias norte-americanas de Ingrid e Gerhard Jonas quando chegaram ao Vale da Morte. O guia que usavam descrevia a excentricidade do cenário entre o Golden Canyon e Zabriskie Point. Gerhard estava habituado a caminhadas bem mais longas.

Mal aconselhado pela aparente insignificância dos 4.8km do percurso e pela proximidade da povoação de Furnace Creek, desprezou que se estava em Junho e já era meio-dia, que a temperatura ia nos 37º e iria aumentar bastante. Equivocou-se também ao concluir que menos de um litro de água seria suficiente para se manter hidratado.

Combinaram que Ingrid conduziria até à outra extremidade do percurso e se encontrariam em Zabriskie Point, de onde poderia, inclusive, observá-lo a aproximar-se na paisagem colorida.

Passadas três horas, Ingrid não via sinal do marido. Avisou os rangers do parque e estes iniciaram uma busca sob uma temperatura de 45º. Um breve sobrevoo da avioneta de serviço revelou Gerhard, inconsciente, nas terras mais baixas de Gower Gulch. Os rangers alcançaram-no uma hora e meia depois do alerta.

Tinha sucumbido à insolação e ao esgotamento apenas 5 horas depois de ter deixado a esposa. O Vale da Morte fez jus ao nome e reclamou nova vítima. Desde o meio dos anos 90 foram pelo menos doze. A título de curiosidade, o uso displicente dos GPS’s com que vêm equipadas as viaturas alugadas contribuiu para alguns dos casos.

Tons quentes num vale escaldante

Carro percorre uma recta ao longo de uma planície colorida mas inóspita do Vale da Morte

O Perfil Extremo e Excêntrico do Vale da Morte

Em termos de geologia e geografia, o Vale da Morte justifica tanto as temperaturas recordistas como alguma apreensão e receio. Nenhum outro exibe uma combinação tão radical de profundidade e morfologia, a principal razão para as temperaturas de Verão extremas.

O Vale da Morte forma uma bacia longa e apertada situada a 85 metros abaixo do nível do mar. Apesar de depressivo, é enclausurado por montanhas íngremes iminentes e outras mais distantes, com auges óbvios no monte Telescope (3367 m) – o mais destacado da serrania de Panamint – e no Monte Whitney (4.421m), este, a maior elevação dos Estados Unidos contíguos, a apenas 136 km de distância.

São quatro as cordilheiras que retêm as nuvens procedentes do oceano Pacífico. As mesmas que as forçam a subir e a descarregar sob a forma de chuva ou neve ainda nas suas vertentes ocidentais. As provenientes do Atlântico e do Golfo do México, em particular, distam demasiado para ali poderem chegar com frequência significativa.

De acordo, o ar sobre o Vale da Morte é seco e rarefeito e a sua escassa vegetação convidam o sol a aquecer a superfície do deserto. O calor que irradia das rochas e do solo sobe mas fica aprisionado entre as encostas que o cercam e é forçado a descer.

As bolsas de ar descendente são apenas ligeiramente menos quentes que o ar circundante. À medida que regressam ao solo, a baixa pressão atmosférica submete-as a uma forte compressão e aquecem ainda mais que na origem.

A Panóplia de Temperaturas Recordistas do Vale da Morte

De Junho a Outubro, a repetição deste processo resulta nas temperaturas atmosféricas mais altas à face da Terra, um fenómeno que se pode arrastar sem fim aparente. Em 2001, o Verão do Vale da Morte teve 154 dias consecutivos com máximas superiores a 37º.

Em 1996,  foram quarenta dias acima dos 48º e cento e cinco com mais de 43º. Na manhã do passado dia 12 de Julho, o Death Valley bateu dois outros recordes não tão badalados mas relevantes. Imediatamente antes do nascer do sol, o termómetro de Furnace Creek tinha descido de uma máxima diurna de 53.3º para uns módicos 41.7º.

Registaram-se, assim, a temperatura mínima mais elevada à face da Terra e a sua temperatura média mais alta em 24 horas: 47.5º.

Dunas de Eureka, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Pegadas nas dunas de Eureka.

Na data em que o exploramos, ao invés, o fim da tarde concede um alívio bastante aceitável que aproveitamos para examinar outros recantos e cenários: a pequena estação rodoviária de Stovepipe Wells, as ruínas da Harmony Borax Works, o Mustard Canyon e as expansões de dunas de Mesquite e Eureka.

