Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo


Xaman Adolfo
Xaman Adolfo leva a cabo uma cerimónia de purificação na aldeia maia de Pac-Chen.
Morte Maia II
Relevos de caveiras de Chichen Itza indiciam uma base para a realização de sacrifícios maias.
Morte Maia
Pormenor de uma das caveiras do templo maia de Chichen Itza, templo objecto de inúmeras previsões e professias.
Visão dos Céus
Homem contempla o complexo em redor do topo da pirâmide de Kukulcán
Velha Nova Era
Um outdoor faz humor com a Professia Maia do Fim do Mundo.
Sobre Carris
Guia conduz visitantes da hacienda Chunkanan numa charrete sobre carris.
Lagoa Protegida
Lagoa repleta de crocodilos da aldeia de Pac-Chen, no estado de Quintana Roo.
Representação Maia
Réplicas coloridas de artefactos maias decoram o parque Xcaret, na riviera Maia.
Fim do Mundo no Fundo
Banhistas refrescam-se nas águas frias de um dos cenotes da velha hacienda Chunkanan.
Calakmul
Sol põe-se sobre a selva que cobre a Península do Iucatão e ilumina uma das pirâmides de Calakmul.
Outra porta para o infra-mundo
Entrada de um Cenote nas imediações de Tulum, estado mexicano de Quintana Roo.
Escadaria para o Infra-Mundo
Uma de incontáveis entrada para o infra-mundo que salpicam a península tropical de Iucatão.
Reencenação Feitiçaria Maia
Um figurante de sacerdote maia anima o espectáculo temático do parque Xcaret, na província de Quintana Roo.
Quetzacoatl a dobrar
Cabeças do deus Quetzacoatl em Chichen Itza.
Professia ?
Abutres absorvem o calor solar no cimo de uma das pirâmides de Edzná
Xaman Adolfo
Xaman Adolfo leva a cabo uma cerimónia de purificação na aldeia maia de Pac-Chen.
O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.

Aproximava-se o meio de Dezembro.

Como era de esperar, aumentava o número de curiosos, estudiosos e de jornalistas a aportar em terras mexicanas do Iucatão.

A carrinha que nos devia transportar no estado de Quintana Roo chega atrasada. Estamos convencidos que, ainda assim, nos é exclusiva mas, quando abrimos a porta encontramos no interior uma figura tão insólita quanto reconhecível.

Paul Monzón, um colega peruano a residir em Madrid que tínhamos conhecido recentemente em Caracas, não perde tempo.

A brincadeira com o tema incontornável havia de se repetir vezes sem conta: “Não me digam que também vêm evitar o fim do mundo. Eu sou o eleito. Ando a ver se encontro uma pedra especial, a única que pode evitar a desgraça”.

Rio Secreto: uma de Inúmeras Entrada para o InfraMundo Maia.

Divertimo-nos com a sua introdução apatetada e pomos a conversa em dia enquanto somos conduzidos para o Rio Secreto, uma de tantas entradas não oficiais mas ainda assim fascinantes da região para o Xibalba, o inframundo maia.

Banhistas-Cenote de Cuzamá, Mérida, México

Banhistas refrescam-se nas águas frias de um dos cenotes da velha hacienda Chunkanan, uma das entradas para o Xibalba

Segundo rezam vários artigos científicos e a teoria predominante decorrente da descoberta, em 1978, de Glen Penfield, esta região já foi o cerne de uma espécie de fim anterior, ao contrário do caricaturado por Paul, real e imprevisível.

Enquanto procurava ouro negro para a companhia PEMEX – Petróleos Mexicanos, o geofísico encontrou uma cratera com 300km de diâmetro supostamente formada pela colisão de um meteorito há cerca 65 milhões de anos.

Ser-lhe-ia, mais tarde, atribuído o nome de uma povoação no seu centro geométrico, Chicxulub.

O Meteorito que Terá Levado os Dinossauros à Extinção

O impacto causou um dos maiores maremotos de sempre, com vários milhares de metros de altura. Uma nuvem de poeira super-aquecida, cinza e vapor espalhou-se a partir da cratera desde o momento em que o meteorito se afundou.

