Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical


Vai-e-vem fluvial
Embarcação navega rio Urauchi acima, no coração da selva densa de Iriomote.
De volta à foz do Urauchi
Caminhante japonesa progride num trilho irregular numa margem do rio Urauchi.
Fluxo Tropical
Pequena cascata a caminho do principal caudal do norte de Iriomote, o rio Urauchi.
Yamaneko
Sinal de trânsito alerta aos condutores para abrandarem para evitarem atingir os cada vez mais raros linces endémicos de Iriomote.
Leito Inavegável
Secção pedregosa do rio Urauchi, em breve substancialmente mais coberta de água devido ao intensificar das chuvas de monção.
Chapéus-de-chuva a bordo
Assentos de uma embarcação o rio Urauchi, equipada com chapéus-de-chuva para que os passageiros se protejam da chuva tropical.
Abrigo Militar
Uma gruta usada para esconderijo e protecção pelos soldados japoneses durante a 2ª Guerra Mundial.
Organização gastronómica
Refeição típica de Iriomote cuidadosamente disposta numa caixa tradicional bento.
‘Kampire-no-taki’
A queda d'água de Kampire, conhecida como o lugar em que se sentam os deuses.
De um lado ao outro do tunel
Sinal em nipónico proíbe a entrada num velho túnel escavado pelo exército imperial nipónico, nas imediações da aldeia de Funauki.
Uma História de Carvão
Painel expõe imagens, mapas e documentos antigos que explicam a importância das minas de carvão de Iriomote.
Praia de Ida
Ida: uma praia sub-tropical de Iriomote, por norma com um mar bastante mais apelativo fora do período das monções desta zona da Ásia.
Queda de água solitária
Queda de água flui na imensidão de selva de Iriomote.
Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.

Good Morning, Marucu and Sara!” São 8 da manhã.

Mantemo-nos dolorosamente ensonados quando recebemos os bons dias da sempre sorridente Kaori Kinjo, que recorre ao trejeito habitual dos japoneses de multiplicar os “us”, nas palavras, para melhor as articularem.

Deixamos a guest house Rakutenya de Ishigaki e saímos, na sua companhia, em direcção ao porto de Rito-Sanbashi. Uma vez chegados, aguardamos pelo anúncio do embarque no ferry para Uehara – um vilarejo portuário de Iriomote – numa sala que não destoria de um pequeno aeroporto.

Tão impacientes como curiosos, saímos vezes sem conta e examinamos as lojas e os escritórios daquela infraestrutura e as bases operacionais de uma ou outra agência turística local. Mas não vemos um único estrangeiro.

Nem sequer japoneses veraneantes. Ao invés, os funcionários do porto e passageiros habitantes de Ishigaki e do restante arquipélago Yayeama olham-nos de alto a baixo, como se não encontrassem qualquer razão para ali andarmos e não nos compreendessem as feições tão díspares.

Embarque Rumo à Outra Ilha Yayeama de Iriomote

Não obstante, Kaori assegura-nos no tom o mais convincente possível: ”A semana passada foi a nossa Golden Week. Muitos japoneses das ilhas principais estavam de férias. Tínhamos dezenas de autocarros repletos às voltas por Iriomote. Agora, voltaram todos a casa. Entretanto, vieram as monções.”

É hora de entrarmos no ferry, uma embarcação delgada e de visual sofisticado, simultaneamente hidro e aerodinâmica. Mal zarpa, aquela espécie de torpedo flutuante atinge uma velocidade impressionante, com a proa bem elevada acima de um mar da China Oriental bastante encrespado. “Mas olhem que estes já são modelos antigos.” diz-nos Kaori. “Em Honshu, é que usam barcos realmente futuristas!”.

Meia-hora depois, atracamos em Iriomote. Do porto de Uehara, seguimos directos para a foz do rio Urauchi, um dos vários caudais sinuosos, lamacentos e remotos que serpenteiam pela ilha e lhe conferem um visual de mini-Amazónia das Ásias.

'Kampire-no-taki'

A queda d’água de Kampire, conhecida como o lugar em que se sentam os deuses.

Iriomote é tropical como nenhum outro domínio meridional japonês. Por aquela altura, as monções do sudeste asiático já estão instaladas. Se o calor se provava opressivo, mais o era a humidade, mantida por uma cobertura persistente de nuvens ora brancas, ora plúmbeas.

E Novo Embarque Rio Urauchi Acima

Enquanto uma barca colorida e silenciosa nos conduz rio acima, ao longo da selva cerrada, confirmamos como a humidade permanente e as chuvas torrenciais alimentavam o Urauchi. E como o rio flui das terras altas a grande velocidade para depois atingir a planura e se entregar primeiro aos vastos manguezais.

Vai-e-vem fluvial

Embarcação navega rio Urauchi acima, no coração da selva densa de Iriomote.

