Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso


A Grande Uxmal
Uxmal, em tempos, a capital do reino maia dominante da actual regiao Puuc.
Ao Nível do Céu
Visitantes sobre uma escada de acesso ao Palácio do Governador de Uxmal.
Deus Narigudo Chaac
Esculturas do deus da chuva Chaac numa esquina do Quadrilátero das Freiras.
Pouso ao Sol
Iguana recarrega energias sobre uma rocha de Uxmal.
O Jogo da Bola
Visitantes sobre a escadaria entre o Quadrilátero das Freiras e o Jogo da Bola.
Kukulkan e Outros
Relevos de Kukulkan e outras divindades numa fachada de Uxmal.
Palácio do Governador
Visitante aproxima-se do grande palácio governativo de Uxmal.
Palácio do Governador vs Pirâmide do Adivinho
Duas das grandes estruturas de Uxmal, em áreas e níveis distintos da cidade.
Recanto do Palácio do Governador
Visitante percorre o exterior do Palácio do Governador.
A Pirâmide do Adivinho
A estruturas mais impressionante de Uxmal, destacada entre o árvoredo e as nuvens acima do Iucatão.
Quadrângulo das Monjas
Uma das quatro fachadas do também chamado Quadrilátero das Freiras.
Passagem para o Quadrilátero das Freiras
Visitante fotografa um pormenor no tecto da passagem do Quadrilátero das Freiras para o Jogo da Bola.
Quadrilátero das Freiras ao Sol
Pátio do Quadrilátero das Freiras emoldurado pela sombra de um dos chamados aposentos.
Limiar das Freiras
Pátio do Quadrilátero das Freiras emoldurado pela sombra de um dos chamados aposentos.
Outra Escadaria
Forasteiro prestes a escalar uma das várias escadarias de Uxmal.
A Grande Uxmal
Uxmal, em tempos, a capital do reino maia dominante da actual regiao Puuc.
Caminhada Solitária
Visitante de Uxmal afasta-se da Pirâmide do Adivinho, rumo ao Palácio do Governador.
O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.

Até podíamos ficar por aí, por sublinhar apenas a integridade do complexo milenar de Uxmal.

Há mais e sentimos o dever de o abordar. No que toca às ruínas Maias abundantes da Península do Iucatão, Chichen Itza conquistou o estrelato, o estatuto de uma das novas Sete Maravilhas do Mundo, enuncia-o com a pompa devida, Fausto, o guia incumbido de nos ajudar a desvendá-la e a outras maravilhas do sudeste mexicano.

Uxmal, situada uns 200km para oeste, depressa se prova, sem grande margem para debate, um conjunto arqueológico mais recompensador para os sentidos.

Alcançamo-la após uma viagem matinal a partir de Mérida, a capital do estado do Iucatão. Durante pouco mais de uma hora, orientados de norte para sul pela via Hopelchen-Uman, percorremos a mesma vastidão alisada e uniforme, coberta de floresta tropical nanica, mas verdejante e maleável que há dias nos encolhia os horizontes.

Cruzamos Lázaro Cardenas, uma das povoações mexicanas que homenageia Cardenas del Rio, um presidente da década de 30, dos mais admirados pela nação.

Instantes depois, a via entra no domínio vasto da Reserva Estatal Biocultural del Puuc, denominação maia para a zona sul do Iucatão que, para variar, surge repleta de colinas ou quase colinas de génese cárstica e que inspirou um estilo arquitectónico Maia tão tardio quanto destacado.

À Descoberta da Velha Capital Maia de Uxmal

Sem aviso, a rectilínea Hopelchen-Uman flecte para leste. Deixamo-la após essa sua esquina. Um desvio de terra batida desafogado, em vez de um dos antigos caminhos sacbés Maias de estuque ou cal, conduz-nos à entrada contemporânea de Uxmal.

Fausto convoca-nos para junto de uma cisterna arredondada, aberta sobre o solo ressequido. “Sei que estão ansiosos para descobrirem as ruínas, mas peço-vos apenas uns minutos…” Concedemo-los, ainda que a esforço.

