Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias


Um outro templo
Templo do Vento acima de uma enseada que se crê ter sido usada para o desembarque de canoas carregadas de bens para transacções comerciais na cidade.
Deus jaguar
Figurante posa enquanto deus Jaguar, uma das inúmeras divindades do panteão de deuses maias.
Recanto maia
Pormenor arquitectónico decorado com figuras da mitologia maia.
Praia em ruínas
Banhistas descontraem na praia caribenha quase-perfeita abaixo do complexo de ruínas de Tulum.
No Caribe mais-que-turquesa
Família maia fotografa-se na Praia das Ruínas, com um Mar das Caraíbas azul-turquesa em fundo.
Troupe de deuses maias
Figurantes de deuses maias posam para a fotografia à entrada do complexo das ruínas de Tulum.
A caminho do castelo
O cimo do Castelo, o edifício mais elevado da cidade e que acolheu um farol que de crê ter identificado a embarcações a entrada no recife.
Conversa de praia
Grupo de banhistas convive no sopé dos penhascos que antes protegiam a cidade de Tulum, enquanto as ondas do Mar das Caraíbas vão e vêm.
Os Templos
Perspectiva das ruínas maias de Tulum, na Riviera Maia.
Escadarias para o Vento
Ruínas maias de Tulum, na Riviera Maia.
Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.

Por mais que nos esforcemos, falhamos em ajustar o panorama balnear por diante à era Maia.

Um mar de turquesa desenrola-se, ao sabor da brisa, sobre o areal coralífero. Não chega a tocar os rochedos calcários cinzentos que delimitam a costa.

Coqueiros e palmeiras vigorosas despontam da areia e do cimo da falésia de Tulum já de si coberta de vegetação tropical.

Tulum: Ruínas Maias Sobre uma Praia Mexicana de Sonho

Dezenas de banhistas deleitam-se naquele afago excêntrico de água e sal. Entretêm-se com flutuações e conversas de trazer por praia. Acima, o templo Maia do Deus do Vento parece louvar a pintura que reverenciávamos e o bem-estar estival irradiante.

Praia, Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Banhistas descontraem na praia caribenha quase-perfeita abaixo do complexo de ruínas de Tulum.

Meio milénio passara desde que o templo e a cidade para o interior tinham cessado as suas funções. Grande parte dos veraneantes eram – uns mais outros menos – maias.

A sua estatura baixa, os cabelos lisos e longos das mulheres, os olhos amendoados e os narizes aduncos de bico de pássaro deixavam pouca margem para dúvida.

O lugar que frequentavam chama-se, ainda hoje, Tulum, termo maia iucateca mais tarde inspirado pelos muros de que os seus antepassados dotaram a povoação para precaverem as ameaças vindas do grande desconhecido azul.

Crê-se, todavia, que, na origem, os maias a terão baptizado de Zama, a Cidade da Aurora, numa homenagem ao brilho esotérico que mergulhava todos os dias no oceano e que dele, noite após noite, se reerguia.

Os conquistadores ibéricos também apareceram daqueles lados. A partir de 1502, os maias assistiram, incrédulos, a como grandes torres flutuantes surgiam acima do horizonte e se agigantavam na sua direcção:

seriam as naus ali pioneiras de Cristovão Colombo e os seus marinheiros, que terão ancorado para sul, nas actuais Honduras.

Castelo, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

O cimo do Castelo, o edifício mais elevado da cidade e que acolheu um farol que de crê ter identificado a embarcações a entrada no recife.

A Inevitável Intrusão dos Conquistadores Espanhóis

Logo em 1517, deram à costa Francisco Hernández de Córdoba e a sua frota. Decorrido apenas um ano, seguiu-se a de Juan de Grijalva. Grijalva desembarcou na ilha de Cozumel. Navegou para sul.

Nessa ocasião, os espanhóis terão pela primeira vez avistado Tulum.

Os recifes ao largo tornavam complicada a aproximação. E o contacto imediato revelava-se ainda incauto.  Para os europeus, representava um grande risco apresentarem-se a cidades indígenas tão poderosas, sem terem ideia de que tipo de acolhimento os esperava.

