Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961


Ontem, hoje.
Motas de neve de última geração contrastam com as tendas tradicionais de Meri-Lapin.
À moda da Lapónia
Lapão Jani Lammi rebocado por uma das suas renas junto ao lugarejo de Meri-Lapin.
Anfitriões em trajes Tradicionais
Anfitriões da aldeia tradicional de Meri-Lapin, nas imediações de Kemi
Um Monstro de Quebra-Gelo
Passageiros ínfimos contra o enorme quebra-gelo "Sampo"
Outro rumo
Cargueiro abre o seu próprio caminho, numa direcção distinta da do canal sulcado pelo "Sampo".
Prontos para tudo
Equipados com fatos de mergulho de grande espessura e isolamento, dois voluntários preparam-se para mergulhar no canal do Golfo de Bótnia aberto pelo "Sampo"
Breve inspecção
Passageiros examinam o enorme casco reforçado do "Sampo" a partir da superfície sólida do Golfo de Bótnia em redor.
Rumo ao Árctico
Passageiros apreciam o canal aberto no Golfo de Bótnia desde a popa do "Sampo".
Senti, senti ?
Tripulante italiano Rafaello na sala de comunicações datada do velho quebra-gelo "Sampo"
Banho-Finlandês
A experiência das experiências da viagem a bordo do "Sampo" passageiros flutuam na água semi-gelada do canal recém-aberto pelo quebra-gelo no Golfo de Bótnia.
Canal no Golfo de Bótnia
Gelo moído por mais que um quebra-gelo, no golfo vasto que separa a Finlândia da Suécia.
Só à força
Grupo de taiwaneses diverte-se após o seu mergulho no Golfo de Bótnia.
Acção na Ponte
Comandante atento à navegação, na ponte do "Sampo"
Carta do Golfo de Bótnia
Pormenor de uma das cartas de navegação do Golfo de Bótnia.
O Convés Nevado
Vista Gelada
Tripulante observa um outro quebra-gelo a abrir um csnal quase paralelo.
Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.

Andamos já bem fora do território tradicional que o povo Sami ocupa na Finlândia.

Por razões que a razão desconhece, é Sami o nome dos dois guias que nos vêm buscar ao Merihovi e nos orientam até ao embarque no quebra-gelo Sampo.

Desde o fim do curto dia anterior que estamos instalados neste hotel revivalista dos anos 50, no centro de Kemi.

Em termos cénicos, Kemi não corta a respiração a ninguém. Também não é uma cidade finlandesa qualquer. Fica no píncaro do Golfo de Bótnia, junto ao único lugar onde a Suécia e a nação suomi se encontram à beira-mar, umas meras centenas de quilómetros a sul do Círculo Polar Árctico.

Kemi é industrial de uma forma subtil, com o valor acrescido do seu porto de águas profundas, precioso nestas latitudes tanto tempo geladas.

O porto de pouco serviria se os metros superiores do mar ao largo se mantivessem sólidos durante o longo Inverno. Foi aí e por isso que uma das duas principais atracções de Kemi, o quebra-gelo Sampo, entrou nas histórias, na da Finlândia e na nossa.

Ao Cuidado de um Duo Sami

“Estão prontos? Trouxeram tudo?” inquirem-nos os Samis? Achávamos que sim. “Já alguma vez andaram de mota de neve?”

Era a terceira vez que explorávamos partes distintas desta região setentrional da Finlândia. Em todas elas tínhamos tido essa oportunidade.

“Óptimo! Assim poupam-nos algum tempo de briefing e instruções até porque, não é nada de grave, mas já vamos com um pouco de atraso.”

Vinte minutos depois, chegamos à doca semi-gelada de Kemi, e às imediações da sua outra grande curiosidade, o grande castelo de gelo de Lumilinna. Ali, uma trupe de forasteiros orientais divertia-se a fazer palhaçadas sobre a neve, e a filmá-las com o monumento em fundo.

À boa maneira austera e pragmática finlandesa, um dos Samis interrompe a diversão. Havia que pôr em marcha o programa da manhã e as motas. E a sua prioridade não tinha recurso.

