Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente


Passagem
Nativa de Tanna desce uma escadaria em direcção a uma das praias nas imediações de Port Resolution.
À espera da lava
Habitantes e visitantes de Tanna aguardam nova erupção sobre a cratera do vulcão Yasur.
Explosão de lava
Pequena erupção estromboliana ilumina as profundezas escuras da cratera do Monte Yasur.
Desolação vulcânica
Areia e cinza impedem o proliferar da vegetação tropical em redor do vulcão Yasur, um pequeno vulcão activo de Tanna.
Pesca pouco submarina
Duas crianças tentam capturar peixes retidos na maré vazia, numa praia selvagem de Tanna.
À Moda de Nasiroro
Nativos à entrada de uma das palhotas da aldeia de Nasiroro.
Pura melanésia
Habitantes de Tanna durante o regresso a casa do mercado de Bethel.
Corridas vulcânicas
Crianças de Tanna divertem-se a descer a encosta mais suave do monte Yasur em tobogãs feitos de folhas de coqueiros.
Tronco-ponte
Dena Charlie atravessa uma ponte improvisada sobre um riacho, em Yakel.
Trio da Vida Airada
Jovens ni-vanuatu (habitantes de Vanuatu) divertem-se numa praia de Tanna.
Conversa no Nakamal
Jovens de Yakel conversam no Nakamal (largo cerimonial) da aldeia.
À porta de casa
Mulher e porcos à porta de uma das cabanas de Yakel.
Carga pesada, sorriso fácil
Ancião de Yakel carrega uma pilha de canas de bambu.
O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.

As infra-estruturas são inexistentes mas as árvores em redor ostentam enormes copas que se encarregam de obstruir o sol tropical. À sua sombra, o pequeno mercado de Bethel resplandece de cor.

O Inverno do Pacífico do Sul anunciou-se faz apenas uns dias. Um pouco por toda a ilha, as tangerinas estão prontas a colher e surgem expostas como parte de longos cachos artificiais que as nativas arranjam em redor de estacas.

Quase não passam homens neste entreposto comercial improvisado. E os longos vestidos garridos e florais das matronas melanésias destacam-se do cenário verdejante e atraem vizinhas que acabam por se abastecer também de taros, de mandioca, de abacaxis e de enormes toranjas.

mercado Bethel, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives

Mulheres vendem fruta e vegetais no mercado de Bethel, no litoral de Tanna.

Jimmy Nasse não tem compras a fazer. Está ansioso por mostrar os seus lugares preferidos da ilha e aparece do outro lado da rua para nos resgatar do feitiço étnico que nos retém muito para lá da hora marcada. “Vamos lá amigos, há imenso para descobrir em Tanna.

Se se prendem tanto no primeiro lugar em que paramos vai ser difícil levar-vos a todo o lado. E olhem que as estradas não ajudam”.

Aterrámos vindos de Port Vila, ilha de Efate, há duas horas e o fascínio pelo que encontramos é tal que continuamos a adiar a entrada no pequeno Tanna Lodge. De novo a caminho, passamos junto à foz de um rio e à enseada de areia negra que o acolhe.

Crianças, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives

Jovens ni-vanuatu (habitantes de Vanuatu) divertem-se numa praia de Tanna.

Algumas mulheres banham-se e lavam roupa nos últimos metros de água doce do caudal e o contraste dos tecidos berrantes contra o fundo cinza do solo e o azulão do oceano exigem-nos mais um ligeiro desvio.

Jimmy reforça os seus níveis de paciência. Começa a habituar-se ao que o espera.

Em breve, há-de nos confessar a sua fé Bahai. Conhecemos o templo maior desta religião, situado em Haifa, Israel, e os seus princípios de união das diferentes crenças, da busca da justiça e da paz na Terra. Depressa percebemos que estamos entregues a uma espécie de anjo ni-vanuatu (nativos de Vanuatu).

