Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro


Túnel de gelo
Marco C. Pereira dentro de um iceberg do Glaciar Valdez.
Glaciar Meares
O glaciar Meares detrás de um meandro florestado.
Prince William Sound
Florestas de coníferas do Prince William Sound.
Leões-Marinhos
Leões-marinhos no litoral de um fiorde nas imediações de Valdez.
Mini-Alasca
Ilhéu ínfimo nas imediações de Valdez.
Conversa de Popa
Passageiros conversam e contemplam os cenários grandiosos do Prince William Sound.
De Fuga
Papagaio-do-mar foge da súbita aproximação de uma embarcação.
Porto de Valdez
Embarcações no porto de Valdez
Debaixo do azul
Viajantes asiáticos manobram um caiaque por baixo de um túnel de gelo do glaciar Valdez.
Gelo de Verão
Fragmentos de gelo nas imediações do glaciar Meares.
Jogada de antecipação
Jovem passageiro segura um leão-marinho de peluche, pouco depois de avistar várias colónias destes animais a sério.
Lu Lu Belle
Um barco deixa o porto de Valdez para mostrar a visitantes da região os cenários extremos de Prince William Sound.
Alasca frígido
Pequenos icebergs libertados pelo enorme glaciar Columbia, possivelmente semelhantes aos que provocaram o rombo no "Exxon Valdez".
Embarque
Amigos exploradores preparam-se para entrar de caiaque num lago alimentado pelo glaciar Valdez.
Terminal petrolífero
Tanques do terminal petrolífero de Valdez, colocados a salvo de tsunamis.
Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.

Rainier personifica e protagoniza a vida genuína do Alasca, tão complexa e assumida que não deixa lugar a críticas ou reparos.

Vem ao nosso encontro junto ao porto de Valdez, num dia de trabalho mais incomodativo que os restantes.

“Filho da mãe do chinês, desabafa sem pudor.” Logo hoje é que tinha que aturar aquilo”. “O namorado deixou-o e agora parece uma criança descontrolada a quem tiraram todos os brinquedos”.

Gerry ri-se tranquilamente. Tenta acalmá-la: “Está tudo bem querida. Já não tens que voltar mais para lá, hoje”. E beijam-se pela quinquagésima vez.

Seguimos o jipe de Rainier até um atrelado plantado num trailer park nas proximidades do aeroporto local. À chegada informa-nos sem cerimónia: “É aqui. Eu vivo numa vivenda com o meu marido.

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Embarcações no porto de Valdez

Rainier, Gerry e Chris: o Fascinante Trio-Amoroso de Valdez:

Este atrelado, uso-o para estar com o Gerry.” “Fiquem à vontade. Eu já volto. Tenho que ir dizer ao Chris que já chegaram. Ele está cheio de vontade de vos conhecer.”

Gerry é distribuidor e vendedor da marca de refrigerantes Dr. Pepper, Chris é um dos responsáveis pela segurança da Alyesca Pipeline, a empresa que explora a conduta que traz o petróleo alasquense do longínquo oceano Árctico até ao Golfo do Alasca.

Em comum têm apenas Rainier e Valdez. Gerry foi em tempos colega de trabalho no bar de Pepe, um espanhol  ganancioso e mal visto, com negócios obscuros que brilharia em qualquer filme de Almodovar. Gerry é o namorado actual. Chris é o marido oficiosamente separado de Rainier e pai de Forest, a filha de ambos.

Conversa puxa conversa, vêm à baila a prosperidade de Valdez, concedida pelo ouro negro do Mar do Alasca. Rainier riposta motivada em impressionar-nos.

“Bom, se isso vos desperta curiosidade, ainda mais interessante vão achar o meu ex-marido. Ele sabe quase tudo sobre o petróleo do Alasca.”

Continuamos o repasto no atrelado com entusiasmo até que o bonacheirão Chris aparece com salmão seco, pedaços de alce e de foca, estes, embebidos na sua gordura, além de distintos doces de frutos silvestres, e assim renova o convívio à moda dos antepassados.

