Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias


Os Templos
Perspectiva das ruínas maias de Tulum, na Riviera Maia.
Escadarias para o Vento
Ruínas maias de Tulum, na Riviera Maia.
Um outro templo
Templo do Vento acima de uma enseada que se crê ter sido usada para o desembarque de canoas carregadas de bens para transacções comerciais na cidade.
Deus jaguar
Figurante posa enquanto deus Jaguar, uma das inúmeras divindades do panteão de deuses maias.
Recanto maia
Pormenor arquitectónico decorado com figuras da mitologia maia.
Praia em ruínas
Banhistas descontraem na praia caribenha quase-perfeita abaixo do complexo de ruínas de Tulum.
No Caribe mais-que-turquesa
Família maia fotografa-se na Praia das Ruínas, com um Mar das Caraíbas azul-turquesa em fundo.
Troupe de deuses maias
Figurantes de deuses maias posam para a fotografia à entrada do complexo das ruínas de Tulum.
A caminho do castelo
O cimo do Castelo, o edifício mais elevado da cidade e que acolheu um farol que de crê ter identificado a embarcações a entrada no recife.
Conversa de praia
Grupo de banhistas convive no sopé dos penhascos que antes protegiam a cidade de Tulum, enquanto as ondas do Mar das Caraíbas vão e vêm.
Os Templos
Perspectiva das ruínas maias de Tulum, na Riviera Maia.
Escadarias para o Vento
Ruínas maias de Tulum, na Riviera Maia.
Um outro templo
Templo do Vento acima de uma enseada que se crê ter sido usada para o desembarque de canoas carregadas de bens para transacções comerciais na cidade.
Deus jaguar
Figurante posa enquanto deus Jaguar, uma das inúmeras divindades do panteão de deuses maias.
Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.

Por mais que nos esforcemos, falhamos em ajustar o panorama balnear por diante à era Maia.

Um mar de turquesa desenrola-se, ao sabor da brisa, sobre o areal coralífero. Não chega a tocar os rochedos calcários cinzentos que delimitam a costa.

Coqueiros e palmeiras vigorosas despontam da areia e do cimo da falésia de Tulum já de si coberta de vegetação tropical.

Tulum: Ruínas Maias Sobre uma Praia Mexicana de Sonho

Dezenas de banhistas deleitam-se naquele afago excêntrico de água e sal. Entretêm-se com flutuações e conversas de trazer por praia. Acima, o templo Maia do Deus do Vento parece louvar a pintura que reverenciávamos e o bem-estar estival irradiante.

Praia, Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Banhistas descontraem na praia caribenha quase-perfeita abaixo do complexo de ruínas de Tulum.

Meio milénio passara desde que o templo e a cidade para o interior tinham cessado as suas funções. Grande parte dos veraneantes eram – uns mais outros menos – maias.

A sua estatura baixa, os cabelos lisos e longos das mulheres, os olhos amendoados e os narizes aduncos de bico de pássaro deixavam pouca margem para dúvida.

O lugar que frequentavam chama-se, ainda hoje, Tulum, termo maia iucateca mais tarde inspirado pelos muros de que os seus antepassados dotaram a povoação para precaverem as ameaças vindas do grande desconhecido azul.

Crê-se, todavia, que, na origem, os maias a terão baptizado de Zama, a Cidade da Aurora, numa homenagem ao brilho esotérico que mergulhava todos os dias no oceano e que dele, noite após noite, se reerguia.

Os conquistadores ibéricos também apareceram daqueles lados. A partir de 1502, os maias assistiram, incrédulos, a como grandes torres flutuantes surgiam acima do horizonte e se agigantavam na sua direcção:

seriam as naus ali pioneiras de Cristovão Colombo e os seus marinheiros, que terão ancorado para sul, nas actuais Honduras.

Castelo, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

O cimo do Castelo, o edifício mais elevado da cidade e que acolheu um farol que de crê ter identificado a embarcações a entrada no recife.