Juan Diaz, um dos membros da expedição de Juan de Grijalva mencionou Tulum nos seus escritos. O testemunho de Diaz viria a  contribuir para a invasão inaugurada por Francisco de Montejo.

Este, requereu ao rei de Espanha o direito de conquistar o Iucatão. E concretizou-o em 1521, o mesmo ano em que, apoiado por guerreiros Tlaxcalan,

Hernán Cortéz capturou o imperador azteca Cuauhtemoc e Tenochtitlan, a capital monumental do império Azteca.

Pormenor templo de Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Pormenor arquitectónico decorado com figuras da mitologia maia.

Em 1526, Carlos V concedeu a Montejo, o título de Capitão General do Iucatão. Dois anos depois, Montejo regressou à região. Tentou tomá-la a partir da zona de Tulum e Chetumal. A resistência que encontrou foi, todavia, feroz.

Obrigou-o, em vez, a tentar por Oeste, pela província actual de Tabasco.

Viria a ser o filho de Montejo, Francisco de Montejo “El Mozo” a conseguir a conquista da península.

E a materializá-la com a fundação de Campeche e de Mérida, ainda hoje duas das suas mais impressionantes cidades coloniais.

A Função de Tulum no Império Maia

De acordo com os registos históricos, a área de Tulum era povoada desde o século VI d.C.

Prosperou sob a esfera de influência maia a partir de 1200 d.C., enquanto entreposto comercial complementar de Cobá, na confluência de diversos sacbeobs, caminhos reais pavimentados provindos do Centro do México e de outras partes da América Central.

Em Tulum, os maias habituaram-se a trocar entre si alimentos, algodão, instrumentos decorativos, de trabalho e até de guerra, de prata e de ouro, sal, têxteis e penas. A cidade atingiu o auge entre os séculos XIV e XVI. Teve o impulso comercial de uma outra matéria-prima mineral: a obsidiana, a pedra salgada dos maias.

A obsidiana tinha e tem um lugar especial na sua cultura e presença em inúmeras esculturas e expressões também religiosas. Os maias associavam-na a divindade. Consideravam que era criada no submundo infernal de Xibalba, um lugar em que reinavam os deuses da morte.

Figurante Deus Maia, Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Figurante posa enquanto deus Jaguar, uma das inúmeras divindades do panteão de deuses maias.

Por estes e por outros motivos, Tulum prosperou. Durante um bom tempo, passou ao largo da ocupação e destruição disseminada pelos conquistadores. A selva densa da região mexicana actual de Quintana Roo isolava-a de outras zonas de que os espanhóis se apoderaram.

As Razões Polémicas para o Abandono das Cidades Maias

Apesar de o tema suscitar acesa discussão, tem predominado a ideia de que, quando os espanhóis chegaram, uma boa parte das maiores cidades maias tinham sido abandonadas há alguns séculos. Transformavam-se já então em ruínas que a selva engolia.

As causas mais aceites para esta debandada foram a sobrepopulação de cerca de 15 milhões de súbditos em todo o mundo maia. E a seca, a deflorestação e o extermínio de animais de grandes portes que lhes serviam de alimento .

Cerca de 70 anos após os espanhóis terem começado a liquidar o Império Maia obcecados pela demanda do ouro, Tulum resistia. Até que a varíola e outras doenças trazidas do Velho Mundo pelos marinheiros, guerreiros e missionários lá chegaram.

A Vez de Tulum

No virar do século XVI para o XVII, tocou a Tulum sofrer uma debandada geral e definitiva.

Quando as suas gentes partiram, a estrutura urbana e a arquitectura da cidade foram legadas ao tempo.

Quem, como nós, tem o privilégio de as explorar, depressa percebe que não se tratava de um lugar qualquer.

Os seus 1000 e 1600 habitantes ocupavam uma vasta área mais distante do oceano e externa ao complexo religioso.