Pouco depois, a um oceano Pacífico que, ali e por aqueles dias, não podia fazer melhor jus ao baptismo de Fernão Magalhães.

Atingido o ponto em que termina o leito navegável desembarcamos. Sentimo-nos anestesiados pelo calor, pelo silêncio e pela beleza algo estéril do lugar. A partir daí, seguimos a pé, subsumidos na floresta encharcada da ilha e em busca de Mariyudo-no-taki, uma das suas quedas de água imponentes.

Queda de água flui na imensidão de selva de Iriomote.

Nos vários quilómetros luxuriantes e ensopados do trilho, cruzamo-nos com um ou outro morador de Iriomote que se exercita no mesmo percurso de olho na ameaça latente das víboras habu, cuja mordedura requer uma injecção pouco demorada do antídoto correcto.

O Fundo Tropical, Última Fronteira do Japão

Apesar de se situar a apenas 20km para oeste de Ishigaki e alguns adicionais para leste de Taiwan, a ilha mais populosa do arquipélago Yayeama, Iriomote é, há muito, considerada a última fronteira do Japão.

Com quase 300 km², prova-se a maior ilha deste sub-arquipélago de Okinawa. Tem apenas 2000 habitantes e uma única estrada que liga as povoações ínfimas das costas norte e leste.

Até ao fim da 2ª Guerra Mundial, às selvas densas e os pântanos de Iriomote mantinham-se infestados de malária. Iriomote praticamente não acolhia habitantes.

De volta à foz do Urauchi

Caminhante japonesa progride num trilho irregular numa margem do rio Urauchi.

O Fim da Malária e a Preservação dos Linces Yamaneko

Esse foi um dos problemas que as tropas dos Estados Unidos conseguiram resolver em definitivo quando introduziram na ilha um tal de Wheeler Plan.

Este plano preconizava o ataque aos mosquitos anofeles com recurso a DTT em vez da aniquilação do parasita da malária já nos corpos dos pacientes, como era feito desde 1920, pelo governo regional de Taiwan, então uma posse territorial nipónica.

Como consequência indirecta, o número de habitantes de Iriomote aumentou. Por esse motivo, a fauna local e, em especial, os furtivos yamanekos – os linces autóctones – são agora forçados a evitar os humanos. Tanto os que se mudaram para o seu território como os que chegam, de tempos a tempos, de outras partes do Japão, entusiasmados pela aventura de explorarem a mais bravia das ilhas nipónicas. 

Já só sobram à volta de cem espécimes do felídeo. O único lugar onde são avistados de forma garantida é nos sinais de trânsito amarelos que, para protecção da espécie, as autoridades disseminaram pela ilha.

YamanekoAproveitamos a escassez do felídeo para brincarmos com os guias sempre contidos e disciplinados. De cada vez que avistamos algum gato doméstico ou vadio, aproveitamos para gritar “yamaneko”. Como é de esperar, só os dois primeiros desses falsos alertas despertam verdadeira atenção.

Terminamos o percurso. Admiramos a queda de água de Maryudo, a de Kampire. E, ao longe, a cascata Mayagusuku. Depois, regressamos ao ponto de partida do trilho e, no mesmo barco, de novo à foz do Urauchi.

Jantar com Banda Sonora em Português

Dali, levam-nos ao restaurante-esplanada de um hotel quase vazio onde é suposto recuperarmos energias a saborearmos comida típica de Iriomote.

O repasto é-nos servido sem mácula, organizado de forma geométrica nos compartimentos de uma caixa bento tradicional e elegante que ocupa a maior parte da mesa.

Organização gastronómica

Refeição típica de Iriomote cuidadosamente disposta numa caixa tradicional bento.

Não percebemos se a escolha musical havia sido intencional ou mera coincidência. O que é certo é que, durante toda a refeição, o restaurante só passou temas cantados – pelo menos em parte – em português do Brasil. Foi o caso da recordação surpreendente de “Underwater Love” dos ingleses Smoke City.

Até ao fim do dia, limitamo-nos a restabelecer-nos do cansaço gerado pela caminhada íngreme da manhã e pela humidade atroz que só parecia aumentar.

Shirahama, Uchibanare-Jima e Funauki: Recantos Insulares e Repletos de História

Pouco depois da nova alvorada, viajamos primeiro até Shirahama, logo para Uchibanare-Jima, onde visitamos uma das minas de carvão históricas de Iriomote.

Abrigo Militar

Uma gruta usada para esconderijo e protecção pelos soldados japoneses durante a 2ª Guerra Mundial.

De 1891 a 1960, 1400 mineiros chegaram a retirar do subsolo da ilha, no período anual de maior produção, cerca de 130 mil toneladas deste combustível fóssil.

