El Tatio, Chile

Géiseres El Tatio – Entre o Gelo e o Calor do Atacama


Campo Geiseres de El Tatio
El Tatio é considerado um dos campos de géiseres maiores e mais elevado da América do Sul e do mundo. São mais de 80 géiseres a uma altitude de 4.200 metros.
Capela de adobe
Uma capela à beira da estrada a meio do caminho para El Tatio.
Grande Coiron
Um coiron de dimensões consideráveis destaca-se entre pares nas terras gélidas do altiplano andino.
Coirones
Um tufo dourado de coiron, os arbustos resistentes que abundam nas terras altas da cordilheira Andina
Caudas de Raposa ou Limpa-garrafas
Pormenor da vegetação que fecha as lagoas aquecidas das termas de Puritana
Cruz de lã
Uma cruz vestida de lã coroa uma capela campesina num lugarejo perdido no nada a caminho de El Tatio.
Água a ferver
Um dos muitos géiseres de El Tatio, agrupados a mais de 4.200 metros de altitude.
Descolagem
Bando de flamingos levanta voo da lagoa gélida em que se alimentava.
Lagoa dos flamingos
Flamingos numa lagoa que tem a água congelada e os aprisiona, durante a noite, até ao nascer do sol.
Entre o Gelo e o Calor
Gelo formado pelo congelamento da água em ebulição projectada pelos géiseres de El Tatio
Lama Decorado
Um lama marcado e abençoado com enfeites de lã colocados pelos donos.
Trio de Camelídeos do Atacama
Manadas de lamas, vicunhas e alpacas são avistadas com frequência nas terras altas em redor de El Tatio.
Silhuetas
Silhuetas bem desenhadas contra o vapor libertado pelos géiseres de El Tatio.
O SPA de El Tatio
Banhistas partilham a àgua quente de uma das lagoas de El Tatio, enquanto, em redor, a temperatura permanece negativa e há gelo no solo.
A recompensa
Silhuetas de viajantes que se banham nas águas revigorantes das termas de El Tatio.
Lagoa de Puritana
Visitantes descontraem numa das lagoas aquecidas das Termas de Puritama, entre San Pedro de Atacama e o vulcão Putana.
Geiser de El Tatio
Geiser de El Tatio projecta água fervente e sulfurosa.
Outro Geiser de El Tatio
Geiser projecta calor e vapor do solo pedregoso do Altiplano de Atacama.
Envolto de vulcões supremos, o campo geotermal de El Tatio, no Deserto de Atacama surge como uma miragem dantesca de enxofre e vapor a uns gélidos 4200 m de altitude. Os seus géiseres e fumarolas atraem hordas de viajantes.

O Explora Atacama, um dos hotéis mais conceituados de San Pedro de Atacama, faz acompanhar os seus jantares caprichados e sofisticados, com alguns dos melhores vinhos chilenos.

Assim regados, os repastos deleitam e alegram os hóspedes sem reservas. Mas vão mal com as horas madrugadoras a que saem as excursões para que se alistam.

A carrinha parte do pátio – antiga cavalariça de San Pedro de Atacama – no escuro das 5h30, mais de duas horas antes da aurora.

Deixa a cidade. Aos poucos, avança paralela à fronteira com a Bolívia e ao sector andino de montanhas e vulcões que a estabelece. Sem conseguir vislumbrar nada dos cenários em redor, boa parte dos oito passageiros da carrinha deixam-se dormitar.

A Ascensão Atacamenha para o Planalto de El Tatio

Uma alba ténue inaugura o dia. Nicholas, o guia, decide poupar-nos ao desperdício e acorda a comitiva. Por essa altura, contornamos uma lagoa rasa, habitada por flamingos, patos selvagens e outras aves menos vistosas.

Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Flamingos numa lagoa que tem a água congelada e os aprisiona, durante a noite, até ao nascer do sol.

Nicholas aproveita o pretexto para nos despertar também a atenção. “Amigos, olhem bem para a passarada… vai parecer-vos que estou a inventar mas, nestas lagoas, nas noites frias, as aves dormem com as patas presas no gelo. Só se soltam de manhã – ou seja daqui a pouco – quando o sol o voltar a derreter.”

