Parque Vila Velha a Castro, Paraná

Na Rota do Tropeirismo do Paraná


Flutuador de Furna
Acordo Militar
Furna Funda
Vista do Museu Tropeiro
Socas de Castrolanda
Buraco do Padre
Cascata do Padre
Mistério de São Francisco
Sebe Araucária
Acima do Canyon de Guartelá
Renovações do Museu Tropeiro
Vila Velha
Castrolanda
Modelo Tropeiro
À Moda Antiga
A Taça
Socas de Castrolanda II
Fazenda Capão Alto
Fenda da Freira
Entre Ponta Grossa e Castro, viajamos nos Campos Gerais do Paraná e ao longo da sua história. Pelo passado dos colonos e tropeiros que colocaram a região no mapa. Até ao dos imigrantes neerlandeses que, em tempos mais recentes e, entre tantos outros, enriqueceram o sortido étnico deste estado brasileiro.

Quando nos confrontamos com a enorme furna, em boa parte forrada de musgo e líquenes, reconfirmamos o quanto o Paraná se revela pródigo em fenómenos e exuberâncias naturais.

A que nos assombrava, mal se podia comparar com o expoente fluvial e surreal das cataratas também paranaenses do Iguaçu.

Tinha, todavia, o seu próprio encanto misterioso, o de um grande algar aberto na Terra, ao longo dos tempos, por um rio baptizado a condizer, o Quebra Pedra.

Nesse dia, como há muito, o seu caudal precipitava-se de uma altura de 30 metros. Caía, aos tombos, entre lajes musgosas.

Para uma lagoa com leito do mesmo arenito esculpido pelo rio e visual de praia.

Os feixes de luz que penetravam pela abertura no alto davam a sensação de que Deus a apontava.

No seu conjunto, o lugar era conhecido como Buraco do Padre.

A génese histórica do nome, partilhada pelos Campos Gerais em redor, acrescentava-lhe um imaginário de época que nos deslumbrava a dobrar.

Os Campos Gerais do Paraná nos Primórdios Coloniais do Brasil

Vivê-lo, passa por recuar até meio do século XVII, cerca de 150 anos decorridos desde o desembarque de Pedro Alvares Cabral no litoral de Porto Seguro.

À passagem para o século XVII, destacavam-se, no Paraná dos nossos dias, as vilas lusas de Paranaguá, com a Ilha do Mel ao largo, e de Nª Srª da Luz dos Pinhais que evoluiu para a contemporânea Curitiba.

Pouco depois, os bandeirantes que desbravavam o interior desconhecido descobriram ouro. Num ápice, o Paraná atraiu uma horda de exploradores determinados a prospectar e a prosperar.

Como quase sempre acontecia, acompanharam-nos Jesuítas incumbidos de converter os indígenas ao Cristianismo, de supervisionar e abençoar a sua submissão aos invasores.

Os Carmelitas seguiram os passos dos Jesuítas. Não tarda, os religiosos lusos eram vistos pelos quatro cantos dos Campos Gerais, em abordagens proselitistas a povoados indígenas.

Amiúde, em lugares ermos propensos ao retiro e á oração, como era o caso da furna do rio Quebra Pedra.

Da Concessão de Sesmarias à Profusão de Fazendas e Sítios

A Coroa Portuguesa transpôs para o Brasil o modelo das sesmarias.

A concessão de sesmarias nos Campos Gerais do Paraná traduziu-se numa multiplicidade de fazendas e sítios (respectivamente 50 e 125, em 1772).

Foi nomeado administrador geral destas partes, um nobre já nascido em São Paulo. Perante a dificuldade de forçar os indígenas ao trabalho de campo, Pedro Taques de Almeida – era essa a sua graça – validou a aquisição de escravos de África.

A população dos Campos Gerais passou a ser composta pelos colonos fazendeiros e, em muito maior número, por escravos indígenas, negros e pelos seus mestiços.

O contexto social da região complexificou-se.

Vila Velha a Castro, Rota do Tropeirismo do Paraná

À Margem das Fazendas, a Mineração Liderada pelos Bandeirantes

Numa realidade paralela a das fazendas, os bandeirantes apoderavam-se de polos mineiros carentes de mão-de-obra escrava, de mulas e cavalos carregadores.

Aptos a fornecerem-nos, criadores mais a sul habituaram-se a fazerem-nos seguir para norte, via Caminho Real de Viamão e por diversas rotas alternativas.

Todas essas rotas convergiam para uma mesma povoação-feira, Sorocaba, situada no sudeste de São Paulo.

Quase todas provinham do actual Rio Grande do Sul, onde as planícies eram vastas, cobertas de pasto viçoso, perfeitas para a criação dos equídeos.

Tropas e Tropeiros: os fornecedores Brasileiros de Mulas e Cavalos

Os homens encarregues de os levarem até Sorocaba compunham tropas, à imagem dos cowboys norte-americanos, encarregues de tratarem dos equídeos e de os protegerem.