Tal como Iriomote, em geral, Uchibanare foi alvo dos bombardeamentos norte-americanos que tentaram terminar com esta extracção e anteciparam a conquista árdua de Okinawa e os bombardeamentos nucleares de Hiroshima e Nagasaki.

Uma História de Carvão

Painel expõe imagens, mapas e documentos antigos que explicam a importância das minas de carvão de Iriomote.

Em Funauki – uma pequena povoação portuária – inspeccionamos uma fábrica de pérolas mas também abrigos e túneis militares preservados.

O guia que tomara o lugar de Kaori era nativo da aldeia. Tinha emigrado para estudar russo, em Moscovo, um ano antes da desintegração da União Soviética. Viajou o mais que pôde pelas novas nações que dela emergiram. “Quando vos ouvi falar, pensava que era russo mas como, depois, não identifiquei nenhuma palavra, vi que me equivocava”.

A sua esposa havia escolhido abrigar-se no extremo oposto da moribunda Guerra Fria. Tinha estudado em Michigan e falava um inglês bem melhor que o do marido. O casal produzia o jornal de Iriomote. Só muito a espaços publicavam notícias da aldeia

Depressa percebemos porquê. Não passavam de 41 os habitantes de Funauki. Pouco ou nada por ali se passava.

À data, eram apenas três os alunos da escola local que empregava apenas nove professores, o presidente, o vice-presidente, uma enfermeira e duas cozinheiras. Isto, por capricho do governo regional que fazia questão de compensar o isolamento do lugarejo.

Praia de Ida

Ida: uma praia sub-tropical de Iriomote, por norma com um mar bastante mais apelativo fora do período das monções desta zona da Ásia.

“Nós não nos queixamos” afiança-nos o casal, habituado à sua vida retirada e pacata. “Para os miúdos é que é pior. A três, é-lhes mesmo impossível fazerem actividades ou jogos de grupo. É raro por aqui aparecem outros amigos.”

Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.

Garganta de Taroko, Taiwan

Nas Profundezas de Taiwan

Em 1956, taiwaneses cépticos duvidavam que os 20km iniciais da Central Cross-Island Hwy fossem possíveis. O desfiladeiro de mármore que a desafiou é, hoje, o cenário natural mais notável da Formosa.

Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Ogimashi, Japão

Uma Aldeia Fiel ao A

Ogimashi revela uma herança fascinante da adaptabilidade nipónica. Situada num dos locais mais nevosos à face da Terra, esta povoação aperfeiçoou casas com verdadeiras estruturas anti-colapso.
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo - Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Thorong Pedi a High Camp, circuito Annapurna, Nepal, caminhante solitário
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Arquitectura & Design
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Varandas Avenida Marítima
Cidades
Santa Cruz de La Palma, Canárias

A Viagem na História de Santa Cruz de La Palma

Começou como mera Villa del Apurón. Chegado o séc. XVI, a povoação não só tinha ultrapassado as suas dificuldades como era já a terceira cidade portuária da Europa. Herdeira dessa abençoada prosperidade, Santa Cruz de La Palma tornou-se uma das capitais mais elegantes das Canárias.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Cansaço em tons de verde
Cultura
Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Bark Europa, Canal Beagle, Evolucao, Darwin, Ushuaia na Terra do fogo
Em Viagem
Canal Beagle, Argentina

Darwin e o Canal Beagle: no Rumo da Evolução

Em 1833, Charles Darwin navegou a bordo do "Beagle" pelos canais da Terra do Fogo. A sua passagem por estes confins meridionais moldou a teoria revolucionária que formulou da Terra e das suas espécies
vale profundo, socalcos arroz, batad, filipinas
Étnico
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Kremlin de Rostov Veliky, Rússia
História
Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
Banco improvisado
Ilhas
Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Natureza
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Cahuita, Costa Rica, Caribe, praia
Parques Naturais
Cahuita, Costa Rica

Um Regresso Adulto a Cahuita

Durante um périplo mochileiro pela Costa Rica, de 2003, deliciamo-nos com o aconchego caribenho de Cahuita. Em 2021, decorridos 18 anos, voltamos. Além de uma esperada, mas comedida modernização e hispanização do pueblo, pouco mais tinha mudado.
Um dos prédios mais altos de Valletta, Malta
Património Mundial UNESCO
Valletta, Malta

As Capitais Não se Medem aos Palmos

Por altura da sua fundação, a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários apodou-a de "a mais humilde". Com o passar dos séculos, o título deixou de lhe servir. Em 2018, Valletta foi a Capital Europeia da Cultura mais exígua de sempre e uma das mais recheadas de história e deslumbrantes de que há memória.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Praias
Gizo, Ilhas Salomão

Gala dos Pequenos Cantores de Saeraghi

Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
Banhistas em pleno Fim do Mundo-Cenote de Cuzamá, Mérida, México
Religião
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Salão de Pachinko, video vício, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo – Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Vida Selvagem
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.