As Raízes inupiaq e os Testemunhos anti-Esquimó de Chris

Provamos as iguarias e admiramos algumas das suas esculturas em ossos penianos baculum de focas, morsas e leões-marinhos macho (oosik em vários dialectos nativos).

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Marco C. Pereira dentro de um iceberg do Glaciar Valdez.

Chris explica-nos a sua improvável origem helénico-inupiaq e as lógicas étnicas do Alasca: como, por norma, a etnia Athabaskan – dispersa pelo sul do território e por grande parte do Lower 48 – é aquela com que os “verdadeiros” indígenas alasquenses mais embirram.

Como o termo esquimó não faz sentido nem ao seu grupo étnico inupiaq nem a nenhum outro. Em seguida, a conversa muda de rumo. Chris tem um irmão gémeo, Joe, que é considerado o Top Cop do Alasca, objecto de reportagens das principais publicações locais.

A Prosperidade Petrolífera Garantida pela Alyeska Pipelines

Ele, por sua vez, há muito que trabalha para a Alyeska Pipelines Service Company, uma empresa do consórcio multimilionário Alyeska (grande terra, no dialecto arcaico aleuta) formado pelas  companhias proprietárias do sistema de condutas Trans-Alasca que exploram e comercializam o petróleo do 49º estado norte-americano.

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Tanques do terminal petrolífero de Valdez, colocados a salvo de tsunamis.

“Uma das principais condições das autoridades nativas para autorizar a construção do sistema de condutas nas suas terras foi uma determinada cota de empregados indígenas ao serviço. Eu sou só um de muitos.

Cheguei a um cargo elevado e ganho bem (confessa-nos que uma média de 120.000 dólares por ano) mas tenho responsabilidade a condizer.

A Ameaça Latente da Conduta da Alyeska Pipelines

A conduta tem 1300km. Quando não são proprietários frustrados, são os ambientalistas radicais e irracionais ou um maluco qualquer. Há sempre alguém interessado em danificar ou sabotar aquele cano.” Pelo que acrescenta, apuramos que a paranóia yankee se disseminou pelos confins da nação e contribui para o estado de permanente sobressalto.

”No 11 de Setembro 2011, espalhou-se por Valdez que os terroristas iam fazer despenhar um dos últimos aviões desviados sobre os reservatórios da cidade ou a conduta. Foi uma agonia em directo até que todos aterrassem.”

Na ocasião, a pequena cidade saiu incólume. Em 1989, não teve a mesma sorte. A calamidade de então chegou do mar.

Três anos antes, a companhia National Steel and Shipbuilding de San Diego, Califórnia construiu duas embarcações gémeas com historiais díspares. O USNS Mercy foi adoptado como navio hospital pela Cruz Vermelha com o propósito de auxiliar missões humanitárias um pouco por todo o Mundo.

O Exxon Valdez seria escalado para assegurar o transporte de crude entre o Alasca e a Califórnia. Como o nome na quilha deixava antever, Valdez seria uma das duas paragens obrigatórias dos percursos.

Aquando da concretização do projecto de exploração do crude ao largo da costa norte do Alasca, confirmou-se a conclusão que o gelo ali impediria um fluxo regular e seguro de petroleiros, por mais reforçados que fossem.

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Pequenos icebergs libertados pelo enorme glaciar Columbia, possivelmente semelhantes aos que provocaram o rombo no “Exxon Valdez”.

A alternativa passou por construir uma conduta a atravessar todo Alasca de norte para sul e encontrar, numa menor latitude, um porto livre de gelo compacto. Abrigada num dos vários fiordes do Prince William Sound, Valdez provou-se o local eleito para acolher esse terminal e os actuais 18 tanques.

A economia da cidade, como a do estado, acelerou ao ritmo do transporte do combustível levado a cabo por uma média de 3 a 5 petroleiros por semana. Viria a ser vítima de negligência.

O Desastre Ambiental Anunciado do Exxon Valdez

No dia 23 de Março, às 9.12 da noite, o Exxon Valdez zarpou para uma refinaria de Long Beach. Um piloto do porto guiou-o pelos estreitos de Valdez antes de devolver as manobras ao comandante.

Este, desviou o petroleiro da pista de navegação normal para evitar icebergs que flutuavam ao largo do glaciar Columbia.