Instalamo-nos e regressamos à pick up nuns poucos minutos. Jimmy conduz-nos encosta acima em direcção à cascata de Yakel, por uma estrada enlameada que nos reclama toda a tracção do veículo.

Passamos por Nasiroro, uma aldeia formada por centenas de palhotas e com centro espiritual numa grande clareira abrigada por três figueiras-da-India majestosas.

Nakamal, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives

Jovens de Yakel conversam no Nakamal (largo cerimonial) da aldeia.

À Descoberta da Incrível Tanna, Guiados por Dena Charlie

É neste nakamal, que somos recebidos por Dena Charlie, o jovem anfitrião encarregue de nos apresentar à aldeia e revelar o caminho para o riacho.

Tronco-ponte

Dena Charlie atravessa uma ponte improvisada sobre um riacho, em Yakel.

Porcos e cães da tribo cruzam o trilho que serpenteia entre as palhotas e as árvores mas acaba por descer para um vale amplo e verdejante que mais parece saído de um livro antigo de ficção científica. O inglês de Dena está ao nível do bislama nativo.

E o rapaz semi-nu desempenha o seu papel com um à vontade irrepreensível. Entretanto, o sol põe-se. Dena abraça-se e queixa-se do frio que começa a incomodá-lo.

Dena Charlie, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives

Dena Charlie agarra uma árvore nas imediações da aldeia de Yakel.

Nós vestimos t-shirts e continuamos com calor. Dá-nos a sensação que a temperatura nunca baixou dos vinte graus mas outros habitantes da aldeia andam já com capotes de palhinha.

Quando questionamos Dena sobre a vulnerabilidade dos nativos àquelas temperaturas, este justifica-se com elegância e boa-disposição. “Pois é, somos diferentes em tanta coisa.

Já devem ter reparado na forma dos nossos pés, certo? Os vossos são bem mais estreitos e achatados e muitos ocidentais acham piada aos nossos. Outra distinção está na resistência ao frio. Aqui, com esta temperatura, ficamos todos a tremer.”

À Moda de Nasiroro

Nativos à entrada de uma das palhotas da aldeia de Nasiroro.

Em seguida, e como parte do protocolo tribal leva-nos à cabana do chefe da aldeia Yakel.

Kauia tem 111 anos e combateu a invasão japonesa na 2ª Guerra Mundial. Como a idade justifica, encontramo-lo bastante enfraquecido, deitado sobre uma cama de bambu, subsumido na escuridão fumarenta do interior da palhota.

Trocamos algumas palavras mas o chefe mostra-se demasiado débil e surpreso. Dena relembra-nos que a sua vida é das mais longas que há em Vanuatu, em toda a Melanésia e, segundo lhe dizem, no mundo.

Conta-nos ainda que Kauia foi um dos chefes que protagonizaram a formação do mito do Príncipe Filipe.

A Enigmática Fé do Povo de Tanna na Realeza Britânica

Por alguma razão, a tribo Yahohnanen começou a acreditar que o Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo e consorte da rainha Isabel II era um ser divino, filho de Keraperamun, o deus da montanha mais elevada de Tanna.

Desolação vulcânica

Areia e cinza impedem o proliferar da vegetação tropical em redor do Yasur, um pequeno vulcão activo de Tanna.

E também que tinha, em tempos, viajado a uma terra distante, casado com uma mulher poderosa e que regressaria. Esta ideia foi reforçada quando os nativos observaram a reverência com que os oficiais coloniais britânicos tratavam a rainha Isabel II.

Mais tarde, em 1974, o casal real visitou as Novas Hébridas e os nativos puderam observar o príncipe Filipe que os impressionou ainda mais do que nas imagens que antes haviam visto.

O príncipe não conhecia o culto mas foi dele informado pelo comissário residente que sugeriu que enviasse uma fotografia sua após o regresso à Grã-Bretanha. Filipe seguiu o conselho.

Quando a fotografia chegou, os aldeões retribuíram oferecendo-lhe um bastão tradicional nal-nal. E o príncipe enviou uma nova fotografia sua empunhando aquele bastão.