“Este é um dos milhares de chultunes e aguadas, cisternas ou reservatórios de que os Maias destas partes dependiam.

Como já tiveram oportunidade de constatar, mais para norte, a península estava, como está, crivada de cenotes, poços naturais cheios de água doce e corrente.

Neste sul, por um qualquer capricho geológico, os cenotes não existem e os maias dependiam das chuvas e da sua capacidade de as reterem.”

Progredimos.

Uxmal, Iucatão, capital Maia, Escadaria

Passamos por uma mancha de vegetação que serve de biombo natural.

Do lado de lá, surpreendemo-nos com o quanto os Maias haviam dominado essa dependência. E prosperado.

Saímos da sombra para um ervado ensolarado. À sua entrada, confrontamo-nos com o que nos parece a parte de trás de uma grande pirâmide de faces abruptas que o tempo escureceu e, nalgumas zonas, quase tornou parda.

Dois casais mexicanos algo excêntricos, enfiados em chapéus desemparelhados, entregam-se a uma indisfarçável adição por selfies e fotos de grupo, primeiro com a pirâmide, depois, com outros recantos das ruínas como fundo.

Retêm os visitantes que lhes seguem os passos.

Uxmal, Iucatão, capital Maia, recanto

O Pátio Enigmático do Quadrangulo de Las Monjas

Por fim, uma iguana das muitas que têm em Uxmal o seu lar, distrai-os. Com o percurso desimpedido, contornamos a aresta oriental e sombria da pirâmide.

Damos entrada no Quadrangulo de Las Monjas, assim foi denominado, em castelhano, o grande pátio na base da frente da Pirâmide do Adivinho ou do Feiticeiro, a estrutura sobranceira e que, salta à vista de qualquer visitante, se destaca da história misteriosa de Uxmal.

As narrativas Maias de Chilam Balam, encontradas na povoação Iucateca de Chumayel e que são os escritos mais antigos a fazer referência a Uxmal, permitiram estimar que a cidade terá sido fundada no século VII, aumentada e habitada em distintas vagas populacionais.

Uxmal, Iucatão, capital Maia, Quadrângulo das Monjas

Uma pioneira, que se crê ter sido inaugurada por sacerdotes que veneravam Chaac, o deus Maia da chuva, dos relâmpagos e das tempestades, garante divino da água doce que enchia as cisternas e irrigava as colheitas.

Três séculos mais tarde, afectou a cidade um novo fluxo migratório provindo das terras altas e centrais do México. Agrupava milhares de migrantes de sub-etnia Tutul Xiu, traduzível como “os que transbordam de virtude”.

Os xiues constituíram o último grupo Maia a habitar a Península do Iucatão, entre 987 e 1007. Introduziram no novo território componentes culturais e religiosas nahua que os Maias adoptariam em definitivo.

Foram os casos do culto aos deuses Tláloc e Quetzacoatl, a Serpente Emplumada que os Maias do Iucatão adotariam na pele de Kukulkan.

Uxmal, Iucatão, capital Maia, decoração de fachada

As Benesses e Caprichos do Deus da Chuva Chaac

Encontramos representações alinhadas de Chaac nas esquinas do Quadrangulo de Las Monjas.

Delas se projectam grandes narizes trombudos, ícones petrificados dos muitos raios que fulminam este México entre o golfo homónimo e o Mar das Caraíbas, sobretudo durante a época das chuvas.

Em 27 de Fevereiro de 1975, a divindade nariguda voltou a fazer das suas. Nessa data – e abundam fotos a preto-e-branco e sépia que o comprovam – a rainha Isabel II marcava presença na inauguração do espectáculo de luz e de som local.

Uxmal, Iucatão, capital Maia, deus Chaac

No momento em que uma oração a Chaac bendizia Uxmal e os convidados, a divindade despejou uma bátega inesperada sobre a realeza e outros ilustres dignitários.