Materiais da superfície do planeta e fragmentos do asteróide foram projectados para fora da atmosfera e aquecidos até à incandescência à medida que reentravam torrando a superfície já em processo de combustão devido a incêndios possivelmente globais.

Enquanto isso, ondas de choque imensas despoletaram tremores de terra e erupções vulcânicas generalizados.

A emissão de poeiras e outras partículas bloquearam a passagem da luz solar. Causaram um forte arrefecimento e inviabilizaram a sobrevivência dos dinossauros e da maior parte dos seres.

Abutres, Cobá, Quintana Roo, México

Abutres absorvem o calor solar no cimo de uma das pirâmides de Edzná

Este fim arrastou-se por muitos milénios da pré-história mas, como já tinha acontecido, a resiliente  Terra e a sua milagrosa vida prevaleceram.

Os Cenotes, o Xibalba e As Remotes Origens Maias

Hoje, até nas profundezas calcárias esculpidas pelo abatimento das paredes da cratera – os incontáveis cenotes e cavernas da península – se encontram criaturas improváveis: grilos cegos e saltitantes com enormes antenas sensoriais até guias indígenas com discurso nasalado pela sinusite e forasteiros determinados mas pouco preparados para aqueles ambientes anfíbios.

É esse o caso de Paul que revela um pânico profundo de qualquer água menos rasa, recusa todas as tentativas de ajuda para atravessar galerias inundadas de azul turquesa e obriga os anfitriões a conduzi-lo por um percurso seco alternativo: “Por aqui, Paul! Por aí há mais uma lagoa, não te metas nisso!”

Nascido no Peru, mesmo que não o saiba, Paul pode ter sangue inca, Quechua ou de outra qualquer etnia da zona.

Nos dias que correm, devemos crer que os seus eventuais antepassados longínquos beneficiaram do frio da última era glaciar. Que sem qualquer tipo de natação, conseguiram cruzar o estreito de Bering da Ásia para as Américas, onde se distribuíram à medida que a Terra requentava.

Ali, adquiriram características ímpares resultantes da mutação da genética original por influência dos ecossistemas com que se depararam, da tundra alasquense à selva tropical a que o povo vizinho denominado maia se viria a adaptar em grande parte da América Central.

Lagoa Pac Chen, Quintana Roo, México

Lagoa repleta de crocodilos da aldeia de Pac-Chen, no estado de Quintana Roo.

Pac-Chen: a Lagoa Inclinada que os Maias Revelam ao Mundo

Mais tarde, visitamos juntos Pac-Chen (Lagoa Inclinada) onde uma comunidade daquela etnia se organizou para proporcionar aos estrangeiros experiências radicais.

Fazemos, ali, tirolesa sobre uma lagoa em que nadam crocodilos. Em seguida, somos abençoados pelo xamã residente Adolfo que, antes de nos autorizar a espreitar o grande cenote da aldeia nos purifica com fumos sagrados e rezas na língua nativa.

Xaman, Pac-chen Quintana Roo, México

Xaman Adolfo leva a cabo uma cerimónia de purificação na aldeia maia de Pac-Chen.

O colega peruano volta então ao ataque. Pede alguns minutos para uma pequena entrevista. As suas questões são simples e directas. Obtêm reacções díspares.

Como receávamos, a última aborda a credibilidade do badalado encerrar desta era e o respectivo fim do Mundo.

Adolfo mostra-se incomodado. Respira fundo e evade o tema. “A minha única crença é a de há que adorar o Deus poderoso que está nos céus.

Essa é a minha única crença.” Confirmamos que a repulsa pela pergunta vem já de longe e é partilhada pela maior parte dos seus congéneres.

A Civilização Mística e Adoradora da Terra dos Maias

Sabe-se que, durante algum tempo, o povo maia usufruiu de condições propícias e, repartido por polos tribais, numas vezes aliados noutras adversários.