Meet the Natives e o Alívio dos Nativos pelo Regresso à Pátria Vanuatu

Essas fotografias foram guardadas pelo chefe Jack Naiva e ajudaram a prolongar o culto. De tal forma que, em 2007, o Channel 4 da BBC criou Meet the Natives uma espécie de reality show protagonizado por um grupo de nativos pertencentes ao Prince Philip Movement de visita à Grã Bretanha.

O seu périplo culminou num encontro com o príncipe em que foram trocadas prendas incluindo mais uma fotografia de Filipe. Acabou a revelar a felicidade indisfarçável dos nativos por voltarem à sua amada Tanna que os recebia em festa, mesmo depois de terem revisto o seu messias e descoberto as maravilhas civilizacionais do Ocidente.

Enquanto descemos de Yakel para a beira-mar, Dena Charlie e  Jimmy Nasse acrescentam pormenores sórdidos em redor dos cultos que contemplam desentendimentos entre as tribos.

Mas depressa chegamos a novos lugares imperdíveis e passam a transmitir-nos outras informações. Inspeccionamos a enseada idílica de Port Resolution, em que ancorou, em 1774, o navio homónimo de James Cook.

Trio da Vida Airada

Jovens ni-vanuatu (habitantes de Vanuatu) divertem-se numa praia de Tanna.

Passamos ainda por White Sands, uma praia invadida pela vegetação tropical luxuriante, com grandes areais brancos em que brincam e pescam dezenas de crianças visivelmente felizes no seu paraíso melanésio.

Ao Ritmo do Pequeno Vulcão Yasur

Dali, dirigimo-nos ao monte e vulcão Yasur, a principal expressão vulcânica de Tanna.

Jimmy Nasse conduz-nos por cursos de água com pequeno caudal que usa como atalho. Pelo caminho vemos manadas de cavalos selvagens que vagueiam na planície forrada por feno tropical, passamos por mulheres que regressam do mercado e por um grupo de homens que acaba de sacrificar uma vaca.

Nativa e vaca, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives

Mulher de Tanna tem a companhia de uma vaca curiosa.

A determinada altura, chegamos a um ponto elevado que nos revela a vastidão florestal predominante e a ilha de areia e cinza nela aberta pelo vulcão Yasur.

Depois, regressamos à planura e entramos nesta área de aparência desértica e inóspita decorada, aqui e ali, por plantas e arbustos exóticos isolados.

Corridas vulcânicas

Crianças de Tanna divertem-se a descer a encosta mais suave do monte vulcão Yasur em tobogãs feitos de folhas de coqueiros.

Aproximamo-nos da encosta do Yasur e encontramos miúdos que rejubilam a exibir-nos a sua arte de descer a vertente sentados em tobogãs feitos de troncos de coqueiros.

Contornamos aquela enorme rampa arenosa para chegarmos ao ponto de acesso mais fácil à cratera, situada a uns meros 361 metros de altitude.

A meio desse trilho, damos com a caixa de correio emblemática do vulcão Yasur em que, mesmo algo receosos, depositamos dezenas de postais.

Quando chegamos ao topo, o sol está prestes a pôr-se e o vento muda frequentemente de direcção. Pulveriza gases tóxicos sobre os forasteiros e nativos em redor do cume.

À espera da lava

Habitantes e visitantes de Tanna, Vanuatu, aguardam nova erupção sobre a cratera do vulcão Yasur.

A Cratera Tóxica e as Erupções Suaves do vulcão Yasur

O ocaso pinta de laranja as nuvens e o fumo disperso e serve de introdução aquele que é o espectáculo mais esperado.

Com o lusco-fusco já instalado, dá-se finalmente uma primeira erupção que projecta para os ares um repuxo profuso de lava incandescente.

As erupções do vulcão Yasur são estrombolianas e quase regulares.