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O glaciar Meares detrás de um meandro florestado.

Pouco depois, passou os comandos para dois outros tripulantes que ficaram encarregues da ponte. Diz-se que, por engano, o barco foi colocado em piloto automático. Logo após, o comandante obteve nova autorização para rejeitar a pista de saída – ainda obstruída pelo gelo flutuante – e permanecer na de entrada.

Às 12.04 a.m. do dia 24 de Março, o Exxon Valdez mantinha-se numa rota errónea e colidiu com o recife de Bligh. O casco da embarcação era simples, em vez de reforçado, e não resistiu.

Muito graças à resposta tardia da companhia Exxon – que enfureceu a população local e os ambientalistas em geral – derramaram-se e espalharam-se pelos fiordes e canais do Prince William Sound e numa extensão de 2000km, um mínimo de 41 milhões dos 200 milhões de litros a bordo, naquele que foi considerado o maior desastre ecológico registado no Alasca.

Os Danos nos Ecossistemas do Prince William Sound e do Alasca

O impacto na natureza revelou-se brutal. Milhares de animais perderam a vida: entre 250.000 e 500.000 aves marinhas, mais de 1000 lontras, 300 focas, 250 águias pesqueiras e 22 orcas já para não falar dos biliões de ovos de salmão e arenque então depositados nas águas e do plâncton que era a base da cadeia alimentar da região.

Valdez, grande parte das povoações do Prince William Sound e o Alasca em geral sofreram e viram as vidas das suas populações afectadas a vários níveis. Alguns anos depois, a zona parecia ter recuperado, pelo menos à superfície já que muito crude permanece como sedimento subterrâneo poluente do litoral e do leito do mar.

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Leões-marinhos no litoral de um fiorde nas imediações de Valdez.

Rainier e Chris eram colegas de trabalho, criavam a sua recém-nascida filha Forest e prosperavam.

Tal como a Meares, uma de várias empresas de navegação que nos permite fazer o derradeiro percurso fatídico do Exxon Valdez ao som de uma narrativa da tragédia e deslumbrarmo-nos com o “responsável” glaciar Columbia, com outros glaciares e icebergs imponentes e maravilhas naturais concorrentes das redondezas.

Apesar das cicatrizes ambientais duradouras, o recobro beneficiava toda a cidade. Não tarda, voltariam a passar por Valdez muitos milhares de litros de crude.

E turistas, como Henry Kissinger ou o Rei Olavo V da Noruega, os participantes mais famosos de excursões que visitavam os pontos curiosos ou emblemáticos da conduta.

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Florestas de coníferas do Prince William Sound.

A Bi-Polaridade Social e Económica dos Indígenas do Alasca

São estes os visuais em que crescem os indígenas alasquenses que, como resumiu Rainier, se dividem em duas classes: os que conseguem estudar e ser empregados pela Alyesca Pipeline (como Chris).

E os que não conseguem e se entregam ao álcool, ou no melhor dos casos, se submetem à vida árdua proporcionada pelas empresas de pesca e processamento de peixe como a Peter Pan Seafoods que emprega centenas de Sugpiacs, Yupiks, Tananas, Haidas e os “rivais” históricos oriundos do Lower 48, os Athabascans.

A região de Valdez e de Prince William Sound recuperou de vez do trauma ambiental.

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Papagaio-do-mar foge da súbita aproximação de uma embarcação.

Atrai mais visitantes que nunca, assim que o Verão se anuncia, juntam-se aos trabalhadores fixos, milhares de outros sazonais que, por três meses, fazem funcionar os negócios da cidade.

O Refúgio Estival de Valdez a Imigrantes de Todo o Mundo

Encontramos, em Valdez, turcos, russos, polinésios de Tonga e Samoa e, claro está, os americanos mais jovens ou pobres que migram do Oregon, Washington, Montana, dos dois Dakotas e até do norte da Califórnia, atraídos pelos ordenados chorudos, pouco ou nada taxados.

Terminadas todas as disputas legais, a empresa-mãe, a Exxon, pagou mais de 600 milhões de euros em indemnizações. O Exxon Valdez, esse, foi proibido de voltar às redondezas.

