El Tatio, Chile

Géiseres El Tatio – Entre o Gelo e o Calor do Atacama


Campo Geiseres de El Tatio
El Tatio é considerado um dos campos de géiseres maiores e mais elevado da América do Sul e do mundo. São mais de 80 géiseres a uma altitude de 4.200 metros.
Capela de adobe
Uma capela à beira da estrada a meio do caminho para El Tatio.
Grande Coiron
Um coiron de dimensões consideráveis destaca-se entre pares nas terras gélidas do altiplano andino.
Coirones
Um tufo dourado de coiron, os arbustos resistentes que abundam nas terras altas da cordilheira Andina
Caudas de Raposa ou Limpa-garrafas
Pormenor da vegetação que fecha as lagoas aquecidas das termas de Puritana
Cruz de lã
Uma cruz vestida de lã coroa uma capela campesina num lugarejo perdido no nada a caminho de El Tatio.
Água a ferver
Um dos muitos géiseres de El Tatio, agrupados a mais de 4.200 metros de altitude.
Descolagem
Bando de flamingos levanta voo da lagoa gélida em que se alimentava.
Lagoa dos flamingos
Flamingos numa lagoa que tem a água congelada e os aprisiona, durante a noite, até ao nascer do sol.
Entre o Gelo e o Calor
Gelo formado pelo congelamento da água em ebulição projectada pelos géiseres de El Tatio
Lama Decorado
Um lama marcado e abençoado com enfeites de lã colocados pelos donos.
Trio de Camelídeos do Atacama
Manadas de lamas, vicunhas e alpacas são avistadas com frequência nas terras altas em redor de El Tatio.
Silhuetas
Silhuetas bem desenhadas contra o vapor libertado pelos géiseres de El Tatio.
O SPA de El Tatio
Banhistas partilham a àgua quente de uma das lagoas de El Tatio, enquanto, em redor, a temperatura permanece negativa e há gelo no solo.
A recompensa
Silhuetas de viajantes que se banham nas águas revigorantes das termas de El Tatio.
Lagoa de Puritana
Visitantes descontraem numa das lagoas aquecidas das Termas de Puritama, entre San Pedro de Atacama e o vulcão Putana.
Geiser de El Tatio
Geiser de El Tatio projecta água fervente e sulfurosa.
Outro Geiser de El Tatio
Geiser projecta calor e vapor do solo pedregoso do Altiplano de Atacama.
Envolto de vulcões supremos, o campo geotermal de El Tatio, no Deserto de Atacama surge como uma miragem dantesca de enxofre e vapor a uns gélidos 4200 m de altitude. Os seus géiseres e fumarolas atraem hordas de viajantes.

O Explora Atacama, um dos hotéis mais conceituados de San Pedro de Atacama, faz acompanhar os seus jantares caprichados e sofisticados, com alguns dos melhores vinhos chilenos.

Assim regados, os repastos deleitam e alegram os hóspedes sem reservas. Mas vão mal com as horas madrugadoras a que saem as excursões para que se alistam.

A carrinha parte do pátio – antiga cavalariça de San Pedro de Atacama – no escuro das 5h30, mais de duas horas antes da aurora.

Deixa a cidade. Aos poucos, avança paralela à fronteira com a Bolívia e ao sector andino de montanhas e vulcões que a estabelece. Sem conseguir vislumbrar nada dos cenários em redor, boa parte dos oito passageiros da carrinha deixam-se dormitar.

A Ascensão Atacamenha para o Planalto de El Tatio

Uma alba ténue inaugura o dia. Nicholas, o guia, decide poupar-nos ao desperdício e acorda a comitiva. Por essa altura, contornamos uma lagoa rasa, habitada por flamingos, patos selvagens e outras aves menos vistosas.

Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Flamingos numa lagoa que tem a água congelada e os aprisiona, durante a noite, até ao nascer do sol.

Nicholas aproveita o pretexto para nos despertar também a atenção. “Amigos, olhem bem para a passarada… vai parecer-vos que estou a inventar mas, nestas lagoas, nas noites frias, as aves dormem com as patas presas no gelo. Só se soltam de manhã – ou seja daqui a pouco – quando o sol o voltar a derreter.”