Uma Expedição Gelada mas Deslumbrante

De um momento para o outro, de admiradores espantados daquela imensidão glacial do Golfo de Bótnia, passamos a percorrê-la em caravana e a grande velocidade.

Motas de neve em Meri-Lapin, Kemi, Finlândia

Motas de neve de última geração contrastam com as tendas tradicionais de Meri-Lapin

Avançamos uns bons quinze quilómetros sobre o mar gelado. E, regressados à terra pouco ou nada distinguível, por um caminho de litoral sinuoso, entre arbustos e espruces, alguns deles, transformados em elegantes candelabros naturais pela algidez compactadora da noite.

Os motoqueiros boreais à nossa frente detêm-se. Estacionam as motas à entrada de uma propriedade com três grandes tendas cónicas cobertas de neve e um curral aberto que, por essa altura, encerrava apenas três ou quatro renas. Dois criadores de gado lapões surgem do meio das tendas para nos acolher.

Vestem trajes a condizer com a condição. Reino Niemela e Jani Lammi, assim se chamam, convidam-nos a entrar para a tenda mais alta e que mais se assemelhava a um tipi dos indígenas norte-americanos.

Visita ao Lugarejo Nevado de Meri-Lapin

Mais feliz a lidar com as famílias e com as renas que com forasteiros que pouco lhes diziam, a dupla cumpre o seu papel com uma frieza condizente com a do clima. Para compensar, recuperam o vigor da fogueira no centro da tenda e servem-nos café a todos.

Os taiwaneses falam entre si. Nós já nos tínhamos acostumado a puxar pelos mais introvertidos finlandeses. Voltámos a tomar a iniciativa. “Mas vocês são sami?” perguntamos-lhes genuinamente confusos pela aparente semelhança do traje.

Reino, o ancião, toma a palavra da forma bem inspirada (de meter ar nos pulmões), pausada, poupada e lenta que caracteriza a fala dos suómi: “Não somos sami, somos Lapões. Cá na Finlândia, Lapões são todos os que, na Lapónia e há várias gerações, têm e criam renas.

Não precisam de ser sami. Estamos junto à aldeia de Meri-Lapin. Os sami ficam lá mais para cima.”

Nativo da região de Kemi rebocado por rena, Finlândia

Lapão Jani Lammi rebocado por uma das suas renas junto ao lugarejo de Meri-Lapin.

O aconchego do calor a lenha, o estímulo do café forte e a conversa com os anfitriões – entretanto, já menos contrariados por estarem contrariados no seu papel – mantiveram-nos embrenhados naquele abafado refúgio sub-árctico.

Não tarda, os Samis de baptismo, voltam a arrebatar o grupo do consolo da tenda para a frieza desumana do exterior. “Vamos rapazes, não há nada de novo em relação à vinda.

Só quando nos aproximarmos do  quebra-gelo Sampo, é que eu vou diminuir bastante a velocidade. Façam o mesmo. O barco pode ter deixado algumas falhas. Não queremos cair nelas.”

Rumo ao quebra-gelo “Sampo

E aí fomos nós, de novo em caravana. De novo aos esses pelo litoral e, entretanto, em linha recta pela vasta auto-estrada gelada de Bótnia.

O céu mantinha-se de um branco arroxeado. Emulava a superfície terreste e tornava a comitiva ainda mais insignificante naquele insondável tudo ou nada.

Vencidos vinte minutos e umas dezenas quilómetros, detectamos um vulto negro no horizonte. Quando nos aproximamos, confirmamos o esperado quebra-gelo Sampo.

Detemos as motas a uns cem metros, e cumpridas as apresentações. subimos para o convés pelo portaló de serviço.

Por essa altura, o barco já tinha a bordo dezenas de passageiros embarcados no ponto de partida original, nas imediações de Kemi.

Atrás de si, bem demarcado, o canal que abrira para ali chegar, estava repleto de pequenos blocos de gelo que aumentavam e se reforçavam à medida que o tempo passava.