Depois das reparações, mudou várias vezes de nome e de áreas de acção.

Em 2010, já na Ásia, denominado Dong Fang Ocean e registado no Panamá, colidiu no Mar da China do Sul com um cargueiro maltês. Ambos os navios ficaram bastante danificados.

Em Março passado, foi comprado para sucata e, após uma complexa batalha judicial, acabou nas praias lodosas de Gujarat (região indiana) para ser desmantelado no estaleiro surreal de Alang, já sob o nome algo eufémico de Oriental Nicety.

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Um barco deixa o porto de Valdez para mostrar a visitantes da região os cenários extremos de Prince William Sound.

A relação de Rainier e Chris também navegou por águas agitadas e acabou por se afundar sob inúmeras agruras conjugais. Foi restabelecida numa misteriosa e dinâmica versão tríptica.

Por enquanto, goza de uma bonança que permite a convivência dos dois com Jerry.

Cabe ao tempo decidir os rumos das suas vidas no Alasca, como o futuro lucrativo mas periclitante de Valdez.

Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Glaciares

Planeta Azul-Gelado

Formam-se nas grandes latitudes e/ou altitudes. No Alasca ou na Nova Zelândia, na Argentina ou no Chile, os rios de gelo são sempre visões impressionantes de uma Terra tão frígida quanto inóspita.
Sitka, Alasca

Sitka: Viagem por um Alasca que Já foi Russo

Em 1867, o czar Alexandre II teve que vender o Alasca russo aos Estados Unidos. Na pequena cidade de Sitka, encontramos o legado russo mas também os nativos Tlingit que os combateram.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Prince William Sound, Alasca

Viagem por um Alasca Glacial

Encaixado contra as montanhas Chugach, Prince William Sound abriga alguns dos cenários descomunais do Alasca. Nem sismos poderosos nem uma maré negra devastadora afectaram o seu esplendor natural.
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
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Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
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De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
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Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
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Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
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Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
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Instalado aos 2300 metros rugosos e gélidos do Grande Cáucaso, o povo Khinalig é apenas uma de várias minorias da região. Manteve-se isolado durante milénios. Até que, em 2006, uma estrada o tornou acessível aos velhos Ladas soviéticos.
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Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
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Prata da Casa Dominicana

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Chihuahua a Creel, Chihuahua, México

A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
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Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Cavaleiros cruzam a Ponte do Carmo, Pirenópolis, Goiás, Brasil
História
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
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Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
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Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
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Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
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Natureza
PN Joshua Tree, Califórnia, Estados Unidos

Os Braços Virados ao Céu do PN Joshua Tree

Chegados ao extremo sul da Califórnia, espantamo-nos com as incontáveis árvores de Josué que despontam dos desertos de Mojave e Colorado. Tal como os colonos mórmons que as terão baptizado, cruzamos e louvamos estes cenários inóspitos do Faroeste norte-americano.
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Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Macaco-uivador, PN Tortuguero, Costa Rica
Parques Naturais
PN Tortuguero, Costa Rica

Tortuguero: da Selva Inundada ao Mar das Caraíbas

Após dois dias de impasse devido a chuva torrencial, saímos à descoberta do Parque Nacional Tortuguero. Canal após canal, deslumbramo-nos com a riqueza natural e exuberância deste ecossistema flúviomarinho da Costa Rica.
Jipe cruza Damaraland, Namíbia
Património Mundial UNESCO
Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
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Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Machangulo, Moçambique, ocaso
Praias
Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Solovestsky Outonal
Religião
Ilhas Solovetsky, Rússia

A Ilha-Mãe do Arquipélago Gulag

Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Tabatô, Guiné Bissau, tabanca músicos mandingas. Baidi
Sociedade
Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
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Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor
Vida Selvagem
El Tatio, Chile

Géiseres El Tatio – Entre o Gelo e o Calor do Atacama

Envolto de vulcões supremos, o campo geotermal de El Tatio, no Deserto de Atacama surge como uma miragem dantesca de enxofre e vapor a uns gélidos 4200 m de altitude. Os seus géiseres e fumarolas atraem hordas de viajantes.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.