Esse reduto era protegido por uma muralha de três a cinco metros de altura, oito de espessura e cerca de 400 metros de comprimento no paralelo à costa.

Em redor de 170 metros nos dois lados oblíquos ao mar.

Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Templo do Vento acima de uma enseada que se crê ter sido usada para o desembarque de canoas carregadas de bens para transacções comerciais na cidade.

As vertentes noroeste e sudoeste das muralhas foram dotadas de torres de vigia.

Próximo da face norte, um cenote (dolina de um complexo e vasto sistema aquífero subterrâneo erodido na rocha calcária) fornecia água fresca à cidade.

Outros do mesmo sistema reforçavam o fornecimento em redor: Naharon, Tortuga, Vacaha, Abejas, Nohoch Kin.

Vários deles servem, hoje, de atractivos balneares alternativos à beira-mar do Mar das Caraíbas. Descobriu-se recentemente que alguns continham ossadas humanas preservadas com entre 9.000 a 13.000 anos.

Sabe-se também que os cenotes foram mais tarde usados pelos maias para oferendas sacrificiais.

A Função de Tulum no Império Maia II

No fulcro da área muralhada de Tulum ficava o Castelo, um templo piramidal com 7.5 metros e uma imponência que o destaca dos restantes edifícios, incluindo o Templo dos Frescos e o Templo do Sol, os dois outros mais proeminentes.

Um pequeno santuário do Castelo parece ter sido erguido mais tarde em jeito de farol. Tinha a função de indicar uma entrada natural no recife de coral por que as canoas em aproximação podiam ingressar.

Coincidência ou não, a praia no prolongamento dessa passagem assume a forma de uma enseada rara tanto acima como abaixo na costa.

Esta pequena baía foi dotada do Templo dos Ventos. Crê-se que com o propósito de abençoar a navegação numa área da América Central que, agora como então, continua a ser grassada por ciclones.

De Tulum, os bens trazidos por mar, podiam ser ainda transportados rios Motágua e Usumacincta/Pasión acima. Estas artérias fluviais davam acesso adicional às terras baixas e altas do Iucatão e da Guatemala.

A configuração favorável do litoral pode ter estado na base da fundação de Tulum. A sua relevância depressa justificou que fosse dotada da parafernália religiosa, cerimonial mas também empírica e científica de que os maias sempre revestiam a sua civilização.

O Templo dos Frescos terá sido usado como observatório dos movimentos do sol. Crê-se ser o motivo porque várias figuras do deus do Sol (Kinich Anau) surgem em nichos da sua fachada.

Revestimentos de estuque pintado sugerem que o templo foi, no entanto, dedicado ao deus Itzamnaaj, criador da escrita, patrão das artes e das ciências.

Família praia de Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Família maia fotografa-se na Praia das Ruínas, com um Mar das Caraíbas azul-turquesa em fundo.

Divinal Monumento (balnear) à Civilização Maia

Dia após dia, o complexo mantém os forasteiros mais interessados em história entretidos com as explicações e suposições da criação e existência de Tulum. Os visitantes aumentam de ano para ano.

A visão do Templo dos Ventos com a orla do Mar das Caraíbas azul-turquesa à direita é a principal imagem de marca de Tulum. E um dos pontos de observação que encontramos mais atulhados de gente.

Muito graças a esta perspectiva, Tulum tornou-se a terceira atracção histórica mais popular do México atrás apenas de Chichen Itza (outra antiga cidade Maia) e de Tenochtitlan (antiga capital Azteca).

Mas, em dias de céu limpo e calor como aquele que nos calhara, as ruínas têm um rival à altura na praia no seu sopé.

O sol já subira ao zénite e descia para o ocaso. Tinha descaído tão pouco no firmamento que o azul do mar se mantinha irresistível. De acordo, o número de banhistas na areia continuava a aumentar.

À entrada do complexo, alguns descendentes dos maias de outros tempos, aproveitavam este influxo e o fascínio pela cultura dos ancestrais para ganharem a vida:

Señores, los invitamos para sus fotos con los mayas. Vengan, vengan.” apelavam em trajes e cocares de plumas, com joias e pinturas resplandecentes.