A meio de Novembro, a época das chuvas do Iucatão estava mais que vencida. Uma única noite das que por lá passámos foi molhada. Na manhã que dedicámos a Uxmal, nem uma pista de que tal pudesse ocorrer.

O céu manteve-se azulão, polvilhado de pequenas nuvens alvas, restos quase estéreis, mas decorativos de tempestades longínquas.

Do Quadrangulo de Las Monjas ao Palácio do Gobernador

O ar clorofilino da quase tarde intensificava-se. Refugiamo-nos na sombra de um dos antigos aposentos em redor do pátio.

Entusiasmados com o enquadramento da sua moldura, internamo-nos nele o suficiente para nos empestarmos com o aroma a guano fermentado que os morcegos condóminos ali renovam.

Uxmal, Iucatão, capital Maia, Quadrângulo das Monjas

Retomamos a volta ao recinto.

Cruzamos a abertura na parede sul do Quadrangulo de Las Monjas para o jogo de bola mesoamericano, um dos raros encontrados em ruínas Maias da região Puuc.

Degradado, mas com os seus aros adornados ainda bem fixos ao cimo das rampas limítrofes.

Uxmal, Iucatão, capital Maia, jogo da Bola

Atravessamos o jogo da bola. Do lado de lá, uma vez mais entre iguanas a carregarem baterias ao sol, subimos à pequena Casa das Tartarugas, onde os répteis são de pedra e ornamentais.

E, mais ainda, para o nível do Palácio do Governador, por sua vez decorado por quase quatrocentos glifos que se crê serem de Vênus, ajustados às bochechas do chuvoso Chaac.

Uxmal, Iucatão, capital Maia, Palácio do Governador

Chegamo-nos ao limiar norte da plataforma em que assenta o Palácio do Governador e, logo, ao seu cimo.

E a Visão Mais Distante e Mirabolante da Pirâmide do Adivinho

Desse alto privilegiado, reencontramos a Pirâmide do Adivinho, culminante, além de um arvoredo tropical frondoso que as sucessivas caravanas de nuvens ora sombreavam, ora faziam resplandecer.

Como dali a víamos, com os seus 35 metros de altura, quase a tocar o firmamento azul-nublado, a Pirâmide do Adivinho resistia como o templo máximo da crença Maia.

Durante séculos, foi uma espécie de portal religioso com escadarias íngremes que elevavam os sacerdotes e líderes de Uxmal, que deles faziam projecções terrenas do Sol e de Vênus.

Uxmal, Iucatão, capital Maia, a Pirâmide do Adivinho

O termo maia Uxmal tem o significado de “edificada por três vezes”.

Em boa parte, devido à perícia com que acumulava e geria a água das chuvas, Uxmal terá acolhido entre 15 a 25 mil habitantes e dominado outros povoados menores, casos das vizinhas Kabah, Sayil e Labna.

No tempo da expansão e crescimento populacional da cidade, em períodos mais ou menos sequentes às vagas migratórias, a Pirâmide do Feiticeiro recebeu novos pisos.

Foi enriquecida de estruturas e de importância cerimonial.

O Mistério do Abandono de Uxmal

Já em pleno século X d.C., por razões que carecem de provas irrefutáveis, os habitantes abandonaram a cidade, em pouco tempo, despromovida a mero polo de peregrinação.

Duas teorias distintas continuam a debater-se como as mais prováveis. Uma defende que Uxmal se viu vítima da súbita ascensão de cidades Maias rivais, que contestaram e combateram a sua supremacia.

A outra, assente num lavar de mãos de Chaac, que teria gerado um longo período de seca e inviabilizado a acumulação de água e a vida na cidade.

Uxmal, Iucatão, capital Maia, panorâmica

Ao contrário do que aconteceu noutras paragens da Península do Iucatão e da América Central, a capital Maia da região Puuc soçobrou mesmo antes do desembarque dos deuses barbudos provindos do mar sem fim.

Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Antigua, Guatemala

Guatemala Hispânica à Moda Antigua

Em 1743, vários sismos arrasaram uma das cidades coloniais pioneiras mais encantadora das Américas. Antigua regenerou-se mas preserva a religiosidade e o dramatismo do seu passado épico-trágico.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Arquitectura & Design
Fortalezas

O Mundo à Defesa – Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Festival MassKara, cidade de Bacolod, Filipinas
Cerimónias e Festividades
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Vaquero entra numa rua dotada de palmeiras juvenis.
Cidades
Álamos, Sonora, México

Três Séculos entre Álamos e Portais Andaluzes

Fundada, em 1685, após a descoberta de filões de prata, Álamos desenvolveu-se com base numa estrutura urbana e arquitectura da Andaluzia. Com o fim da prata, valeu-lhe a sua outra riqueza. Uma genuinidade e tranquilidade pós-colonial que a destaca do estado de Sonora e do vasto ocidente do México.
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Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Djerbahood, Erriadh, Djerba, Espelho
Cultura
Erriadh, Djerba, Tunísia

Uma Aldeia Feita Galeria de Arte Fugaz

Em 2014, uma povoação djerbiana milenar acolheu 250 pinturas murais realizadas por 150 artistas de 34 países. As paredes de cal, o sol intenso e os ventos carregados de areia do Saara erodem as obras de arte. A metamorfose de Erriadh em Djerbahood renova-se e continua a deslumbrar.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Assuão, Egipto, rio Nilo encontra a África negra, ilha Elefantina
Em Viagem
Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Mme Moline popinée
Étnico
Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades

Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

muralha da fortaleza de Novgorod e da Catedral Ortodoxa de Santa Sofia, Rússia
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Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
San Juan, Cidade Velha, Porto Rico, Reggaeton, bandeira em Portão
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San Juan, Porto Rico (Parte 2)

Ao Ritmo do Reggaeton

Os porto-riquenhos irrequietos e inventivos fizeram de San Juan a capital mundial do reggaeton. Ao ritmo preferido da nação, encheram a sua “Cidade Muralhada” de outras artes, de cor e de vida.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
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Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Mahé Ilhas das Seychelles, amigos da praia
Natureza
Mahé, Seychelles

A Ilha Grande das Pequenas Seychelles

Mahé é maior das ilhas do país mais diminuto de África. Alberga a capital da nação e quase todos os seichelenses. Mas não só. Na sua relativa pequenez, oculta um mundo tropical deslumbrante, feito de selva montanhosa que se funde com o Índico em enseadas de todos os tons de mar.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Joshua Tree Parque Nacional, Califórnia, Estados Unidos,
Parques Naturais
PN Joshua Tree, Califórnia, Estados Unidos

Os Braços Virados ao Céu do PN Joshua Tree

Chegados ao extremo sul da Califórnia, espantamo-nos com as incontáveis árvores de Josué que despontam dos desertos de Mojave e Colorado. Tal como os colonos mórmons que as terão baptizado, cruzamos e louvamos estes cenários inóspitos do Faroeste norte-americano.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Património Mundial UNESCO
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Personagens
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
vista monte Teurafaatiu, Maupiti, Ilhas sociedade, Polinesia Francesa
Praias
Maupiti, Polinésia Francesa

Uma Sociedade à Margem

À sombra da fama quase planetária da vizinha Bora Bora, Maupiti é remota, pouco habitada e ainda menos desenvolvida. Os seus habitantes sentem-se abandonados mas quem a visita agradece o abandono.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Religião
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Creel, Chihuahua, Carlos Venzor, coleccionador, museu
Sociedade
Chihuahua a Creel, Chihuahua, México

A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
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Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Macaco-uivador, PN Tortuguero, Costa Rica
Vida Selvagem
PN Tortuguero, Costa Rica

Tortuguero: da Selva Inundada ao Mar das Caraíbas

Após dois dias de impasse devido a chuva torrencial, saímos à descoberta do Parque Nacional Tortuguero. Canal após canal, deslumbramo-nos com a riqueza natural e exuberância deste ecossistema flúviomarinho da Costa Rica.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.