Uma das preocupações que guiava os tropeiros que, ao longo do percurso, os animais pudessem pastar, fortalecer-se e valorizar-se.

Ora, menos planas e vastas que as gaúchas, mas pluviosas, sulcadas por rios e salpicadas de fazendas que serviam de estações ganadeiras, as terras dos Campos Gerais cedo se provaram ideais.

O que nos remete de volta ao Buraco do Padre.

A Rota Tropeira via rio Quebra-Pedra e Buraco do Padre

Estima-se que um dos rumos eleitos dos tropeiros passasse pelo rio Quebra-Pedra.

Ora, abundavam narrativas dos tropeiros de que, quando atingiam o cimo da furna, avistavam, com frequência, os padres jesuítas evangelizadores dos indígenas, em oração.

Mais preocupados com a fluência que com a eloquência, os tropeiros popularizaram o termo Buraco do Padre.

A pouca distância, uma falha apertada entre duas falésias musgosas em que, fracturas recentes revelam lajes escarlates, preserva um nome sem a mesma base histórica.

Em tempos recentes, as gentes escolheram-no para que condissesse com o Buraco do Padre. É a Fenda da Freira.

Estes dois prodígios geológicos formam uma das atracções vizinhas de Ponta Grossa, uma das três cidades principais dos Campos Gerais.

Vila Velha e o Parque Natural repleto de Esculturas Geológicas

A 35km para sudoeste, encontramos uma outra, congénere, bastante mais vasta, o Parque Estadual de Vila Velha. Protegido, desde 1966, este outro domínio geológico concentra, nos seus 18km2, uma profusão de esculturas erosivas com as mais distintas formas: tartaruga, esfinge, cabeça de índio e afins.

Lá abundam ainda paredões e torres que, no seu conjunto, lembram uma povoação medieval e inspiraram o título Vila Velha.

Em virtude da sua monumentalidade, a “Taça” tornou-se a imagem de marca do parque e o cartão-postal da região de Ponta Grossa.

De certa maneira, faz-nos lembrar um Graal.

O que enriquece o imaginário lítico-religioso destas paragens e nos abre caminho a demandas mais setentrionais.

Passamos a noite em Ponta Grossa. Na manhã seguinte, seguimos a principal rota tropeira dos Campos Gerais. Subimos até à vizinha cidade de Castro.

Do Pouso do Iapó à Cidade de Castro

A povoação foi fundada, em 1778, como evolução da fazenda e lugarejo Pouso do Iapó, erguido, 74 anos antes, numa margem do rio homónimo, como sesmaria pioneira da região.

Em 1750, o Pouso do Iapó foi doado aos Padres Carmelitas.

Estes, adicionaram dois novos edifícios que serviam de sanzala dos escravos que (ao contrário dos restantes fazendeiros) mantinham livres.

Mais tarde, passou a ser conhecida por fazenda do Capão Alto.

O Conflito Tripartido entre Indígenas, Portugueses e rivais Espanhóis

No início do século XVIII, parte dos indígenas continuava por apaziguar, quanto mais converter.

Como retratou Roland Joffé em ”A Missão”, os bandeirantes de São Paulo perseguiam-nos e escravizavam-nos.

Obcecados por esse fito, chegaram a destruir missões religiosas. Como se não bastasse, os rivais coloniais espanhóis disputavam-nos.

Tal como os bandeirantes portugueses, além dos escravos, Espanha ambicionava as terras indígenas fora da respectiva fronteira do Tratado de Tordesilhas.

Sucessivas expedições espanholas esquadrinhavam aquele recanto do Novo Mundo, desde o litoral meridional de Vera Cruz até Assunção, no Paraguai. E mais além.

Os índios coroados, em particular, patrulhavam o imenso desfiladeiro de Guartelá, diz-se que o 7º mais longo à face da Terra. Atacavam amiúde os tropeiros que cruzavam os rios Iapó e Tibagi.

Quando o Pouso do Iapó se transformou num povoado liderado por militares experientes, por fim, deixaram de se sentir por sua conta.

O Baptismo de Castro em Honra de um Ministro Português

No final do século XVIII, a, entretanto, denominada vila Sant’Ana do Iapó, foi promovida a Castro.

Com este rebaptismo, a cidade homenageou Martinho de Melo Castro, um ministro dos Negócios Ultramarinos dos reinados de D. José I e Dª Maria I que se notabilizou pelas suas reformas no sistema colonial português.

O acontecimento que se narra na génese da mudança de nome é, também ele, um episódio curioso.

A determinada altura, o Martinho de Melo Castro visitou a prisão política do Limoeiro, em Lisboa. Lá se deparou um tal de capitão Manoel Gonçalves Guimarães, que teria enriquecido no Brasil a contrabandear ouro.