A Inevitável Intrusão dos Conquistadores Espanhóis

Logo em 1517, deram à costa Francisco Hernández de Córdoba e a sua frota. Decorrido apenas um ano, seguiu-se a de Juan de Grijalva. Grijalva desembarcou na ilha de Cozumel. Navegou para sul.

Nessa ocasião, os espanhóis terão pela primeira vez avistado Tulum.

Os recifes ao largo tornavam complicada a aproximação. E o contacto imediato revelava-se ainda incauto.  Para os europeus, representava um grande risco apresentarem-se a cidades indígenas tão poderosas, sem terem ideia de que tipo de acolhimento os esperava.

Juan Diaz, um dos membros da expedição de Juan de Grijalva mencionou Tulum nos seus escritos. O testemunho de Diaz viria a  contribuir para a invasão inaugurada por Francisco de Montejo.

Este, requereu ao rei de Espanha o direito de conquistar o Iucatão. E concretizou-o em 1521, o mesmo ano em que, apoiado por guerreiros Tlaxcalan,

Hernán Cortéz capturou o imperador azteca Cuauhtemoc e Tenochtitlan, a capital monumental do império Azteca.

Pormenor templo de Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Pormenor arquitectónico decorado com figuras da mitologia maia.

Em 1526, Carlos V concedeu a Montejo, o título de Capitão General do Iucatão. Dois anos depois, Montejo regressou à região. Tentou tomá-la a partir da zona de Tulum e Chetumal. A resistência que encontrou foi, todavia, feroz.

Obrigou-o, em vez, a tentar por Oeste, pela província actual de Tabasco.

Viria a ser o filho de Montejo, Francisco de Montejo “El Mozo” a conseguir a conquista da península.

E a materializá-la com a fundação de Campeche e de Mérida, ainda hoje duas das suas mais impressionantes cidades coloniais.

A Função de Tulum no Império Maia

De acordo com os registos históricos, a área de Tulum era povoada desde o século VI d.C.

Prosperou sob a esfera de influência maia a partir de 1200 d.C., enquanto entreposto comercial complementar de Cobá, na confluência de diversos sacbeobs, caminhos reais pavimentados provindos do Centro do México e de outras partes da América Central.

Em Tulum, os maias habituaram-se a trocar entre si alimentos, algodão, instrumentos decorativos, de trabalho e até de guerra, de prata e de ouro, sal, têxteis e penas. A cidade atingiu o auge entre os séculos XIV e XVI. Teve o impulso comercial de uma outra matéria-prima mineral: a obsidiana, a pedra salgada dos maias.

A obsidiana tinha e tem um lugar especial na sua cultura e presença em inúmeras esculturas e expressões também religiosas. Os maias associavam-na a divindade. Consideravam que era criada no submundo infernal de Xibalba, um lugar em que reinavam os deuses da morte.

Figurante Deus Maia, Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Figurante posa enquanto deus Jaguar, uma das inúmeras divindades do panteão de deuses maias.

Por estes e por outros motivos, Tulum prosperou. Durante um bom tempo, passou ao largo da ocupação e destruição disseminada pelos conquistadores. A selva densa da região mexicana actual de Quintana Roo isolava-a de outras zonas de que os espanhóis se apoderaram.

As Razões Polémicas para o Abandono das Cidades Maias

Apesar de o tema suscitar acesa discussão, tem predominado a ideia de que, quando os espanhóis chegaram, uma boa parte das maiores cidades maias tinham sido abandonadas há alguns séculos. Transformavam-se já então em ruínas que a selva engolia.

As causas mais aceites para esta debandada foram a sobrepopulação de cerca de 15 milhões de súbditos em todo o mundo maia. E a seca, a deflorestação e o extermínio de animais de grandes portes que lhes serviam de alimento .

Cerca de 70 anos após os espanhóis terem começado a liquidar o Império Maia obcecados pela demanda do ouro, Tulum resistia. Até que a varíola e outras doenças trazidas do Velho Mundo pelos marinheiros, guerreiros e missionários lá chegaram.