Não tínhamos nem como o comprovar, nem razão para duvidar. Fenómenos não faltavam à região, muito para lá da aridez recordista do deserto de Atacama.

Continuamos a subir por desfiladeiros pejados de cactos.

Cruzamos aldeias de adobe e cal com as suas casas e igrejinhas pitorescas de adobe e telhado de colme, abençoadas por cruzes que os nativos vestem de lã garrida.

Cruz de lã, Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Uma cruz vestida de lã coroa uma capela campesina num lugarejo perdido no nada a caminho de El Tatio.

E atingimos a puna de Atacama, o planalto andino por norma assim considerado acima dos 4000 metros.

Avistamos manadas de vicunhas e lamas, alguns enfeitados por berloques de lã colorida dependurados das orelhas. São- lhes colocados pelos indígenas, em cerimónias dedicadas, à laia de bênção, de identificação e de propriedade.

Os camelídeos que admiramos pastam entre coirones, também conhecidos por palha brava, os arbustos rasteiros resistentes à secura e ao frio que pintam de amarelo a vastidão.

Coirones, Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Um tufo dourado de coiron, os arbustos resistentes que abundam nas terras altas da cordilheira Andina

Entre Géiseres e Fumarolas. O Campo Geotermal Excêntrico de El Tatio

Quase 100 km e duas horas após San Pedro de Atacama, já o sol se exibia em pleno esplendor, detectamos colunas de fumo à distância e em contraluz. De início, confundem-se com o produto de pequenos fogos.

À medida que nos aproximamos, desvendamos uma profusão dantesca de géiseres fervilhantes e fumarolas.

Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

El Tatio é considerado um dos campos de géiseres maiores e mais elevado da América do Sul e do mundo. São mais de 80 géiseres a uma altitude de 4.200 metros.

Percorrem-na vultos humanos que caminham entre as cortinas de vapor dançantes. Os indígenas habituaram-se a tratar este cenário surreal por El Tatio “o velho que chora” ou “o avô que chora”, no dialecto kunza que usaram no altiplano dividido entre o Chile, a Bolívia e a Argentina.

O kunza extinguiu-se algures durante o século XIX, abafado pela disseminação do castelhano imposta pelos colonos hispânicos. Ainda assim, o nome El Tatio passou de geração em geração. Aliás, divulgado às costas dos gringos mochileiros, eternizou-se á escala mundial.

Tínhamos chegado ao maior campo geotermal dos Andes e do Hemisfério Sul, com uma área de 10km². É o terceiro maior do mundo a seguir ao de Yellowstone (E.U.A.) e do de Dolina Geizerov, integrante da reserva nacional de biosfera Kronotsky, na península de Kamchatka, o extremo oriental da Rússia.

Aos seus 4300 metros de altitude, El Tatio é também o alegado campo geotermal mais elevado à face da Terra, com a eventual disputa do boliviano Sol de Mañana, um campo entre os 4800 e os 5000 metros mas composto quase só de poços de lama que libertam vapor e enxofre.

Geiser de El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Geiser projecta calor e vapor do solo pedregoso do Altiplano de Atacama.

A vizinha Bolívia insinua-se ali ao lado, a leste da fronteira estabelecida pelo complexo vulcânico Altiplano-Puna, um conglomerado de estratovulcões e velhas caldeiras que, em tempos pré-históricos, estiveram na base de gigantescas erupções.

Por comparação, o legado desta actividade vulcânica é diminuto.

Os geiseres de El Tatio, projectam as suas erupções a uma altura média inferior a um metro e máxima de cinco metros, distâncias apenas insignificantes se tivermos em conta o recorde mundial do geiser Steamboat de Yellowstone: 91 metros.

Uma Lagoa, Dezenas de Viajantes num Êxtase Geotérmico

À chegada, El Tatio e, em particular, a sua piscina termal geravam sucessivas manifestações de alívio e regozijo em dezenas de viajantes que se haviam adiantado e se banhavam numa espécie de jacuzzi natural.

Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Banhistas partilham a àgua quente de uma das lagoas de El Tatio, enquanto, em redor, a temperatura permanece negativa e há gelo no solo.

Só àquela hora a temperatura exterior subia para positiva. Conseguíamos comprová-lo pelo súbito derretimento do gelo em redor de muitos dos oitenta géiseres.

Entre o vestido e o despido arrastava-se, assim, um lapso de sofrimento incontornável que os banhistas enfrentavam. Uns com coragem, outros com pura inconsciência.

Os 30º a que brotava a água tudo faziam esquecer: o despertar madrugador, a viagem aos solavancos e até a dor de cabeça que, pelo menos em alguns dos forasteiros, o mal da montanha e eventuais excessos alcoólicos da noite anterior, começavam a causar.

O aconchego térmico da lagoa garantia um aconchego ritualizado, libertador e gerador das mais cálidas cavaqueiras.

Certos banhistas estavam há mais tempo no Atacama. Eram já repetentes nas incursões às terras elevadas na orla leste do deserto na fronteira com a Argentina e a Bolívia.

Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Silhuetas de viajantes que se banham nas águas revigorantes das termas de El Tatio.

Uns poucos, teriam inclusive subido a vulcões exuberantes como o Cerro Toco, o activo Lascar, o Licancabur ou o vizinho Sairecabur, os três últimos a roçarem os 6.000 metros de altitude.

Para estes gringos, a recompensa da água quente duraria o que durasse, ou o que os guias deixassem prolongar. No caso dos estreantes, teria que terminar dentro em pouco. Os guias – pelo menos eles – sabiam quão traiçoeira se podia revelar o mal da montanha. E o quanto faria os clientes sofrer.

Os Microrganismos Extremófilos do Deserto de Atacama

Outros organismos, microscópicos, bem mais resistentes às condições adversas e que usufruíam daquelas águas sulfurosas levam-nos de volta ao caracter fenomenal do Deserto do Atacama e redondezas.

Em 2003, uma comitiva multinacional de cientistas da NASA e da Universidade norte-americana Carnegie Mellon instalou-se no Atacama com o propósito de implementar a Life in the Atacama, um programa de aperfeiçoamento de veículos robóticos rover que preparavam para utilizar na missão astrobiológica Spirit.

Após aturada investigação, os cientistas concluíram que só no Atacama tinham encontrado espaços sem qualquer tipo de vida. Foi, assim, decretado o lugar à face da Terra mais similar a Marte.

Em simultâneo, expressões orgânicas encontradas em redor provaram-se análogas das presentes nos primórdios da Terra, eventualmente, também na existência passada de Marte.

Bem mais adaptados e confortáveis que os viajantes que repartiam a piscina, estes ditos organismos extremófilos proliferam há milhões de anos nas chaminés do campo geotermal. Não consta que o mal da montanha lhes cause qualquer incómodo.

No caso particular de El Tatio, os organismos resistentes às altas temperaturas da água sobrevivem em até 74ºC dos 86ºC registados em certos géiseres, a temperatura de ebulição à altitude local.

Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Um dos muitos géiseres de El Tatio, agrupados a mais de 4.200 metros de altitude.

Geram uma espécie de tapetes microbiais que se transformam num excêntrico sínter, um depósito silicioso ou calcário derivado da compactação de micropartículas a temperaturas inferiores às da fusão.

A Microbiololgia de El Tatio vs a de HomePlate, em Marte

Ora, esquivando-nos a mais meandros obscuros da Física e da Química, o fascínio advém de várias destas microestruturas presentes em El Tatio serem semelhantes às encontradas em HomePlate, uma meseta marciana com 90 metros documentada pela missão Spirit, de 2006 a 2010.

Vasculhou-a o rover homónimo até que, em Março de 2010, se atascou num solo granulado da vertente nordeste da formação. Ficou, assim, por provar que os depósitos lá detectados eram, como os de El Tatio, biogenéticos.