Entretanto, o grande astro cai para detrás da cordilheira de Panamint. A sombra instala-se, depois o lusco-fusco e logo a escuridão. Apesar da pseudo-frescura da noite, o Vale da Morte já era, de novo, o lugar mais quente à superfície do Planeta.

Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Deserto de Atacama, Chile

A Vida nos Limites do Deserto de Atacama

Quando menos se espera, o lugar mais seco do mundo revela novos cenários extraterrestres numa fronteira entre o inóspito e o acolhedor, o estéril e o fértil que os nativos se habituaram a atravessar.
Las Vegas, E.U.A.

Capital Mundial dos Casamentos vs Cidade do Pecado

A ganância do jogo, a luxúria da prostituição e a ostentação generalizada fazem parte de Las Vegas. Como as capelas que não têm olhos nem ouvidos e promovem matrimónios excêntricos, rápidos e baratos.
Las Vegas, E.U.A.

O Berço da Cidade do Pecado

Nem sempre a famosa Strip concentrou a atenção de Las Vegas. Muitos dos seus hotéis e casinos replicaram o glamour de néon da rua que antes mais se destacava, a Fremont Street.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Pearl Harbor, Havai

O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 – Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Bom conselho Budista
Cerimónias e Festividades
Chiang Mai, Tailândia

300 Wats de Energia Espiritual e Cultural

Os tailandeses chamam a cada templo budista wat e a sua capital do norte tem-nos em óbvia abundância. Entregue a sucessivos eventos realizados entre santuários, Chiang Mai nunca se chega a desligar.
Luderitz, Namibia
Cidades
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Mar-de-Parra
Cultura
Mendoza, Argentina

Viagem por Mendoza, a Grande Província Enóloga Argentina

Os missionários espanhóis perceberam, no século XVI, que a zona estava talhada para a produção do “sangue de Cristo”. Hoje, a província de Mendoza está no centro da maior região enóloga da América Latina.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Serra da Leba, a estrada aos esses projectada pelo Eng. Edgar Cardoso
Em Viagem
Serra da Leba, Angola

Aos Esses. Pela História de Angola.

Uma estrada ousada e providencial inaugurada nas vésperas da Revolução dos Cravos liga a planura do Namibe às alturas verdejantes da Serra da Leba. As suas sete curvas em gancho surgem no enfiamento de um passado colonial atribulado. Dão acesso a alguns dos cenários mais grandiosos de África.
Cobá, viagem às Ruínas Maias, Pac Chen, Maias de agora
Étnico
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Bagu, Reino de Pegu, Siriao
História
Bago, Myanmar

Viagem a Bago. E ao Reino Português de Pegu

Determinados e oportunistas, dois aventureiros portugueses tornaram-se reis do reino de Pegu. A sua dinastia só durou de 1600 a 1613. Ficou para a história.
Vertente leste do vulcão, Ilha do Fogo, Cabo Verde
Ilhas
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Magníficos Dias Atlânticos
Natureza
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Kogi, PN Tayrona, Guardiães do Mundo, Colômbia
Parques Naturais
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Património Mundial UNESCO
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Barcos fundo de vidro, Kabira Bay, Ishigaki
Praias
Ishigaki, Japão

Inusitados Trópicos Nipónicos

Ishigaki é uma das últimas ilhas da alpondra que se estende entre Honshu e Taiwan. Ishigakijima abriga algumas das mais incríveis praias e paisagens litorais destas partes do oceano Pacífico. Os cada vez mais japoneses que as visitam desfrutam-nas de uma forma pouco ou nada balnear.
Banhistas em pleno Fim do Mundo-Cenote de Cuzamá, Mérida, México
Religião
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Sociedade
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Vista aérea das quedas de água de Malolotja.
Vida Selvagem
Reserva Natural de Malolotja, eSwatini

Malolotja: o Rio, as quedas d’água e a Reserva Natural Grandiosa

Meros 32km a nordeste da capital Mbabane, sobre a fronteira com a África do Sul, ascendemos a terras altas, rugosas e vistosas de eSwatini. Por lá flui o rio Malolotja e se despenham as cascatas homónimas, as mais altas do Reino. Manadas de zebras e de antílopes percorrem os pastos e florestas em redor, numa das reservas com maior biodiversidade do sul de África.  
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.