A Vez de Tulum

No virar do século XVI para o XVII, tocou a Tulum sofrer uma debandada geral e definitiva.

Quando as suas gentes partiram, a estrutura urbana e a arquitectura da cidade foram legadas ao tempo.

Quem, como nós, tem o privilégio de as explorar, depressa percebe que não se tratava de um lugar qualquer.

Os seus 1000 e 1600 habitantes ocupavam uma vasta área mais distante do oceano e externa ao complexo religioso.

Esse reduto era protegido por uma muralha de três a cinco metros de altura, oito de espessura e cerca de 400 metros de comprimento no paralelo à costa.

Em redor de 170 metros nos dois lados oblíquos ao mar.

Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Templo do Vento acima de uma enseada que se crê ter sido usada para o desembarque de canoas carregadas de bens para transacções comerciais na cidade.

As vertentes noroeste e sudoeste das muralhas foram dotadas de torres de vigia.

Próximo da face norte, um cenote (dolina de um complexo e vasto sistema aquífero subterrâneo erodido na rocha calcária) fornecia água fresca à cidade.

Outros do mesmo sistema reforçavam o fornecimento em redor: Naharon, Tortuga, Vacaha, Abejas, Nohoch Kin.

Vários deles servem, hoje, de atractivos balneares alternativos à beira-mar do Mar das Caraíbas. Descobriu-se recentemente que alguns continham ossadas humanas preservadas com entre 9.000 a 13.000 anos.

Sabe-se também que os cenotes foram mais tarde usados pelos maias para oferendas sacrificiais.

A Função de Tulum no Império Maia II

No fulcro da área muralhada de Tulum ficava o Castelo, um templo piramidal com 7.5 metros e uma imponência que o destaca dos restantes edifícios, incluindo o Templo dos Frescos e o Templo do Sol, os dois outros mais proeminentes.

Um pequeno santuário do Castelo parece ter sido erguido mais tarde em jeito de farol. Tinha a função de indicar uma entrada natural no recife de coral por que as canoas em aproximação podiam ingressar.

Coincidência ou não, a praia no prolongamento dessa passagem assume a forma de uma enseada rara tanto acima como abaixo na costa.

Esta pequena baía foi dotada do Templo dos Ventos. Crê-se que com o propósito de abençoar a navegação numa área da América Central que, agora como então, continua a ser grassada por ciclones.

De Tulum, os bens trazidos por mar, podiam ser ainda transportados rios Motágua e Usumacincta/Pasión acima. Estas artérias fluviais davam acesso adicional às terras baixas e altas do Iucatão e da Guatemala.

A configuração favorável do litoral pode ter estado na base da fundação de Tulum. A sua relevância depressa justificou que fosse dotada da parafernália religiosa, cerimonial mas também empírica e científica de que os maias sempre revestiam a sua civilização.

O Templo dos Frescos terá sido usado como observatório dos movimentos do sol. Crê-se ser o motivo porque várias figuras do deus do Sol (Kinich Anau) surgem em nichos da sua fachada.

Revestimentos de estuque pintado sugerem que o templo foi, no entanto, dedicado ao deus Itzamnaaj, criador da escrita, patrão das artes e das ciências.

Família praia de Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Família maia fotografa-se na Praia das Ruínas, com um Mar das Caraíbas azul-turquesa em fundo.

Divinal Monumento (balnear) à Civilização Maia

Dia após dia, o complexo mantém os forasteiros mais interessados em história entretidos com as explicações e suposições da criação e existência de Tulum. Os visitantes aumentam de ano para ano.

A visão do Templo dos Ventos com a orla do Mar das Caraíbas azul-turquesa à direita é a principal imagem de marca de Tulum. E um dos pontos de observação que encontramos mais atulhados de gente.

Muito graças a esta perspectiva, Tulum tornou-se a terceira atracção histórica mais popular do México atrás apenas de Chichen Itza (outra antiga cidade Maia) e de Tenochtitlan (antiga capital Azteca).