Dita o padrão meteorológico de El Tátio que, por volta das 8h30, ventos ascendentes façam dispersar o vapor resplandecente pela superfície do planalto.

A luminosidade fulgurante que se instala reduz a visibilidade e torna os passeios entre os geiseres e chaminés mais arriscados que nunca.

Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Silhuetas bem desenhadas contra o vapor libertado pelos géiseres de El Tatio.

Nesse dia não foi diferente. Alguns banhistas persistentes ou que adiavam a nova submissão ao frio exterior, mantinham-se de molho.

A maior parte, não tardou a debandar da piscina termal e apontou a aldeias atacamenhas da região, a Caspana, a Toconce, Ayquina, Chiu Chiu ou outras.

Capela de adobe, Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Uma capela à beira da estrada a meio do caminho para El Tatio.

Nós, aceitámos o repto de Nicholas. Inauguramos o regresso ao pueblo de San Pedro com paragens estratégicas de que, tal como nos prometera o guia, não nos arrependemos.

El Tatio não era o único campo geotermal da região. Na eminência de Guatin e dos seus desfiladeiros ressequidos salpicados de cactos, detemo-nos numas tais de termas de Puritama.

Estávamos quase mil metros abaixo de El Tatio. Com o sol bem subido no horizonte, a temperatura ambiente tinha-se amornado. Puritama podia não partilhar da exuberância vaporosa do campo de géiseres.

Contava, no entanto, com uma série de lagoas naturais que se sucediam de cima para baixo no leito de um riacho, envoltas de uma floresta excêntrica de colas de zorro (caudas de raposa), assim tratam os hispânicos os penacheiros, também conhecidos por limpa-garrafas por razões que ressaltam do seu visual.

A profusão das plantas formava sebes densas e circulares que envolviam cada uma das lagoas. Concediam-lhes uma atmosfera de retiro contrastante com a que tínhamos sentido em El Tatio.

Lagoa de Puritana, Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor

Visitantes descontraem numa das lagoas aquecidas das Termas de Puritama, entre San Pedro de Atacama e o vulcão Putana.

Em tempos, os indígenas atacamenhos recorriam às suas águas repletas de sulfato de sódio para recuperarem de fadiga, de artrites e reumatismos.

Pouco ou nada dormidos nas noites anteriores, desgastados das sucessivas excursões e caminhadas, considerámos justificada a primeira das indicações.

Voltámos a despir-nos. Enfiámo-nos numa lagoa sem vivalma. Recuperámos a alma e o corpo até à pele se encarquilhar e San Pedro de Atacama nos reclamar.

Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
PN Torres del Paine, Chile

A Mais Dramática das Patagónias

Em nenhuma outra parte os confins austrais da América do Sul se revelam tão arrebatadores como na cordilheira de Paine. Ali, um castro natural de colossos de granito envolto de lagos e glaciares projecta-se da pampa e submete-se aos caprichos da meteorologia e da luz.
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
San Pedro de Atacama, Chile

São Pedro de Atacama: a Vida em Adobe no Mais Árido dos Desertos

Os conquistadores espanhóis tinham partido e o comboio desviou as caravanas de gado e nitrato. San Pedro recuperava a paz mas uma horda de forasteiros à descoberta da América do Sul invadiu o pueblo.
Deserto de Atacama, Chile

A Vida nos Limites do Deserto de Atacama

Quando menos se espera, o lugar mais seco do mundo revela novos cenários extraterrestres numa fronteira entre o inóspito e o acolhedor, o estéril e o fértil que os nativos se habituaram a atravessar.
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Ilha Robinson Crusoe, Chile

Alexander Selkirk: na Pele do Verdadeiro Robinson Crusoe

A principal ilha do arquipélago Juan Fernández foi abrigo de piratas e tesouros. A sua história fez-se de aventuras como a de Alexander Selkirk, o marinheiro abandonado que inspirou o romance de Dafoe
Puerto Natales-Puerto Montt, Chile

