Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso


O projeccionista
Gerard Pierre segura uma mascote felina de Sainte-Luce.
Baía piscatória
Barcos tradicionais de pesca na enseada tranquila em frente à povoação.
Bambu Jesus
Autocolante de uma bebida estimulante sexual junto a uma inscrição religiosa, na marginal de Sainte-Luce.
Politiquices
Morador assiste a um debate com o ex-presidente francês Nicholas Sarkozy.
Astro do Dia
Nome pomposo de um dos pequenos barcos ancorados em Sainte-Luce.
Família feliz
Louisy Belina, mãe nativa, Ayleen, a sua filha a sério e a filha-boneca a brincar da sua pequena.
Caribe de todas as cores
Barcos de pesca coloridos, alinhados na enseada de Sainte-Luce.
Refúgio automóvel
Gerard Pierre ao volante do seu Mercedes 190 D.
Ao sabor das ondas
Casal numa esplanada quase dentro de água.
Bière Lorraine
Uma pilha de grades de cerveja dá ainda mais cor à já de si enseada garrida de Sainte-Luce
De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.

Conduzimos ao sabor das estradas secundárias e sinuosas da Martinica.

Já na costa sul, decidimos fazer um desvio e espreitar uma povoação piscatória chamada Sainte-Luce.

O dia mantinha-se cinzento, quase chuvoso. Quando nos deparamos com a baía, constatamos que as pinturas alegres dos barcos de pesca e dos armazéns abarracados da povoação lhe emprestavam uma inesperada vivacidade.

Faz espécie a Gérard Pierre ver-nos esperar num miradouro avarandado, com o carro semi-aberto nas imediações. Sem mais que fazer, o nativo abandona o refúgio solitário do seu Mercedes 190D e aborda-nos. “Também estão com problemas mecânicos? Eu, há uns tempos que já só uso este para me sentar e descansar. Tem que ir à oficina mas pedem-me 50 euros adiantados… com a minha reforma, não vou conseguir tão cedo.”

Perguntamos-lhe o que fazia. Diz-nos que tinha deixado, havia pouco, de trabalhar em instalações eléctricas. Bastam uns instantes para percebermos como lhe custava esquecer um seu passado cinéfilo mais distante. “Eu projectei os maiores actores do mundo lá na sala de Rivière Pilote.

O projeccionista

Gerard Pierre segura uma mascote felina de Sainte-Luce.

Gerárd Pierre: de Desconhecido a Enciclopédia do Cinema

Se o Jacques Conrad – descobrimos mais tarde que se tratava de um empresário abastado originário da ilha vizinha Guadalupe – não a tivesse transformado num miserável parque de estacionamento, se calhar ainda hoje o fazia.

Não imaginam a quantidade de filmes que ali passei. Sei de cor as canções de quase todos e, ainda me lembro de muitos dos diálogos” desabafa com desgosto, para logo enunciar inúmeros nomes franceses dos clássicos lá exibidos, também dos seus protagonistas.

Conversa puxa conversa, Gérard resume-nos ainda a evolução da época do ecrã quadrado, das películas a preto-e-branco com sonorização ao vivo até ao Technicolor panorâmico que usou em abundância enquanto se manteve no activo.

Logo, volta a sequenciar mais títulos afrancesados de filmes de piratas mas também de Westerns, de romances, de longas-metragens de guerra e espionagem, de comédias e dramas, com ou sem sequelas: “La Filibustière des Antilles” (“A Raínha dos Piratas”), “Simbad, Le Marin” (“Simbad, o Marinheiro”), “Le Massacre de Fort Apache” (“Forte Apache”), “L’Homme des Vallées Perdues” (“Shane”).

E por aí fora. A lista é tão mecânica e melancólica quanto infindável.

De cada vez que lhe perguntamos algo, Gérard mostra-se ansioso por voltar à enumeração dos filmes. Por recuperar alguns dos seus protagonistas e momentos. atrevemo-nos uma vez mais a quebrar o enguiço.

Um Testemunho Inesgotável da Época Clássica do Cinema

Numa destas raras ocasiões, Gérard conta-nos que trabalhava em três sessões: ao meio-dia, às 6 da tarde e às 9 da noite. “mesmo assim, as salas estavam sempre cheias e não eram propriamente silenciosas”.

Aproveita para rir dos velhos tempos caóticos do seu cinema. E continua a trazê-lo à memória, guiado pelas questões que lhe colocamos.

“As pessoas não só falavam como aplaudiam as cenas mais entusiasmantes dos filmes. Era mesmo muito animado. Compravam coca-cola e bebiam-na com amendoins e pistachos servidos em canudos de papel. O álcool era proibido. Quando terminava a sessão, o chão estava quase sempre imundo. Precisávamos de limpar tudo vezes sem conta.”

