Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!


Alturas Tibetanas
A não ser que chegue lentamente, por terra, o Planalto Tibetano é um exemplo típico de um mais que provável mal de altitude.
Caminhada solitária
Caminhante aproxima-se do monte Swargadwari Danda (4800m) e de Dhukurpokhari, a meio caminho para Pisang.
Lares entre Montanhas
O casario de Lhasa, capital do Tibete, no sopé de montanhas áridas.
O Apogeu da América do Norte
Vista aérea do cume mais elevado do monte McKinley ou Denali, a montanha suprema da América do Norte com 6194 metros de altitude.
Neon Versão Yak Kharka
Colecção de tabuletas promocionais à chegada de Yak Kharka.
Gado nepalês
Iaque repousa com o fundo grandioso de um dos cumes aguçados dos Annapurnas.
Um curto passeio
Wayne McMillan junto ao Pegasus da Mount Cook Ski Planes que acabou de aterrar nas alturas dos Alpes do Sul.
Torres del Paine I
Estrada de terra batida conduz a um dos lagos que cercam as Torres del Paine.
O Grande Nada
Cabos do teleférico somem-se nas nuvens que invadem a Sierra Nevada de Mérida
Cowboys basotho
Cavaleiros basotho a cavalo dos resistentes cavalos basuto com os chapéus e cobertores tradicionais da nação.
Caminhada solitária
Caminhante aproxima-se do monte Swargadwari Danda (4800m) e de Dhukurpokhari, a meio caminho para Pisang.
Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.

À medida que a altitude aumenta, a pressão atmosférica diminui e o mesmo acontece à quantidade de oxigénio no ar.

Como já todos tivemos oportunidade de reparar, o oxigénio faz-nos muita falta. A sua ausência provoca uma alteração drástica no ritmo e na intensidade da respiração.

Ao mesmo tempo, origina uma disrupção do equilíbrio da água corporal no sangue face aos tecidos. O organismo sofre com a presença em grandes altitudes tenham ou não havido a habituação necessária.

Sem esta habituação, o mal de altitude pode ter consequências apenas incomodativas ou até mesmo drásticas.

Sintomas que se Podem Agravar num Ápice

Os efeitos sentem-se mais ou menos em função da altitude, da velocidade com que lá se chega.

Também dependem da altitude a que a pessoa normalmente vive e de outras variáveis como a capacidade pulmonar (a alteração do ritmo e intensidade seria sempre mais bem suportada, por exemplo, por nadadores olímpicos) e outras “forças” ou fraquezas de cada organismo.

Por norma, os sintomas do mal de altitude começam a ser óbvios acima dos 2000 m e intensificam-se substancialmente acima dos 2800 m.

Um viajante em boa forma física consegue habituar-se a altitudes na ordem dos 3000 m em alguns dias.

Altitudes de 5000, 6000 m e superiores requerem uma aclimatização mais longa, possivelmente de semanas.

Doenças e Sintomas

Com mudanças de altitude médias – por exemplo de 3000 m – a consequência mais normal será apenas Mal da Montanha Agudo : uma dor de cabeça bastante persistente e perturbadora, com algum azar, também náuseas e até vómitos.

O outro sintoma que salta à vista é a intensificação do cansaço que se torna exasperante com meros exercícios como subir uma escadaria ou um trilho de uma encosta.

O exercício também faz piorar a dor de cabeça e restantes sintomas.

Curiosamente, estes sintomas costumam fazer-se sentir mais nas pessoas jovens do que nas com mais idade.

Edema Pulmonar das Alturas

Ocorre em casos mais extremos – quase apenas acima dos 2800 m – e com maior frequência nos homens que nas mulheres.

É provocado pela acumulação de água nos pulmões e tem maior probabilidade de acontecer com o antecedente de uma constipação ou de uma simples infecção pulmonar.

Pode revelar-se entre o primeiro e o quarto dia após a ascensão.

Passa por uma falta de ar mais intensa que a do mal da montanha agudo, comichão nos pulmões, tosse seca e, pouco depois, a formação de grande quantidade de expectoração que pode ser rosada e até conter sangue.

Em pouco tempo, o Edema Pulmonar das Alturas pode evoluir para uma condição que coloca a vítima entre a vida e a morte.

O descalabro do mal de altitude e a causa de muitas mortes entre os montanhistas é a pior das suas consequências:

 o Edema Cerebral das Alturas.

Pode formar-se de uma forma directa ou na sequência de mal da montanha agudo e/ou de um edema pulmonar das alturas, 1 a 4 dias após a ascensão.