Cruzeiro num Cargueiro

Após longa pedinchice de mochileiros, a companhia chilena NAVIMAG decidiu admiti-los a bordo. Desde então, muitos viajantes exploraram os canais da Patagónia, lado a lado com contentores e gado.
Vulcão Villarrica, Chile

Ascensão à Cratera do Vulcão Villarrica, Sempre em Actividade

Pucón abusa da confiança da natureza e prospera no sopé da montanha Villarrica.Seguimos este mau exemplo por trilhos gelados e conquistamos a cratera de um dos vulcões mais activos da América do Sul.
Pucón, Chile

Entre as Araucárias de La Araucania

A determinada latitude do longilíneo Chile, entramos em La Araucanía. Este é um Chile rude, repleto de vulcões, lagos, rios, quedas d’água e das florestas de coníferas de que brotou o nome da região. E é o coração de pinhão da maior etnia indígena do país: a Mapuche.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Arquitectura & Design
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Big Freedia e bouncer, Fried Chicken Festival, New Orleans
Cerimónias e Festividades
New Orleans, Luisiana, Estados Unidos

Big Freedia: em Modo Bounce

New Orleans é o berço do jazz e o jazz soa e ressoa nas suas ruas. Como seria de esperar, numa cidade tão criativa, lá emergem novos estilos e actos irreverentes. De visita à Big Easy, aventuramo-nos à descoberta do Bounce hip hop.
Sé Catedral, Funchal, Madeira
Cidades
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Cultura
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
A Toy Train story
Em Viagem
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Desfile de nativos-mericanos, Pow Pow, Albuquerque, Novo México, Estados Unidos
Étnico
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Casa Menezes Bragança, Chandor, Goa, India
História
Chandor, Goa, Índia

Uma Casa Goesa-Portuguesa, Com Certeza

Um palacete com influência arquitectónica lusa, a Casa Menezes Bragança, destaca-se do casario de Chandor, em Goa. Forma um legado de uma das famílias mais poderosas da antiga província. Tanto da sua ascensão em aliança estratégica com a administração portuguesa como do posterior nacionalismo goês.
Efate, Vanuatu, transbordo para o "Congoola/Lady of the Seas"
Ilhas
Efate, Vanuatu

A Ilha que Sobreviveu a “Survivor”

Grande parte de Vanuatu vive num abençoado estado pós-selvagem. Talvez por isso, reality shows em que competem aspirantes a Robinson Crusoes instalaram-se uns atrás dos outros na sua ilha mais acessível e notória. Já algo atordoada pelo fenómeno do turismo convencional, Efate também teve que lhes resistir.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Inverno Branco
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Recompensa Kukenam
Literatura
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Natureza
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Caminhantes abaixo do Zabriskie Point, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América
Parques Naturais
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
Atenas, Grécia, Render da Guarda na Praça Sintagma
Património Mundial UNESCO
Atenas, Grécia

A Cidade que Perpetua a Metrópolis

Decorridos três milénios e meio, Atenas resiste e prospera. De cidade-estado belicista, tornou-se a capital da vasta nação helénica. Modernizada e sofisticada, preserva, num âmago rochoso, o legado da sua gloriosa Era Clássica.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Mahé Ilhas das Seychelles, amigos da praia
Praias
Mahé, Seychelles

A Ilha Grande das Pequenas Seychelles

Mahé é maior das ilhas do país mais diminuto de África. Alberga a capital da nação e quase todos os seichelenses. Mas não só. Na sua relativa pequenez, oculta um mundo tropical deslumbrante, feito de selva montanhosa que se funde com o Índico em enseadas de todos os tons de mar.
Ulugh Beg, Astrónomo, Samarcanda, Uzbequistão, Um matrimónio espacial
Religião
Samarcanda, Usbequistão

O Sultão Astrónomo

Neto de um dos grandes conquistadores da Ásia Central, Ulugh Beg preferiu as ciências. Em 1428, construiu um observatório espacial em Samarcanda. Os seus estudos dos astros levaram-lhe o nome a uma cratera da Lua.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sociedade
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Vida Selvagem
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.