Não tínhamos nem como o comprovar, nem razão para duvidar. Fenómenos não faltavam à região, muito para lá da aridez recordista do deserto de Atacama.

Continuamos a subir por desfiladeiros pejados de cactos.

Cruzamos aldeias de adobe e cal com as suas casas e igrejinhas pitorescas de adobe e telhado de colme, abençoadas por cruzes que os nativos vestem de lã garrida.

Cruz de lã, Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Uma cruz vestida de lã coroa uma capela campesina num lugarejo perdido no nada a caminho de El Tatio.

E atingimos a puna de Atacama, o planalto andino por norma assim considerado acima dos 4000 metros.

Avistamos manadas de vicunhas e lamas, alguns enfeitados por berloques de lã colorida dependurados das orelhas. São- lhes colocados pelos indígenas, em cerimónias dedicadas, à laia de bênção, de identificação e de propriedade.

Os camelídeos que admiramos pastam entre coirones, também conhecidos por palha brava, os arbustos rasteiros resistentes à secura e ao frio que pintam de amarelo a vastidão.

Coirones, Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Um tufo dourado de coiron, os arbustos resistentes que abundam nas terras altas da cordilheira Andina

Entre Géiseres e Fumarolas. O Campo Geotermal Excêntrico de El Tatio

Quase 100 km e duas horas após San Pedro de Atacama, já o sol se exibia em pleno esplendor, detectamos colunas de fumo à distância e em contraluz. De início, confundem-se com o produto de pequenos fogos.

À medida que nos aproximamos, desvendamos uma profusão dantesca de géiseres fervilhantes e fumarolas.

Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

El Tatio é considerado um dos campos de géiseres maiores e mais elevado da América do Sul e do mundo. São mais de 80 géiseres a uma altitude de 4.200 metros.

Percorrem-na vultos humanos que caminham entre as cortinas de vapor dançantes. Os indígenas habituaram-se a tratar este cenário surreal por El Tatio “o velho que chora” ou “o avô que chora”, no dialecto kunza que usaram no altiplano dividido entre o Chile, a Bolívia e a Argentina.

O kunza extinguiu-se algures durante o século XIX, abafado pela disseminação do castelhano imposta pelos colonos hispânicos. Ainda assim, o nome El Tatio passou de geração em geração. Aliás, divulgado às costas dos gringos mochileiros, eternizou-se á escala mundial.

Tínhamos chegado ao maior campo geotermal dos Andes e do Hemisfério Sul, com uma área de 10km². É o terceiro maior do mundo a seguir ao de Yellowstone (E.U.A.) e do de Dolina Geizerov, integrante da reserva nacional de biosfera Kronotsky, na península de Kamchatka, o extremo oriental da Rússia.

Aos seus 4300 metros de altitude, El Tatio é também o alegado campo geotermal mais elevado à face da Terra, com a eventual disputa do boliviano Sol de Mañana, um campo entre os 4800 e os 5000 metros mas composto quase só de poços de lama que libertam vapor e enxofre.

Geiser de El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Geiser projecta calor e vapor do solo pedregoso do Altiplano de Atacama.

A vizinha Bolívia insinua-se ali ao lado, a leste da fronteira estabelecida pelo complexo vulcânico Altiplano-Puna, um conglomerado de estratovulcões e velhas caldeiras que, em tempos pré-históricos, estiveram na base de gigantescas erupções.

Por comparação, o legado desta actividade vulcânica é diminuto.

Os geiseres de El Tatio, projectam as suas erupções a uma altura média inferior a um metro e máxima de cinco metros, distâncias apenas insignificantes se tivermos em conta o recorde mundial do geiser Steamboat de Yellowstone: 91 metros.

Uma Lagoa, Dezenas de Viajantes num Êxtase Geotérmico

À chegada, El Tatio e, em particular, a sua piscina termal geravam sucessivas manifestações de alívio e regozijo em dezenas de viajantes que se haviam adiantado e se banhavam numa espécie de jacuzzi natural.

Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Banhistas partilham a àgua quente de uma das lagoas de El Tatio, enquanto, em redor, a temperatura permanece negativa e há gelo no solo.

Só àquela hora a temperatura exterior subia para positiva. Conseguíamos comprová-lo pelo súbito derretimento do gelo em redor de muitos dos oitenta géiseres.

Entre o vestido e o despido arrastava-se, assim, um lapso de sofrimento incontornável que os banhistas enfrentavam. Uns com coragem, outros com pura inconsciência.

Os 30º a que brotava a água tudo faziam esquecer: o despertar madrugador, a viagem aos solavancos e até a dor de cabeça que, pelo menos em alguns dos forasteiros, o mal da montanha e eventuais excessos alcoólicos da noite anterior, começavam a causar.

O aconchego térmico da lagoa garantia um aconchego ritualizado, libertador e gerador das mais cálidas cavaqueiras.

Certos banhistas estavam há mais tempo no Atacama. Eram já repetentes nas incursões às terras elevadas na orla leste do deserto na fronteira com a Argentina e a Bolívia.

Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Silhuetas de viajantes que se banham nas águas revigorantes das termas de El Tatio.

Uns poucos, teriam inclusive subido a vulcões exuberantes como o Cerro Toco, o activo Lascar, o Licancabur ou o vizinho Sairecabur, os três últimos a roçarem os 6.000 metros de altitude.

Para estes gringos, a recompensa da água quente duraria o que durasse, ou o que os guias deixassem prolongar. No caso dos estreantes, teria que terminar dentro em pouco. Os guias – pelo menos eles – sabiam quão traiçoeira se podia revelar o mal da montanha. E o quanto faria os clientes sofrer.

Os Microrganismos Extremófilos do Deserto de Atacama

Outros organismos, microscópicos, bem mais resistentes às condições adversas e que usufruíam daquelas águas sulfurosas levam-nos de volta ao caracter fenomenal do Deserto do Atacama e redondezas.

Em 2003, uma comitiva multinacional de cientistas da NASA e da Universidade norte-americana Carnegie Mellon instalou-se no Atacama com o propósito de implementar a Life in the Atacama, um programa de aperfeiçoamento de veículos robóticos rover que preparavam para utilizar na missão astrobiológica Spirit.

Após aturada investigação, os cientistas concluíram que só no Atacama tinham encontrado espaços sem qualquer tipo de vida. Foi, assim, decretado o lugar à face da Terra mais similar a Marte.

Em simultâneo, expressões orgânicas encontradas em redor provaram-se análogas das presentes nos primórdios da Terra, eventualmente, também na existência passada de Marte.

Bem mais adaptados e confortáveis que os viajantes que repartiam a piscina, estes ditos organismos extremófilos proliferam há milhões de anos nas chaminés do campo geotermal. Não consta que o mal da montanha lhes cause qualquer incómodo.

No caso particular de El Tatio, os organismos resistentes às altas temperaturas da água sobrevivem em até 74ºC dos 86ºC registados em certos géiseres, a temperatura de ebulição à altitude local.

Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Um dos muitos géiseres de El Tatio, agrupados a mais de 4.200 metros de altitude.

Geram uma espécie de tapetes microbiais que se transformam num excêntrico sínter, um depósito silicioso ou calcário derivado da compactação de micropartículas a temperaturas inferiores às da fusão.

A Microbiololgia de El Tatio vs a de HomePlate, em Marte

Ora, esquivando-nos a mais meandros obscuros da Física e da Química, o fascínio advém de várias destas microestruturas presentes em El Tatio serem semelhantes às encontradas em HomePlate, uma meseta marciana com 90 metros documentada pela missão Spirit, de 2006 a 2010.

Vasculhou-a o rover homónimo até que, em Março de 2010, se atascou num solo granulado da vertente nordeste da formação. Ficou, assim, por provar que os depósitos lá detectados eram, como os de El Tatio, biogenéticos.