Gera dores de cabeça mais intensas, seguidas de alucinações e uma perda de discernimento e até dos sentidos.

Estes sintomas acentuam-se com a altitude.

Perante a suspeita de edema cerebral das alturas, qualquer montanhista deve ser imediatamente transferido para menor altitude e para um hospital.

A prática de mergulho pouco antes de qualquer ascensão agrava muito qualquer um dos males acima e os seus sintomas.

Para que não seja tão mau

1 – Aclimatize o tempo necessário. Alguns equipamentos simulam o ambiente hipóxico. Permitem uma habituação mais antecipada.

2 – Beba muita água, evite café, álcool e qualquer outro tipo de diurético

3 – Caminhe sempre com calma e repouse sem pressas

4 – Perante a mais que provável falta de folhas de coca para mascar (são raras e ilegais) excepto para algumas comunidades de nativos dos Andes, consuma gingko biloba.

Crê-se que este suplemento acelera o processo de aclimatização e reduz os sintomas do mal de altitude.

5 – Pode ainda recorrer à acetazolamida, uma substância comercializada como Diamox que tem o mesmo efeito do gingko mas, provavelmente bastante mais eficaz.

Se tomar acetazolamida, beba muita água. Trata-se de um diurético.

Casos Pessoais, pouco extremos e sem Consequências Graves:

Subida Gradual na cordilheira Andina, Argentina

Durante uma viagem pela América do Sul, eu e a Sara alugámos carro em Salta, a 1187 m de altitude, no norte da Argentina, e explorámos grande parte da cordilheira andina.

Na primeira dessas ocasiões, fomos subindo gradualmente e pernoitámos numa ou outra pousada enquanto percorríamos a famosa Ruta 40.

A determinada altura, demos por nós em estradas da Puna Andina a mais de 4500 m de altitude.

Uma vez que a ascensão até esta altitude foi gradual e demorou cerca de dois dias, os únicos sintomas de desconforto que sentimos foram um enorme cansaço e respiração ofegante que demorávamos uma eternidade a regularizar de cada vez que precisávamos subir a um qualquer morro para conseguir cenários mais abertos.

Subida Rápida ao cume do Monte Mauna Kea, Big Island, Havai

Por uma questão de calendário, tínhamos o tempo contado para explorar a Big Island.

Com carro alugado, conduzimos em pouco tempo de Hilo, no litoral leste da ilha (17 metros acima do nível do mar) ao desvio da Sadlle Road – Route 200 – para a derradeira estrada de acesso ao cume do monte Mauna Kea.

Este desvio está a uns “meros” 2021 metros de altitude. Já o Mauna Kea é o monte mais elevado à face da Terra, apenas e só se a altitude for contada desde o fundo do mar.

Como a sua base submarina se situa a 6000 m de profundidade e o cume se situa a 4203 m acima do nível do mar. A altitude “total” do Mauna Kea é, assim, de 10.203 m.

Mas, regressemos à estrada. Só nos sobrava essa tarde na Big Island para subir ao cume do Mauna Kea.

As autoridades e o bom senso aconselham que nenhum visitante o faça directamente do nível do mar e, se o fizerem, para aclimatizarem o maior tempo possível a meio caminho no Onizuka Visitor Center.

Quando lá chegámos, o sol tinha já descido muito mais no horizonte do que estávamos a contar.

Como não estávamos dispostos a deixar o Havai sem a experiência de ascender ao cume do Mauna Kea para apreciar as vistas e a sua vasta estação astronómica, decidimos prosseguir quinze minutos depois e arcar com as consequências.

Já no cimo, a Sara não sentiu nada de especial. Eu Marco, comecei a padecer, de imediato, de uma dor de cabeça forte, tonturas e um cansaço realmente incomum. Esses sintomas duraram cerca de 40 minutos.

Ou porque o meu organismo se foi adaptando rapidamente, ou, quem sabe também um pouco, porque os cenários incríveis do topo ao pôr-do-sol e crepúsculo me ajudaram a abstrair, pouco depois já só sentia cansaço.

Descemos aparentemente incólumes, mas tenho que confessar que comecei a ficar seriamente preocupado com a combinação das tonturas com a dor de cabeça.

Viagem para Lhasa, Tibete

Andávamos por Chengdu, na província chinesa de Sichuan, um dos lugares de onde é hoje mais fácil chegar ao Tibete. As viagens para o Tibete estão controladas pelo governo chinês e nem sempre são possíveis.

Nessa altura, eram possíveis e não sabíamos se tão cedo teríamos outra oportunidade de estar tão próximo.