Explosão de lava

Pequena erupção estromboliana ilumina as profundezas escuras da cratera do vulcão Yasur, em Tanna, Vanuatu

Conscientes desse facto, aguardamos pelo cair da noite e pela próxima, mas Jimmy respira já com alguma dificuldade, vítima de um contacto quase diário com o gás sulfuroso.

E nós, desprovidos de máscaras realmente eficazes, também começamos a sentir alguma irritação dos olhos e dos brônquios. Concordamos em descer para a segurança da Sulphur Bay.

O dia tinha sido longo.

Na manhã seguinte, esperava-nos uma visita ao santuário de outra das intrigantes personagens messiânicas de Tanna.

À Espera de John Frum e do Seu “Cargo”

As Novas Hébridas ainda eram governadas em condomínio pelos franceses e pelos britânicos quando se falou, pela primeira vez, de John Frum.

Segundo os primeiros testemunhos, um nativo de nome Manehivi, (entretanto mais conhecido por John Frum) começou a aparecer aos anciãos da ilha. Trajava um fato ocidental e dizia que iria dotar os nativos de casas, roupa e meios de transporte.

Uma versão do mito interpretou esta personagem como um espírito induzido pelo consumo excessivo de kava, uma bebida sedativa e anestesiante tradicional do Pacífico do Sul, feita a partir de uma planta, também bebida, por exemplo, em Fiji.

Outra, defendia que se tratava de uma manifestação de Keraperaum.

Fosse o que fosse, John Frum prometia o despontar de uma nova era em que todos os brancos, incluindo missionários  abandonariam as Novas Hébridas e deixariam aos melanésios o acesso à riqueza material de que os colonos usufruíam.

Para que isto acontecesse, o povo de Tanna teria apenas que rejeitar todos os aspectos da sociedade europeia (dinheiro, educação, Cristianismo, trabalho nas plantações de copra etc.) e regressar aos princípios kastom (tradicionais) da sua.

À porta, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives

Mulher e porcos à porta de uma das cabanas de Yakel

A Fé dos ni-vanuatu no Cumprir das Professias John Frumianas

Por volta de 1940, os seguidores de John Frum começaram a livrar-se do seu dinheiro. Deixaram as missões, escolas, aldeias e plantações. Mudaram-se para o interior, onde participaram em festins e outros rituais.

As autoridades europeias procuraram prender os líderes do culto e exilá-los para outra ilha. Nesse mesmo ano, chegaram às Novas Hébridas 300.000 tropas norte-americanas preparadas para reconquistar o Pacífico aos japoneses e portadoras de enormes quantidades de equipamento e outros bens a que os locais chamaram simplesmente “cargo”.

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os norte-americanos partiram e levaram consigo a maior parte desse “tesouro”. Insatisfeitos, os seguidores de John Frum construíram pistas de aterragem simbólicas para encorajar os aviões a voltarem e a trazer-lhes mais “cargo”.

O culto deu também origem a um movimento politico que se opôs à formação do estado independente de Vanuatu por achar que um governo centralizado só iria favorecer a modernidade do Ocidente e o Cristianismo.

Carga pesada

Ancião de Yakel carrega uma pilha de canas de bambu.

A crença mantém-se activa. O Chefe Isaak Wan Nikiau – o líder – declarou à BBC: “John Frum é o nosso deus, o nosso Jesus. Um dia vai regressar”.

O aspecto desta personagem mitológica não é, todavia, consensual.

Dependendo do crente em questão, poderá tratar-se de um ni-vanuatu, de um branco, ou de um GI norte-americano. Na realidade, para os crentes e outros nativos, tanto faz.

Até que a profecia se cumpra, com ou sem o “cargo” devido, a vida continuará a florescer em Tanna.