Dita o padrão meteorológico de El Tátio que, por volta das 8h30, ventos ascendentes façam dispersar o vapor resplandecente pela superfície do planalto.

A luminosidade fulgurante que se instala reduz a visibilidade e torna os passeios entre os geiseres e chaminés mais arriscados que nunca.

Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Silhuetas bem desenhadas contra o vapor libertado pelos géiseres de El Tatio.

Nesse dia não foi diferente. Alguns banhistas persistentes ou que adiavam a nova submissão ao frio exterior, mantinham-se de molho.

A maior parte, não tardou a debandar da piscina termal e apontou a aldeias atacamenhas da região, a Caspana, a Toconce, Ayquina, Chiu Chiu ou outras.

Capela de adobe, Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Uma capela à beira da estrada a meio do caminho para El Tatio.

Nós, aceitámos o repto de Nicholas. Inauguramos o regresso ao pueblo de San Pedro com paragens estratégicas de que, tal como nos prometera o guia, não nos arrependemos.

El Tatio não era o único campo geotermal da região. Na eminência de Guatin e dos seus desfiladeiros ressequidos salpicados de cactos, detemo-nos numas tais de termas de Puritama.

Estávamos quase mil metros abaixo de El Tatio. Com o sol bem subido no horizonte, a temperatura ambiente tinha-se amornado. Puritama podia não partilhar da exuberância vaporosa do campo de géiseres.

Contava, no entanto, com uma série de lagoas naturais que se sucediam de cima para baixo no leito de um riacho, envoltas de uma floresta excêntrica de colas de zorro (caudas de raposa), assim tratam os hispânicos os penacheiros, também conhecidos por limpa-garrafas por razões que ressaltam do seu visual.

A profusão das plantas formava sebes densas e circulares que envolviam cada uma das lagoas. Concediam-lhes uma atmosfera de retiro contrastante com a que tínhamos sentido em El Tatio.

Lagoa de Puritana, Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Visitantes descontraem numa das lagoas aquecidas das Termas de Puritama, entre San Pedro de Atacama e o vulcão Putana.

Em tempos, os indígenas atacamenhos recorriam às suas águas repletas de sulfato de sódio para recuperarem de fadiga, de artrites e reumatismos.

Pouco ou nada dormidos nas noites anteriores, desgastados das sucessivas excursões e caminhadas, considerámos justificada a primeira das indicações.

Voltámos a despir-nos. Enfiámo-nos numa lagoa sem vivalma. Recuperámos a alma e o corpo até à pele se encarquilhar e San Pedro de Atacama nos reclamar.

Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
PN Torres del Paine, Chile

A Mais Dramática das Patagónias

Em nenhuma outra parte os confins austrais da América do Sul se revelam tão arrebatadores como na cordilheira de Paine. Ali, um castro natural de colossos de granito envolto de lagos e glaciares projecta-se da pampa e submete-se aos caprichos da meteorologia e da luz.
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
San Pedro de Atacama, Chile

São Pedro de Atacama: a Vida em Adobe no Mais Árido dos Desertos

Os conquistadores espanhóis tinham partido e o comboio desviou as caravanas de gado e nitrato. San Pedro recuperava a paz mas uma horda de forasteiros à descoberta da América do Sul invadiu o pueblo.
Deserto de Atacama, Chile

A Vida nos Limites do Deserto de Atacama

Quando menos se espera, o lugar mais seco do mundo revela novos cenários extraterrestres numa fronteira entre o inóspito e o acolhedor, o estéril e o fértil que os nativos se habituaram a atravessar.
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Ilha Robinson Crusoe, Chile

Alexander Selkirk: na Pele do Verdadeiro Robinson Crusoe

A principal ilha do arquipélago Juan Fernández foi abrigo de piratas e tesouros. A sua história fez-se de aventuras como a de Alexander Selkirk, o marinheiro abandonado que inspirou o romance de Dafoe
Puerto Natales-Puerto Montt, Chile

Cruzeiro num Cargueiro

Após longa pedinchice de mochileiros, a companhia chilena NAVIMAG decidiu admiti-los a bordo. Desde então, muitos viajantes exploraram os canais da Patagónia, lado a lado com contentores e gado.
Vulcão Villarrica, Chile