Figurantes Deuses Maias, Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Figurantes de deuses maias posam para a fotografia à entrada do complexo das ruínas de Tulum.

Encarnavam, assim, jaguares, aves de rapina e outras figuras tornadas divinais do rico panteão maia.

Apesar dos valores exorbitantes, vários transeuntes faziam-se clientes e registavam, orgulhosos, a sua passagem.

Mais informação sobre Tulum e a Riviera Maia no site Visit Mexico.

Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
San Ignácio Mini, Argentina

As Missões Jesuíticas Impossíveis de San Ignácio Mini

No séc. XVIII, os jesuítas expandiam um domínio religioso no coração da América do Sul em que convertiam os indígenas guarani em missões jesuíticas. Mas as Coroas Ibéricas arruinaram a utopia tropical da Companhia de Jesus.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Arquitectura & Design
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
cowboys oceania, Rodeo, El Caballo, Perth, Australia
Cerimónias e Festividades
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Ribeira Grande, Santo Antão
Cidades
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Tabatô, Guiné Bissau, Balafons
Cultura
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Em Viagem
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Assuão, Egipto, rio Nilo encontra a África negra, ilha Elefantina
Étnico
Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

Mosteiro de Tawang, Arunachal Pradesh, Índia
História
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Banhista, The Baths, Devil's Bay (The Baths) National Park, Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas
Ilhas
Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas

Os “Caribanhos” Divinais de Virgin Gorda

À descoberta das Ilhas Virgens, desembarcamos numa beira-mar tropical e sedutora salpicada de enormes rochedos graníticos. Os The Baths parecem saídos das Seicheles mas são um dos cenários marinhos mais exuberantes das Caraíbas.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Capacete capilar
Natureza
Viti Levu, Fiji

Canibalismo e Cabelo, Velhos Passatempos de Viti Levu, ilhas Fiji

Durante 2500 anos, a antropofagia fez parte do quotidiano de Fiji. Nos séculos mais recentes, a prática foi adornada por um fascinante culto capilar. Por sorte, só subsistem vestígios da última moda.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Parques Naturais
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Glamour vs Fé
Património Mundial UNESCO
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Tombolo e Punta Catedral, Parque Nacional Manuel António, Costa Rica
Praias
PN Manuel António, Costa Rica

O Pequeno-Grande Parque Nacional da Costa Rica

São bem conhecidas as razões para o menor dos 28 parques nacionais costarriquenhos se ter tornado o mais popular. A fauna e flora do PN Manuel António proliferam num retalho ínfimo e excêntrico de selva. Como se não bastasse, limitam-no quatro das melhores praias ticas.
Madu River: dono de um Fish SPA, com os pés dentro do viveiro de peixes-doutores
Religião
Rio e Lagoa Madu, Sri Lanka

No Curso do Budismo Cingalês

Por ter escondido e protegido um dente de Buda, uma ilha diminuta da lagoa da lagoa Madu recebeu um templo evocativo e é considerada sagrada. O Maduganga imenso em redor, por sua vez, tornou-se uma das zonas alagadas mais louvadas do Sri Lanka.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Singapura, ilha Sucesso e Monotonia
Sociedade
Singapura

A Ilha do Sucesso e da Monotonia

Habituada a planear e a vencer, Singapura seduz e recruta gente ambiciosa de todo o mundo. Ao mesmo tempo, parece aborrecer de morte alguns dos seus habitantes mais criativos.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Bwabwata Parque Nacional, Namíbia, girafas
Vida Selvagem
PN Bwabwata, Namíbia

Um Parque Namibiano que Vale por Três

Consolidada a independência da Namíbia, em 1990, para simplificarem a sua gestão, as autoridades agruparam um trio de parques e reservas da faixa de Caprivi. O PN Bwabwata resultante acolhe uma imensidão deslumbrante de ecossistemas e vida selvagem, às margens dos rios Cubango (Okavango) e Cuando.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.