Não tarda, o “Sampo” retoma a sua navegação Golfo de Bótnia adentro, sempre a abrir o gelo bem compacto, e a prolongar o canal que até então formara.

Quebra-gelo "Sampo" num canal aberto no Golfo de Bótnia, ao largo da Finlândia

Passageiros apreciam o canal aberto no Golfo de Bótnia desde a popa do “Sampo”.

Pelo Golfo de Bótnia Acima

Rafaello, um italiano que trabalhava no navio havia muitos anos apresenta-se da forma calorosa e sedutora que forra a alma de quase todos os latinos.

Conduz-nos num périplo pelos recantos mais curiosos do barco e regala-nos com informações a condizer.

Tripulante Rafaello a bordo do quebra-gelo "Sampo", Kemi, Finlândia

Tripulante italiano Rafaello na sala de comunicações datada do velho quebra-gelo “Sampo”

“Sabem que o “Sampo” tem 76 metros de comprimento mas pesa três vezes mais que um navio de passageiros do mesmo tamanho. Porquê? Porque para quebrar o gelo tem que ser bem mais pesado.

Logo por altura da construção, à parte de receber um casco hípereforçado, foram-lhe adicionadas 100 toneladas de água para permitir que fizesse o seu trabalho. Engraçado não é?”

Quase tudo era engraçado ali a bordo.

A começar por ser um italiano a guiar, em inglês, passageiros portugueses de um quebra-gelo finlandês.

Depois, tínhamos vindo de uns dias na ilha de Hailuoto, próxima de uma cidade mais para sul, Oulu. Pois, em Hailuoto, um dos nossos cicerones de uma quinta local também se chamava Sampo.

Quando estranhamos a abundância do nome e investigamos, damos connosco numa viagem vertiginosa nos domínios da mitologia finlandesa.

A Origem Mitológica de Sampo

Segundo esta, Sampo era um artefacto mágico de tipo indeterminado que beneficiava quem o possuía com boa-sorte e riqueza. Fora construído por Ilmarinem, um deus ferreiro e marteleiro, eterno artífice e inventor por excelência na “Kalevala”.

Ora, a “Kalevala”, por sua vez, é o respeitado poema épico nacional que compila o folclore e a mitologia oral finlandesa e da região da Karelia, que a Finlândia viu, em boa parte, perdida para a U.R.S.S., após a Guerra de Inverno entre os dois estados.

Não terá sido coincidência que o nome desse tal artefacto mitológico tenha sido atribuído à embarcação poderosa em que seguíamos.

Cargueiro no Golfo de Bótnia, Finlândia

Cargueiro abre o seu próprio caminho, numa direcção distinta da do canal sulcado pelo “Sampo”.

Para começar, ao longo dos tempos, o Sampo mitológico foi interpretado de todas as maneiras e feitios.

De pilar ou árvore do mundo, compasso, astrolábio, arca com tesouro, moeda Bizantina, escudo do período sueco Vendel (prévio à Era Viquingue), relíquia cristã, entre outros.

Com tal abundância de hipóteses, porque não um quebra-gelo.

Na época em que operava na sua plenitude, aquela peculiar geringonça marinha provou-se milagrosa para inúmeras companhias de navegação, empresas exportadoras e importadoras e, claro está, para os habitantes dos dois lados do Golfo de Bótnia.

E como nos deliciamos, a partir da proa, a vê-la quebrar o gelo por diante, se bem que respeitosa para com os resultados das medições da sua espessura feitas e comunicadas ao comandante de tempos a tempos por um tripulante.

O barco vivia já a sua velhice.

Tratava-se apenas de bom-senso evitar que se metesse em áreas demasiado desafiantes.

“Sampo”: 30 Anos de Árduo Quebra-Gelo

Este mesmo “Sampo” agora também cruzeiro de Inverno foi construído entre 1960 e 1961, em Helsínquia para suceder a um outro quebra-gelo homónimo que operou entre 1898 e 1960, o primeiro na Europa com propulsores tanto na proa como na popa.

O quebra-gelo Sampo  substituto que nos transportava manteve faixas navegáveis no extremo norte do Golfo de Bótnia durante quase trinta anos.