Ora, ao ver o ministro, Manoel Guimarães ajoelhou-se e implorou pela sua liberdade. Para a conseguir, disse ao ministro que vivia numa povoação do Brasil que se desenvolvia mas sem rei nem roque e que os crimes, fossem o que fossem, se multiplicavam.

Prometeu ainda que, se o ministro lhe concedesse a liberdade, regressaria, trataria de bem administrar a povoação de forma a elevá-la a vila a que iria dar o nome do ministro. Martinho de Melo Castro sentiu-se honrado com a promessa.

De tal maneira que fez com que o capitão fosse libertado.

Agradecido, Manoel Guimarães voltou a Sant’Ana do Iapó. Regressado, gizou um plano e os devidos contactos com oficiais de Paranaguá que levaram à promoção da povoação à Vila de Castro.

O Declínio do Tropeirismo e uma Nova Imigração

No início do século XX, por fim, a modernidade venceu os tropeiros e as suas tropas. O tropeirismo perdura na cultura da região dos Campos Gerais.

Nas expressões locais, na gastronomia, nos trajes e tanto mais. Castro e a Fazenda Capão Alto dedicam-lhes museus incontornáveis que temos o privilégio de visitar.

A história da região seguiu o seu rumo pós-tropeiro.

Castrolanda: a Holanda transposta para o Interior do Paraná

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, numa altura em que o Brasil ainda carecia de mão-de-obra para as suas terras sem fim e milhões de europeus ansiavam por recomeçar as vidas, os Campos Gerais acolheram milhares de imigrantes polacos, russos, ucranianos, alemães e italianos, entre outros.

Vila Velha a Castro, Rota do Tropeirismo do Paraná

Nos arredores de Castro surpreendemo-nos com uma das suas “novas” povoações mais emblemáticas, Castrolanda, erguida por holandeses sem espaço para desenvolverem os seus projectos agropecuários, nos Países Baixos.

Em pleno Brasil, damos connosco numa inesperada Kinkderdijk brasileira, dotada de vacas frísias que pastam entre araucárias paranaenses, de um moinho característico e de um museu repleto de artefactos holandeses.

Cabem cinco Países Baixos no diminuto Paraná.

Desde a descoberta pelos europeus, Tropeirismo fora, até aos nossos dias, o Paraná acolheu todo um Mundo.

Ilha do Mel, Paraná, Brasil

O Paraná Adocicado da Ilha do Mel

Situada à entrada da vasta Baía de Paranaguá, a ilha do Mel é louvada pela sua reserva natural e pelas melhores praias do estado brasileiro do Paraná. Numa delas, uma fortaleza mandada erguer por D. José I resiste ao tempo e às marés.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Fazenda São João, Miranda, Brasil

Pantanal com o Paraguai à Vista

Quando a fazenda Passo do Lontra decidiu expandir o seu ecoturismo, recrutou a outra fazenda da família, a São João. Mais afastada do rio Miranda, esta outra propriedade revela um Pantanal remoto, na iminência do Paraguai. Do país e do rio homónimo.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil

No Coração Ardente da América do Sul

Foi só em 1909 que o centro geodésico sul-americano foi apurado por Cândido Rondon, um marechal brasileiro. Hoje, fica na cidade de Cuiabá. Tem nas imediações, os cenários deslumbrantes mas demasiado combustíveis da Chapada dos Guimarães.
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O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
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Arquitectura & Design
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Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Bom conselho Budista
Cerimónias e Festividades
Chiang Mai, Tailândia

300 Wats de Energia Espiritual e Cultural

Os tailandeses chamam a cada templo budista wat e a sua capital do norte tem-nos em óbvia abundância. Entregue a sucessivos eventos realizados entre santuários, Chiang Mai nunca se chega a desligar.
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Vigan, Filipinas

Vigan, a Mais Hispânica das Ásias

Os colonos espanhóis partiram mas as suas mansões estão intactas e as kalesas circulam. Quando Oliver Stone buscava cenários mexicanos para "Nascido a 4 de Julho" encontrou-os nesta ciudad fernandina
Máquinas Bebidas, Japão
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Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
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Cultura
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Tequila: a Destilação do Oeste Mexicano que Anima o Mundo

Desiludidos com a falta de vinho e de aguardente, os Conquistadores do México aprimoraram a aptidão indígena milenar de produzir álcool. No século XVII, os espanhóis estavam satisfeitos com a sua pinga e começaram a exportá-la. A partir de Tequila, o pueblo, hoje, centro de região demarcada. E nome por que se tornou famosa.
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Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
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Em Viagem
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Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Pequena súbdita
Étnico

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À Descoberta do Antigo Reino de Bisnaga

Em 1565, o império hindu de Vijayanagar sucumbiu a ataques inimigos. 45 anos antes, já tinha sido vítima da aportuguesação do seu nome por dois aventureiros portugueses que o revelaram ao Ocidente.

Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

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