Mas, em dias de céu limpo e calor como aquele que nos calhara, as ruínas têm um rival à altura na praia no seu sopé.

O sol já subira ao zénite e descia para o ocaso. Tinha descaído tão pouco no firmamento que o azul do mar se mantinha irresistível. De acordo, o número de banhistas na areia continuava a aumentar.

À entrada do complexo, alguns descendentes dos maias de outros tempos, aproveitavam este influxo e o fascínio pela cultura dos ancestrais para ganharem a vida:

Señores, los invitamos para sus fotos con los mayas. Vengan, vengan.” apelavam em trajes e cocares de plumas, com joias e pinturas resplandecentes.

Figurantes Deuses Maias, Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Figurantes de deuses maias posam para a fotografia à entrada do complexo das ruínas de Tulum.

Encarnavam, assim, jaguares, aves de rapina e outras figuras tornadas divinais do rico panteão maia.

Apesar dos valores exorbitantes, vários transeuntes faziam-se clientes e registavam, orgulhosos, a sua passagem.

Mais informação sobre Tulum e a Riviera Maia no site Visit Mexico.

Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
San Ignácio Mini, Argentina

As Missões Jesuíticas Impossíveis de San Ignácio Mini

No séc. XVIII, os jesuítas expandiam um domínio religioso no coração da América do Sul em que convertiam os indígenas guarani em missões jesuíticas. Mas as Coroas Ibéricas arruinaram a utopia tropical da Companhia de Jesus.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Arquitectura & Design
Fortalezas

O Mundo à Defesa – Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Salto para a frente, Naghol de Pentecostes, Bungee Jumping, Vanuatu
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
Ponta Delgada, São Miguel, Açores, Portas da Cidade
Cidades
Ponta Delgada, São Miguel, Açores

A Cidade da Grande Ilha dos Açores

Durante os séculos XIX e XX, Ponta Delgada tornou-se a cidade mais populosa e a capital económico-administrativa dos Açores. Lá encontramos a história e o modernismo do arquipélago de mãos-dadas.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Igreja Ortodoxa de Bolshoi Zayatski, ilhas Solovetsky, Rússia
Cultura
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Em Viagem
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Étnico
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
História
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
ilha Streymoy, Ilhas Faroe, Tjornuvik, Gigante e Bruxa
Ilhas
Streymoy, Ilhas Faroé

Streymoy Acima, ao Sabor da Ilha das Correntes

Deixamos a capital Torshavn rumo a norte. Cruzamos de Vestmanna para a costa leste de Streymoy. Até chegarmos ao extremo setentrional de Tjornuvík, deslumbramo-nos vezes sem conta com a excentricidade verdejante da maior ilha faroesa.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Recompensa Kukenam
Literatura
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Natureza
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
agua grande plataforma, cataratas iguacu, brasil, argentina
Parques Naturais
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Um contra todos, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete
Património Mundial UNESCO
Lhasa, Tibete

Sera, o Mosteiro do Sagrado Debate

Em poucos lugares do mundo se usa um dialecto com tanta veemência como no mosteiro de Sera. Ali, centenas de monges travam, em tibetano, debates intensos e estridentes sobre os ensinamentos de Buda.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Cahuita, Costa Rica, Caribe, praia
Praias
Cahuita, Costa Rica

Um Regresso Adulto a Cahuita

Durante um périplo mochileiro pela Costa Rica, de 2003, deliciamo-nos com o aconchego caribenho de Cahuita. Em 2021, decorridos 18 anos, voltamos. Além de uma esperada, mas comedida modernização e hispanização do pueblo, pouco mais tinha mudado.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Religião
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Teleférico de Mérida, Renovação, Venezuela, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Sociedade
Mérida, Venezuela

A Renovação Vertiginosa do Teleférico mais Alto do Mundo

Em execução a partir de 2010, a reconstrução do teleférico de Mérida foi levada a cabo na Sierra Nevada por operários intrépidos que sofreram na pele a grandeza da obra.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Vida Selvagem
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.