Terminada a nova reconstituição do seu agradável passado, invade a mente do ex-projeccionista o esplendor de “Le Train Sifflerá Trois Fois” (“O Comboio Apitou Três Vezes”), um épico Western com Gary Cooper e Grace Kelly.

A canção desta longa-metragem cowboy sempre havia comovido Gérard. E é com prazer, óbvias falhas de tom e por cima da emissão martiniquenha do rádio do seu carro que nos entoa “Si tois aussi tu m’abandonnes”, o tema francófono do genérico.

Refúgio automóvel

Gerard Pierre ao volante do seu Mercedes 190 D.

A letra refresca-lhe mais uma vez a memória. Mal termina de cantar, repete o mote introdutório de que “nessa época havia tantos filmes”. Recupera, então, “Rio Bravo”, com John Wayne e mais alguns êxitos hollywoodescos com a dupla Lone Ranger e Tonto, entre outros.

A Saudade das Projecções e dos Velhos Êxitos de Hollywood

Perguntamos-lhe se acompanhava os filmes mais modernos. Gérard quase sai para fora da janela do velho Mercedes. “Se querem mesmo saber, desde que parei de trabalhar e as salas antigas desapareceram, o cinema deixou de me dizer alguma coisa.

Felizmente, dois companheiros meus vão chegar entretanto da Metrópole. Disseram-me que me tinham gravado em vídeo todos estes filmes que cá passava antes. Vão visitar-me um destes dias. Hão-de mos passar.”

Também essa perspectiva lhe serve de pretexto para mais alguns minutos de listagem dos títulos que esperava receber dos amigos e rever. Só a cessa quando o interrogamos sobre a sua actividade pós-projeccionista, como electricista.

Baía piscatória

Barcos tradicionais de pesca na enseada tranquila em frente à povoação.

O sol espreita entre as nuvens pela primeira vez desde o amanhecer. Precisamos de pôr cobro ao convívio para darmos atenção fotográfica à baía colorida de Sainte-Luce, nada que ver com a ilha de Saint Lucia, vizinha do sul da Martinica.

Ao ver-se confrontado com a iminência da despedida, Gérard reage e retoma a sua lengalenga cinematográfica.

Temos dificuldade em abandoná-lo à solidão automóvel e nostálgica a que parecia votado.

Em vez, contamos-lhe que, em Portugal, ainda assistíamos a esses clássicos mais antigos de quando em quando, na Cinemateca de Lisboa, mas que não era coisa muito frequente por culpa da profusão de novos filmes a que agora temos acesso, até mesmo aos da rival indiana Bollywood.

E da já bem antiga sobreposição da TV, claro.

Astro do Dia

Nome pomposo de um dos pequenos barcos ancorados em Sainte-Luce.

À Descoberta da Sainte Luce dos Nossos Dias

Agradecemos-lhe a amabilidade e deixamo-lo com um até breve genuíno. Não contávamos nem demorar-nos muito na marginal humilde da povoação abaixo nem que Gérard dali saísse tão cedo.

Na baía principal de Sainte-Luce, vagueamos à beira-mar entre bancas de um mercado de peixe encerrado, ou de mini-bares que vendiam rum planteur e outras das especialidades martiniquenhas mais populares.

Politiquices

Morador assiste a um debate com o ex-presidente francês Nicholas Sarkozy.

Para diante, no interior de um café incaracterístico, três ou quatro moradores acompanham uma entrevista televisiva ao sempre pomposo presidente de então, Nicholas Sarkozy.

Observamos pela janela um pouco da emissão. E também as reacções daqueles clientes das Antilhas às suas mais recentes demagogias.

Não tardamos a abandonar a política.

Ali perto, contornarmos um barracão pintado de amarelo e vermelho, também decorado com um autocolante atrevido de uma bebida que se promovia na região como sexualmente estimulante, “Bambu”.

No anúncio gasto pelo sol, uma mulher caribenha de biquíni segurava uma cana verde da planta.

Bambu Jesus

Autocolante de uma bebida estimulante sexual junto a uma inscrição religiosa, na marginal de Sainte-Luce.

Do outro lado da estrutura, Louisy Belina, mãe nativa, brinca com Ayleen, a sua filha a sério e com a filha-boneca a brincar da sua pequena. Detemo-nos por alguns minutos à conversa com as duas.

Sem que o esperássemos, antes de deixarmos Sainte-Luce ainda somos prendados com uma imagem digna da sétima arte.

Abrigado na privacidade de uma esplanada deserta e despretensiosa, instalado sob coqueiros reclinados e outras copas tropicais, um casal discute e troca carinhos pacificadores, enquanto o Mar das Caraíbas avança e recua com gentileza sobre a areia vulcânica e quase lhes afaga os pés.

Ao sabor das ondas

Casal numa esplanada quase dentro de água.