Alojados num tal de Mix Hotel, percebemos que lá organizavam viagens de exploração do Tibete. Durante alguns dias, esperámos por mais hóspedes interessados em formar um pequeno grupo e isso veio a acontecer.

Juntaram-se a nós Jacob, um sueco e Ryan, americano. Nós e o Jacob comprámos voo de Chengdu, situada a uma altitude média de 500 m) para Lhasa, a 3650 metros.

O Ryan estava com orçamento ainda mais apertado que o nosso. Decidiu que ia de comboio e saiu de Chengdu bem antes de nós. A viagem de comboio demorava três dias (44 horas, 3360 km).

O Ryan tinha lido algures que, de comboio, os problemas com a altitude ou não se passavam ou eram mais ténues. Chegou a brincar connosco por achar que íamos gastar mais dinheiro e sofrer mais que ele.

O voo durou duas horas. Pouco depois de aterrarmos em Lhasa, enquanto procurávamos hotel com o guia que nos recebeu, já eu e o Jacob andávamos com a cabeça “feita em água”.

A Sara pensava que tinha mais uma vez evitado o famoso Mal de Altitude. Na manhã seguinte, estava como nós.

Dor de Cabeça Tormentosa na Capital Tibetana

Trocámos queixas atrás de queixas e maldições por não termos preferido o comboio. Entretanto chegou o Ryan.

Pelo que descreveu, apesar da subida progressiva de comboio, ainda estava pior que nós e, no comboio, até teve que recorrer ao oxigénio.

Pelos vistos, nem a viagem ferroviária foi suficientemente lenta. É claro que não desperdiçámos a oportunidade de sermos agora nós a gozarmos com ele. 

Sempre que parávamos num bar ou restaurante de Lhasa, pedíamos invariavelmente chá de gengibre com mel. Se ajudou substancialmente ou não, é difícil de dizer.

Sabemos que o Mal de Altitude só nos passou completamente ao fim de dois dias de sofrimento decrescente.

Ainda percorremos uma boa parte do Tibete e chegámos ao acampamento base tibetano do monte Evereste, a 5.300 metros.

Entretanto, tínhamos comprado latas de oxigénio mas os nossos organismos já se haviam habituado e só as usávamos, dentro do jipe, a simularmos emergências, na brincadeira.

Visita às obras de renovação do teleférico de Mérida, o mais elevado do Mundo, Venezuela

Aqui, em pouco mais de duas horas, subimos numa mini-cabine de transporte de carga e trabalhadores, dos 1630 metros de Mérida, para os 4.765 metros do Pico Espejo, o segundo mais elevado do país.

Tivemos paragens curtas pelo meio, uma delas no refeitório dos trabalhadores, para um briefing e um pequeno snack. Algumas das pessoas da comitiva começaram logo ali a sentir sintomas do Mal de Altitude. Já não saíram do refeitório.

No que nos disse respeito, os problemas só começaram no último trajecto, entre a estação de Loma Redonda (4045 m) e a derradeira, já em Pico Espejo.

Desta vez, eu, Marco, só senti algum cansaço e uma ligeira tontura. A Sara e várias outras pessoas tiveram que descer numa semi-emergência para receber oxigénio.

Quando mediram o oxigénio no sangue da Sara, o aparelho indicava 72. Temos um medidor desses em casa e, quando o usamos, dá-nos sempre 98 ou 99.

Estava a tornar-se grave mas ela recuperou pouco depois.

Nota: se quiser ler sobre situações realmente extremas de Mal de altitude, espreite a página respectiva da Wikipedia recomendamos-lhe blogs de alpinistas a sério.

Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Jet Lag (Parte 1)

Evite a Turbulência do Pós Voo

Quando voamos através de mais que 3 fusos horários, o relógio interno que regula o nosso organismo confunde-se. O máximo que podemos fazer é aliviar o mal-estar que sentimos até se voltar a acertar.
Viajar Não Custa

Na próxima viagem, não deixe o seu dinheiro voar

Nem só a altura do ano e antecedência com que reservamos voos, estadias etc têm influência no custo de uma viagem. As formas de pagamento que usamo nos destinos pode representar uma grande diferença.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Salta e Jujuy, Argentina

Pelas Terras Altas da Argentina Profunda

Um périplo pelas províncias de Salta e Jujuy leva-nos a desvendar um país sem sinal de pampas. Sumidos na vastidão andina, estes confins do Noroeste da Argentina também se perderam no tempo.
Mérida, Venezuela