Desgastado pelo tempo de uso e ultrapassado pela evolução tecnológica, foi comprado pela cidade de Kemi por cerca de 167 mil euros.

Nesse mesmo ano, sem ter sequer começado a operar, o Finnish Tourism Board considerou-o o Melhor Produto Turístico da Finlândia.

Em 1988, começou a sua carreira de vaivéns turísticos, no mesmo itinerário e “programa de festas” que desfrutávamos.

Como quebra-gelo inveterado que se assumia, imobilizava-se durante o Verão árctico, quando em dias de bonança, até barcos insufláveis navegam o Golfo de Bótnia.

Várias milhas náuticas depois, já a maior parte dos passageiros tinham vasculhado o barco e, muitos deles, almoçado a bordo.

O “Sampo” volta a deter-se. Há muito que o navio triturava e abria o gelo sob o seu casco.

Estava na hora de os passageiros se banharem na “piscina” assim criada.

Passageiros a caminho de um mergulho no Golfo de Bótnia gelado, Finlândia

Equipados com fatos de mergulho de grande espessura e isolamento, dois voluntários preparam-se para mergulhar no canal do Golfo de Bótnia aberto pelo “Sampo”

Tempo de Testar as Águas Gélidas do Golfo de Bótnia

Um outro tripulante aborda-nos. Prenda-nos com fatos de mergulho vermelhos integrais e luvas a condizer com os nossos tamanhos. “Apertem tudo! Não deixem folgas!…

Se por alguma aselhice deixam alguma desta água entrar, acreditem que é bem pior que o esquentador lá de casa parar de funcionar.”

Nas outras tais viagens pela Lapónia Finlandesa, tínhamos mergulhado sem fatos nos quase sagrados avantos suómi, as aberturas que os finlandeses criam em rios ou lagos gelados e em que mergulham após algum tempo de molho nas saunas.

Estávamos, assim, algo intrigados quanto ao porquê da obrigatoriedade do seu uso. Não demoraríamos a agradece-la.

Já equipados em estilo de astronautas de calota polar marciana, descemos o portaló. Abeiramo-nos do curso aberto pelo navio.

Rafaello, dá-nos um OK. Descemos não com um simples mergulho estimulante, como acontecia nos avantos, mas devagar devagarinho, com cuidado a condizer.

Os fragmentos de gelo abundam também naquela secção do canal. Aos 23º negativos que se faziam sentir, renovavam-se e aumentavam de tamanho em contínuo.

A tripulação não tinha como os conter ou afastar.

Os fatos espessos que nos transformavam em desenhos animados, serviam não só como protecção térmica como de acolchoamento contra as arestas cortantes de tais mini-icebergs.

Uma Cómica Flutuação

Assim sendo, divertimo-nos a fazer aquilo que os trajes nos permitiam fazer: flutuar – de preferência de barriga para cima – praticar curtas natações geriátricas e pedirmos para nos registarem o momento que, a cada segundo que passava, para lá de singular, se provava mais idiótico.

Passageiros na água gélida do Golfo de Bótnia, Finlândia

A experiência das experiências da viagem a bordo do “Sampo” passageiros flutuam na água semi-gelada do canal recém-aberto pelo quebra-gelo no Golfo de Bótnia.

Por sorte, a equipa de TV de Taiwan, não esperou que saíssemos para entrar em cena. A produzir conteúdos de um teor assumidamente burlesco, tratou de dar seguimento ao nosso ensaio com personagens especializadas no género.

Com todos os passageiros de novo a bordo, o navio inverteu marcha rumo a Kemi.

À chegada, já desembarcados, ainda ficamos uma boa meia-hora sobre o Golfo de Bótnia gelado a circundar e a fotografar aquele quebra-gelo terreno, mesmo real, com o seu quê de mítico, na Finlândia.

Passageiros examinam o quebra-gelo "Sampo" Finlândia

Passageiros examinam o enorme casco reforçado do “Sampo” a partir da superfície sólida do Golfo de Bótnia em redor.