Ascensão à Cratera do Vulcão Villarrica, Sempre em Actividade

Pucón abusa da confiança da natureza e prospera no sopé da montanha Villarrica.Seguimos este mau exemplo por trilhos gelados e conquistamos a cratera de um dos vulcões mais activos da América do Sul.
Pucón, Chile

Entre as Araucárias de La Araucania

A determinada latitude do longilíneo Chile, entramos em La Araucanía. Este é um Chile rude, repleto de vulcões, lagos, rios, quedas d’água e das florestas de coníferas de que brotou o nome da região. E é o coração de pinhão da maior etnia indígena do país: a Mapuche.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Arquitectura & Design
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Cerimónias e Festividades
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Kiomizudera, Quioto, um Japão Milenar quase perdido
Cidades
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Tabatô, Guiné Bissau, tabanca músicos mandingas. Baidi
Cultura
Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Fim do dia no lago da barragem do rio Teesta, em Gajoldoba, Índia
Em Viagem
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Étnico
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Salto Negao, chapada diamantina, bahia gema, brasil
História
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas
Ilha Sentosa, Singapura, Família em praia artificial de Sentosa
Ilhas
Sentosa, Singapura

A Evasão e a Diversão de Singapura

Foi uma fortaleza em que os japoneses assassinaram prisioneiros aliados e acolheu tropas que perseguiram sabotadores indonésios. Hoje, a ilha de Sentosa combate a monotonia que se apoderava do país.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Inverno Branco
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Ocaso no Flat Lake, Luisiana
Natureza
Atchafalaya Basin, Luisiana, E.U.A.  

O Grande Pântano do Sul Americano Profundo

Por alguma razão os indígenas o tratavam por “rio longo”. A determinado ponto, o Atchafalaya espraia-se num pântano feito de lagoas ligadas por canais, salpicadas de ciprestes, carvalhos e tupelos. Exploramo-lo, entre Lafayette e Morgan, Luisiana, no caminho para a sua foz do Golfo do México.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Visitantes numa das câmaras da gruta Quadiriki
Parques Naturais
PN Arikok, Aruba

A Aruba Monumental que Acolheu Arie Kok

Em tempos coloniais, um fazendeiro holandês explorou uma propriedade no nordeste de Aruba. Com o evento do turismo a alastrar-se, as autoridades definiram uma vasta área protegida em redor da velha fazenda e baptizaram-na em sua honra. O parque nacional de Arikok congrega, hoje, alguns dos lugares naturais e históricos incontornáveis da ilha.
Zanzibar, ilhas africanas, especiarias, Tanzania, dhow
Património Mundial UNESCO
Zanzibar, Tanzânia

As Ilhas Africanas das Especiarias

Vasco da Gama abriu o Índico ao império luso. No século XVIII, o arquipélago de Zanzibar tornou-se o maior produtor de cravinho e as especiarias disponíveis diversificaram-se, tal como os povos que as disputaram.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Balo Praia Creta, Grécia, a Ilha de Balos
Praias
Balos a Seitan Limani, Creta, Grécia

O Olimpo Balnear de Chania

Não é só Chania, a pólis secular, repleta de história mediterrânica, no extremo nordeste de Creta que deslumbra. Refrescam-na e aos seus moradores e visitantes, Balos, Stavros e Seitan, três dos mais exuberantes litorais da Grécia.

Ilha Maurícia, viagem Índico, queda de água de Chamarel
Religião
Maurícias

Uma Míni Índia nos Fundos do Índico

No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Vulcão ijen, Escravos do Enxofre, Java, Indonesia
Sociedade
Vulcão Ijen, Indonésia

Os Escravos do Enxofre do Vulcão Ijen

Centenas de javaneses entregam-se ao vulcão Ijen onde são consumidos por gases venenosos e cargas que lhes deformam os ombros. Cada turno rende-lhes menos de 30€ mas todos agradecem o martírio.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Vida Selvagem
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.