Wala, Vanuatu

Cruzeiro à Vista, a Feira Assenta Arraiais

Em grande parte de Vanuatu, os dias de “bons selvagens” da população ficaram para trás. Em tempos incompreendido e negligenciado, o dinheiro ganhou valor. E quando os grandes navios com turistas chegam ao largo de Malekuka, os nativos concentram-se em Wala e em facturar.
Efate, Vanuatu

A Ilha que Sobreviveu a "Survivor"

Grande parte de Vanuatu vive num abençoado estado pós-selvagem. Talvez por isso, reality shows em que competem aspirantes a Robinson Crusoes instalaram-se uns atrás dos outros na sua ilha mais acessível e notória. Já algo atordoada pelo fenómeno do turismo convencional, Efate também teve que lhes resistir.
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
Honiara e Gizo, Ilhas Salomão

O Templo Profanado das Ilhas Salomão

Um navegador espanhol baptizou-as, ansioso por riquezas como as do rei bíblico. Assoladas pela 2ª Guerra Mundial, por conflitos e catástrofes naturais, as Ilhas Salomão estão longe da prosperidade.
Gizo, Ilhas Salomão

Gala dos Pequenos Cantores de Saeraghi

Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Pentecostes, Vanuatu

Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
Espiritu Santo, Vanuatu

Divina Melanésia

Pedro Fernandes de Queirós pensava ter descoberto a Terra Australis. A colónia que propôs nunca se chegou a concretizar. Hoje, Espiritu Santo, a maior ilha de Vanuatu, é uma espécie de Éden.
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Espiritu Santo, Vanuatu

Os Blue Holes Misteriosos de Espiritu Santo

A humanidade rejubilou, há pouco tempo, com a primeira fotografia de um buraco negro. Em jeito de resposta, decidimos celebrar o que de melhor temos cá na Terra. Este artigo é dedicado aos blue holes de uma das ilhas abençoadas de Vanuatu.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Safari
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Arquitectura & Design
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Magome a Tsumago, Nakasendo, Caminho Japão medieval
Cidades
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Cultura
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Africa Princess, Canhambaque, Bijagós, Guiné Bissau,
Em Viagem
Cruzeiro Africa Princess, 1º Bijagós, Guiné Bissau

Rumo a Canhambaque, pela História da Guiné Bissau

O Africa Princess zarpa do porto de Bissau, estuário do rio Geba abaixo. Cumprimos uma primeira escala na ilha de Bolama. Da antiga capital, prosseguimos para o âmago do arquipélago das Bijagós.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Étnico
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
real de Catorce, San Luís Potosi, México, sombras
História
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

De Filão da Nova Espanha a Pueblo Mágico Mexicano

No início do século XIX, era uma das povoações mineiras que mais prata garantia à Coroa Espanhola. Um século depois, a prata tinha-se desvalorizado de tal maneira que Real de Catorce se viu abandonada. A sua história e os cenários peculiares filmados por Hollywood, cotaram-na uma das aldeias preciosas do México.
Navala, Viti Levu, Fiji
Ilhas
Navala, Fiji

O Urbanismo Tribal de Fiji

Fiji adaptou-se à invasão dos viajantes com hotéis e resorts ocidentalizados. Mas, nas terras altas de Viti Levu, Navala conserva as suas palhotas criteriosamente alinhadas.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Natureza
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Penhascos acima do Valley of Desolation, junto a Graaf Reinet, África do Sul
Parques Naturais
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Património Mundial UNESCO
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Mangal entre Ibo e ilha Quirimba-Moçambique
Praias
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Religião
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Teleférico de Mérida, Renovação, Venezuela, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Sociedade
Mérida, Venezuela

A Renovação Vertiginosa do Teleférico mais Alto do Mundo

Em execução a partir de 2010, a reconstrução do teleférico de Mérida foi levada a cabo na Sierra Nevada por operários intrépidos que sofreram na pele a grandeza da obra.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Geisers El Tatio, Atacama, Chile, Entre o gelo e o calor
Vida Selvagem
El Tatio, Chile

Géiseres El Tatio – Entre o Gelo e o Calor do Atacama

Envolto de vulcões supremos, o campo geotermal de El Tatio, no Deserto de Atacama surge como uma miragem dantesca de enxofre e vapor a uns gélidos 4200 m de altitude. Os seus géiseres e fumarolas atraem hordas de viajantes.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.