A TAP opera voos diários e directos de Lisboa para Helsínquia.

Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Ilha Hailuoto, Finlândia

À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Helsínquia, Finlândia

A Fortaleza em Tempos Sueca da Finlândia

Destacada num pequeno arquipélago à entrada de Helsínquia, Suomenlinna foi erguida por desígnios político-militares do reino sueco. Durante mais de um século, a Rússia deteve-a. Desde 1917, que o povo suómi a venera como o bastião histórico da sua espinhosa independência.
Porvoo, Finlândia

Uma Finlândia Medieval e Invernal

Uma das povoações anciãs da nação suómi, no início do século XIV, Porvoo era um entreposto ribeirinho atarefado e a sua terceira cidade. Com o tempo, Porvoo perdeu a importância comercial. Em troca, tornou-se um dos redutos históricos venerados da Finlândia.  
Helsínquia, Finlândia

A Filha Suomi do Báltico

Várias cidades cresceram, emanciparam-se e prosperaram à beira deste mar interior do Norte. Helsínquia lá se destacou como a capital monumental da jovem nação finlandesa.
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
hipopotamos, parque nacional chobe, botswana
Safari
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Thorong Pedi a High Camp, circuito Annapurna, Nepal, caminhante solitário
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 – Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Cerimónias e Festividades
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Montanha da Mesa vista a partir de Waterfront, Cidade do Cabo, África do Sul
Cidades
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao
Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Intersecção
Cultura
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
voos baratos, comprar voos baratos, bilhetes de avião baratos,
Em Viagem
Viajar Não Custa

Compre Voos Antes de os Preços Descolarem

Conseguir voos baratos tornou-se quase uma ciência. Fique a par dos princípios porque se rege o mercado das tarifas aéreas e evite o desconforto financeiro de comprar em má hora.
Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul
Étnico
Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul

James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

Embaixada, Nikko, Spring Festival Shunki-Reitaisai, Cortejo Toshogu Tokugawa, Japão
História
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Ocaso, Santo Antão, Cabo Verde
Ilhas
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Glaciar Mendenhall, Alasca, Juneau
Natureza
Glaciar Mendenhall, Juneau, Alasca

O Glaciar por detrás de Juneau

Os nativos Tlingit denominavam assim este que é um dos mais de 140 glaciares do campo de gelo de Juneau. Mais conhecido por Mendenhall, nos últimos três séculos, o aquecimento global fez a sua distância para a capital diminuta do Alasca aumentar mais de quatro quilómetros.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Piton de la Fournaise, Reunião, o caminho do vulcão
Parques Naturais
Piton de la Fournaise, Reunião

O Vulcão Turbulento da Reunião

Com 2632m, o Piton de la Fournaise, o único vulcão eruptivo da Reunião, ocupa quase metade desta ilha que exploramos, montanhas acima, montanhas abaixo. É um dos vulcões mais activos e imprevisíveis do oceano Índico e à face da Terra.
Mural exibe músicos de Jazz, acima de um parque de estacionamento de New Orleans.
Património Mundial UNESCO
New Orleans, Luisiana, Estados Unidos

Ao Ritmo da Música Orleaniana

New Orleans é o berço do jazz e o jazz soa e ressoa nas suas ruas. Como seria de esperar, numa cidade tão criativa, o jazz deu o tom a novos estilos e actos irreverentes. De visita à Big Easy, temos o privilégio de apreciar de tudo um pouco.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Apanhador de cocos, em Unawatuna, Sri Lanka
Praias
Unawatuna a Tongalle, Sri Lanka

Pelo Fundo Tropical do Velho Ceilão

Deixamos a fortaleza de Galle para trás. De Unawatuna a Tangale, o sul do Sri Lanka faz-se de praias com areia dourada e de coqueirais atraídos pela frescura do Índico. Em tempos, palco de conflito entre potências locais e coloniais, este litoral é há muito partilhado por mochileiros dos quatro cantos do Mundo.
Promessa?
Religião
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Kogi, PN Tayrona, Guardiães do Mundo, Colômbia
Sociedade
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Vida Selvagem
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.