Os maias falaram quase 50 dialectos, desenvolveram uma civilização avançada que tinha como deuses os elementos naturais, os fenómenos atmosféricos e os corpos celestes, sendo que tanto o Bem (dia, vida, sol) e o Mal (noite, morte, jaguar) eram considerados divinos.

De acordo, os maias foram astrónomos, astrólogos e numerólogos obstinados.

Quetzacoatl, Chichen Itza, México

Cabeças do deus Quetzacoatl em Chichen Itza.

“Bom, parece que já viram os complexos arqueológicos quase todos” atira Wilberth Salas Pech, o nosso guia semi-maia do estado de Campeche, na brincadeira. “Temos que passar por Tortuguero. Lá é que está o grande segredo, ironiza.”

As Estelas Maias e as Professias Apocalípticas Maias

Segundo apuramos, aquele sitio histórico foi diversas vezes pilhado e acolheu uma fábrica de cimento.

Apesar disso ou, quem sabe, devido a isso, três cientistas descobriram no seu Monumento 6 uma estela que se refere ao fim do 13º baktun (5125 anos do nosso calendário) verificado no solstício de Inverno que teria lugar a 21 de Dezembro de 2012.

Diz a tradução mais recente e possível de Sven Gronemeyer e Bárbara MacLeod (faltam vários pedaços à estela) que, além dessa informação, comunica ainda que “ocorrerá uma visão; o aparecimento (ou exibição?) público de B’Olon-Yookte por altura da sua investidura.

Arte Maia, Xcaret, México

Réplicas coloridas de artefactos maias decoram o parque Xcaret, na riviera Maia.

Segundo a mitologia maia, B’OlonYookte K’Uh’ referir-se-ia aos Nove Senhores da Noite, nove deuses cada um dos quais governante de ciclos de nove noites.

Por sua vez, a obra maia do grupo quiché, Popol Vuh afirma que os deuses criaram três mundos falhados. Que o quarto mundo prosperou, teve êxito e se converteu no lar do homem actual.

Segundo uma sua descrição, cada um dos mundos prévios terminou ao fim do 13º baktun.

Este encerrar de ciclo esteve na origem de uma das mais frívolas febres de premonições escatológicas dos últimos tempos.

As Inevitáveis Análises, Teorias e Contra Teorias

O escritor esotérico John Major Jenkins assegurou de que, naquela data, o Sol se iria posicionar sobre Xibalba Be, “O Caminho Negro” galáctico dos maias.

A partir desta e de outras conclusões, narrativas mitológicas e interpretações, inúmeras figuras, seitas e entidades surgiram com outras teorias apocalípticas invariavelmente desmentidas pela ciência.

Relevo Caveira, Chichen Itza, México

Pormenor de caveira de Chichen Itza, templo objecto de inúmeras previsões e professias, incluindo do Fim do Mundo.

Os canais norte-americanos History, Discovery e National Geographic estiveram na vanguarda da poluição mediática e emitiram um conjunto de séries que descreviam “fins” terrestres causados por tempestades solares para que a Terra não estaria preparada devido a uma súbita reversão geomagnética dos polos.

Ainda terramotos, super-vulcões, pragas, colisões com asteróides, secas, novos períodos glaciares, invasões extraterrestres ou o que quer que fosse suficientemente assustador.

No entanto, outra estela encontrada no Templo das Inscrições de Palenque contempla que a roda do templo continuará sempre a rodar e menciona inclusive a data de 4,722 d.C, quando se completarão 20 baktunes (1 piktun) desde a última criação do Cosmos.

Figurante Maia, Xcaret, México

Um figurante de sacerdote maia anima o espectáculo temático do parque Xcaret, na província de Quintana Roo.

Por sua vez, a estela 10 de Tikal (na Guatemala) contabiliza 20 piktunes e projecta, assim, um futuro planetário de milhões de anos.

Mas um pouco por todo o mundo e, claro está, principalmente nos Estados Unidos, milhares de Preps mantiveram-se alerta. Associaram-se em redor de crenças do Fim do Mundo maias ou não maias.