Regressamos ao carro com vontade de a descrever a Gérard, de lhe perguntar se a acharia digna de projectar.

Ao contrário do que esperávamos, quando subimos ao miradouro em que com ele havíamos convivido, o Mercedes 190D permanecia no mesmo lugar. Gérard tinha saído de cena.

Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Espectáculos

O Mundo em Cena

Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Ilha Robinson Crusoe, Chile

Alexander Selkirk: na Pele do Verdadeiro Robinson Crusoe

A principal ilha do arquipélago Juan Fernández foi abrigo de piratas e tesouros. A sua história fez-se de aventuras como a de Alexander Selkirk, o marinheiro abandonado que inspirou o romance de Dafoe
Guadalupe, Antilhas Francesas

Guadalupe: Um Caribe Delicioso, em Contra-Efeito Borboleta

Guadalupe tem a forma de uma mariposa. Basta uma volta por esta Antilha para perceber porque a população se rege pelo mote Pas Ni Problem e levanta o mínimo de ondas, apesar das muitas contrariedades.
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Ogimashi, Japão

Um Japão Histórico-Virtual

Higurashi no Naku Koro ni” foi uma série de animação nipónica e jogo de computador com enorme sucesso. Em Ogimashi, aldeia de Shirakawa-Go, convivemos com um grupo de kigurumis das suas personagens.
Saint-Pierre, Martinica

A Cidade que Renasceu das Cinzas

Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.
Fort-de-France, Martinica

Liberdade, Bipolaridade e Tropicalidade

Na capital da Martinica confirma-se uma fascinante extensão caribenha do território francês. Ali, as relações entre os colonos e os nativos descendentes de escravos ainda suscitam pequenas revoluções.
Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço

Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Arquitectura & Design
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Corrida de camelos, Festival do Deserto, Sam Sam Dunes, Rajastão, Índia
Cerimónias e Festividades
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Verão Escarlate
Cidades

Valência a Xàtiva, Espanha

Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Cultura
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Las Cuevas, Mendoza, de um lado ao outro dos andes, argentina
Em Viagem
Mendoza, Argentina

De Um Lado ao Outro dos Andes

Saída da Mendoza cidade, a ruta N7 perde-se em vinhedos, eleva-se ao sopé do Monte Aconcágua e cruza os Andes até ao Chile. Poucos trechos transfronteiriços revelam a imponência desta ascensão forçada
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Étnico
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

História
Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
Ribeira Grande, Santo Antão
Ilhas
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Casinhas miniatura, Chã das Caldeiras, Vulcão Fogo, Cabo Verde
Natureza
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Hipopótamo na Lagoa de Anôr, Ilha de Orango, Bijagós, Guiné Bissau
Parques Naturais
Ilha Kéré a Orango, Bijagós, Guiné Bissau

Em Busca dos Hipopótamos Lacustres-Marinhos e Sagrados das Bijagós

São os mamíferos mais letais de África e, no arquipélago das Bijagós, preservados e venerados. Em virtude da nossa admiração particular, juntamo-nos a uma expedição na sua demanda. Com partida na ilha de Kéré e fortuna no interior da de Orango.
Palácio Gyeongbokgung, Seul, Viagem Coreia, Manobras a cores
Património Mundial UNESCO
Seul, Coreia do Sul

Um Vislumbre da Coreia Medieval

O Palácio de Gyeongbokgung resiste protegido por guardiães em trajes sedosos. Em conjunto, formam um símbolo da identidade sul-coreana. Sem o esperarmos, acabamos por nos ver na era imperial destas paragens asiáticas.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Santa Marta, Tayrona, Simón Bolivar, Ecohabs do Parque Nacional Tayrona
Praias
Santa Marta e PN Tayrona, Colômbia

O Paraíso de que Partiu Simón Bolívar

Às portas do PN Tayrona, Santa Marta é a cidade hispânica habitada em contínuo mais antiga da Colômbia.  Nela, Simón Bolívar, começou a tornar-se a única figura do continente quase tão reverenciada como Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Pemba, Moçambique, Capital de Cabo Delgado, de Porto Amélia a Porto de Abrigo, Paquitequete
Religião
Pemba, Moçambique

De Porto Amélia ao Porto de Abrigo de Moçambique

Em Julho de 2017, visitámos Pemba. Dois meses depois, deu-se o primeiro ataque a Mocímboa da Praia. Nem então nos atrevemos a imaginar que a capital tropical e solarenga de Cabo Delgado se tornaria a salvação de milhares de moçambicanos em fuga de um jihadismo aterrorizador.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Erika Mae
Sociedade
Filipinas

Os Donos da Estrada Filipina

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os filipinos transformaram milhares de jipes norte-americanos abandonados e criaram o sistema de transporte nacional. Hoje, os exuberantes jeepneys estão para as curvas.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
hipopotamos, parque nacional chobe, botswana
Vida Selvagem
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.