Mérida a Los Nevados: nos Confins Andinos da Venezuela

Nos anos 40 e 50, a Venezuela atraiu 400 mil portugueses mas só metade ficou em Caracas. Em Mérida, encontramos lugares mais semelhantes às origens e a geladaria excêntrica dum portista imigrado.
Lhasa, Tibete

Sera, o Mosteiro do Sagrado Debate

Em poucos lugares do mundo se usa um dialecto com tanta veemência como no mosteiro de Sera. Ali, centenas de monges travam, em tibetano, debates intensos e estridentes sobre os ensinamentos de Buda.
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Mérida, Venezuela

A Renovação Vertiginosa do Teleférico mais Alto do Mundo

Em execução a partir de 2010, a reconstrução do teleférico de Mérida foi levada a cabo na Sierra Nevada por operários intrépidos que sofreram na pele a grandeza da obra.
Mendoza, Argentina

De Um Lado ao Outro dos Andes

Saída da Mendoza cidade, a ruta N7 perde-se em vinhedos, eleva-se ao sopé do Monte Aconcágua e cruza os Andes até ao Chile. Poucos trechos transfronteiriços revelam a imponência desta ascensão forçada
Mount Cook, Nova Zelândia

O Monte Fura Nuvens

O Aoraki/Monte Cook até pode ficar muito aquém do tecto do Mundo mas é a montanha mais imponente e elevada da Nova Zelândia.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Safari
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Pela sombra
Arquitectura & Design
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Bom conselho Budista
Cerimónias e Festividades
Chiang Mai, Tailândia

300 Wats de Energia Espiritual e Cultural

Os tailandeses chamam a cada templo budista wat e a sua capital do norte tem-nos em óbvia abundância. Entregue a sucessivos eventos realizados entre santuários, Chiang Mai nunca se chega a desligar.
panorâmica, Saint Pierre, Martinica, antilhas francesas
Cidades
Saint-Pierre, Martinica

A Cidade que Renasceu das Cinzas

Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Tequila, cidade de Jalisco, México, jima
Cultura
Tequila, JaliscoMéxico

Tequila: a Destilação do Oeste Mexicano que Anima o Mundo

Desiludidos com a falta de vinho e de aguardente, os Conquistadores do México aprimoraram a aptidão indígena milenar de produzir álcool. No século XVII, os espanhóis estavam satisfeitos com a sua pinga e começaram a exportá-la. A partir de Tequila, o pueblo, hoje, centro de região demarcada. E nome por que se tornou famosa.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Iguana em Tulum, Quintana Roo, México
Em Viagem
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Noiva entra para carro, casamento tradicional, templo Meiji, Tóquio, Japão
Étnico
Tóquio, Japão

Um Santuário Casamenteiro

O templo Meiji de Tóquio foi erguido para honrar os espíritos deificados de um dos casais mais influentes da história do Japão. Com o passar do tempo, especializou-se em celebrar bodas tradicionais.
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Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Kennedy Space Center, Florida, Estados Unidos
História
Kennedy Space Center, Florida, Estados Unidos

A Rampa de Lançamento do Programa Espacial Americano

De viagem pela Flórida, desviamos da órbita programada. Apontamos ao litoral atlântico de Merrit Island e do Cabo Canaveral. Lá exploramos o Kennedy Space Center e acompanhamos um dos lançamentos com que a empresa Space X e os Estados Unidos agora almejam o Espaço.
Vista de La Graciosa de Lanzarote, Canárias, Espanha
Ilhas
La Graciosa, Ilhas Canárias

A Mais Graciosa das Ilhas Canárias

Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Natureza
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
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Parques Naturais
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, Teoria da Relatividade, Vigia
Património Mundial UNESCO
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe

A Certeza da Teoria da Relatividade

Em 1919, Arthur Eddington, um astrofísico britânico, escolheu a roça Sundy para comprovar a famosa teoria de Albert Einstein. Decorrido mais de um século, o norte da ilha do Príncipe que o acolheu continua entre os lugares mais deslumbrantes do Universo.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Praia Balandra, México, Baja Califórnia, vista aérea
Praias
Playas Balandra e El Tecolote, Baja California Sur, México

Tesouros Balneares do Mar de Cortés

Proclamada, amiúde, a praia mais bonita do México, encontramos na enseada recortada de playa Balandra um caso sério de exotismo paisagístico. Em duo com a vizinha playa Tecolote, revela-se uma das beira-mares realmente imperdíveis da vasta Baixa Califórnia.
Camponesa, Majuli, Assam, India
Religião
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Sociedade
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Vida Selvagem
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.