Construíram abrigos, acumularam comida enlatada e armas para se defenderem dos ataques de outros seres humanos. Muitos inscreveram-se em cursos de sobrevivência como os da empresa Sigma 3.

Espreitamos um desses programas num restaurante de Campeche.

Indignamo-nos quando constatamos como as referências ao inventado fim do calendário maia são gratuitamente intercaladas com imagens de cidadãos ianques agrupados no campo sob abrigos feitos de folhas secas e espingardas semi-automáticas em riste porque, nas palavras de um desses preps:

“Quando desesperadas, as pessoas fazem todo o tipo de coisas loucas” e, segundo um outro inscrito “As civilizações caem. É assim a História. As coisas não são tão seguras como gostávamos que fossem.”

Foi revelado recentemente que Nancy Lanza, a mãe do jovem assassino da escola de Newtown era uma destas personagens paranóicas, proprietária de cinco armas registadas.

O seu filho perturbado levou a cabo um sacrifício digno das piores chacinas perpetradas em nome dos deuses, sobre as torres de Chichen Itza ou Ek Balam. Estava visivelmente desesperado.

Pirâmide maia, Chichen Itza, México

Homem contempla o complexo em redor do topo da pirâmide de Kukulcán

Fartos de tanta deturpação e aproveitamento da sua cultura, os líderes maias da Guatemala deram-se ao trabalho de expressar que “são contra os enganos, as mentiras, as deformações, o folclore e a comercialização da sua cultura”.

Contra as interpretações que ”desvirtuam o verdadeiro sentido dos ciclos do tempo”.

Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

De Filão da Nova Espanha a Pueblo Mágico Mexicano

No início do século XIX, era uma das povoações mineiras que mais prata garantia à Coroa Espanhola. Um século depois, a prata tinha-se desvalorizado de tal maneira que Real de Catorce se viu abandonada. A sua história e os cenários peculiares filmados por Hollywood, cotaram-na uma das aldeias preciosas do México.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Safari
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Verificação da correspondência
Cerimónias e Festividades
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Acolhedora Vegas
Cidades
Las Vegas, E.U.A.

Capital Mundial dos Casamentos vs Cidade do Pecado

A ganância do jogo, a luxúria da prostituição e a ostentação generalizada fazem parte de Las Vegas. Como as capelas que não têm olhos nem ouvidos e promovem matrimónios excêntricos, rápidos e baratos.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Desfile de nativos-mericanos, Pow Pow, Albuquerque, Novo México, Estados Unidos
Cultura
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Homer, Alasca, baía Kachemak
Em Viagem
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Conversa entre fotocópias, Inari, Parlamento Babel da Nação Sami Lapónia, Finlândia
Étnico
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

Casario tradicional, Bergen, Noruega
História
Bergen, Noruega

O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
ilha Streymoy, Ilhas Faroe, Tjornuvik, Gigante e Bruxa
Ilhas
Streymoy, Ilhas Faroé

Streymoy Acima, ao Sabor da Ilha das Correntes

Deixamos a capital Torshavn rumo a norte. Cruzamos de Vestmanna para a costa leste de Streymoy. Até chegarmos ao extremo setentrional de Tjornuvík, deslumbramo-nos vezes sem conta com a excentricidade verdejante da maior ilha faroesa.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Inverno Branco
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Natureza
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Vista do John Ford Point, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados Unidos
Parques Naturais
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile
Património Mundial UNESCO
PN Torres del Paine, Chile

A Mais Dramática das Patagónias

Em nenhuma outra parte os confins austrais da América do Sul se revelam tão arrebatadores como na cordilheira de Paine. Ali, um castro natural de colossos de granito envolto de lagos e glaciares projecta-se da pampa e submete-se aos caprichos da meteorologia e da luz.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Mini-snorkeling
Praias
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
Sombra vs Luz
Religião
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
imperador akihito acena, imperador sem imperio, toquio, japao
Sociedade
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Vida Selvagem
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.